A MÁ-FÉ NO
ECOTERRORISMO
Ronaldo Ausone Lupinacci*
As
atenções se acham voltadas para a temática ecológico-ambiental. Mais do que
voltadas, se acham atraídas, ou melhor, seduzidas por tal temática. A
explicação precisa para o fenômeno – que antecipo envolver uma sórdida trapaça
– encontrei no livro escrito por Dom Bertrand de Orleans e Bragança com o
título “Psicose Ambientalista” e o subtítulo “Os bastidores do ecoterrorismo
para implantar uma ‘religião’ ecológica, igualitária e anticristã”:
“O homem e
a natureza vêm sendo agredidos pela poluição decorrente da industrialização e
da rápida urbanização ditadas por uma modernidade que rompeu com os valores do
passado e, ao mesmo tempo, se encontra ofegante para usufruir das promessas da
tecnologia. Em consequência, novas propostas de ambientalismo e defesa da
natureza são apresentadas e propagandeadas pelos grandes meios de comunicação,
por líderes mundiais e organismos internacionais, como a ONU. No entanto,
infelizmente, por detrás de grande parcela dessa defesa da natureza se oculta
uma nova ideologia, até mesmo uma nova religião, que pretende justificar e
implantar uma sociedade humana igualitária e neotribal, lastreada num misto de
pseudociência com filosofias arcaicas e pagãs ”(ob. cit., p. 17).
O
noticiário nos abarrota, incessantemente, com alusões a mudanças climáticas,
aquecimento global, efeito estufa, desmatamento, sustentabilidade,
biodiversidade, emissões de carbono e metano, derretimento de geleiras, etc.,
projetando um cenário apocalíptico para o planeta caso não sejam tomadas
providências em curto prazo. A tônica do noticiário, portanto, é a do terror
catrastrofista, apto a inquietar e manipular os espíritos.
Existe,
então, um movimento – melhor seria dizer um exército – empenhado em dramatizar
o assunto e transviar a opinião pública, composto de um estado-maior (os antros
geradores da desinformação), marechais (os potentados da mídia encarregados de
espalhar a desinformação), generais (as instituições como a ONU(1) e a
Santa Sé(2), aliadas na adoção de medidas concretas), coronéis (ONGS
ambientalistas-ecologistas), majores (diversos governos), capitães e tenentes
(intelectuais e cientistas). O conjunto de praças (sargentos e cabos), inclusa
a soldadesca rasa, é formado por uma legião de espíritos miméticos ávidos de
“andar no vento”, acompanhando os modismos e submetendo-se a palavras de ordem.
O
objetivo do embuste consiste em destruir a civilização industrial consumista e
o sistema econômico correlato, que é o capitalismo. E, como todo o embuste,
contém alta dose de má-fé. Alguém poderá objetar que faço uma grave acusação
sem provas, porque se a boa-fé se presume, a má-fé deve ser demonstrada.
Respondo que não preciso provar aquilo que se acha sobejamente provado por
depoimentos e documentos no aludido livro, e, ademais, pode ser conferido no
blog http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/ ,e, em
outras numerosas fontes facilmente acessíveis. De qualquer forma, para
contentar os céticos (não aqueles que descreem dos fantasmas ambientalistas,
mas os que possam por em dúvida as minhas afirmações) alinho algumas (poucas)
das provas que eu mesmo coligi.
O
autointitulado “portal da esquerda” Carta Maior publicou um texto elaborado por
Paulo Kliass (“Ecossocialismo nas latitudes ao sul do Trópico de Câncer”). Nele
o articulista, entre tantas outras passagens significativas, disse que “as
forças políticas que partilhavam uma visão crítica do modelo de sociedade, tal
como praticado pelos países defensores de uma economia de mercado – o nosso
antigo e velho conhecido modo capitalista de produção, passaram a incorporar em
suas reflexões a preocupação com a questão ambiental”, com o que “a questão da
superação do capitalismo passou a estar acompanhada da preocupação com um
modelo social e econômico que estivesse também referenciado na própria
sustentabilidade do planeta.” Kliass informa que o movimento “ecossocialista”
surgiu de um manifesto publicado por Joe Kovel e Michael Löwy, comentando que a
partir de então houve “um avanço em relação às críticas mais características do
movimento ecologista”, pois, “em geral, este último sempre abriu suas baterias
genericamente contra os chamados modelos predatórios e de destruição do
meio-ambiente”, ao passo que os “integrantes da corrente ecossocialista
procuram identificar no modelo capitalista as causas de tal degradação”.
Como
se sabe, são as ideias que movem o mundo, para o bem ou para o mal. Certo é que
na difusão das ideias, os livros ocupam um importantíssimo papel. Ora vem sendo
amplamente prestigiado o trabalho da ativista e jornalista canadense Naomi
Klein (“This Changes Everything: Capitalism vs Climate”, em tradução livre:
“Isso Muda Tudo: Capitalismo versus Meio Ambiente”). Naomi declarou que a
questão das mudanças climáticas é a mais poderosa agenda progressista que já
existiu para a igualdade e a justiça social, pois, se a revolução industrial
trouxe prosperidade para a sociedade, está agora desestabilizando o sistema
natural (4).
Idêntica
pregação vem desenvolvendo o ex-frade Leonardo Boff, um dos destaques da
pseudo-teologia dita da “libertação”, para quem o atual sistema de produção e
de consumo seria o principal causador do (suposto) aquecimento global
“mostrando a falência do modelo econômico liberal e expondo em grave risco o
futuro da espécie humana”(5).
Um
dos mais festejados (de)formadores de opinião é Paul Krugman, economista,
colunista do New York Times. É também um dos mais ativos propagandistas das
principais bandeiras da esquerda. Em matéria reproduzida pela Folha de S. Paulo
teve a desfaçatez de afirmar que “as preocupações quanto ao clima repousam
sobre um consenso científico”(6). Ora, Krugman nunca poderia desconhecer,
entre tantas outras contestações ao catastrofismo ambientalista, o chamado Apelo
de Heilderberg(7) assinado por mais de 4.000 cientistas, incluindo 72
ganhadores do Prêmio Nobel. Mas para não ficar parecendo que a má-fé reside
apenas nas palavras de Krugman cito dois outros depoimentos, o primeiro a
demonstrar que a teatralização climática favorece a criação de um governo
mundial (socialista, obviamente), e o segundo para provar que a pseudociência
tem metas político-ideológicas: 1) “A História nos ensina que a humanidade só
evolui significativamente quando ela sente medo verdadeiramente. Assim
conseguiremos criar as bases de um verdadeiro governo mundial, mais rápido do
que impelidos por simples razões econômicas” (Jacques Attali, ex-conselheiro
presidencial socialista francês). 2) “Não tem importância se nossa ciência toda
é falsa, há benefícios ambientais colaterais. A mudança climática fornece a
maior chance para impor a justiça e a igualdade no mundo” (Christine S.
Stewart, ex-ministra do Meio Ambiente do Canadá)(8).
Mestre
Aurélio define má-fé como “intenção dolosa”, com significado equivalente a
perfídia, palavra que nos remete às noções de “mentira de fé jurada”,
deslealdade, traição, falsidade, enganação (“Dicionário Aurélio – Século XXI”).
De Plácido e Silva, no “Vocabulário Jurídico” diz que a expressão má-fé abrange
“tudo que se faz com entendimento da maldade, ou do mal que nele se contém”,
isto é pela “certeza do engano ou do vício”. A má-fé, consequentemente, encerra
sempre alguma forma de mentira deliberadamente proferida ou insinuada.
Dissertando
sobre matéria correlata, qual seja a da hipocrisia, São Tomás de Aquino aborda
a astúcia, como oposta à virtude da prudência, no sentido de que a primeira
utiliza vias aparentes e não reais para atingir um propósito, exercendo-se pelo
dolo quando se trata de palavras, e, pela fraude quando se trata de atos (Suma
Teológica, II, II, Q.CXI, art. III).
Quem,
portanto, acena com hipotéticos desastres climáticos provocados pela
humanidade, com a finalidade de impor uma tirania ideológica, política,
econômica e social age de má-fé. É o caso dos ecoterroristas e daqueles que –
conhecendo a falsidade e, dentre estes, aqueles que não poderiam
ignorá-la – lhes dão apoio.
(1) http://www.traditioninaction.org/bev/109bev06-03-2009.htm(2) http://www.traditioninaction.org/bev/109bev06-03-2009.htm(3) http://cartamaior.com.br/?/Coluna/Ecossocialismo-nas-latitudes-ao-sul-do-Tropico-de-Cancer/21016(4)
http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Naomi-Klein-Nosso-modelo-economico-esta-em-guerra-com-a-vida-na-Terra/3/31589(5)http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Duas-visoes-de-mundo-se-confrontam-em-Copenhague/3/15420(6)
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/paulkrugman/2014/06/1468119-interesses-ideologia-e-clima.shtml(7)
http://www.militar.com.br/blog24787-Coa%C3%A7%C3%A3o-ambientalista-crime-de-lesa-p%C3%A1tria(8)
http://www.defesanet.com.br/toa/noticia/10501/Dom-Bertrand-de-Orleans-e-Braganca—-Fala-sobre-seu-livro-Psicose-Ambientalista-/
*
O autor é advogado e pecuarista.
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