Palavras ocas como de costume e os
produtores são os penalizados
A presidente Dilma entregou ontem 747 casas do programa Minha Casa Minha Vida em Boa Vista, Roraima. A governadora Suely Campos aproveitou para cobrar três temas fundamentais ao desenvolvimento de
Roraima:
- Regularização fundiária:
- Integração energética de Roraima ao Sistema Nacional, através do Linhão de
Tucuruí;
- Acesso ao mar pelo porto venezuelano de Guanta com a
construção de uma duana.
Enquanto ao governadora Suely Campos defendia a construção do linhão entre Manaus e Boa Vista, na faixa de domínio da BR-174, que depende apenas de uma
carta de anuência da Funai,
lembrou à presidente que o Linhão de Tucuruí cruzou 1.800 quilômetros de selva
amazônica, do Amapá até o Amazonas, e perguntou o que está impedindo de este venha de Manaus
para Boa Vista.
A governadora foi enfática ao se dirigir à presidente ao afirmar que "é inaceitável que um diretor da Funai penalize o povo de Roraima,
impedindo que a energia de Tucuruí chegue até nós, o que obrigou seu governo,
através da Eletrobrás, a construir três termelétricas caras e poluentes para
complementação da energia importada da Venezuela", frisou.
Suely ressaltou que, no encontro com
governadores no dia 30, no Palácio da Alvorada, a presidente enfatizou que o
Brasil precisa estimular as exportações e que os governadores devem incentivar
o empreendedorismo para superar a crise e o Brasil voltar a crescer.
"Nós,
de Roraima, queremos fazer parte desse contexto. Nossa localização é
estratégica para alçarmos o voo da exportação, além de suprir parte do mercado
do Amazonas", disse.
"Temos potencial de mercados
vizinhos como a Venezuela e a Guiana, com a vantagem de estarmos localizados a 1.300
quilômetros do porto de Guanta, na Venezuela, que fica a dois dias do
canal do Panamá e de frente para os mercados consumidores do Caribe. Para
dispormos de docas exclusivas nesse porto de mar, para o escoamento da
produção, necessitamos apenas de acordo entre o Brasil e a Venezuela",
frisou.
Segundo ela, Roraima quer fazer parte
do Brasil desenvolvido, mas, para isso acontecer, precisa retirar as amarras
que ainda prendem o Estado ao tempo de Território Federal, sobretudo com
relação à transferência das terras da União para Roraima.
Quanto à questão fundiária, Suely
Campos disse que o Estado avançou nas tratativas com o Governo Federal para
atender ao Decreto 6754 de 2009, que transferiu as terras da União para
Roraima.
"Já cumprimos 90% das
condicionantes do decreto, contudo, aqui estamos, novamente, vivendo um momento
de muita tensão, com o risco de mais reservas, reduzindo as escassas áreas de
produção que nos restam, em função da criação da Unidade de Conservação do
Lavrado. Convencemos o ICMBio da inviabilidade da proposta de criação na Serra
da Lua e no Tucano, duas áreas produtivas, onde, inclusive, se estabeleceram os
produtores de arroz retirados da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. A expulsão
desses produtores causou um forte impacto social e econômico”, destacou.
Segundo ela, a
participação da agropecuária no PIB roraimense caiu de 10,8% para 4,7%. “A
lavoura de arroz diminuiu pela metade. Agora, precisamos da sua sensibilidade
para livrar a região do Ereu, no município de Amajari, que também é uma área
produtiva e que está sendo pretendida para criação da Unidade de
Conservação", frisou.
Para a governadora, Roraima já
contribui muito para a proteção do meio ambiente e não pode mais ceder áreas
produtivas.
"Queremos seguir em frente e viabilizar Roraima como Estado produtivo.
Não queremos mais ser um peso para a União. Queremos, sim, contribuir para o
crescimento do Brasil", afirmou. "Com sua visão nacionalista e
desenvolvimentista, espero que nos ajude. Está nas suas mãos permitir que o
povo de Roraima disponha de terras tituladas. Que tenha energia elétrica
confiável, mais barata e limpa, e que o Brasil do extremo Norte alcance uma
saída para o mar, através da Venezuela", frisou.
Em sua fala, vazia como de costume, Dilma se referiu apenas à aduana.
"Eu queria dizer à governadora que eu percebo claramente a
importância do que ela solicitou e avaliou. Queria destacar, sobretudo, a
necessidade do acordo para o porto de Guanta, na Venezuela", disse.
"É importante que Roraima se
coloque numa posição (sic) porque ele é o Estado mais próximo da Venezuela. A
Venezuela é um país com milhões e milhões de habitantes (sic) que precisa receber
alimentos, precisa receber tanto grãos como proteínas.
"Então, eu quero dizer
que, de fato, Roraima está muito bem localizado para não só aproveitar o porto
de Guanta e exportar para outros países, mas, sobretudo, tem de olhar com
cuidado a questão de ligar uma demanda por bens da Venezuela à economia aqui de
Roraima, gerando renda e emprego para aqui", destacou. (R.R)
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