Soja cai à mínima de 6,5 anos com preocupações com
China
Com previsão de grande oferta de grãos, investidores vendem contratos na
Bolsa de Chicago e cotações caem
José Rocher/Gazeta do Povo
Autor: Agronegócio Gazeta do Povo (AgroGP) com Agências
Os preços da soja na Bolsa de Chicago caíram para uma mínima de seis
anos e meio ontem (24), pressionados pela queda generalizadas nos
mercados financeiros e de commodities em meio a temores sobre a economia da
China. Milho e trigo, que acompanharam o movimento ao longo dia, conseguiram se
recuperar e encerraram o pregão no terreno positivo.
A queda ocorre a 20 dias do início do plantio da soja no Brasil, que vai
começar em 15 de setembro, após vazio sanitário. A soja é o principal produto
do agronegócio e também motor de portos como o de Paranaguá.
Numa sessão que ficou conhecida como “Black Monday”(segunda-feira negra), o sell-off global começou
durante a madrugada pelas bolsas asiáticas, que abriram a semana derretendo
repercutindo a divulgação, na sexta-feira, de dados que mostram contração da
atividade industrial na China. Xangai mergulhou 8,5%, na maior queda desde
2007.
Seguindo o cenário de pânico, as bolsas europeias tiveram baixas de mais de 3% e, no mercado norte-americano, o S&P500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram na mesma proporção. No Brasil, o Ibovespa chegou a registrar queda de 6,5% e o dólar bateu em R$ 3,57.
Seguindo o cenário de pânico, as bolsas europeias tiveram baixas de mais de 3% e, no mercado norte-americano, o S&P500, o Dow Jones e o Nasdaq caíram na mesma proporção. No Brasil, o Ibovespa chegou a registrar queda de 6,5% e o dólar bateu em R$ 3,57.
Nos mercados de commodities, o petróleo Brent rompeu a barreira dos US$
45/barril pela primeira vez desde 2009, o minério de ferro atingiu limite
diário de queda e outros metais como o cobre e o ouro recuaram ao menor patamar
em seis anos. “As commodities agrícolas não conseguem resistir à espiral de
queda na China”, disseram analistas do Commerzbank em nota a clientes.
A soja, que vinha pressionada pelo clima favorável para as lavouras nos
Estados Unidos,chegou a despencar quase 35 pontos no pior momento do dia, mas
acabou amenizando a queda e fechou os negócios do dia com o novembro/15 valendo
US$ 8,74/bushel.
Em apenas duas semanas, a oleaginosa já perdeu US$ 1,50/bushel, num mergulho de 15% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) anunciou, no último dia 12, que o clima excessivamente chuvoso de julho não deve afetar negativamente a safra norte-americana.
Em apenas duas semanas, a oleaginosa já perdeu US$ 1,50/bushel, num mergulho de 15% desde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) anunciou, no último dia 12, que o clima excessivamente chuvoso de julho não deve afetar negativamente a safra norte-americana.
No Brasil, a alta do dólar tem compensado parte desta desvalorização,
com as indicações mantidas na caca dos R$ 70 por saca para o produto disponível
no Porto de Paranaguá.
Depois de bater em US$ 3,6550/bsuhel, o novembro/15 buscou suporte na
fraqueza do dólar frente a outras moedas correntes, como o euro e a libra, para
se recuperar das fortes perdas iniciais, e fechou o dia cotado a US$ 3,8050/bushel
(+3,50 pontos).
O novembro/15 do trigo, que chegou a romper a barreira dos US$ 5/bushel no pior momento do pregão, acompanhou o movimento de recuperação e encerrou os negócios trocando de mãos a US$ 5,08/bushel (+4 pontos).
O novembro/15 do trigo, que chegou a romper a barreira dos US$ 5/bushel no pior momento do pregão, acompanhou o movimento de recuperação e encerrou os negócios trocando de mãos a US$ 5,08/bushel (+4 pontos).
Terça da virada?
O mercado da soja torce que a liquidação desta segunda-feira tenha sido intensa
o suficiente para acionar ordens técnicas de compra que deflagrem, no pregão de
amanhã, o que os norte-americanos chamam de “Turnaround Tuesday” (terça-feira da virada, na
tradução literal) — movimento comum nos mercados de commodities, em que os
preços revertem, na terça-feira, a tendência do primeiro pregão da semana.
Fundamentalmente, contudo, a oleaginosa não tem muitos motivos para subir. Relatos que chegam do campo vão confirmando a expectativa de mais uma safra gigantesca nos EUA, num momento em que a demanda internacional — principalmente da China — dá sinais de arrefecimento.
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