sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Eucalipto desponta como importante...


... fonte de renda em Minas Gerais



Em uma fazenda no município de São Sebastião do Oeste, centro oeste de Minas Gerais, há 1.400 hectares de eucalipto. A produção é vendida para o setor da construção civil.

No Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, a área plantada com eucalipto aumenta todos os anos em 300 mil hectares. Isso acontece porque é cada vez maior o número de produtores rurais que utiliza madeira para diversificar a renda no campo.

Na fazenda Campo Alegre, município de Itapecerica, no lugar da lavoura de milho, o agricultor Amilton Naves plantou eucalipto e braquiária. Enquanto as árvores crescem, o produtor usa a área como pastagem.

As pecuárias de corte e de leite sempre foram as principais atividades, mas há dois anos o eucalipto ganha cada vez mais espaço. “Hoje temos 25 hectaresplantados e o objetivo é aumentar o plantio em 10 hectares por ano. A gente acredita que o eucalipto a longo prazo vai ser uma das grandes atividades para o produtor rural devido à alta demanda para madeira na construção civil”, explica.

No leste de Mato Grosso do Sul, em Três Lagoas, a 340 quilômetros de Campo Grande, durante muitos anos, o município se destacou por ter um dos maiores rebanhos bovinos do estado. Agora, as pastagens foram substituídas em boa parte por florestas de eucalipto.

Armando Almeida é produtor rural há 30 anos. Quando comprou a propriedade de dois mil hectares teve como atividade principal a pecuária. Há oito anos, a pastagem estava degradada, dominada por uma praga e precisava de reforma. Foi quando surgiu a alternativa do eucalipto.

Hoje, Armando tem 1.200 hectares de florestas plantadas. A primeira colheita já foi feita e ele pretende prorrogar por mais sete anos o contrato com a fábrica de celulose.

As florestas de eucalipto ocupam uma área de 1,160 milhão de hectares no município. A produção é consumida por duas indústrias: de papel e de celulose. Uma terceira, também de celulose, já está se instalando na região e deve começar a funcionar no segundo semestre deste ano.

A instalação das fábricas teve incentivos fiscais, como a isenção do ICMS, mas a economia do município por outro lado se beneficiou e o movimento do comércio aumentou.

Márcio Neves é um exemplo das pessoas que tiveram aumento na renda. Antes, ele trabalhava em uma indústria do setor têxtil e ganhava R$ 600 por mês. Agora, é operador de colheitadeira e o salário subiu para R$ 2 mil. “Estou feliz profissionalmente, a remuneração e a qualidade de vida estão muito boas”, comemora.

Fonte: Globo Rural / G1

Mamata no campo

Esmola a um homem são...



Xico Graziano


O baque financeiro da Europa está, obviamente, afetando seus negócios produtivos. Sabe-se que haverá um empobrecimento generalizado por lá. Pode-se imaginar, porém, que a agricultura europeia, acomodada historicamente pelos subsídios, se rejuvenescerá nesse doloroso processo. Crise, sempre, abre novas oportunidades de progresso.


Criada como um dos três pilares iniciais da então Comunidade Europeia, a Política Agrícola Comum (PAC) vigora desde 1962. Sua formulação básica oferecia subsídios variados aos produtores rurais visando a assegurar o abastecimento e, ademais, garantir a renda rural. Fazia todo o sentido. A segurança alimentar representava um desejo básico da população, obrigada durante a guerra a dividir o bife do almoço. Quando ele existia.


Apoiando fortemente os seus agricultores, os europeus viram florescer o campo. As políticas de bem-estar social puderam contar com a fartura da mesa, e ainda sobrava comida. E a Europa tornou-se uma grande exportadora agrícola.


No final da década de 1980, entretanto, o protecionismo agrícola europeu começou, por várias razões, a ser questionado. Primeiro, no âmbito da OMC, pelos países emergentes, como o Brasil, que queriam derrubar as barreiras comerciais e abrir os mercados para seus produtos.


Segundo, internamente, os subsídios e os estoques oneravam em demasia o orçamento público comum, representando até 70% de seus gastos. Terceiro, os consumidores europeus perceberam que produtos do exterior poderiam, sem as barreiras, chegar mais baratos ao supermercado.

A política europeia para a agricultura começou a ser revisada em 1992. Alguns mecanismos regulatórios foram afrouxados, abrindo frestas para importações. Mas as transferências diretas de recursos, que ainda representavam metade do orçamento da UE, contavam com a ferrenha defesa das entidades rurais, lideradas por França e Alemanha.


E na opinião pública do Primeiro Mundo, ao contrário do Brasil, quando os ruralistas se manifestam, recebem simpatia da população.


A razão é simples: ao permanecerem pastoreando e cultivando suas terras, como ancestralmente o faziam, os antigos camponeses deixam de migrar para competir com o saturado emprego urbano.


Assim os formuladores da nova PAC europeia bolaram o conceito da “multifuncionalidade rural”. Significa o quê? Um reconhecimento de que os agricultores, além de produzirem alimentos e matérias-primas, são importantes também por preservarem os costumes do campo e manterem a paisagem rural.

Boa parte da população da Europa vive fora dos grandes centros urbanos. Tais regiões onde o campo se urbanizou, denominadas por alguns estudiosos como rurbanas, são adoradas pelos moradores das cidades, que as defendem politicamente.


O bucolismo do campo favorece o turismo e a culinária, valoriza o modo de vida típico do europeu tradicional, agrega as benesses da modernidade e da comunicação.

As modificações na política agrícola protecionista mostraram-se relativamente positivas. Rebaixaram o custo dos subsídios para o nível médio de 42% do orçamento comum da UE. Os estoques caíram, pois, afinal, os agricultores passaram a receber uma ajuda de custo — justificada pela multifuncionalidade — sem correspondência com o nível da produção. E se acostumaram com isso.


Esse acabou se tornando um grande problema da agricultura europeia. Seus excelentes produtores rurais envelheceram e se tornaram, em certo sentido, preguiçosos.


Se a vaca dá pouco ou muito leite, pouco importa, ele recebe ajuda de custo por animal, do mesmo jeito. Há um agravante: os subsídios distribuem-se desigualmente entre os pequenos agricultores e os mais ricos, integrados nas grandes corporações do setor de alimentos.


Resultado: com o passar do tempo a UE tornou-se uma grande importadora de alimentos.

Agora, com a crise financeira cortando as regalias da economia, tornar-se-á mais difícil manter os subsídios agrícolas, que sustentam um sistema produtivo ineficiente, incapaz de concorrer. Um choque de gestão começa a varrer a agricultura europeia. Algo parecido acomete a agricultura russa.

No Brasil, enquanto os europeus se acomodavam, os agricultores viravam-se por conta própria para vencer as agruras da lide rural. Alguns permaneceram reclamando contra o governo, e quebraram. A maioria investiu em tecnologia e se tornou empreendedora, na marra.


Venceu na dificuldade. Em Vozes da Seca cantava o saudoso Luiz Gonzaga: Seu dotô, uma esmola a um homem qui é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Não apenas no campo, mas alhures, a mamata pública destrói a inovação. Compromete o futuro.


Fonte: O Estado de S. Paulo, terça-feira, 24 de janeiro de 2012

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Demarcações de reservas indígenas


Deputados querem ordenar a matéria



Para Moreira Mendes (PSD-RO), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária, um dos principais objetivos do grupo será votar a lei que submete ao Congresso as demarcações de terras indígenas e quilombolas, atualmente prerrogativa do Executivo.


Na prática, isso vai dificultar a criação dessas reservas, já que os ruralistas têm muita força no Congresso.


"Tem gente que acha que nós deveríamos fechar o país e ficar só com índio e quilombola. É a farra dos quilombolas.


Sempre tem ONGs por trás disso", disse o deputado.


Fonte: Folha de São Paulo

Terrítórios indígenas


Ruralistas querem definição


Desde a demarcação da Raposa/Serra do Sol, que foi contestada até o STF decidir a favor de sua demarcação em 2009, os ruralistas têm tentado alternativas para rever a situação das terras indígenas.


O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), disse que, depois da discussão do novo Código Florestal, este será o próximo embate legislativo do setor.

O deputado argumenta que está sento proposta a ampliação de áreas indígenas, quando a Constituição foi clara ao dizer que os índios têm direito às terras que ocupavam em 1988.


“O que está acontecendo é que a Funai, ou alguém desconhecido, importa índios de um lugar para outro, com o objetivo de justificar a ação antropológica, e o Brasil precisa conhecer isso”, afirma.

A Raposa/Serra do Sol tem 1,7 milhão de hectares e ocupa 7,7% do estado de Roraima. Na região, 6 mil hectares eram cultivados por arrozeiros, que foram obrigados a deixar a área.


Ainda resta saber se a CCJ aceitará o adiamento da votação da PEC 215/00, mas o deputado Osmar Serraglio disse que todos os lados estavam representados na reunião com o ministro da Justiça e concordaram com a criação de novas regras de demarcação.


“A comissão é soberana, mas, como relator, usarei todos os mecanismos possíveis para dar esse tempo ao ministro”, disse Serraglio.

http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/MEIO-AMBIENTE/207954-DEPUTADOS-RURALISTAS-QUEREM-REVER-DEMARCACAO-DE-TERRAS-INDIGENAS.html

Demarcação de terras indígenas


Necessidade de revisão



Desde a demarcação da Raposa/Serra do Sol, que foi contestada até o STF decidir a favor de sua demarcação em 2009, os ruralistas têm tentado alternativas para rever a situação das terras indígenas.


O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), disse que, depois da discussão do novo Código Florestal, este será o próximo embate legislativo do setor.

O deputado argumenta que está sendo proposta a ampliação de áreas indígenas, quando a Constituição foi clara ao dizer que os índios têm direito às terras que ocupavam em 1988.


“O que está acontecendo é que a Funai, ou alguém desconhecido, importa índios de um lugar para outro, com o objetivo de justificar a ação antropológica, e o Brasil precisa conhecer isso”, afirma.

A Raposa/Serra do Sol, onde residem índios da etnia Macuxi, alguns considerados sem contato externo, tem 1,7 milhão de hectares e ocupa 7,7% do estado de Roraima.


Na região, 6 mil hectares eram cultivados por arrozeiros, que foram obrigados a deixar a área.

Constitucionalidade


Ainda resta saber se a CCJ aceitará o adiamento da votação da PEC 215/00, mas o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) disse que todos os lados estavam representados na reunião com o ministro da Justiça e concordaram com a criação de novas regras de demarcação.


“A comissão é soberana, mas, como relator, usarei todos os mecanismos possíveis para dar esse tempo ao ministro”, disse Serraglio.



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Reserva para 54 índios!



E o Brasil vai sendo triturado...

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) já está investindo na criação de uma nova reserva indígena em Roraima.

Depois dos conflitos envolvendo a Raposa/Serra do Sol, o órgão está articulando no Palácio do Planalto para criar a reserva Anaro, na fronteira Norte do Brasil, unindo-a à Raposa/Serra do Sol e a São Marcos.

São 300 mil m2 destinados a uma população de apenas 54 índios, numa área de grande riqueza mineral.

Assim como ocorreu na demarcação da Raposa/Serra do Sol, temem-se os conflitos com fazendeiros que habitam a região desde 1943 e contestam a propriedade das terras, oficializada com a Constituição de 1988.

A demarcação da nova reserva foi suspensa parcialmente em 2010, por decisão liminar do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes.

INFLUÊNCIA EXTERNA

Outra reserva estaria na mira das ONGs internacionais, pressionando a Funai: Marabitanas, Balaio e Cabeça do Cachorro, unidas a Ianomâni.

Fonte: Cláudio Humberto

O leitor sabe que País é esse?


Uma fábula a álcool


Celio Pezza


Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar.


Seu presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar álcool até para outros países mais desenvolvidos.


Alguns anos se passaram e este mesmo país assombrou novamente o mundo quando anunciou que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e seu futuro como exportador estava garantido.


A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que confundiram a capacidade de pensar de seu povo.


O tempo foi passando e o mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor invadisse seu mercado.


Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio.


Em 2011, o fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e gasolina.


Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de litros e deve trazer de fora neste ano um recorde de 1,5 bilhão de litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor, chamada Petrobras Biocombustíveis.


Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação.


Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos firmados.


Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de álcool adicionada à gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar gasolina, para não faltar no mercado interno.


Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos.
A fábula conta ainda que grandes empresas estrangeiras, como a BP (British Petroleum), compraram no último ano várias grandes usinas produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor.


A verdade é que hoje este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços baixos, importa a preços altos um produto inferior, e seu povo paga por estes produtos um dos mais altos preços do mundo.


Infelizmente esta fábula é real e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil.