Lula atacou as “elites” na última sexta-feira, classificando-as de
“ingratas” de vez “nunca ganharam tanto quanto no governo do PT”. Trata-se de
uma afirmação e tanto de vez que tem dois conteúdos de duvidosa interpretação.
O primeiro é que o ex-presidente dá a entender que o governo do PT serviu mais
as elites que à sua base de apoio original, os distintos trabalhadores.
O
segundo aspecto é que Lula interpreta a política, mesmo que em seu grau mais
prosélito, como um jogo de gratidão ou ingratidão como se fosse um jogo entre
amigos. Logicamente, o presidente de honra do PT sabe que as coisas não
funcionam assim e que no discurso tudo é possível.
Todavia, o maior paradoxo desta fala de Lula seja o fato de que nunca no
governo petista houve tanta dependência das “elites” para que o futuro do
governo seja melhor que o previsto.
Afinal, serão as “elites”, vulgarmente
alinhadas com o capital (que não tem mais pátria), que decidirão se investem ou
não no pais e, com efeito, mudam o cenário de fraqueza da demanda.
O Brasil
precisa de investimentos e a coisa é urgente pois que os salários (consumo) já
não fornecem o ingrediente para fazer o PIB crescer. Os sinais que tem sido
emitidos pelas “elites” não são confortadores.
Silenciosamente, em alguns casos
(os industriais, por exemplo), e em voz alta em outros (o mercado financeiro),
os membros do andar de cima da sociedade estão trabalhando para afastar Dilma
Rousseff do poder e, se for possível e Lula tropeçar, o próprio PT.
Lula também
sabe disso e está gostando de surfar nestas ondas turbulentas, ora flertando
com a candidatura presidencial à reeleição, ora tentando atrair atenções para a
sua própria candidatura.
Ou seja, o ex-presidente Lula, está mesmo é afagando
as elites, das quais parece gostar. Se não gosta, sabe bem fingir…
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