Psicose Ambientalista (VI)
No seu sentido
ordenado e bom, o ambientalismo consiste na preservação da natureza — o conjunto
dos elementos terra, água e ar — a fim de propiciar uma vida saudável das
plantas, dos animais e especialmente dos homens.
Conforme se lê
no Gênesis, já na criação Deus dispôs
a natureza para servir ao homem. As plantas e os animais, ao se reproduzirem,
servirão de alimento para o homem. Entretanto, Deus estabeleceu como punição
pelo pecado de Adão o trabalho penoso:
“Os meus eleitos comerão eles mesmos o fruto do trabalho de
suas mãos” (Is. 65, 17-25). Em
consequência do pecado, a natureza tornou-se hostil, e precisa ser dominada pelas
habilidades e talentos que Deus concedeu ao homem.
Tal domínio requer
conhecimento de regras, leis e segredos da natureza, de forma a utilizar de maneira
sapiencial todos os seus recursos. Esse é o aspecto utilitário da natureza.
Do ponto de vista metafísico, este aspecto se transcende,
sem contudo dispensar nem diminuir o esforço humano.
O conhecido lema ora
et labora, praticado e difundido pelos monges beneditinos desde o século
VI, proporcionou o processo civilizatório da Europa, pois a visão metafísica,
quando bem entendida, ajuda o homem a mobilizar todas as suas energias para a
realização da perfeição.
No
século XIX, o grande historiador Montalembert rendeu homenagem a esses monges,
pelo grande trabalho agrícola que empreenderam:
“É impossível esquecer como
souberam aproveitar tão vastas terras incultas e desabitadas (um quinto de todo
o território da Inglaterra), cobertas de florestas e cercadas de pântanos”.
Essas eram, com efeito, as características da maior parte das terras que os
monges ocupavam, em parte por tratar-se de lugares mais retirados e
inacessíveis — o que favorecia a vida em solidão — e em parte por serem terras
que os doadores leigos lhes ofereciam.
Ao desmatar as florestas para
destiná-las ao cultivo e habitação, tinham
o cuidado de plantar árvores e conservar as matas, dentro do possível.
O historiador
norte-americano Thomas Woods, em sua obra Como
a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental, destaca um exemplo
particularmente vivo da salutar influência dos monges no seu entorno físico,
analisando os pântanos de Southampton, na Inglaterra. (Continua)
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