CARLA
JIMÉNEZ-El País
A Odebrecht e a Andrade Gutierrez são
duas multinacionais brasileiras com forte presença no exterior. Ambas foram
fundadas nos anos 40 - a primeira, por Norberto Odebrecht, avô de Marcelo, que
foi detido nesta sexta-feira – e tiveram participação nas principais obras
brasileiras, de metrôs a hidrelétricas e aeroportos, passando por obras para Copa
do Mundo.
Em 1979, a Odebrecht iniciou o processo de
internacionalização, ampliando sua esfera de negócios em toda a América Latina,
Europa, África e Estados Unidos, num total de 20 países, com obras relevantes,
como o porto Mariel, de Cuba. A receita com os projetos no exterior
representa 70%.
O grupo emprega 170.000 pessoas e faturou, somente
em 2014, 33,2 bilhões de reais.
Já a Andrade Gutierrez, com receita líquida de
8,4 bilhões de reais, iniciou sua estratégia para o exterior na década de 1980,
quando construiu aeroportos e rodovias no Equador, Peru e México. Hoje, está em
28 países da África, Europa, América Latina e Oriente Médio.
A importância dos dois conglomerados para a
atividade econômica faz a prisão de Marcelo, neto do fundador Norberto Odebrecht,
e de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, ganhar uma dimensão preocupante.
Azevedo é um dos mais influentes executivos no país, tendo feito carreira no
setor de telecomunicações, até chegar à holding AG nos anos 90, que inclui
empresas de telecomunicações, saneamento, tecnologia e defesa.
Tanto Marcelo
como Azevedo sempre foram referência de sucesso e alvo de reportagens de
revistas de negócios.
A dúvida agora é até que ponto os projetos das duas
empresas podem ser afetados, e de que forma esse imbróglio pode contaminar a já
fragilizada economia brasileira neste ano.
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