sábado, 8 de agosto de 2015

Não é o governo do PT e sim os agricultores que enchem as panelas dos brasileiros


Palavras ocas como de costume e os 

produtores são os penalizados


   

A presidente Dilma entregou ontem 747 casas do programa Minha Casa Minha Vida em Boa Vista, Roraima. A governadora Suely Campos aproveitou para cobrar três temas fundamentais ao desenvolvimento de Roraima: 

- Regularização fundiária:
- Integração energética de Roraima ao Sistema Nacional, através do Linhão de Tucuruí;
- Acesso ao mar pelo porto venezuelano de Guanta com a construção de uma duana. 

Enquanto ao governadora Suely Campos defendia a construção do linhão entre Manaus e Boa Vista, na faixa de domínio da BR-174, que depende apenas de uma carta de anuência da Funai, lembrou à presidente que o Linhão de Tucuruí cruzou 1.800 quilômetros de selva amazônica, do Amapá até o Amazonas, e perguntou o que está impedindo de este venha de Manaus para Boa Vista.

A governadora foi enfática ao se dirigir à presidente ao afirmar que "é inaceitável que um diretor da Funai penalize o povo de Roraima, impedindo que a energia de Tucuruí chegue até nós, o que obrigou seu governo, através da Eletrobrás, a construir três termelétricas caras e poluentes para complementação da energia importada da Venezuela", frisou.

Suely ressaltou que, no encontro com governadores no dia 30, no Palácio da Alvorada, a presidente enfatizou que o Brasil precisa estimular as exportações e que os governadores devem incentivar o empreendedorismo para superar a crise e o Brasil voltar a crescer. 

"Nós, de Roraima, queremos fazer parte desse contexto. Nossa localização é estratégica para alçarmos o voo da exportação, além de suprir parte do mercado do Amazonas", disse.

"Temos potencial de mercados vizinhos como a Venezuela e a Guiana, com a vantagem de estarmos localizados a 1.300 quilômetros do porto de Guanta, na Venezuela, que fica a dois dias do canal do Panamá e de frente para os mercados consumidores do Caribe. Para dispormos de docas exclusivas nesse porto de mar, para o escoamento da produção, necessitamos apenas de acordo entre o Brasil e a Venezuela", frisou.

Segundo ela, Roraima quer fazer parte do Brasil desenvolvido, mas, para isso acontecer, precisa retirar as amarras que ainda prendem o Estado ao tempo de Território Federal, sobretudo com relação à transferência das terras da União para Roraima.

Quanto à questão fundiária, Suely Campos disse que o Estado avançou nas tratativas com o Governo Federal para atender ao Decreto 6754 de 2009, que transferiu as terras da União para Roraima.

"Já cumprimos 90% das condicionantes do decreto, contudo, aqui estamos, novamente, vivendo um momento de muita tensão, com o risco de mais reservas, reduzindo as escassas áreas de produção que nos restam, em função da criação da Unidade de Conservação do Lavrado. Convencemos o ICMBio da inviabilidade da proposta de criação na Serra da Lua e no Tucano, duas áreas produtivas, onde, inclusive, se estabeleceram os produtores de arroz retirados da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A expulsão desses produtores causou um forte impacto social e econômico”, destacou.

Segundo ela, a participação da agropecuária no PIB roraimense caiu de 10,8% para 4,7%. “A lavoura de arroz diminuiu pela metade. Agora, precisamos da sua sensibilidade para livrar a região do Ereu, no município de Amajari, que também é uma área produtiva e que está sendo pretendida para criação da Unidade de Conservação", frisou.

Para a governadora, Roraima já contribui muito para a proteção do meio ambiente e não pode mais ceder áreas produtivas. 

"Queremos seguir em frente e viabilizar Roraima como Estado produtivo. Não queremos mais ser um peso para a União. Queremos, sim, contribuir para o crescimento do Brasil", afirmou. "Com sua visão nacionalista e desenvolvimentista, espero que nos ajude. Está nas suas mãos permitir que o povo de Roraima disponha de terras tituladas. Que tenha energia elétrica confiável, mais barata e limpa, e que o Brasil do extremo Norte alcance uma saída para o mar, através da Venezuela", frisou.

Em sua fala, vazia como de costume, Dilma se referiu apenas à aduana. 

"Eu queria dizer à governadora que eu percebo claramente a importância do que ela solicitou e avaliou. Queria destacar, sobretudo, a necessidade do acordo para o porto de Guanta, na Venezuela", disse.

"É importante que Roraima se coloque numa posição (sic) porque ele é o Estado mais próximo da Venezuela. A Venezuela é um país com milhões e milhões de habitantes (sic) que precisa receber alimentos, precisa receber tanto grãos como proteínas. 

"Então, eu quero dizer que, de fato, Roraima está muito bem localizado para não só aproveitar o porto de Guanta e exportar para outros países, mas, sobretudo, tem de olhar com cuidado a questão de ligar uma demanda por bens da Venezuela à economia aqui de Roraima, gerando renda e emprego para aqui", destacou. (R.R)

Fonte:


Nenhum comentário: