Francisco
convida Ervin Kräutler, bispo do Xingu, como colaborador na elaboração da
encíclica sobre ecologia
O bispo Dom Erwin Kräutler, austríaco, missionário no
Brasil, foi chamado pelo Papa Francisco para
ajudá-lo na redação da próxima encíclica sobre os pobres e o cuidado do
ambiente.
Kräutler, nascido, em 1939, em Koblach, veio para o Brasil em 1965 como missionário na Amazônia e em 1980 foi nomeado bispo da diocese de Altamira-Xingu.
De 1983 a 1991, Kräutler foi presidente do Conselho
Indigenista Missionário – CIMI. Em 2006, Kräutler foi reconduzido à
presidência do CIMI.
Em 1997 foi um dos quinze delegados eleitos para participar do Sínodo para a América e naquela ocasião foi o
Sempre na primeira linha na defesa das populações locais ameaçadas pelo
desmatamento ao longo dos rios da Amazônia, o bispo austríaco recebeu, em 2010,
o Prêmio Nobel alternativo “pelo seu compromisso a
favor dos direitos humanos das populações indígenas e pela sua luta pela
conservação da floresta pluvial na Amazônia”.
Muitas vezes ameaçado de morte (em
1987 sobreviveu a um atentado onde foi morto o seu motorista), continuou a se
posicionar ao lado das populações na defesa da dignidade humana e do ambiente
da Amazônia.
A relação pobres-ambiente, muito cara a Papa
Francisco desde o início do seu pontificado, para o bispo Kräutler é algo que está presente na sua ação
cotidiana com a mais genuína Teologia da Libertação:
a sua luta é contra a pobreza para que seja garantido a cada pessoa um trabalho
e um salário justo acompanhado da promoção do reconhecimento dos direitos
fundamentais, como a saúde e a defesa do território.
Os temas da audiência
foram, segundo Orf, os direitos dos povos
indígenas, as ameaças a que são submetidos os povos indígenas com a construção
das grandes barragens, os impactos e as consequências da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e algumas
propostas para enfrentar a falta de padres numa diocese que tem a extensão
geográfica equivalente à Alemanha.
Kräutler informou que o Papa esperava dele “propostas corajosas e audazes”.
Kräutler informou que o Papa esperava dele “propostas corajosas e audazes”.
Sobre a encíclica, se de um lado a nomeação de Kräutler (em alemão se fala de “Mitautor”, isto é, co-autor, mas na realidade
tratar-se-á de uma colaboração estreita) faz pensar na articulação que o Papa Bergoglio reconhece entre o cuidado da
criação e a promoção da justiça (são os pobres que sofrem as mais dramáticas
consequências), como o Papa lembrou na recente entrevista aos jovens flamengos,
por outro lado, trata-se de um sinal que a redação da encíclica está em curso,
ou, pelo menos, em fase de estudos.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos
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