... imagine o governo cuidando de nossa agropecuária!
Gerson Freitas Jr. e Tarso Veloso
Principal responsável pela modernização da agricultura brasileira e pela
transformação do Cerrado em uma das maiores fronteiras agrícolas do planeta, a Embrapa
corre o risco de cair no ostracismo.
Sobretudo no que diz respeito à geração de tecnologias voltadas à
produção das principais commodities exportadas pelo Brasil, atualmente dominada
por multinacionais estrangeiras.
Sem recursos suficientes para grandes projetos, dificuldades para
estabelecer parcerias com outras empresas e resistências à entrada do capital
privado, a estatal vê sua participação despencar em alguns dos segmentos mais
dinâmicos do agronegócio.
São os casos da soja, do milho e do algodão. Responsáveis por quase
metade do Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola brasileira, essas culturas
passaram a ser dominadas por empresas como Monsanto, DuPont, Syngenta, Bayer
CropScience e Dow AgroSciences.
Não há números públicos sobre a fatia de cada empresa no mercado
brasileiro de sementes, mas diferentes fontes ouvidas pelo Valor estimam que a
Embrapa vendeu menos de 15% das sementes de soja e 10% dos híbridos de milho
comercializados no país na última safra.
Segundo um consultor, que preferiu não se identificar, a participação
das variedades "BR" no mercado caiu a um terço do que era há apenas
cinco anos.
"Em Mato Grosso, maior produtor de grãos do país, nossa
participação é praticamente zero", diz um graduado pesquisador da estatal.
A predominância das multinacionais nesses segmentos é explicada pelo
lançamento de sementes geneticamente modificadas para resistir ao uso de
determinados herbicidas ou ao ataque de pragas, como a lagarta.
Fonte: Valor Econômico
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