A Pátria que queremos
Por Carlos Alberto
Da Cás*
Nesses tempos
inquietos da América Latina vê-se de tudo: vozes sensatas, divagações, teorias
conspiratórias e manipulações de todos os tipos. Porém a razão persiste em
sobreviver: a Terra de Colombo, como uma Fênix, sempre vem renascendo das
cinzas.
Afinal vemos hoje um Macri, maestro de fato, na então desafinada
orquestra argentina; um Maduro agonizando na decadente Venezuela; e uma Dilma
pedalando para trás no nosso calejado Brasil. Em síntese, os fachos do então
forte farol bolivariano estão minguando a cada dia.
Mas nessa percepção há uma
precavida ressalva: esse pessoal é ardiloso e por isso deva ser ainda
observado. Basta lembrar que, mesmo com a queda do ícone da revolução
socialista, a ex-URSS, entre outras tantas tragédias vermelhas, ainda persistem
partidos afins no mundo, inclusive no Brasil.
O MST foi e sempre
será perigoso, pois reza a cartilha da ideologia marxista. Tumultua o campo em
todo o País, apoiado pelo governo petista. Seu líder Stedile, radical porém
esperto, prefere áreas produtivas do agronegócio visando vantagens, além de
explorar o conflito de classes.
Enquanto isso, seus dirigentes, tais quais os
sindicalistas, enchem os seus bolsos de dinheiro fácil, com a mão camarada do
governo petista. Por tudo isso é prudente acompanhar seus rastros e cobrar na
forma da lei. E no desespero petista se oferece como tropa de choque.
A ideia de Pátria
Grande, hoje bandeira do MST, foi originada no Foro de São Paulo, ainda sob
forte influência do então Chaves. Seu delírio bolivariano desencavou esquisitas
teses utópicas como a criação da URSAL ( União das Repúblicas Socialistas da
América Latina).
O Lula com a sua garganta populista deu certa voz a essa tal
solidariedade bolivariana. O lado `B" do Itamaraty, com a liderança do
falso diplomata Marco Aurélio Garcia, flertou com a essa idiotice
latino-americana, prejudicando o Brasil em diversas situações, destacando-se a
crise envolvendo a Petrobras na Bolívia.
Nesse contexto foi criada a UNASUL,
até coerente, tal qual a OTAN e outros tratados de defesa continental. Mas o
ranço socialista consegue deturpar quaisquer objetivos pragmáticos e assim já
tentaram abusar da prematura UNASUL, inferindo envolvê-la com a capa e a coroa
da Pátria Grande. Mas encontraram resistência, principalmente das isentas Forças
Armadas Brasileiras.
E o futuro? Enquanto
o Estado flertar com o criminoso MST e afins haverá inquietação. Mas, enfim,
percebe-se novos olhares sobre a neblina populista que avançou nestas terras
latinas.
A queda do projeto de poder petista é só uma questão de tempo, que se
acelera. Hoje a população e muitas instituições sérias já identificaram o
grande engodo e se articulam para reconstruir um mundo novo, com um estado
dinâmico, racionalizado e eficaz, capaz de permitir uma economia de mercado sustentável
e a garantia dos direitos e deveres de uma plena democracia.
E é essa Pátria
que queremos e não arremedo esquisito de qualquer tamanho utópico.
* General, Doutor em
Aplicações, Planejamento e Estudos Militares e MBA Executivo da FGV.
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