Lei de Migração: outros erros e tolices também foram debatidos por anos
Brasil 06.05.17 14:51
Em 9 de abril, Aloysio Nunes
reagiu às críticas à nova Lei de Migração afirmando que "a extrema direita
brasileira encontrou um ponto comum com sua heroína Marine Le Pen: ódio aos
imigrantes".
Na terça-feira, 2 de
maio, manifestantes contrários à lei foram vítimas de um ataque com bomba na
Av. Paulista, flagrado pela câmera de um deles e divulgado depois nas redes
sociais. Quatro pessoas foram detidas, entre elas o refugiado sírio Nour
Alsayyd e o empresário palestino Hasan Zarif, dono de um bar no Bixiga.
Na quarta-feira, 3, eles foram
liberados após uma audiência de custódia, mas não poderão deixar a cidade de
São Paulo por mais de 15 dias sem autorização e foram impedidos de participar
de manifestações relacionadas à nova Lei de Migração.
Na sexta-feira, 5, ao comentar o
protesto, o ministro das Relações Exteriores continuou acusando de extremistas
as vítimas do ataque: "Acho que foi uma meia dúzia de gatos pingados, de
radicais de extrema direita que não terá maior repercussão".
No mesmo dia, o Estadão publicou
um editorial crítico à nova lei, legitimando em boa parte as preocupações dos
manifestantes; e O Antagonista repercutiu um trecho, apontando como espantosa a
extrema leniência de Aloysio Nunes e companhia.
Neste sábado, 6, o ministro publicou
uma nota sobre o editorial do Estadão, enviada também a este site, na qual há
trechos assim:
"O tema é de
fato complexo e por isso foi discutido longa e detalhadamente. Antes mesmo de
meu projeto de lei ser apresentado, em 2013, por anos houve debates entre
técnicos do governo e especialistas."
"Todos esses
aspectos foram debatidos ao longo de anos."
"Cada um dos
artigos da nova lei foi produto de um extenso debate envolvendo áreas da
polícia federal, do gabinete de segurança institucional, dos ministérios da
justiça, relações exteriores e do trabalho e emprego."
Outros erros e
tolices foram debatidos ao longo de anos e não deixaram de ser erros e tolices.
Aliás, pioraram.
Fonte: O Antagonista
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