O espantalho das mudanças climáticas
Nas
propriedades rurais, os espantalhos afugentavam os pássaros que vinham assolar
os campos cultivados. Assim, esses “dogmas” científicos – como, por exemplo, o
aquecimento global e sua plêiade de hipotéticas desgraças futuras – se tornam verdadeiros
espantalhos a atormentar nossa existência diária e a condicionar nossos
comportamentos.
Nesta
época de um omnímodo relativismo religioso, moral, político, social, cultural,
etc., certezas científicas tidas como incontestes – quase as chamaria de
“dogmas” – têm sido brandidas para justificar a necessidade imperiosa de uma
revolução radical na sociedade, nas relações políticas e sócio-econômicas, nas
formas culturais e até nos modos de ser e de comportar-se dos
indivíduos.
Tudo na linha de um crescente estatismo – de uma governança
mundial, sugerem alguns – de cunho altamente socialista e nivelador, de um
estranho “decrescimento” rumo a uma sociedade eufemisticamente designada como
“sóbria” (melhor talvez fosse designá-la de miserabilista).
“Dogmas” espantalhos
Assim como outrora, nas propriedades rurais, os
espantalhos eram colocados para afugentar os pássaros que vinham assolar os
campos cultivados, esses “dogmas” científicos – como, por exemplo, o
“aquecimento global” e sua plêiade de hipotéticas desgraças futuras – se tornam
verdadeiros espantalhos a atormentar nossa existência diária e a condicionar
nossos comportamentos.
Como muitos de nós não possuímos formação
científica suficiente para discernir acertos ou erros de tantas dessas
“certezas”, corremos o risco de nos tornarmos joguetes nas mãos de homens
e de teorias muito extremadas… e pouco científicas.
Cuidado com os falsos profetas
Por este motivo quis hoje trazer ao conhecimento
dos leitores uma matéria estampada no New York Times e
reproduzida no caderno de Ciência da Folha de S. Paulo (27/7/2015).
O título é sugestivo: “Relação entre mais calor e doenças não é clara”.
E o subtítulo completa a ideia:“No que se refere à saúde, ainda não se sabe
se aquecimento global de fato é uma ameaça”.
Na verdade, o “aquecimento global” antropogênico,
ou seja, fruto da ação humana, é muito contestado em meios científicos. Diante
de certas evidências incômodas, os “aquecimentistas”, jeitosamente, foram
mudando seu discurso para “mudanças climáticas”, o que lhes dá um campo de
manobra bem mais amplo, pois tudo em tese justifica suas “certezas”.
A história do mundo registra muitas mudanças
climáticas, aliás, inerentes ao ciclo vital do Universo. O problema para os
“aquecimentistas” é provar que a ação humana gerou tais mudanças. Para evitar
comprovações, agitam eles espantalhos de males futuros (secas, doenças, pragas,
mortes, etc.). Entretanto, uma vez mais, pesquisas científicas desmentem seus
modelos hipotéticos.
Tenhamos, pois, cuidado com aqueles falsos profetas
que, em nome de pretensos “dogmas” científicos, nos tentam impingir mudanças
sociais, políticas, culturais e até espirituais.
Vamos, então, à leitura do mencionado artigo:
Mudanças
climáticas são uma ameaça à saúde humana?
A lógica poderia sugerir que a resposta é sim: o
presidente dos EUA, Barack Obama, usa isso para conseguir apoio para
tornar as mudanças climáticas o ponto central de seus últimos meses de governo.
Na lista da Casa Branca, os casos de asma vão
piorar, as mortes ligadas ao calor aumentarão e o número de insetos
transmissores de doenças, antes confinadas aos trópicos, também. Mas esses
pontos expressam uma certeza que muitos cientistas dizem ser ainda inexistente.
Climas quentes têm efeito na saúde, mas a
temperatura é só parte de um conjunto muito complexo de forças.
Por exemplo, as viagens pelo globo e o comércio – e
não mudanças climáticas – trouxeram os primeiros casos dechikungunya para
a Flórida.
As temperaturas podem estar subindo, mas a
quantidade de mortes pelo calor, não. O progresso ajuda na adaptação – o
fato de o ar-condicionado estar mais comum e os tratamentos para doenças do
coração, por exemplo.
Como afirma Patrick Kinney, diretor do programa de
clima e saúde da Universidade Colúmbia, ainda é difícil estabelecer
causalidades.
Um estudo comparando Laredo, no Texas, e uma cidade
do outro lado da fronteira do México descobriu que a incidência de dengue era
muito maior no México, apesar de os mosquitos que transmitem a doença serem
mais abundantes no Texas. No Texas, há ar condicionado e janelas que fecham
bem, dizem os pesquisadores.
No Canadá, o número de áreas com carrapatos subiu
de duas para treze desde 1997. Insetos como carrapatos e mosquitos não podem
regular sua temperatura corporal, por isso são muito sensíveis às temperaturas.
Mas o número de carrapatos tem aumentado mais ao sul também, como na Virgínia e
na Carolina do Norte, e isso parece ter pouco a ver com o clima.
Ben Beard, do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças, diz que o reflorestamento e o aumento da população de veados e pessoas
podem ser mais preponderantes. “Provavelmente não é o clima.”
Mas mesmo falar sobre o calor é complicado. Uma
revisão recente da mortalidade por calor nos EUA descobriu que a taxa de mortes
relacionadas às altas temperaturas diminuiu para menos da metade dos anos 1987
a 2005.
Em maio, um estudo do “The Lancet” analisou 74
milhões de mortes de 1985 a 2012 em mais de dez países e descobriu que cerca de
8% das mortes foram causadas por temperaturas anormais. Dessas, a taxa de
mortes pelo frio (mais de 7%) é muito maior do que a de calor (0,42%).
Riscos para a saúde por causa da mudança climática
são fundamentalmente locais. Os perigos do calor são maiores em Nova Deli
do que em Nova York, não porque é mais quente na Índia, mas porque menos gente
tem eletricidade, casas resistentes e cuidados médicos modernos. O que
torna difícil tirar conclusões.
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