O Brasil desconhecido
Edson Carlos de Oliveiria
Da esquerda para a direita: Dr. Plinio Xavier, Dr. Evaristo
Miranda, Dr. Adolpho Lindenberg, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, Dr. Caio
Xavier da Silveira e Dr. Mario Navarro.
O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira realizou na noite do
dia 18 de abril último, diante do auditório lotado do Club Homs, em São Paulo,
importante conferência do Professor Evaristo Eduardo de Miranda sobre o Brasil
que os brasileiros não conhecem.
O Dr. Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto, abriu o
evento relatando o combate de 50 anos empreendido por Plinio Corrêa de Oliveira
e seus discípulos contra a Reforma Agrária socialista e confiscatória no
Brasil, panaceia cujos princípios remontam à Revolução bolchevista de 1917 na
URSS.
Tirar os pretextos pseudocientíficos desse surrado slogan revolucionário
é um trabalho ao qual o Instituto atribui extrema importância. Por sua vez,
graças à Embrapa, é possível defender cientificamente a eficácia da atual
agricultura brasileira e ajudá-la a progredir cada vez mais.
* * *
Coube ao Dr. Mario Navarro da Costa, diretor do Bureau da
TFP norte-americana em Washington, apresentar o vasto currículo do
conferencista — sem dúvida um dos maiores conhecedores da agricultura, da
riqueza do solo e do potencial do Brasil.
Além de pesquisador da Embrapa, o Dr.
Evaristo Miranda é consultor da FAPESP, FAO, OEA e UNESCO, autor de diversos
livros e artigos, bem como renomado conferencista internacional.
* * *
Os dados apresentados pelo Dr. Evaristo desvendaram ao
público um Brasil desconhecido e enfatizaram como a agricultura é por
excelência o setor moderno e pujante da economia nacional.
O mais importante,
segundo o conferencista, não é saber se o Brasil é o maior produtor disso ou daquilo,
mas como ele chegou a esse patamar.
O conferencista mostrou como um incremento de volume e
qualidade de pesquisas em biotecnologia e em transgênicos vem se verificando na
zona agrícola, sem necessidade de expandir o respectivo território.
Um exemplo
surpreendente foi o resultado produzido pelo sistema de plantio direto. Ele
reduziu tanto a erosão de terra no Paraná que chegou a modificar a cor das
cataratas do Iguaçu de vermelho barrento para verde cristalino.
O Brasil é o País que mais protege sua fauna e sua flora, a
ponto de 30% de seu território serem compostos de áreas ambientais — áreas, a
bem dizer, que serviriam para a agricultura ou a pecuária.
Basta comparar com
dois outros grandes países — Estados Unidos e China — o primeiro dos quais protege
o Alasca (!) e o segundo o deserto (!) de Gobi, ou seja, áreas não produtivas.
Além do mais, a atual legislação brasileira obriga o proprietário a manter
reservas florestais inclusive dentro de suas próprias terras. Não obstante isso
constituir um abuso da parte do Estado, serve como mais uma prova da potência
agrícola que é o Brasil.
Assim, somos o celeiro do mundo; produzimos grãos para
alimentar 1 bilhão de pessoas e oferecemos três de cada quatro copos de suco de
laranja bebidos mundo (75% da produção mundial); abatemos anualmente 42 milhões
de bois, 35 milhões de suínos e 5,5 bilhões de frangos; no País vacas produzem
31 bilhões de litros de leite e nossas galinhas, 2,5 bilhões de dúzias de ovos.
E quem é o maior beneficiário de tudo isso? O agricultor?
Não! — A população urbana, que teve o valor da cesta básica reduzido em 50% em
40 anos.
A conferência foi extremamente elucidativa, sendo impossível
relatar aqui todos os dados apresentados pelo Dr. Evaristo Miranda. Por isso
convidamos nossos leitores a assistirem ao vídeo completo que será em breve
publicada no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.
* * *
No encerramento, o príncipe Dom Bertrand de Orleans e
Bragança chamou a atenção do público para a vocação agrária do Brasil e pediu à
Providência Divina para nos ajudar a realizá-la na sua plenitude.
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