Famílias prometem que só
saem 'mortas'
FÁTIMA LESSA, ESPECIAL PARA AE - Agência Estado
Começa segunda-feira, 10, a retirada das famílias que residem dentro da Terra Indígena Marãiwatsédé pertencente aos índios da etnia Xavante e localizada entre os municípios de São Félix do Araguaia e Alto da Boa Vista, norte do Mato Grosso.
O clima é tenso. Pequenos produtores e comerciantes dentro da área afirmam que não vão deixar o local.
"Vamos fazer uma barreira e só sairemos mortos", disse um manifestante em matéria veiculada em uma TV local.
Há mais de 30 dias, centenas de policiais - federais, rodoviários federais e da Força Nacional - estão na área. Desde o início da semana diversas manifestações de protestos foram realizadas na BR-158, impedindo a passagem de caminhões.
A saída dos fazendeiros e posseiros que ocupam a área indígena deveria ter acontecido até o fim do mês de setembro.
Poucos dias antes do fim desse prazo, duas decisões do Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspenderam a decisão, desobrigando, temporariamente, a saída dos ocupantes da área.
Diante destas decisões, o Ministério Público Federal recorreu ao STF e ao STJ, no sentido de obter uma decisão que restabelecesse as sentenças de primeira e segunda instâncias judiciais que declararam que a terra pertence aos xavantes.
A procuradora da República Marcia Brandão Zollinger disse que a equipe responsável pela ação tem a preocupação de prestar assistência às pessoas que deixarão a terra indígena, cumprindo a decisão judicial.
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