Índios bloqueiam estradas e cobram ‘pedágio’
Arco e flecha em punho e cara de poucos amigos. Os bloqueios indígenas em estradas têm se
tornado mais freqüentes e ousados. No trajeto de entrega das flores, caminhoneiros
relataram ter passado por um “pedágio” como esse no trecho entre Barra do Corda
(MA) e Teresina (PI).
A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) identificou
na semana passada ao menos quatro
localidades onde os “pedágios indígenas” se tornaram rotineiros e, por vezes,
violentos. Segundo a entidade, a
prática tem sido tolerada pelo Estado.
A cobrança também tem se sofisticado, com a criação de tabelas de preço para cada tipo de
veículo. Caminhões pagam entre R$ 30 e R$ 40; carros de passeio, R$ 20, e
motos, R$ 10, diz a associação.
Na BR-070, entre Barra do Garças e Primavera do
Leste (MT), xavantes, da aldeia Sangradouro, bloqueiam estradas e cobram
pedágio para permitir a passagem de carga. Casos de saque a cargas sobre caminhões quebrados ou acidentados também são comuns, relata a Abcam.
Outra região em que
o pedágio já foi até anunciado fica na BR-117, rodovia que dá acesso ao
município de Boca do Acre (AM). Ali, índios da etnia apurinã avisaram que cobrarão
pedágio em junho. Instalados às margens da BR-226, entre Barra do Corda (MA) e
Teresina (PI), índios Guajajaras usam
até armas para intimidar os motoristas, segundo a associação.
A Funai informa que a
apuração de saques a cargas e atos violentos contra motoristas cabe às forças policiais e que não tem atribuição para intervir em
ações como essas. Nega apoio a qualquer bloqueio em vias com o objetivo de
cobrar dinheiro e afirma que “procura
conscientizar” os índios sobre a gravidade desse tipo de ação.
Folha de S. Paulo, domingo, 7 de abril de 2013 (Agnaldo Brito)
Nenhum comentário:
Postar um comentário