O
Titanic e a safra agrícola de 2013 (V)
Índios e trabalho escravo:
a quem aproveita?
Helio
Brambilla
Retornemos à
sede da fazenda produtora de chá. A 10 km da sede, no meio da mata e às margens
de um lago, há uma construção confortável, toda ela revestida de costaneiras para
as famílias e os funcionários fazerem piquenique. A pequena distância da “Casa
do Tarzan” – como é chamada – se encontra o alojamento para os funcionários da
fazenda, os cortadores de erva mate e os protetores da floresta.
Certa manhã, com a fúria de uma KGB ou de uma Gestapo, fiscais do Ministério
do Trabalho lá chegaram para fazer uma devassa à procura de trabalhadores escravos,
e encontraram “provas mais que suficientes” que de fato eles existiam. Eis um
elenco delas:
1)
Num chuveiro havia
dois centímetros do fio desencapado. Não se sabe se foi falha do eletricista
ou sabotagem de alguém mal intencionado... Mas para o Ministério do Trabalho
aquilo representava um crime, pois colocava em risco a vida dos funcionários! “Prova”
de trabalho escravo.
2)
Foi
constatado também que as lâmpadas eram de filamento e não as de LED, portanto
outra “prova” de que os funcionários se encontravam em condições análogas à de
escravos. Pobre Thomas Edison...
3)
Outro
crime descoberto – pasmem – foi a existência de um fogão de lenha para aquecer
água para o chimarrão ou para um cafezinho. Olhe que fogão a lenha vem sendo
utilizado pelos homens desde que o mundo é mundo. Mas agora, os fiscais veem
nele um grande perigo, a poluição ambiental! A propósito, os “escravos” prestes
a ser alforriados protestaram, alegando que a região no inverno é muito fria, e
que ano passado chegou a cair 10 cm de neve, com sensação térmica de -10°... Alegaram
ainda que só conseguiram tomar banho em razão da água ser aquecida no fogão de
lenha. Ademais, o fogão lhes servia de lareira... Mas nenhum argumento demoveu
a empáfia dos fiscais do governo! Quanto aos médicos cubanos...
4)
Outro
grave “crime” encontrado e que caracterizava “trabalho escravo” foi o fato de
os colchões medirem apenas sete centímetros de espessura, quando o Ministério
exige colchão a partir de 10 centímetros...
Na divisa com o
Paraná, um grande produtor de grãos e também transportador teve sua fazenda
invadida por índios há algum anos. Cheio de boa vontade – e talvez com outro
tanto de ingenuidade – foi ao local dialogar com eles, pois segundo se comenta,
tinha disposição de deixar parte de suas terras para os invasores. Tinha, pois
foi alvejado por tiros e morreu no local. Para as autoridades, o crime não
passou de notícia de jornal. Mas o grupo liderado pelo empreendedor morto que gerava
centenas de empregos se encontra agora em situação pré-falimentar...
Ali próximo se
encontra a antiga cidade de Palmas, já no Paraná. Houve em outros tempos redutos
de escravos libertos que, à maneira tribal, passaram a viver às margens de um
rio, semelhante à vida que levavam na África. Lá eles faziam o que queriam e
queriam o que faziam. Encontravam-se livres!
Mas agora a Fundação
Palmares e o INCRA os induziram, como de costume, a se autodeclarar quilombolas!
Apesar de os laudos antropológicos comprovarem o contrário, as instituições
oficiais passaram a reivindicar por eles e para eles uma terça parte das terras
do município!
Ressalto mais uma vez que tanto em Santa Catarina como no Paraná as
rodovias federais se acham em péssimas condições, o provoca filas intermináveis
de caminhões, acidentes fatais, apesar das infindáveis placas “Obras do PAC”! São mais algumas ocorrências que a título de
amostragem consigno para que o leitor faça ideia do que vem ocorrendo entre nós.
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