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O SR. LAEL VARELLA (DEM-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, os franceses costumam dizer que partir é morrer um pouco. É o que estou fazendo no momento, não sem muita emoção, pois foram 28 anos durante os sete mandatos consecutivos recebidos para representar o povo mineiro na Câmara dos Deputados. Afinal, chegou a hora de minha despedida.
Com
a sensação do dever cumprido, e, portanto com a consciência tranquila, posso
afirmar com São Paulo apóstolo, que procurei combater o bom combate, procurei
cumprir minha missão e guardei a minha fé. E este espírito de fé era
reconhecido a cada eleição, pois a confiança e o número de eleitores não
fizeram senão crescer.
Agradeço de
todo coração o povo mineiro pelos 243 mil e 884
votos que recebi nas eleições de 2010, colocando-me como o deputado mais votado
do partido, e o segundo mais votado no Estado, ao sufragar-me com praticamente
o dobro dos votos da eleição anterior. Ao deixar esta Casa, agradeço a Deus por
intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a quem
renovo minhas preces em ação de graças.
Agradeço
ainda a Providência por ter-me concedido saúde e disposição para o trabalho e,
enquanto representante de importante parcela do povo montanhês, espero poder
continuar lutando com ardor sempre crescente na defesa dos valores básicos de
nossa civilização cristã, sobretudo nessa quadra histórica em que os
brasileiros estão perplexos e indignados – e com quanta razão! – com a nossa
conjuntura política.
Todos
anelam o bom exemplo, a mudança, enfim, querem desenvolvimento do Brasil em
todos os sentidos. Mas, não nos iludamos, pois acima de tudo eles desejam que
isso aconteça dentro do respeito a Deus, à nossa Fé e às nossas raízes cristãs,
valores indispensáveis para alcançarmos progresso autêntico.
Com
efeito, a criminalidade e a violência continuam avassaladoras, assustando o
nosso povo pacífico e ordeiro. A corrupção se tornou endêmica. Nessa república,
como dizia Rui Barbosa, o homem passou a ter vergonha de ser honrado. Honra –
esta é a palavra-chave – que se desdobra em valores como dignidade, respeito e
reconhecimento.
É
em nome da honra que milhares e milhares de cidadãos mantêm a esperança de dias
melhores para essa Terra de Santa Cruz. Honra é o que todos buscam. E honra
justamente é o que lhes tem sido negado! Sr. Presidente, meus pares, foram esses
os valores que procurei defender da tribuna desta Casa.
A
súmula de minhas intervenções no Legislativo foi coligida em cinco obras:
Delenda Reforma Agrária! (1996);
Minas: Peito de Ferro, Coração de Ouro
(1997);
Delenda Reforma Agrária II – Ignorância ou má-fé? (1998);
Brasil: Terra adorada ou Terra arrasada – Delenda Reforma Agrária –III
(2002);
Minas: um estado de espírito (2000).
E um sexto livro – Minas:
um estado de espírito (II) – está no prelo.
Em
meus pronunciamentos, todos são testemunhas – graças ao bom Deus – não me
faltaram forças e coragem para tratar de temas delicados como os candentes
problemas que vêm afligindo a família brasileira. E, se tais pronunciamentos
foram incisivos, os fiz por amor à justiça para mais bem me opor à iniquidade,
mas sempre me balizando pela virtude cardeal da temperança.
A
situação atual é triste para não dizer dramática. O nosso povo quer mudanças e
rejeita essa forma de governo que o PT vem impingindo ao país há mais de uma
década. Somente um governo baseado em princípios sólidos poderá corrigir esses
erros, pois sobre as meias verdades nada de sério e de estável se pode
construir.
Nesse
sentido repito as ideias sintetizadas em excelente manifesto do Instituto
Plínio Corrêa de Oliveira: A defesa da vida humana inocente desde a
fecundação até a morte natural, isto é, o rechaço à legalização do aborto, da
eutanásia, e das drogas. Defesa da família como Deus a fez: um homem e uma
mulher.
A
não intromissão do Estado no direito dos pais à educação dos filhos. Proteção
às propriedades rurais e urbanas, alvo crescente de invasões. Amparo ao
agronegócio, esteio de nossa economia. Rejeição à sovietização do Brasil
através de conselhos populares e movimentos sociais.
Sr.
Presidente, sem a adoção desses valores o Brasil real e profundo viverá à
margem do mundo oficial, sem se sentir representado. É triste, mas previsível.
Estamos vendo e vivendo isto diuturnamente, e, amanhã, ainda poderá ser pior.
Voltando os olhos para os céus, mais uma vez invoco Nossa Senhora Aparecida,
Rainha e Padroeira do Brasil, para que Ela vele de modo especial pela Sua, e,
ao mesmo tempo nossa pátria, e nos proteja sempre.
No
momento em que me despeço desta Tribuna, aproveito para apresentar a esta Casa
e ao Brasil o meu filho Misael Varella que dará continuidade às
minhas lides aqui na Câmara dos Deputados. Misael se apresenta não apenas com a
força e a coragem próprias da juventude, mas cheio de esperança na convicção de
que dará o melhor de si pelas causas mais nobres de Minas e do Brasil.
E
começou bem, pois mereceu os votos de 258 mil e 363 mineiros, sendo o deputado
mais votado do partido e o terceiro candidato mais votado em Minas Gerais.
Como pai, deixo para ele a minha bênção: que Deus o abençoe. Para os pares
e funcionários desta Casa, toda a minha gratidão. Feliz e santo Natal para
todos, extensivos às suas famílias!
Tenho
dito.
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