A “Greve Geral”, O anti-Brasil e o Brasil autêntico
Convocada por movimentos esquerdistas, a “greve
geral” do dia 28 de abril malogrou. Foi um fiasco retumbante e vergonhoso.
Funcionários
da prefeitura regional do bairro de Pinheiros (SP) dormiram no próprio
estabelecimento com o receio de não conseguirem transporte no dia 28 para
trabalharem…
O comércio funcionou apenas parcialmente, não por
causa da adesão dos brasileiros à greve, mas por terem sido impedidos de circular
por piqueteiros do PT, que criaram dificuldades aos meios de transporte.
Escolas ficaram fechadas, mas tampouco por adesão dos alunos à greve, e muito
menos de seus pais, mas devido à adesão de sindicatos de professores e à
paralisação do transporte.
Ônibus incendiados e pneus queimados em ruas e
rodovias a fim de impedir que os trabalhadores honestos pudessem exercer seus
direitos; estabelecimentos depredados, placas de sinalização do trânsito
arrancadas e lançadas contra vidraças; paus, pedras e garrafas jogados contra
as forças de segurança; lixo espalhado pelas vias percorridas por grupelhos
organizados e financiados por sindicatos filiados ao Partido dos Trabalhadores.
Fazendo
um sintético balanço dessa sexta-feira de “greve geral”, sou levado a crer que
da velha e enferrujada espingarda petista partiu mais um tiro que saiu pela
culatra; mais um tiro no pé do próprio Lula, mais um prego no caixão do próprio
PT.
Esse “tiro” atingiu também muitos padres da
“esquerda católica” e bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. O próprio
secretário-geral da CNBB, D. Leonardo Steiner, pediu que seus membros apoiassem
à CUT e os sindicatos que promoveram tal greve e recomendou que os colégios
católicos aderissem à paralisação geral.
55ª
Assembleia Geral da CNBB, reunida em Aparecida, de 26 de abril a 5 de mail
[Foto CNBB]Nessa tentativa fracassada de incendiar o País, vimos que esses
eclesiásticos em vez de pregarem a palavra divina de vida eterna para a
salvação das almas, eles se meteram de cabeça para pregar — utilizando os
mesmíssimos pretextos das esquerdas — sobre previdência social, leis
trabalhistas e lucros das grandes empresas…
Em vez de pregarem a harmonia
evangélica entre as classes sociais, pregaram a luta de classes própria da
arenga comunista. Atitude inconcebível que causou escândalo em muitas fileiras
do laicato católico, indignadas com a posição marxista da CNBB, a qual elas
responsabilizam, por exemplo, pelo abandono de igrejas e pelo êxodo de fiéis em
benefício das seitas protestantes.
A propósito desta “greve geral”, cujo objetivo era
lançar o Brasil em convulsões revolucionárias — que poderiam afundar o País num
regime tipo “cubazuela” — recordemos um admirável apelo de Plinio Corrêa de
Oliveira aos brasileiros, para não se deixarem arrastar pelas agitações
subversivas.
Brasil da bondade, afetivo e cristão
Plinio
Corrêa de Oliveira
O povo
brasileiro sempre foi conhecido como afetivo, ordeiro e pacífico. Tal feitio de
alma lhe vem da tradição profundamente cristã. E constitui um nobre obstáculo a
que a Nação se deixe levedar pelos fermentos revolucionários indispensáveis
para o êxito do socialismo e do comunismo.
É por isto que as forças da desagregação e da
desordem deitam tanto empenho em criar a ilusão do contrário, apresentando
nossa população como desordeira, agressiva, revoltada.
Lanço um apelo para que o Brasil da bondade, o
Brasil afetivo, o Brasil cristão continue idêntico a si mesmo, e não se deixe
arrastar pelas solicitações da violência, seja física, seja moral. Nós
brasileiros não somos afeitos à revolta e à subversão, ao contrário do que
propalam os agitadores. E por mais razões que tenhamos para estar descontentes,
procuramos resolver nossos problemas dentro da paz autêntica, da paz cristã que
Santo Agostinho definiu lindamente como sendo a tranquilidade da ordem.
Nosso povo tem bem consciência dos imensos recursos
e possibilidades do território nacional, e sabe que o aproveitamento de toda
esta potencialidade através de um trabalho empreendedor e confiante, pode
tornar o Brasil uma das primeiras nações do mundo no século XXI.
Trabalho
que exige esforço árduo, ânimo forte. Mas não foi assim que nossos antepassados
dilataram as fronteiras do País? Embora sem a comodidade oferecida hoje pelo
progresso, eles galgaram serras, venceram florestas, atravessaram rios e
transpuseram pântanos. E extraíram da terra, pelo plantio, pela criação e pela
mineração, os recursos de que hoje vivem os brasileiros. Por que não podemos
recobrar essa fibra, essa força de alma que nasce da Fé católica que eles nos
legaram?
Não será, pois, com revoluções mortíferas,
dissensões internas, tensões estéreis entre irmãos, de que haveremos de
aproveitar as vastidões ainda inexploradas de nosso território. Mas é com esse
espírito empreendedor, ordeiro e cheio de Fé, que podemos alcançar de Deus, por
intermédio de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a grandeza
cristã, que deve ser a nossa, nas novas etapas históricas que se aproximam.
·
(Plinio Corrêa de Oliveira, Agitação
social, violência: produtos de laboratório que o Brasil rejeita, Editora
Vera Cruz, São Paulo, 1984, p. 44).
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