CIMI culpado
Por: Fernanda França
Foto: Eliza Moreira
Presidente e relator da CPI, Mara Caseiro e Paulo Corrêa
esperam providências
Foi aprovado no dia 10 do corrente o relatório final da CPI do
Cimi, que aponta culpa do Conselho Indigenista Missionário em incitar e
financiar as invasões de propriedades particulares em Mato Grosso do Sul. O
resultado das investigações será encaminhado a vários órgãos, incluindo a
presidência da República e o Vaticano.
O documento também será entregue ao governador Reinaldo
Azambuja (PSDB), ao Ministério Público Federal e Estadual, CNJ (Conselho
Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público, Polícia Federal,
Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério da Defesa,
Senado, CPI da Funai e do Incra no Congresso Nacional, representação da Santa
Sé no Distrito Federal e ao CAFOD (Agência Católica para o Desenvolvimento
Exterior).
A presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PSDB), espera
que providências cíveis e criminais sejam tomadas contra o que ela chama de
“organização criminosa”.
“Estamos encaminhando aos órgãos competentes e vamos cobrar
providências. Desenvolvemos uma apuração séria, embasada, e temos provas tanto
documentais quanto testemunhais suficientes para provar que o Cimi atua de
maneira ardilosa, insuflando os povos indígenas, criando um clima de terror no
campo e de instabilidade jurídica no Estado", afirmou.
Tanto os relatos quanto os documentos colhidos pelo
colegiado desde o dia 30 de setembro, quando os trabalhos foram iniciados,
demonstram o “modus operandi” do Cimi. Isso inclui organização primorosa,
táticas de guerrilha, apoio para armamento indígena e agressividade.
O documento aponta ainda investimento internacional para as
chamadas “retomadas”, palavra utilizada por membros da organização e por
ativistas da causa indígena para classificar as invasões de propriedades
particulares.
Entre os anos de 2013 e 2014, entidades estrangeiras
repassaram mais de R$ 7 milhões ao Cimi. Entretanto, nenhuma comunidade
indígena foi beneficiada por projetos custeados por esse recurso.
Diversos indígenas ouvidos pela CPI comprovaram a culpa do
Cimi na incitação à invasão. Dois delegados de Polícia Federal também relataram
à CPI detalhes sobre a atuação da organização na invasão da fazenda Buriti,
quando membro do Cimi foi flagrado de posse de um manual anarquista. Entre
outras coisas, ele ensina como fraudar cartões de crédito, fabricar bombas
caseiras e silenciadores para armas de fogo.
Por outro lado, os poucos membros do Cimi que conseguiram
ser localizados para prestar depoimento, se esquivaram da maioria das respostas
e proferiram declarações evasivas.
Para Mara Caseiro, o relatório deixa clara a atuação do Cimi
para desestabilizar o agronegócio, as instituições oficiais e os poderes
constituídos.
BALANÇO
O relatório final possui 222 páginas, divididas nas
seguintes seções: provas orais, documentais, atuação específica dos membros do
Cimi, as práticas da organização e os encaminhamentos a serem tomados após o
fim dos trabalhos.
A CPI do Cimi realizou 26 sessões, totalizando 37
depoimentos entre os quais o do jornalista Nelson Ramos Barretto, colaborador deste Blog.
O relatório ficou sob responsabilidade do deputado Paulo
Corrêa (PR). Também integram a comissão Marquinhos Trad (PSD), Pedro Kemp (PT)
e Onevan de Matos (PSDB).
Nenhum comentário:
Postar um comentário