Ameaças ao avanço da safra
agropecuária
Cuidado, perigo! Petismo sem PT!
Hélio Brambilla
Ao contrário do que costuma
afirmar certa mídia, a intervenção militar em 1964 contava com o apoio de
milhões de brasileiros, que haviam saído às ruas nas históricas marchas da
Família com Deus pela Liberdade, pedindo um basta ao governo comunista e
corrupto de João Goulart (Jango).
Uma semana após a ascensão dos
militares ao poder, Plinio Corrêa de Oliveira publicou um manifesto
qualificando de “Janguismo sem Jango” o perigo representado por
criptocomunistas esgueirados de seus arraiais na tentativa de “pegar carona” no
novo governo para tentar desviá-lo de seus objetivos. Estaremos nós diante de
um “petismo sem PT”?
“Nossa bandeira é verde-amarelo
sem foice e martelo”
Manifestações populares, nós as
tivemos também em anos recentes, quando outros milhões de pessoas voltaram às
ruas para pedir: “Quero meu País de volta”; ou ainda para proclamar: “Nossa
bandeira é verde-amarelo sem foice e martelo” [foto acima]. O brado dessa
multidão era tão forte e insistente, que o novo governo se viu respaldado para
dar uma guinada e colocar o País nos eixos.
Aos poucos o noticiário vai
mostrando o resultado, com relatos constantes sobre o novo panorama de
recuperação econômica que se vai descortinando. Além de já terem sido criados
cerca de 1.300.000 empregos, o maior êxito continua sendo o agronegócio, que
nos últimos 11 meses exportou quase 90 bilhões de reais, um resultado sem
precedentes. De importador de alimentos há 50 anos, o Brasil se tornou um dos
maiores exportadores, como mostra o quadro:
Estes e outros dados constam do
relatório Agropecuária no Brasil – Uma Síntese, recentemente lançado pela
Embrapa a pedido da Confederação Nacional da Agricultura.
O autor, Dr. Evaristo
E. de Miranda, ressalta que o setor é responsável por 32 milhões de empregos,
ou seja, mais de 33% do total no País. Ademais, gera um valor bruto de produção
(VBP) de quase R$ 600 bilhões.
No seu conjunto, gerou R$ 1,47 trilhão em 2016
(Cf. “Valor Econômico”, julho/2017). Para este ano, o prognóstico é de um
aumento superior a 10%, fechando em cerca de R$ 1,6 trilhões (cerca de U$ 493
bilhões), o equivalente a mais de um terço de todo o PIB da Rússia.
Caso considerássemos apenas o
agronegócio (independentemente do PIB), o Brasil seria o 25º país do mundo
(FMI, novembro/2017). Alimentamos 210 milhões de brasileiros; e o desafio,
segundo a Embrapa, é alimentar mais de 2 bilhões de pessoas nos próximos 40
anos.
O ano fecha com a produção
recorde de 242 milhões de toneladas, aumento de 31,07% em relação ao ano
passado (184 milhões de toneladas). Com este volume extraordinário de alimentos
e riquezas lançados no mercado, a inflação caiu, a produção de veículos aumentou,
os índices da Bolsa de Valores de São Paulo atingiram índices históricos.
A velocidade do avanço brasileiro
é lembrada por Evaristo de Miranda: “Se alguém disser que está a par do
agronegócio com os dados de ontem, já está desatualizado. Só se ficou plugado
até a meia-noite, para poder falar no dia seguinte que os dados estão
atualizados”.
As garras do “supergoverno” ecotribalista
Mas nem tudo são rosas. O grande
problema são os elementos comunistoides, magnetizados por sua ideologia
revolucionária de alto poder destrutivo. Egressos de governos recentes,
permanecem à espreita e vão aproveitando cada oportunidade para pôr as cabeças
de fora. Tinha razão Osvaldo Aranha, mentor de Getúlio Vargas, acreditando que
o homem ainda não havia inventado armas capazes de vencer as ideias.
Duas ameaças principais rondam os
espectros político, social e econômico:
1) Ameaças internacionais
a) A cúpula do PT, incluindo
elementos da esquerda católica, excogitou a política intervencionista do Estado
totalitário para induzir o crescimento da economia. Deve ter sido resultado de
algum pesadelo, pois já se sabe aonde isso vai dar. E se alguém indagasse o que
fazer “se isso não funcionar”, Lula poderia ter respondido: “A gente entrega
tudo ‘pros cineses’”. E a China (China ou Rússia, é bom lembrar…) vai levando
tudo a preço de banana, comprometendo com isso o amanhã de nossos filhos e
netos.
O
secretário geral do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki [foto],
esteve na Inglaterra em outubro/2017, e foi inquirido sobre o rompimento dos
acordos ambientais do Brasil com a Noruega.
A formulação da pergunta era
provocadora: “Quantos campos de futebol o Brasil preservou com isso?”. A
resposta do secretário brasileiro foi pronta e categórica: Temos fotos de 40 satélites,
atualizando informações de nosso território 24 horas por dia, e elas demonstram
que preservamos um território maior que os 28 países da União Europeia juntos;
e de quebra, acrescentamos a isso mais o equivalente a quatro vezes o
território da Noruega.
Diante da resposta segura, os jornalistas e ONGs
presentes tiveram de fazer cara de paisagem… desmatada e carbonizada.
Perguntaram o que quiseram, e ouviram o que não queriam.
c) Parece ter começado a execução
do plano de cortar o Brasil em dois, com o tal Corredor Ecológico Amazônico. O
Ministro Sarney Filho assinou com o diretor do FMI, em 19 de dezembro último,
um acordo cedendo ao FMI três milhões de hectares de terra (uma “compra”… por
U$ 60 milhões).
A partir dessa eventual operação, a soberania sobre esse grande
quinhão brasileiro será “partilhada” com FMI e ONGs… por enquanto. Na verdade,
o total cobiçado é de 136 milhões de hectares do Brasil, além das partes
boliviana, peruana, equatoriana, colombiana, venezuelana e das guianas.
Esse
malfadado plano já havia sido denunciado pelo General Vilas Boas, comandante do
Exército. São as garras do “supergoverno” ecotribalista querendo abocanhar o
nosso território. Infelizmente, tal iniciativa conta com as bênçãos do Papa
Francisco, que certamente tentará consolidá-la durante o Sínodo Amazônico/2019.
2) Ameaças internas
a) Especialistas afirmam que o
rombo causado pelos “malfeitos” nos 13 anos do governo petista — propinas, superfaturamentos,
lucros cessantes das empresas — pode alcançar R$ 3 trilhões, e os menos
otimistas estimam até R$ 10 trilhões. O jornal “O Estado de S. Paulo” (7-11-17)
noticiou que as concessões de subsídios em 14 anos custaram R$ 3,5 trilhões,
portanto não parece exagerado jogar o total para cima. Sob o título “retomada
árdua”, o jornal “O Globo” (20-10-17) afirma que a recessão só será revertida
em 2024. Talvez leve ainda mais tempo, a julgar pelo prognóstico de Plinio
Corrêa de Oliveira, que a havia estipulado em uns 50 anos, caso o PT tomasse o
governo — como de fato aconteceu.
b) A proposta da Reserva do
Cobre, no Pará, provocou uma gritaria internacional contra a exploração de
nossas riquezas minerais. Ninguém está defendendo a devastação de florestas,
mas sim a exploração de minérios com responsabilidade. Isto é muito diferente
do que faz a China, que explora degradando tudo e não é responsabilizada nem
cobrada por ninguém.
Sabe-se que o uso inadequado da terra, a poluição e a má
utilização de defensivos agrícolas estão conduzindo a China a perder quase
500.000 km² (o equivalente ao estado de Minas Gerais), devido à desertificação
de seu território. Não nos consta que os “ecoterroristas” se importam com isso…
Em sentido contrário, o Ministro da Agricultura Blairo Maggi demonstrou em
recente artigo que o Brasil é de longe o país que mais preserva e mais produz
no mundo, utilizando apenas 9% do seu território para agricultura, 16% para
pastagens, e ainda preserva 61% de matas nativas. Segundo ele, o imobilizado
mantido pelos proprietários nas reservas legais e APPs alcança um total de mais
de R$ 3 trilhões.
Os leitores podem imaginar o que isso significa, comparando
esse quadro com o que aconteceria se cada residência fosse obrigada a deixar
desocupados 20%, 35% ou até 80% de seus espaços… para “preservação imobiliária
ambiental”! Os agropecuaristas são obrigados a fazer exatamente isso em suas
propriedades, e os ataques contra eles não cessam.
Na foto abaixo, Sr. Geraldo e Da.
Mercedes Lucisani G. Claro, de Guaíra, tiveram invadida sua propriedade, de
apenas dois hectares. Foram espoliados e quase mortos pelos índios.
c) Também os movimentos dos
sem-teto, sem-terra, índios e quilombolas reiniciaram as agitações. No Mato
Grosso do Sul, 126 fazendas continuam invadidas. Em Guaíra e Terra Roxa
(Paraná), 18 propriedades grandes, médias e pequenas foram invadidas por
índios, e até um “latifúndio” de dois hectares, onde vivia há mais de 50 anos
um casal hoje nonagenário, foi tomado pelos índios sob os olhos complacentes
das autoridades.
Em Correntina (Bahia), uma invasão provocou prejuízos
calculados em R$ 60 milhões à empresa proprietária da maior fazenda produtora
de cebola do Brasil. Além de legumes e tubérculos, hordas de bandidos
destruíram os pivôs de irrigação, tratores e depósitos. ONGs internacionais
voltaram a agir a todo vapor, com o slogan Farm here and forest there — algo
como “preservem suas florestas lá para termos aqui nossas fazendas”. É urgente
recebermos a resposta: Quando voltaremos a ter segurança jurídica no Brasil?
d) Houve uma rebelião em setores
da Justiça do Trabalho contra a Reforma Trabalhista. A intelligentsia e a
esquerda católica armaram um clamor contra o decreto que definia o trabalho em
condições semelhantes à escravidão. Sem essa definição, a matéria continuaria
ao arbítrio dos fiscais.
O Ministro Gilmar Mendes chegou a ironizar o caso,
dizendo que executa jornadas exaustivas de trabalho, pois o seu expediente no
STF soma-se ao do TSE. Aqui este assunto está sob a artilharia de muitos —
mídia, Justiça trabalhista, ONGs, esquerda católica. No entanto, depoimentos de
várias pessoas que foram trabalhar no Japão relatam trabalho de até 16 horas
por dia. Os dados sobre a China são herméticos, e não se sabe ao certo quantas
horas o operário chinês seja obrigado a trabalhar em troca de seu mísero
salário mínimo.
Se tais mazelas cessarem, o céu
será o limite para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, que entre
Brasil e exterior já alimenta quase um bilhão e meio de pessoas. Este número
pode ainda se multiplicar, pois nosso planeta tem quase oito bilhões de
habitantes. Mas pouco ou nada se avançará, se ONGs, movimentos sociais, outras
mazelas e o próprio governo não nos deixarem trabalhar com tranquilidade.
Fonte: Agência Boa Imprensa - ABIM
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