segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

MÁ-FÉ NO ECOTERRORISMO



A MÁ-FÉ NO ECOTERRORISMO


Ronaldo Ausone Lupinacci*
As atenções se acham voltadas para a temática ecológico-ambiental. Mais do que voltadas, se acham atraídas, ou melhor, seduzidas por tal temática. A explicação precisa para o fenômeno – que antecipo envolver uma sórdida trapaça – encontrei no livro escrito por Dom Bertrand de Orleans e Bragança com o título “Psicose Ambientalista” e o subtítulo “Os bastidores do ecoterrorismo para implantar uma ‘religião’ ecológica, igualitária e anticristã”:
 “O homem e a natureza vêm sendo agredidos pela poluição decorrente da industrialização e da rápida urbanização ditadas por uma modernidade que rompeu com os valores do passado e, ao mesmo tempo, se encontra ofegante para usufruir das promessas da tecnologia. Em consequência, novas propostas de ambientalismo e defesa da natureza são apresentadas e propagandeadas pelos grandes meios de comunicação, por líderes mundiais e organismos internacionais, como a ONU. No entanto, infelizmente, por detrás de grande parcela dessa defesa da natureza se oculta uma nova ideologia, até mesmo uma nova religião, que pretende justificar e implantar uma sociedade humana igualitária e neotribal, lastreada num misto de pseudociência com filosofias arcaicas e pagãs ”(ob. cit., p. 17).
O noticiário nos abarrota, incessantemente, com alusões a mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa, desmatamento, sustentabilidade, biodiversidade, emissões de carbono e metano, derretimento de geleiras, etc., projetando um cenário apocalíptico para o planeta caso não sejam tomadas providências em curto prazo. A tônica do noticiário, portanto, é a do terror catrastrofista, apto a inquietar e manipular os espíritos.
Existe, então, um movimento – melhor seria dizer um exército – empenhado em dramatizar o assunto e transviar a opinião pública, composto de um estado-maior (os antros geradores da desinformação), marechais (os potentados da mídia encarregados de espalhar a desinformação), generais (as instituições como a ONU(1)  e a Santa Sé(2), aliadas na adoção de medidas concretas), coronéis (ONGS ambientalistas-ecologistas), majores (diversos governos), capitães e tenentes (intelectuais e cientistas). O conjunto de praças (sargentos e cabos), inclusa a soldadesca rasa, é formado por uma legião de espíritos miméticos ávidos de “andar no vento”, acompanhando os modismos e submetendo-se a palavras de ordem.
O objetivo do embuste consiste em destruir a civilização industrial consumista e o sistema econômico correlato, que é o capitalismo. E, como todo o embuste, contém alta dose de má-fé. Alguém poderá objetar que faço uma grave acusação sem provas, porque se a boa-fé se presume, a má-fé deve ser demonstrada. Respondo que não preciso provar aquilo que se acha sobejamente provado por depoimentos e documentos no aludido livro, e, ademais, pode ser conferido no blog http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/ ,e, em outras numerosas fontes facilmente acessíveis. De qualquer forma, para contentar os céticos (não aqueles que descreem dos fantasmas ambientalistas, mas os que possam por em dúvida as minhas afirmações) alinho algumas (poucas) das provas que eu mesmo coligi.
O autointitulado “portal da esquerda” Carta Maior publicou um texto elaborado por Paulo Kliass (“Ecossocialismo nas latitudes ao sul do Trópico de Câncer”). Nele o articulista, entre tantas outras passagens significativas, disse que “as forças políticas que partilhavam uma visão crítica do modelo de sociedade, tal como praticado pelos países defensores de uma economia de mercado – o nosso antigo e velho conhecido modo capitalista de produção, passaram a incorporar em suas reflexões a preocupação com a questão ambiental”, com o que “a questão da superação do capitalismo passou a estar acompanhada da preocupação com um modelo social e econômico que estivesse também referenciado na própria sustentabilidade do planeta.” Kliass informa que o movimento “ecossocialista” surgiu de um manifesto publicado por Joe Kovel e Michael Löwy, comentando que a partir de então houve “um avanço em relação às críticas mais características do movimento ecologista”, pois, “em geral, este último sempre abriu suas baterias genericamente contra os chamados modelos predatórios e de destruição do meio-ambiente”, ao passo que os “integrantes da corrente ecossocialista procuram identificar no modelo capitalista as causas de tal degradação”.
Como se sabe, são as ideias que movem o mundo, para o bem ou para o mal. Certo é que na difusão das ideias, os livros ocupam um importantíssimo papel. Ora vem sendo amplamente prestigiado o trabalho da ativista e jornalista canadense Naomi Klein (“This Changes Everything: Capitalism vs Climate”, em tradução livre: “Isso Muda Tudo: Capitalismo versus Meio Ambiente”). Naomi declarou que a questão das mudanças climáticas é a mais poderosa agenda progressista que já existiu para a igualdade e a justiça social, pois, se a revolução industrial trouxe prosperidade para a sociedade, está agora desestabilizando o sistema natural (4).
Idêntica pregação vem desenvolvendo o ex-frade Leonardo Boff, um dos destaques da pseudo-teologia dita da “libertação”, para quem o atual sistema de produção e de consumo seria o principal causador do (suposto) aquecimento global “mostrando a falência do modelo econômico liberal e expondo em grave risco o futuro da espécie humana”(5).
Um dos mais festejados (de)formadores de opinião é Paul Krugman, economista, colunista do New York Times. É também um dos mais ativos propagandistas das principais bandeiras da esquerda. Em matéria reproduzida pela Folha de S. Paulo teve a desfaçatez de afirmar que “as preocupações quanto ao clima repousam sobre um consenso científico”(6).  Ora, Krugman nunca poderia desconhecer, entre tantas outras contestações ao catastrofismo ambientalista, o chamado Apelo de Heilderberg(7)  assinado por mais de 4.000 cientistas, incluindo 72 ganhadores do Prêmio Nobel. Mas para não ficar parecendo que a má-fé reside apenas nas palavras de Krugman cito dois outros depoimentos, o primeiro a demonstrar que a teatralização climática favorece a criação de um governo mundial (socialista, obviamente), e o segundo para provar que a pseudociência tem metas político-ideológicas: 1) “A História nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando ela sente medo verdadeiramente. Assim conseguiremos criar as bases de um verdadeiro governo mundial, mais rápido do que impelidos por simples razões econômicas” (Jacques Attali, ex-conselheiro presidencial socialista francês). 2) “Não tem importância se nossa ciência toda é falsa, há benefícios ambientais colaterais. A mudança climática fornece a maior chance para impor a justiça e a igualdade no mundo” (Christine S. Stewart, ex-ministra do Meio Ambiente do Canadá)(8).
Mestre Aurélio define má-fé como “intenção dolosa”, com significado equivalente a perfídia, palavra que nos remete às noções de “mentira de fé jurada”, deslealdade, traição, falsidade, enganação (“Dicionário Aurélio – Século XXI”). De Plácido e Silva, no “Vocabulário Jurídico” diz que a expressão má-fé abrange “tudo que se faz com entendimento da maldade, ou do mal que nele se contém”, isto é pela “certeza do engano ou do vício”. A má-fé, consequentemente, encerra sempre alguma forma de mentira deliberadamente proferida ou insinuada.
Dissertando sobre matéria correlata, qual seja a da hipocrisia, São Tomás de Aquino aborda a astúcia, como oposta à virtude da prudência, no sentido de que a primeira utiliza vias aparentes e não reais para atingir um propósito, exercendo-se pelo dolo quando se trata de palavras, e, pela fraude quando se trata de atos (Suma Teológica, II, II, Q.CXI, art. III).
Quem, portanto, acena com hipotéticos desastres climáticos provocados pela humanidade, com a finalidade de impor uma tirania ideológica, política, econômica e social age de má-fé. É o caso dos ecoterroristas e daqueles que – conhecendo a falsidade  e, dentre estes, aqueles que não poderiam ignorá-la – lhes dão apoio.
(1) http://www.traditioninaction.org/bev/109bev06-03-2009.htm(2) http://www.traditioninaction.org/bev/109bev06-03-2009.htm(3) http://cartamaior.com.br/?/Coluna/Ecossocialismo-nas-latitudes-ao-sul-do-Tropico-de-Cancer/21016(4) http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Naomi-Klein-Nosso-modelo-economico-esta-em-guerra-com-a-vida-na-Terra/3/31589(5)http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Duas-visoes-de-mundo-se-confrontam-em-Copenhague/3/15420(6) http://www1.folha.uol.com.br/colunas/paulkrugman/2014/06/1468119-interesses-ideologia-e-clima.shtml(7) http://www.militar.com.br/blog24787-Coa%C3%A7%C3%A3o-ambientalista-crime-de-lesa-p%C3%A1tria(8) http://www.defesanet.com.br/toa/noticia/10501/Dom-Bertrand-de-Orleans-e-Braganca—-Fala-sobre-seu-livro-Psicose-Ambientalista-/

 * O autor é advogado e pecuarista.

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