Capitulação e traição na Colômbia
Hélio Dias Viana
Não se pode qualificar de outro modo a política do presidente colombiano Juan Manuel Santos em relação às FARC, grupo narcoguerrilheiro que vem há mais de 50 anos ensanguentando a Colômbia com os crimes mais covardes e nefandos.
É do mais comezinho bom senso a impossibilidade de qualquer acordo com
um inimigo que antes de ir para a mesa de negociações não tenha cessado
completamente as suas atividades criminosas.
Ora, Santos não somente está negociando com as FARC em Havana — capital
de uma ilha-presídio, cujos dirigentes há décadas oprimem sua população — como
o está fazendo enquanto a narcoguerrilha mata, mutila e sequestra incontáveis
colombianos. E, a propósito desse tema, convém notar o silêncio de entidades
ligadas aos direitos humanos, tão sôfregas em defender qualquer ato que atinja
algum esquerdista.
Mas não é só isso. Nas presentes negociações em Cuba, a grande vencedora
serão as FARC, cujos membros trocarão a sua desgastada guerra na selva por
prestigiosos e estratégicos cargos públicos, a partir dos quais poderão
conduzir a Colômbia pelos rumos nefastos da revolução bolivariana. E sem que se
tenha a menor garantia de que de fato renunciarão às armas…
O lance mais recente
das FARC ocorreu no domingo, 16 de novembro, quando uma de suas facções
sequestrou ninguém menos que o importante general Rubén Darío Alzate Mora [foto],
o qual estava desarmado e acompanhado de duas outras pessoas em uma zona
guerrilheira de alta periculosidade sob a sua jurisdição.
Esse fato fez com que o presidente Santos declarasse suspensas as
negociações, até a libertação do general e de seus acompanhantes. Por sua vez,
as FARC, cínicas como sempre, pedem diálogo e dizem que a solução do caso
depende apenas do governo.
Tendo em vista o espírito entreguista do primeiro mandatário colombiano,
não era só previsível, mas já está anunciado que ele engolirá mais esse
desaforo, deixando assim patente que são as FARC que decidem a situação e fazem
o que bem entendem diante de um governo sôfrego em capitular.
Resumindo, a um gesto de suma ousadia das FARC, Santos respondeu apenas
com a suspensão provisória das negociações, quando o fato era de molde a que as
mesmas fossem definitivamente canceladas e a narcoguerrilha voltasse a ser
tratada com a única linguagem que compreende… e detesta, a qual Santos
infelizmente também detesta, embora insista em não compreender.
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