Trigo: safra do
Paraná fará reduzir importação
Produtores do Paraná decidiram
aumentar 200 mil hectares a área de plantio do trigo. A ideia é fomentar a
triticultura na região e diminuir em um milhão de toneladas o volume do produto
importado. Isto reduziria a dependência das importações, de alto custo, feitas
para atender a demanda por fabricação de farinha branca.
Como o preço do milho ‘safrinha’
estava muito baixo além da quebra por problemas climáticos, os produtores que
já cultivavam 970 mil hectares de trigo resolveram aumentar a área para até 1,2
milhão de hectares.
"De março até agosto, devemos
ter uma demanda em torno de 5 milhões e 500 mil toneladas. As importações no
setor devem ficar na média de 4,5 milhões e, destas, 3 milhões vêm apenas dos EUA",
diz o presidente do Moinho Pacífico, Lawrence Pih.
O executivo conta que o preço do
trigo norte-americano, acrescido de impostos e frete, chega a São Paulo por US$
455 por tonelada. O argentino custa em torno de US$ 450 por tonelada, então, se
o produtor nacional exigisse até R$ 1.000,00 por tonelada, ainda estaria na
paridade do mercado, mas ainda não possui produção suficiente para atender a
demanda.
"O câmbio está comportado em US$ 2,35, mas o preço do trigo foi mais forte que a queda no câmbio e é provável que isso seja repassado à cadeia a partir do mês de abril", avalia Pih.
"O câmbio está comportado em US$ 2,35, mas o preço do trigo foi mais forte que a queda no câmbio e é provável que isso seja repassado à cadeia a partir do mês de abril", avalia Pih.
Com o aumento na produção do Paraná,
Pih projeta um avanço de 2 milhões de toneladas na produção da triticultura
nacional. "Além disso, o clima nos Estados Unidos preocupa e tem elevado
os preços do produto no mercado externo", lembra. Em 30 dias, o cereal
acumula valorização de 15,4% na Bolsa de Chicago.
Segundo o presidente da Federação da
Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Jardim, a Argentina liberou
cotas de 3 milhões de toneladas de trigo para exportação e o Brasil é um dos
principais importadores, em função de um acordo de isenções fiscais com países
do Mercosul.
"Se essas cotas não fossem liberadas para o
Brasil, o preço do produto nacional reagiria e beneficiaria o produtor. O novo
ministro da Agricultura, Neri Geller, já disse que, se depender de seu
ministério, não haverá mais isenções", afirma Jardim.
Para Mafioletti, da Ocepar, faltam políticas
públicas de incentivo à produção do trigo no Brasil, não só no Paraná como em
outros estados, como os da região central do País.
Factrigo
Já tramita na Assembleia Legislativa, projeto de lei (455/2013) do deputado
José Riva (PSD-MT), que institui o Fundo de Apoio à Cultura do Trigo
(Factrigo), com o objetivo de estimular a pesquisa, a produção e
industrialização do trigo, a exemplo do que ocorreu com outras culturas como a
soja.
"A região tem potencial de plantio em 100 mil
hectares no Mato Grosso, mas ainda estamos em processo de análise", diz o
secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Luiz
Alécio.
DCI, Nayara Figueiredo 24 de março de 2014
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