segunda-feira, 21 de abril de 2014

Rojões e pedras de vizinhos põem invasores para correr em Santa Catarina


Povo vai se cansado de invasões e das conivências do Governo

Moradores tocam fogo em barricada montada por moradores de terreno público em Florianópolis. As cerca de 100 famílias de invasores das terras da União no bairro Rio Vermelho, ocupada sábado (19), em Florianópolis, enfrentaram 24 horas de hostilidade e violência por parte de um grupo de moradores da região. 

Elas cederam à pressão e concordaram com as autoridades em deixar o lugar, voltando para Maciambu, em Palhoça. Durante a tarde, moradores atacaram os sem-terra com rojões e pedradas.

A PM conteve os moradores mais exaltados com bombas de gás e tiros de balas de borracha. Um homem foi detido. Três pessoas ficaram feridas. Às 17h10 o último ônibus com sem terra deixou a área sob escolta da PM. Os moradores comemoraram vitória.
O local invadido é próximo a um campo de golfe do resort Costão do Santinho. Os invasores são os mesmos da chamada ocupação Amarildo. Funcionários uniformizados do resort participaram do despejo, porque, segundo eles, os sem-terra ameaçavam invadir o campo de golfe.

A violência começou às 14h desta segunda (21), quando os moradores atacaram e incendiaram uma barricada que tinham as bandeiras da ocupação. No momento do ataque não havia policiamento suficiente para conter a briga. A tropa de choque foi chamada para separar os grupos.
O estudante de agronomia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Fabio Ferraz, 27, engrossava a barricada atacada. "Tivemos que recuar porque não queremos lutar contra a classe trabalhadora", disse. Os moradores não quiseram dar entrevistas e hostilizaram jornalistas.

Às 16h, depois da chegada do choque, e mesmo enquanto a saída dos sem-terra era organizada pela PM, alguns homens da comunidade provocavam os acampados. Centenas de moradores, mulheres e crianças na maioria, assistiam ao desmonte das barracas, muitos gritando palavrões.

Pouco depois das 16h, um homem não identificado furou a barreira e disparou um rojão contra os invasores, acertando a estudante da UFSC Amanda Castro, que estava entre eles. Ela sofreu ferimentos leves.
Segundo Denilson Machado, do sindicato dos bancários, que participou das negociações pelos invasores, "foi a primeira vez que as autoridades usaram civis na linha de frente para combater o movimento popular". "A invasão se dá numa terra pública, acredito que os moradores foram insuflados a combater o movimento social."
Segundo Pepe da Silva, liderança dos invasores, "os PMs foram embora ao amanhecer, para deixar a comunidade agir contra nós". "Só voltaram depois do incêndio. Isto prova que a PM usou o povo contra nós."
O coronel Araújo Gomes contestou a afirmação dizendo que "os sem-terra tinham uma linha de defesa bem firme, com homens armados com paus e estacas".
O coronel comandou a retirada dos sem-terra em um comboio escoltado pela tropa de choque. Os bombeiros relataram atendimento a três feridos.
O trânsito na rodovia que liga o leste da Ilha ao centro de Florianópolis ficou paralisado por duas horas.



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