Polibio Braga 84 comentários
Os fiéis católicos que foram ontem à
noite, sexta-feira, até a novena pela Festa da Nossa Senhora do Trabalho, que
acontecerá no dia 1º de maio na zona norte de Porto Alegre, foram surpreendidos
pelo anúncio feito dentro da igreja, a mando do padre Alcides José Viergutz,
segundo o qual todos deveriam ir até o altar para assinar proposta de reforma
política apresentada pela "Coalizão pela Reforma Política
Democrática" na forma de um projeto de lei do PT.
Isto acontece em todas as igrejas do
RS, mas o projeto não é apresentado aos fiéis, que assinam tudo em
branco.
A ordem é da Arquidiocese e vale para
todas as igrejas católicas do RS.
A Paróquia Santuário Nossa Senhora do
Trabalho fica na avenida Benno Mentz 1560, Vila Ipiranga, zona Norte.
O projeto do PT, apoiado pela CNBB, que
nem foi mostrado aos fiéis da novena de ontem a noite, contempla itens absolutamente contestáveis.
(1) A proibição do financiamento de campanha por
empresas, termo que apresenta um componente ideológico escandaloso, excluindo
as empresas - representadas por seus proprietários - de se posicionarem em um
plano da vida pública que é determinante para o exercício de suas atividades.
(2) Eleições proporcionais em dois turnos, processo que, ao contrário da
economia advogada no projeto, geraria um gasto monstruoso de recursos públicos.
(3) Paridade de gênero, com o estabelecimento descabido do sexo - e não da
competência e qualificação - como critério para pleitear o exercício de um
mandato político.
Mas o elemento que definitivamente
compromete o apoio da CNBB à proposta de reforma política é o fortalecimento
dos mecanismos de "democracia direta".
Trata-se de uma forma de
inserir a "sociedade civil" nas decisões que envolvem "questões
de grande relevância nacional", colocando-a na elaboração e na condução de
plebiscitos e referendos.
Acontece que a "sociedade civil" será
representada - não pelo cidadão comum -, mas por uma série de organizações e
"movimentos sociais" como MST, CUT, UNE, CTB, UBM, CONTAG, ABONG, ou
seja, quase todos aparelhos do PT e seus aliados.
Estes grupos - que assinam a
proposta de reforma política com a CNBB - serão inseridos nas instâncias
decisórias da vida pública e eles irão definir quais são as "questões de
grande relevância nacional".
Grupos que contrariam frontalmente os
princípios e orientações da Igreja Católica: disseminam a luta de classes;
promovem atividades criminosas contra o patrimônio público e privado; estão
comprometidos com a ideologia de gênero; exigem a legalização das drogas e a
implantação definitiva do aborto.
É, claramente, que o projeto maquia um
consórcio para administrar as "questões de grande relevância
nacional" e realizá-las.
Já
existe forte movimento em Porto Alegre e em várias cidades brasileiras, pelo
qual os fiéis da Igreja católica exigem que a CNBB volte atrás na sua aliança
com a vanguarda do atraso da esquerda e seus aliados dos movimentos dos
ressentidos sociais.
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