Em Havana, os irmãos Castro torcem contra o impeachment de Dilma
Por Luis Dufaur
Parafraseando os slogans de líderes petistas e lulistas – ou vice-versa
–, Raul condenou o “golpe de Estado parlamentar” contra o “governo legítimo do
Partido dos Trabalhadores (PT)”, numa declaração oficial distribuída pelo
Ministério de Relações Exteriores em Havana, noticiou o jornal “La Nación” de
Buenos Aires.
Entre os
poucos governos comunistas ou bolivarianos que vão ficando no continente, o
regime de Raul Castro continua na dianteira do apoio à presidente Dilma
Rousseff para evitar seu impeachment.
Parafraseando
os slogans de líderes petistas e lulistas – ou vice-versa –, Raul condenou o
“golpe de Estado parlamentar” contra o “governo legítimo do Partido dos
Trabalhadores (PT)”, numa declaração oficial distribuída pelo Ministério de
Relações Exteriores em Havana, noticiou o jornal “La Nación” de Buenos Aires.
Como é bem
sabido, em Cuba nunca houve “golpe de Estado”, ou pelo menos Raúl Castro nunca
participou de nenhum deles, defendendo sempre a legitimidade dos governos
democráticos até a hora de fuzilar seus representantes.
“Setores da direita representantes da oligarquia [N.R.: é Raul Castro
quem fala, e não um líder do PT ou do PC do B], em contubérnio com a
imprensa reacionária do Brasil, apoiados abertamente pelas multinacionais da
comunicação e do imperialismo, consumaram na Câmara de Deputados desse país o
primeiro passo daquilo que constitui um golpe de estado parlamentar”.
Segundo a Chancelaria cubana, trata-se de um “ataque baseado em
acusações sem provas nem fundamentos legais contra a democracia brasileira e
contra a legitimidade de um governo eleito nas urnas pela maioria do povo”, diz
a nota, redigida em favor de Dilma Rousseff.
“Este golpe contra a democracia brasileira faz parte da contraofensiva
reacionária da oligarquia e do imperialismo contra a integração
latino-americana e os processos progressistas da região”, sublinhou a
Chancelaria da “democracia castrista”.
Gerontocracia
marxista consolidada no último Congresso do PC cubano. Todo um modelo ideal
para o PT
O ditador
de Cuba, Raul Castro, voltou a insistir na ideia obsessiva de uma ofensiva
contra-revolucionária em curso na América Latina, durante a abertura do
Congresso do Partido Comunista, noticiou a “Folha de S. Paulo”.
Ele se
referia ao Brasil e à Venezuela, além dos recentes reveses de seus aliados da
Bolívia, do Equador e da ex-mandatária argentina Cristina Kirchner.
Segundo Raul,
essa ofensiva faz parte de uma “guerra não convencional”, baseada em pressões
econômicas e na exploração dos meios de comunicação empresariais contra a
população dos países.
“Essa guerra não convencional não descarta ações desestabilizadoras e
golpistas, como prova o que acontece contra a Venezuela e se intensificou
recentemente na Bolívia, no Brasil e no Equador”, acrescentou.
“A intenção é levar ao fechamento deste ciclo histórico e desmoralizar
partidos, movimentos sociais e a classe trabalhadora. Reafirmamos o apoio a
todos os governos progressistas que levaram benefícios tangíveis às enormes
maiorias da região mais desigual do planeta”, disse na capital da imensa favela
em que foi transformada a outrora muito rica ilha caribenha.
No mesmo
Congresso do Partido Comunista, Raul Castro deixou claro qual é o tipo de
democracia que ele quer no Brasil e nos países acha que está cambaleando.
O jornal espanhol “El Mundo” sintetizou assim o que foi dito Congresso:
“Nem mudanças, nem reformas, nem aberturas. Raul Castro decidiu blindar a
revolução cubana durante os próximos cinco anos com uma velha guarda na qual
acredita cegamente, a mesma com que combateu em Sierra Maestra há mais de meio
século. Gerontocracia e imobilismo”.
Em poucas
palavras, o modelo do que o PT quereria instalar no Brasil.
Como
Fidel esteve ausente nas três jornadas iniciais, Raul votou duas vezes, por ele
e por seu irmão. Milagre da democracia cubano-bolivariana.
Aquele
que é a mão direita de Raul, José Ramón Machado Ventura, foi reeleito como
segundo secretário, afastando toda fantasia de renovação.
Os irmãos
Castro somam juntos 173 anos (Fidel 89 e Raul 84), e embora Raul acene com um
limite para a gerontocracia marxista, os dois chegarão com 90 anos ao próximo
Congresso, se é que chegam. No discurso de encerramento, Fidel reconheceu que
“para todos chega a hora”.
Fidel
compareceu às duras penas na sessão final, sendo ovacionado pelos 100% dos
presentes. Em Cuba naturalmente não houve “golpe”, como em Brasília!
E se
houvesse Senado como em Brasília, embora não seja modelar, quem votar contra a
gerontocracia marxista tem garantida a prisão de La Cabaña ou o pelotão de
fuzilamento, democraticamente é claro!
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