Diretor
da Beija-Flor diz que construtoras patrocinaram o desfile
O ESTADO DE
S. PAULO
18 Fevereiro 2015 | 23h 20
Integrantes da escola afirmam que verba não veio do governo
da Guiné Equatorial, país homenageado; críticas se multiplicaram
RIO - O diretor artístico da
Beija-Flor, Fran Sérgio, disse nesta quarta-feira, 18, que as construtoras ARV,
Queiroz Galvão e Odebrecht patrocinaram o desfile da escola de samba, a
vencedora do carnaval do Rio de 2015.
Integrantes da escola haviam afirmado
antes que a ARV e a F & Costa bancaram o enredo, e a Queiroz Galvão e a
Andrade Gutierrez deram apoio quando membros da agremiação foram se apresentar
na Guiné, em 2013.
Em 2014, a Beija-Flor terminou na sétima colocação e isso provocou uma série de protestos de seus dirigentes à Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio (Liesa).
Ao
longo dos últimos meses, 20 dos 36 julgadores de 2014 foram substituídos. O
presidente da escola, Farid Abraão David, comemorou a vitória. “Finalmente
fizeram justiça.”
Polêmica. A Beija-Flor conquistou seu 13.º título do carnaval carioca com um
enredo em homenagem homenagem à Guiné Equatorial, país pobre da África Ocidental que vive sob o
regime de um mesmo ditador há 32 anos.
A escola recebeu entre R$ 5 milhões e R$
10 milhões para o desfile. Inicialmente foi divulgado que o dinheiro teria
vindo do governo do país, mas integrantes da escola dizem que a verba foi doada
por construtoras brasileiras que atuam na Guiné Equatorial.
Durante o desfile da Beija-Flor, o
vice-presidente de Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Mangue, filho do ditador,
dançava e cantava o samba. Ele ficou em um camarote particular com cerca de 40
convidados de seu país.
A comitiva fechou um andar no Hotel Copacabana Palace,
o dos quartos mais caros. Seu pai, Teodoro Obiang, não veio ao Brasil. Ele é
bilionário, segundo a revista Forbes, enquanto a maior parte dos habitantes do
país vive na miséria.
Os dirigentes da Beija-Flor não se manifestaram sobre a questão. “Não
existe essa polêmica. Tentaram jogar o povo contra nós, mas não conseguiram”,
disse Nelsinho David, conselheiro da escola e membro da família de
contraventores que comanda a Beija-Flor. Nas redes sociais, porém, não faltaram
críticas.
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