sábado, 30 de janeiro de 2016

Produtores rurais: nossas homenagens! Mais de um trilhão de dólares exportados em 25 anos!




O Brasil rural, do agrário ao agrícola

Zander Navarro e Eliseu Alves

O IBGE promete realizar neste ano novo Censo Agropecuário. Se for mantido, reafirmarão, com maior intensidade e nitidez, as tendências principais e o aprendizado extraídos no censo anterior.

A mais reveladora dessas evidências foi iluminar um setor perpassado por preocupante dualidade: de um lado, produção e produtividade espetaculares, o Brasil como potência agrícola; de outro, a persistência da pobreza e as revelações sobre mudanças sociais dramáticas e inéditas. Sobretudo o seu esvaziamento populacional, em parte decorrente da impressionante concentração da riqueza, que limita fortemente as oportunidades sociais.

Em decorrência dessa dualidade, estamos observando o nascimento de uma agricultura sem agricultores. Um setor de alto rendimento econômico, mas sem burburinho social em suas regiões rurais, onde cada vez mais reina o silêncio. Morre o agrário, que deixou tantas marcas em nossa história política e, com ele, os latifúndios, a reforma agrária, o MST e as “lutas sociais”. 

Agonizam o sindicalismo rural e os personagens rurais da literatura. Nasce o essencialmente agrícola, fruto de uma economia de alta produtividade.
Examinado o último meio século, três grandes transformações se destacam. Primeiramente, os preços reais dos alimentos caíram pela metade, permitindo a milhões de brasileiros de renda mais baixa o acesso a dietas mais saudáveis e fartas.

Em segundo lugar, e graças à capacidade dos produtores, verificou-se um extraordinário movimento de intensificação tecnológica, elevando a produção e a produtividade. Pulamos de um patamar então estancado em 50 milhões de toneladas de grãos, em 1980, quando ainda importávamos feijão, para os quase 200 milhões atuais, alçando o Brasil à posição de segundo maior produtor global de alimentos. O ganho mais expressivo foi a constituição de um setor movido pela ciência, o que torna infantis as usuais condenações de “primarização da economia”, pois se formou um sólido setor agroindustrial em torno da produção. Se não fosse assim, a agricultura não ostentaria seus altíssimos índices de produtividade.

Por fim, há outro aspecto decisivo. A agropecuária brasileira, desde a grande crise do início da década de 1980, vem salvando os saldos comerciais do País, cobrindo a contínua perda de importância relativa das exportações industriais, em especial a partir da década de 1990. Em um quarto de século (1990-2014) o total das exportações agrícolas foi de pouco mais de US$ 1 trilhão. Daí a pergunta: sem esse desenvolvimento da agricultura, onde estariam hoje a economia e a nossa sociedade? Certamente, com o crescimento populacional, experimentaríamos uma sucessão de crises intermináveis.

Fôssemos um povo com memória, deveríamos estar homenageando diuturnamente os produtores rurais (grandes e pequenos), que nos vêm salvando a tantos anos, modernizando o setor. Um país com mais consciência sobre a sua própria História deveria reconhecer fatos de tamanha relevância econômica e social.

O Censo deste ano registrará, sem dúvida, a persistência daquela dualidade. No anterior, foi verificado que somente 11,4% dos estabelecimentos rurais respondiam por 87% da produção agropecuária. O que revelarão as novas estatísticas? Há inúmeros desafios em curso que precisam ser enfrentados. As tendências demográficas são alarmantes, pois em um quinto dos estabelecimentos rurais os casais não têm filhos, o que sugere que logo deixarão o campo. 

As taxas de natalidade rurais são praticamente iguais às urbanas, as famílias reduziram-se e vai desaparecendo a oferta de trabalho em todas as regiões. A épica aventura das migrações rurais retratada no passado hoje inexiste e qualquer jovem se aventura a deixar o campo sem nenhum temor. As moças saem antes e, assim, o mundo rural se masculiniza, tornando-se gradualmente inabitável.

No plano econômico e financeiro, vigoram formas de acirramento concorrencial que estão encurralando os pequenos estabelecimentos rurais, uma vez que são remotas suas chances de competir com os que detêm maior integração com os mercados e acesso ao crédito e à tecnologia. Mesmo assim, parcelas significativas de imóveis com menos de cem hectares vêm obtendo rendas mais altas do que as grandes propriedades, especialmente se tiverem acesso à água e produzirem frutas, hortaliças e pequenos animais.

Infelizmente, o Estado e a ação governamental, incluindo as instituições de pesquisa agrícola, no geral vêm ignorando essas mudanças aqui apontadas. Urge trazer à frente o conhecimento sobre os processos econômicos e financeiros, pois são eles que atualmente comandam ferreamente o setor agropecuário. Há muito os focos agronômico e tecnológico se renderam aos imperativos da rentabilidade, mantidas as exigências crescentes de sustentabilidade ambiental. 

Sem renda, nenhuma família rural ativará seus recursos para pôr em marcha essa fabulosa máquina de produzir riqueza. Temos a combinação ideal de recursos naturais e um conjunto de produtores capazes, além de mercados, o interno e o externo, que precisam ser saciados. Não podemos desperdiçar esta oportunidade.

*Zander Navarro é sociólogo e pesquisador em Ciências Sociais


*Eliseu Alves é doutor em Economia Rural, foi presidente da Embrapa.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Governo do "povo" confisco o povo



Um confisco chamado FGTS

Leiam o que o cientista político Fernando Schuler publicou no Estadão:
"Achei interessante o texto da nota publicada pelo Ministério da Fazenda, após a reunião (do Conselhão). Ela dizia que 'a medida permite que o trabalhador decida como usufruir de parte dos recursos de sua conta vinculada junto ao FGTS, garantindo sua liberdade de escolha'. (...) Por que então o governo não propõe uma lei permitindo que o trabalhador aplique o dinheiro de seu fundo onde ele mesmo desejar, ao invés de ficar preso a uma remuneração de 3% + TR, abaixo da poupança e da inflação? Do jeito que está hoje, o FGTS funciona como um repasse compulsório de recursos dos trabalhadores para o governo. Como um imposto, estou errado?"
Não está errado. Mas "confisco" seria um termo ainda melhor.

Fonte: O Antagonista

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ecologistas, "a vida animal é uma carnificina, um mata-mata"



Arcebispo refuta visão tola da ligação de São Francisco

 com a Criação

Luis Dufaur

Mons. André-Joseph Léonard, arcebispo resignatário de Bruxelas e primaz da Bélgica, fez ressalvas a uma falsa interpretação do espírito de São Francisco de Assis e sua relação com a natureza. O prelado falou em entrevista a Le Vif/L’Express. http://www.levif.be/actualite/belgique/mgr-leonard-j-ai-mes-reserves-vis-a-vis-de-saint-francois/article-normal-25063.html

O arcebispo se disse “perplexo” com essa ilação de São Francisco com a natureza, porque “muitos o admiram pelo fato de que ele cantou a beleza da natureza e pregou aos pássaros difundindo uma concepção muito otimista da Criação”.

Mons. Léonard diz que o defeito não está em São Francisco, mas naqueles que tentam manipular sua imagem para passar uma mensagem ambientalista enganosa e profundamente danosa.

“Na realidade, a vida dos homens e dos animais é trágica. A vida animal é uma carnificina, um mata-mata. É muito bonito pregar aos pássaros, mas quando eles veem um verme na terra, eles o devoram. Quando um gato vê um rato, ele não lhe faz coisas muito simpáticas!”, observou.

O arcebispo continuou atraindo a atenção dos leitores para a realidade deste vale de lágrimas.

Ele agradece a São Francisco por ter louvado em seu cântico o sol, a lua, as estrelas, a água, o fogo, o vento. “‘Bendito sejas nosso irmão vento’, exclama ele. Embora esse vento – prosseguiu o prelado –, quando sopra a 300 quilômetros por hora, não e um irmão muito cômodo. É antes um inimigo.
“Nosso irmão fogo, a gente o aprecia na lareira esquentando a casa, mas não incendiando as florestas. Felizmente São Francisco não abençoou nossos irmãos crocodilos e serpentes!

“Felizmente ele não disse ‘Louvado sejas Tu, Senhor, por todas as tuas criaturas, especialmente pela minha senhora irmã cobra. Tu a tens dotado de músculos poderosos, de um veneno ativo e de uma língua afiada que lhe permite afogar e envenenar sua pequena vítima em questão de minutos!”.

Mons. Léonard esclareceu que, em sua atitude diante da natureza, ele é um ardoroso defensor dos versículos 18 e seguintes do capítulo VIII da carta de São Paulo aos Romanos. Ali está dito que a Criação, em seu estado atual, ‘foi sujeita à vaidade’ e ‘entregue ao cativeiro da corrupção’.

“Não nos esqueçamos nunca isso. São Francisco canta a beleza da Criação, embora ela seja terrivelmente cruel. A Criação nos alimenta, mas também nos mata. Ela contém todos os vírus que envenenam nossa vida. Eu não amo esse espírito franciscano beato que celebra sem matizes a beleza do cosmos”, concluiu o douto bispo.

Como que confirmando a prudente observação do arcebispo belga, viralizou na internet a filmagem do ataque de dois tubarões brancos ao tricampeão mundial de surfe, o australiano Mick Fanning, que estava disputando uma final na África do Sul.

Na Austrália, o tubarão branco é bem conhecido como especialmente assassino, a ponto do governo sistematizar sua caça em águas territoriais. Porém, militantes ambientalistas do gênero utópico e irracional de que falou Mons. Léonard promovem manifestações para ‘salvar’ esse feroz habitante do mar.  

Mick sobreviveu ao ataque na praia de Jeffrey's Bay dando fortes pontapés no nariz dos predadores assassinos que tentavam mordê-lo. Chegando lanchas de auxílio, os tubarões fugiram sem fazer mal ao surfista, noticiou o jornal argentino Clarin. http://www.clarin.com/sociedad/surfista-australiano-sobrevive-ataque-tiburon_0_1396660612.html.

A final foi suspensa e Mick comemorou o feito fazendo um churrasco para amigos e participantes da competição.

Na falsa ideia da relação de São Francisco com a natureza, ao maltratar os tubarões Mick agiu como inimigo da Criação.


Na ótica correta explicada por Mons. Léonard, o surfista agiu em perfeita consonância com a ordem natural pregada por São Paulo e o grande Santo de Assis. Inclusive quando contribuiu para ‘aquecer o planeta’ com um merecido churrasco! 

Fórum Social chapa-branca



Fórum Social chapa-branca

Ao chegar à sua 15ª edição, o Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre, consolida-se como um evento oficial, com farto patrocínio estatal, participação direta do governo petista e agenda ditada pelas conveniências políticas e ideológicas do Planalto. 

Os petistas pretendem explorá-lo usando descaradamente o dinheiro público para defender o mandato de Dilma e os interesses do partido.

Para o PT, contudo, nada há que objetar a respeito desse apoio. Afinal, o partido não vê diferença entre o governo “popular” de Lula e de Dilma e os chamados “movimentos sociais” que se fazem ouvir no Fórum Social. 

Os petistas entendem que são todos apêndices do grande corpo partidário, que por sua vez se considera detentor do patrimônio estatal, razão pela qual acredita poder dispor dele como bem entender, sempre, é claro, em nome de utopias igualitárias que deixam rastros de sangue e destruição por onde passam.

Uma das mesas do Fórum abrirá espaço para o presidente do PT, Rui Falcão, discorrer sobre os “tempos de golpismo”. 

O encontro servirá para “defender a democracia nas instituições e nas ruas contra o golpismo da direita reacionária que sempre se habituou a ser democrática só e apenas quando a democracia serve aos seus interesses”, explicou o sociólogo português Boaventura de Souza Santos, um dos participantes do Fórum.


Sete ministros de Dilma estarão presentes, deixando ainda mais claro o caráter chapa-branca do convescote. Dizem que, após 15 anos, o Fórum vai discutir não apenas os “sonhos”, mas as “experiências concretas”, referindo-se aos governos de esquerda da América Latina. 

Quem sabe entre uma patacoada e outra haja tempo para discutir como os “sonhos” dessa turma resultaram no desastre econômico causado pelas lambanças petistas no País. 

Fonte: Notas e informações OESP/21/1/16

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Como reinventar um povo desiludido?



Feliz Nova Zelândia, Brasil

Flavio Azevedo

Até os anos 1980, a Nova Zelândia era um país rico, mas estagnado, fechado e ineficiente. Possuía renda per capita similar a Portugal e Turquia. Hoje a Nova Zelândia é considerada a terceira economia mais livre do mundo, segundo o centro de estudo Heritage Foundation.

Ironicamente, essa tremenda reinvenção se iniciou com um governo de esquerda, que estudou a máquina pública com o rigor das mais modernas empresas, cortando custos injustificáveis. 

Simplificou o papel do Estado, por meio de reformas que combinaram drástica redução de impostos com gestão profissional e enxuta, orientada por metas de desempenho para todos os braços do governo. Tarefas públicas mal desempenhadas ou desnecessárias eram ajustadas ou simplesmente abolidas.

Alguns exemplos desse impressionante “milagre neozelandês”, como depois ficou conhecido o caso:

De 5.600 funcionários, o Ministério de Transportes foi enxugando para 53. O de Meio Ambiente passou de 17 mil para 17. Obras Públicas, de 28 mil para 1. Ao contrário do que se possa pensar, mais e melhores empregos foram criados para todos, iniciando um projeto de inovação que impulsionou a economia do país.

O professor e político Maurice McTigue foi um dos responsáveis pela continuidade do projeto que ajudou a reinventar um povo desiludido. Hoje trabalha também como consultor de governos. 

Para os interessados em saber mais, uma palestra de McTigue está traduzida para o português, com o título Como a Nova Zelândia reduziu o Estado, enriqueceu e virou a terceira economia mais livre do mundo. Basta pesquisar na internet. Feliz Nova Zelândia para você!



Folha de S. Paulo, segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Tendências / DebatesFlavio Azevedo, 44, empresário e membro do GIG Global Intelligence Group, grupo de comunicação e negócio

Socialistas! Queimem o que adoraram... "Comer na Venezuela se tornou um luxo"



Leite vira artigo de luxo na Venezuela


Valor de um quilo do leite em pó custa 22% do salário mínimo



Filas em Caracas. Venezuela enfrenta escassez e desvalorização monetária - AP/22-1-16


A escassez que assola a Venezuela continua a criar situações que demonstram a difícil situação econômica do país, onde a inflação calculada por analistas independentes chega a 270% ao ano

Para o “Correo del Caroní”, os pacotes de leite em pó chegaram às prateleiras, mas não são consumidos por seu alto valor. De acordo com o jornal, do município de Guayana, o preço de um quilo de leite em pó representaria o equivalente a 22% do salário mínimo.

— Dizem que o leite é “enriquecido com vitaminas e cálcio extra” para vendê-lo a esse preço — protesta a dona de casa Sonia Indriago. — Comer na Venezuela se tornou um luxo, e agora é preciso estabelecer prioridades. Se você compra leite, não compra nem carne, nem frango, porque ficou impossível.

O presidente da Aliança Sindical Independente, Carlos Navarro, afirmou que, com dois salários mínimos, acrescidos das bonificações de alimentação, só é possível comprar comida para 17 dias. 

O país vive uma batalha entre o presidente Nicolás Maduro e a nova Assembleia Nacional sob comando da oposição, em torno da emergência econômica decretada pelo governo. 

O Legislativo rejeitou a medida na semana passada, sob alegação, entre outras coisas, de que o Executivo não provou que os instrumentos a seu dispor não são suficientes para lidar com a crise. 

Além disso, diz que o governo continua não liberando informações precisas sobre o estado da economia e que a emergência econômica, como foi proposta, seria uma carta branca para Maduro.

A crise também foi tema de um encontro de militantes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) na tarde de ontem. Em discurso, o governador do estado de Vargas, Jorge García Carneiro, afirmou que a crise no país é parte de uma “guerra psicológica”.

— Para nós, não há escassez. O que há é o amor e a pátria — minimizou.


Fonte: 

 http://oglobo.globo.com/mundo/leite-vira-artigo-de-luxo-na-venezuela-18541746#ixzz3yLo5dYq4
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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

82% do povo acha que o Brasil está no rumo errado



O Brasil na contramão

Desde o início da era petista, em 2003, nunca tantos brasileiros avaliaram que o Brasil está indo na contramão quanto agora. Segundo pesquisa inédita do Ibope, 82% do povo acha que o País está no rumo errado. 

Só 14% acham que o Brasil vai na direção certa e 4% não sabem dizer. É como se o País seguisse pelo acostamento da mão oposta.


A contrariedade com o rumo nacional é maior entre os jovens (88%), nas grandes cidades (87%), no Sudeste (87%) e entre quem ganha mais (88%). 

Mas também é alta em redutos governistas: 77% no Nordeste e entre os mais pobres. Pior: pela primeira vez, as opiniões dos brasileiros sobre os rumos do País coincidem com o que eles leem e ouvem falar. 

A percepção pessoal costuma ser bem mais otimista do que a coletiva. Não mais: 82% versus 85%. 

(Coluna do José Roberto de Toledo - Estadão)

Samarco e psicose ambientalista


 
Mineração e histeria ecológica
 

Terá ocorrido no Brasil um desastre atômico? O vazamento da barragem da Samarco, 10ª exportadora do Brasil, e seus 4 mil empregos diretos viraram acontecimento megacatastrófico,  sem sê-lo, e gerou histeria jurídica punitiva irracional, que bem pode ter efeitos sociais danosos, piores que a passagem da enxurrada dos rejeitos.
 
A enxurrada jamais foi tóxica nem continha metais pesados perigosos. Para sanar tanta desinformação, é útil explicar que o minério extraído pela Samarco é o itabirito,  cuja composição é, grosso modo, a seguinte: 54% ferro, 34% sílica (areia), 1% alumina (terra), 0,5% manganês, 0,2% calcário, 0,2% magnésio e 0,05% fósforo – elementos encontrados no corpo humano, afora outros nada tóxicos.
 
Para separá-los e concentrar o teor do ferro, é preciso um processo industrial chamado flotação, feito, simplesmente, com amido de milho.

Onde a toxidade e os metais pesados? O ferro resultante da flotação (65% + 1% de sílica) afunda e a borra sobe com a ajuda do amido de milho.

Os rejeitos nas barragens são compostos aquosos de terra e areia (sílica, alumina, calcário), um pouquinho de fósforo, manganês, ferro dissolvido e magnésio, além de resquícios insignificantes de outros elementos.
 
Os rejeitos são mais parecidos com as terras marginais desbarrancadas pelas enchentes dos rios do que os rejeitos químicos de dezenas de indústrias (couro, plástico, borracha), arsênico das garimpagens de ouro, de siderúrgicas e de fornos de gusa, que ficam na beira do Rio Doce e afluentes, inclusive indústrias de celulose de alto teor de toxicidade, sem falar nos esgotos não tratados de dezenas de cidades e lugarejos da bacia do Rio Doce, em Minas Gerais e no Espírito Santo.
 
O dramático da enchente foi o volume grande e denso que varreu a superfície dos rios e as margens até o oceano.

 Enquanto passava a massa de rejeitos, diminuiu o oxigênio das águas matando peixes e depositou-se nas margens.

Mas passou uma vez só como tsunami. A cor barrenta posterior sobe do leito e vem da lavagem pelas águas dos barrancos cheios de lama.

Houve mortandade de peixes como na Lagoa Rodrigo de Freitas? Nem de longe. O gado morreu em massa nos bebedouros dos rios? Ninguém relatou tamanha destruição. A água já está potável e os peixes já são vistos em cardumes na água doce. Pescadores, com caniços lançados no rio (a provar que estariam pescando), se queixam da falta do pescado.

No mar, o dano foi mínimo, a mancha, com a cor barrenta de todo rio, não ameaça a vida marinha. Nenhum relatório comprova o desastre. O Rio Amazonas entra no oceano 80 quilômetros adentro com a água barrenta vista a olho nu da estação espacial.

O que precisa acabar são os desatinos jurídicos e o perverso intento de que cabe à Samarco, sozinha, salvar o Rio Doce, que está morrendo há muito tempo.

 Contra a Samarco e, em certos casos, contra a Vale e a BHP Billinton (acionistas), existem 150 ações individuais e 34 coletivas, verdadeira babel. Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já foi assinado com o Ministério Público e depositados, aqui e acolá, R$ 1,8 bilhão, afora as inúmeras ações reparadoras da Samarco: reforço das barragens, reconstrução de pontes, recuperação de bacias hidroelétricas, dinheiro, casas, roupas, remédios, água mineral ou caminhões-pipa para as cidades ribeirinhas, indenizações e reparações e mais um rol de providências,  desnecessário enumerá-las, até porque me falta legitimidade para tanto.
 
Falo por minha conta e risco e pelo que me relatam os engenheiros de minas, meus amigos.

Cumpre agora à União e aos estados de Minas e Espírito Santo pensar no emprego das pessoas e conjuntamente ordenar os procedimentos jurídicos indenizatórios, conceder reduções condicionadas de impostos e abrir linhas de crédito para a Vale, a Samarco e outras mineradoras usarem ou venderem os rejeitos como matéria-prima para fazer ecoblocos (construção civil) e camadas de compactação rodoviária.
 
Fazer do limão uma limonada. Os aviões caem de vez em quando e nem por isso as companhias aéreas são fechadas. Minas possui cerca de 600 barragens e os melhores técnicos barragistas do Brasil.

 A impressão que se tem é a de que querem acabar com as mineradoras, preservar a natureza e proibir a mineração. Noutras palavras, parece que se quer acabar com Minas Gerais, cujo nome evoca, desde as bateias de ouro e diamantes, o destino natural:  minas, ferro, aço, indústrias de transformação que utilizam o minério e as derivações como matéria-prima, sem esquecer o nióbio de Araxá.
 
Mineração envolve risco. Os prejuízos devem ser sanados; pessoas morreram e bens produtivos foram destruídos bem como casas. Mas que haja ordem e racionalidade e não o festival desconexo de justiciamentos e multas bilionárias.

Fonte: Correio Braziliense - Página: 11 - Autor: Sacha Calmon
Data: 17/01/2016

domingo, 24 de janeiro de 2016

Sarney Filho quer impedir a produção de arroz no Brasil


Projeto torna ilegal a produção de arroz 


  
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 350/15, do deputado Sarney Filho (PV-MA), que altera o novo Código Florestal (Lei 12.651/12) ampliando as responsabilidades de recuperação ambiental dos produtores rurais.

O projeto altera o conceito Área de Preservação Permanente (APP), para “as faixas marginais de qualquer curso d’água natural, perene ou intermitente, desde o seu nível mais alto da cheia do rio”.

Hoje o conceito contido no código para APPs é de “faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular”.

Durante a reforma do Código Florestal a mudança na base de cálculo da área de APP do leito cheio para o leito regular foi uma forma de retiras das áreas de proteção as várzeas onde se planta arroz em muitas regiões do sul e norte do país.

Ao contar as APP a partir do leito cheio, as áreas de várzeas passam a ser consideradas leito do rio, onde é ilegal plantar arroz ou qualquer outra cultura.

Conforme destaca Sarney Filho, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) evidencia a necessidade de as margens de cursos d’água voltarem a ser demarcadas a partir do nível mais alto da cheia do rio, como ocorria antes da aprovação do novo código.

“A substituição do leito maior do rio pelo leito regular para a definição de Área de Preservação Ambiental torna vulneráveis amplas áreas úmidas em todo o país, particularmente na Amazônia e no Pantanal”, ressalta Sarney Filho sem fazer referência à produção de arroz.

O projeto ainda altera o conceito de de nascente contido no código para “afloramento natural do lençol freático, ainda que intermitente, que dá início a um curso d’água”. Hoje o conceito é “afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água”.

O parecer do relator, deputado Rodrigo Martins (PSB-PI), foi favorável à proposta. “No que concerne ao restabelecimento da delimitação da APP a partir do nível mais alto do leito do curso d’água, consideramos que a alteração, além possibilitar a proteção essencial às áreas úmidas do País, contribuirá para a redução das perdas patrimoniais e de vidas humanas associadas às enchentes e a outros desastres naturais”, complementou o deputado também sem fazer referência ao problema dos cultivos de várzea.

Tramitação

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural já havia rejeitado o projeto, que agora será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e, em seguida, pelo Plenário.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Lavouras e pecuária do RS, PR e de SC atingiram R$ 145,6 bi em 2015



Sul lidera ranking nacional do valor bruto da produção agropecuária



O Sul do país teve maior participação no valor bruto da produção agropecuária (VBP) de 2015. 


Do montante de R$ 498,5 bilhões alcançados no ano passado, os três estados da região (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) foram responsáveis por um faturamento de R$ 145,6 bilhões dentro dos estabelecimentos rurais, segundo números da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

No ranking por regiões do VPB 2015, elaborado pela Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, o Centro-Oeste aparece em segundo lugar, com R$ 135,2 bilhões, seguido do Sudeste, com R$ 127,4 bi, Nordeste, com R$ 46,9 bi, e Norte, com R$ 29,1 bi.

Soja, bovinos, cana-de-açúcar, milho e café foram os produtos com maior VBP no ano passado, destacou o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques. “Milho, soja e carne bovina apresentaram o maior valor bruto da produção nos últimos cinco anos.”

Ainda de acordo com ele, 2015 também foi o de melhor resultado para outros produtos ao longo dos últimos anos, com destaque para cebola, suínos, frango e ovos.

Milho

O desempenho da cultura de milho em 2015 resultou em um valor bruto da produção de R$ 41,3 bilhões. Do total, a Região Centro-Oeste foi responsável por R$ 19,9 bi.

“Também chama a atenção o fato de o VPB do milho em Mato Grosso, de R$ 10,4 bilhões, ter superado o do Sul, de R$ 10,2 bilhões”, acrescentou Gasques. Ele lembrou que nessa região estão o Paraná e o Rio Grande do Sul, importantes produtores do cereal.

O coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA assinalou que a Bahia está se tornando um importante polo de plantio de milho no cenário nacional: “O valor bruto da produção do grão no estado mais que dobrou nos últimos quatro anos.”

Cana-de-açúcar

Em nota técnica divulgada no dia 18 de janeiro, a SPA enfatiza ainda que a cana-de-açúcar está ganhando espaço em áreas não tradicionais, como Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Em 2015, esses quatro estados responderam por 32% do valor produto da produção de cana, contra 18% dos 10 anos anteriores.

Gazeta do Povo (Da redação)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Padre celebra missa com boné do MST e...


                             ... e faz interpretação ‘comunista’ da Bíblia




Vídeo em que um padre aparece celebrando uma missa usando um boné do MST, e fazendo interpretações tendenciosas ao comunismo da Bíblia Sagrada tem causado grande repercussão e críticas na web.
O portal católico RAINHA MARIA, trouxe mais informações sobre a gravação. O homem do vídeo é Frei Gilvander Luís Moreira – na foto – promove uma espécie de “celebração” em um acampamento do MST montado em Pirapora, norte de Minas Gerais. 
Porém, no lugar das vestes de um autêntico religioso, ele sustenta os paramentos de um sacerdote da revolução. Em vez de carregar a cruz, ele veste um boné da guerrilha rural comunista. O sermão proferido é mais uma falsificação do texto bíblico produzida através da hermenêutica da Teologia da Libertação.
Confira abaixo:
Ainda segundo o portal RAINHA MARIA, ele é mais um “missionário” da revolução,conhecido por suas “peregrinações” em Minas Gerais. É um agente político que instrumentaliza a fé católica em favor de um projeto de poder: o SOCIALISMO-COMUNISMO latino-americano fomentado pelo Foro de São Paulo – o MST é o seu braço no campo; e o PT o seu representante mais emblemático no plano político.

Vídeo do canal Ficha Social 10

domingo, 17 de janeiro de 2016

A Petrossauro, Dilma, China e o seu dinheiro...


Privatização selvagem

Péricles Capanema

Defendo a privatização, só traz problemas o Estado agigantado. Seguidor da doutrina social católica, de outro modo, do princípio de subsidiariedade, as tarefas estatais, em princípio, são as que o particular não pode levar a cabo. E a economia é tarefa dos particulares.

Contudo, analisei com desconfiança o anúncio de que a Petrobrás, premida por agudos problemas de caixa, vai vender ativos. De começo, sua fatia na  Braskem, 36%, e parte da BR Distribuidora. Anunciou ainda a venda da Transpetro (54 navios, 49 terminais, estações de bombeamento, fora o resto) no pacote. 

Ivan Monteiro, diretor da Petrossauro, comunicou, outros ativos estarão à venda, entre 20 e 30, para arrecadar, só em 2016, em torno de 14,4 bilhões de dólares: “14,4 bilhões de dólares em desinvestimento é o nosso piso, e não a meta”. Privatização gigantesca. De si, ótimo; se os ativos do sistema Petrossauro estivessem há muito tempo em mãos privadas, gasolina mais barata, produção lá em cima, teriam lucrado o Brasil e o povo.

No caso em pauta, péssimo, é minha convicção. Podem escrever, vem aí entrega maciça de ativos valiosíssimos, patrimônio público, a preço de banana, privatização selvagem. Mesmo sem a habitual roubalheira, é o que se deve esperar da incompetência petista. E é a melhor hipótese.

De momento, é outra a hipótese mais provável. Selvagem, mas direcionada. A Petrobrás fala em capitais nacionais e estrangeiros interessados nas compras. Até aí, tudo bem. Só até aí. Um palpite: o capital estrangeiro que vai se interessar será sobretudo o chinês. Já se fala que os chineses estão interessados em duas unidades da Petrobrás, ainda em construção, localizadas em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Ponto delicado, não será capital chinês privado, será dinheiro de estatal; atrás dele está o Estado e o PC da China. 

Prestem atenção, se nas compras aparecerem os acrônimos CNPC, Petrochem e CNOOC, siglas da China National Petroleum Corporation, China Petrochemical Corporation e China National Offshore Oil Corporation, é grana estatal, é o PC chinês enfiando mais suas garras no Brasil, nesse misterioso processo de submissão do país à China, que caminha célere, envolto por silêncio enigmático. Avanço no palpite. Já vão mar alto as conversações entre membros do PT e do PC chinês para entregar na bacia das almas tais ativos à China. 

O futuro dirá se tenho razão. Se estiver errado, ótimo. Recordo, a China tem interesse em neutralizar sua dependência de alimentos brasileiros, exemplo a soja, e uma maneira é se fazer forte aqui dentro. Outra lembrança, mais importante, os líderes do PC chinês não são comerciantes, são ideólogos revolucionários, com plano de conquista e hegemonia mundial.

Volta à trilha. E se nem a venda dos ativos tapar os buracos da Petrobrás? Elementar, meu caro Watson. Você vai tapá-los, contribuinte, o governo já está preparando o público para o Tesouro entrar com a dinheirama. Em 15 de janeiro, café da manhã, respondendo à pergunta simples da jornalista:

 “A União pode vir a ajudar a Petrobrás a se capitalizar”? a Presidente respondeu em palavras objetivas, claras, concisas, elegantes, enquadradas por raciocínios precisos. Extratos aqui, íntegra no site da Presidência: “Ô gente, cês lembram, nós começamo a falá qui tinha chegado ao fim do superciclo das commodities, nós mesmos, é, levamos um tempo pra percebê, nós e o mundo, essa, num fomos só nós não, mas se vocês perceberem houve uma inflexão bastante grande no final, hoje, olhando de agora a gente vê isso, né?, começô a havê uma inflexão a partir do final de 2013, tem gente qui diz qui isso veio de antes. Né, tem analistas econômicos qui dizem qui veio antes. Começô os indícios antes. Mas nós tamos assistindo a esse fim do superciclo qui afeta não só o petróleo, afeta minério de forma profunda, né, o minério inclusive cai é de forma tão acelerada quanto o petróleo. No caso do petróleo, dizem que tem três razões. Uma razão seria um excesso de oferta, uma outra razão seria uma queda na demanda, que é o outro lado do excesso de oferta por razões diversas e um terceiro lado qui diz também qui tem uma variante financeira, tá?, porque o mercado é financeirizado, qui leva a uma pressão baixista. Sem sombra de dúvida, um petróleo a preços mais baixos vai alterar de forma, mais baixo que os trinta dólares, então vai alterar de forma substantiva a economia internacional. O que acontecerá com o petróleo qui pelo menos eu acho qui você desde o final da década de 90 até hoje ele nunca esteve aos níveis qui alguma alguns bancos internacionais tão dizendo que ele vai chegá. Agora, se ele vai chegá, num sei e ninguém sabe porque ninguém pudia dizê no final, aliás, até o final de 14 que ele chegaria a trinta. Ninguém puderia dizê. Mas são dois fatores, ele e a desaceleração da China qui eu acho qui criam um quadro novo no cenário internacional. Não é só a Petrobrás qui tem de pensá o qui vai fazê. [...] O que cada um vai fazê, vai sê algo qui vai sê objeto duma imensa discussão e está sendo já e não afeta exclusivamente a Petrobrás. A Petrobrás é uma das maiores empresas desse país. O governo sempre estará preocupado com a Petrobrás, principalmente quando os fatores que levam a esta situação são fatores exógenos a ela, que ela não controla. Então nós todos teremos de nos preocupá bastante com o que ocorrerá agora. Esse é um processo que tem de se evitá o máximo [...] a fazê projeções sinistras. É fácil que nós, outro dia eu li num jornal dizendo o seguinte, a Petrobrás para cum o petróleo a trinta, para não, para nada, tanto que não para que ela continua, né? Tanto qui não para que num é essa situação qui leva a nós nos preocupá com a Petrobrás. Agora todas as empresas de petróleo, as chamadas majors, estão preocupadas, porque o petróleo a trinta, por exemplo, tem segmentos internacionais, como aquelas areias do Canadá que parece, vô falá parece, segundo alguns analistas econômicos da área do petróleo, parece que não são mais viáveis.[...] Nós não descartamos [...] qui vai sê necessário fazê uma avaliação se esse processo continuá, agora, não é nós governo brasileiro qui descarta, nenhum governo vai descartá, inclusive a política do FED de redução de juros. Todo mundo vai olhá o qui vai acontecê. Agora eu acredito qui os fatores eles têm essa dinâmica qui a parti de um certo momento os próprios fatores qui levam à queda começam a contê o patamar de queda. Quais sejam? Eu posso dizê”


Disse, enfiada sem fim de obviedades. português e lógica espancados impiedosamente. Em resumo, se necessário, o governo põe dinheiro na Petrobrás. 

Então, se a privatização selvagem não for suficiente, o governo, com seu dinheiro, vai tapar os buracos que ele mesmo cavou. Para isso, tira da saúde, da educação, dos aposentados, sei lá mais o quê, tudo o que for preciso para salvar a Petrossasuro. Aviso final: olho nos novos donos, entre eles, destacado, pode estar o PC da China. Se continuarmos dormindo, mais dias, menos dias, será o nosso dono.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Café ainda tem o seu lugar



O Informe Estatístico do Café do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na edição do mês de dezembro de 2015, apresenta um balanço do desempenho da cafeicultura brasileira nesse ano. 

Segundo o Mapa, as exportações brasileiras de café em 2015 foram de 37,12 milhões de sacas de 60 kg. Desse total, a quantidade de café verde foi de 33,41 milhões de sacas de 60 kg; de café solúvel, 3,38 milhões de sacas; e de torrado e moído, 33,31 mil sacas. Nos anos de 2013 e 2014 foram exportadas 32,01 e 36,73 milhões de sacas, respectivamente.

Com base nos números da Organização Internacional do Café – OIC divulgados no “Coffee Market Report – December 2015”, a participação do café brasileiro em relação à produção mundial foi de aproximadamente 30% em 2015. 

Em relação ao ranking das exportações, em termos de geração de divisas na balança comercial, o Informe Estatístico demonstra que o café ficou em quinto lugar com US$ 6,15 bi, correspondendo a 7% das exportações do agronegócio nacional. 

Os principais produtos exportados em 2015 foram: complexo soja (US$ 27,95 bi), carnes (US$ 14,72 bi), produtos florestais (US$ 10,33 bi), complexo sucroalcooleiro (US$ 8,53 bi), entre outros, que geraram US$ 88,22 bilhões.

Publicada em 15/01/2016 - Jornal do Brasil

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Nessa hora, ninguém fala de Reforma Agrária!




O agronegócio salvador

O setor mais eficiente e competitivo da economia brasileira, o agronegócio, mais uma vez compensou as fraquezas da indústria manufatureira e sustentou o comércio exterior do País. 

Apesar dos preços em queda no mercado internacional, os exportadores de produtos agropecuários — in natura e processados — conseguiram acumular em 2015 um superávit comercial de US$ 75,15 bilhões, 6,22% menor que o do ano anterior, mas suficiente para compensar com folga o déficit contabilizado pelos demais segmentos da produção.

Graças ao amplo excedente comercial do agronegócio, foi possível fechar as contas do comércio geral de mercadorias com um superávit de US$ 19,68 bilhões. Um ano antes o resultado tinha sido um buraco de US$ 4,05 bilhões, segundo o balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Esse ajuste de mais de US$ 15 bilhões na balança comercial, completado em um ano, é atribuível principalmente à redução do total das importações e ao poder de competição do agronegócio.

Mesmo com os preços em queda e a diminuição do valor das vendas, a participação do agronegócio no total das exportações brasileiras aumentou de 43% em 2014 para 46,2% em 2015. Isso foi possível simplesmente porque a redução do valor vendido pelos demais setores foi maior.


O fato notável é o agronegócio ter sobrevivido e se manter vigoroso depois de 13 anos de incompetência e desmandos de administrações petistas.

O Estado de S. Paulo, quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Notas & Informações

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Renda das regiões produtoras agrícolas cresce o dobro da média do país


Renda das regiões produtoras agrícolas cresce o dobro da média do país

Da Redação

Os municípios com maior valor da produção agropecuária se situam no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e Nordeste (Bahia)


O Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios brasileiros com maior valor da produção agropecuária cresceu 72,6% entre 2010 e 2013. Este percentual é mais que o dobro do aumento de 33% do PIB por pessoa do Brasil em igual período. 

A constatação é de estudo da Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), baseado em dados das pesquisas Produção Agrícola Municipal de 2014 e PIB Municipal de 2013, divulgadas recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em reais, o resultado da análise mostra que os municípios com maior valor da produção agropecuária têm PIB per capita de R$ 53.228 contra R$ 26.445 da média nacional, destaca o coordenador-geral de Estudos e Análises da SPA, José Gasques.

Os municípios com maior valor da produção agropecuária se situam no Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás) e Nordeste (Bahia). “Esses municípios também são classificados como principais produtores agrícolas. O trabalho da SPA levou em conta aqueles que plantam café, cana-de-açúcar, milho e soja”, diz Gasques.

De acordo com o estudo da SPA, a maioria dos municípios do agronegócio tem PIB superior ao dos seus estados. “O crescimento do PIB per capita dessas localidades”, reforça Gasques, “tem sido superior ao da média estadual”.

Bahia

A análise cita dois exemplos de onde ocorre essa situação. Um deles é o município baiano de São Desidério, cujo PIB per capita cresceu 79,1% entre 2010 e 2013, enquanto a média do estado foi de 23,3%. Correntina, também na Bahia, registrou aumento de 91,3%, quase cinco vezes mais que a média estadual de expansão do PIB.

As menores taxas de crescimento do Produto Interno Bruto entre 2010 e 2013 foram constatadas nos municípios produtores de café e cana-de-açúcar: 22,92% e 41,52%, respectivamente. Essas cidades se situam principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. Tais resultados podem estar refletindo problemas ocorridos em 2014, como quedas de preços na cana-de-açúcar e secas que afetaram áreas produtoras de ambas as culturas.

Ainda segundo a Coordenação-Geral de Estudos e Análises da SPA, estado algum do Sul aparece nessa classificação, embora a região seja a segunda produtora de grãos do país. 

Do Sudeste, apenas Minas Gerais está incluído.  Outra conclusão do estudo: apesar de ter o segundo maior valor da produção agrícola, São Paulo não tem nenhum município nessa relação.



Fonte Original: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Dinheiro público para a revolução social


Dinheiro público para a revolução social
Gregorio Vivanco Lopes
É grande a rejeição que o MST vem encontrando por parte dos trabalhadores rurais, quando se trata de doutriná-los para formar o “exército de Stédile” (na expressão de Lula), com vistas a produzir levantes em favor da revolução social marxista.
Nem mesmo os ventos fortemente soprados de Roma em favor do líder do MST foram capazes de arrastar nossos meritórios e sagazes homens do campo. Sempre há os oportunistas, à procura de obter vantagens, mas deixar-se levar por sectarismos anticapitalistas é outra questão bem diferente.
Na procura de alternativas para esse impasse, a esquerda tem lançado com “bombos y platillos” — como dizem pitorescamente nossos vizinhos hispano-americanos — ou seja, com grande estardalhaço, uma espécie de MST urbano, visando criar nas cidades a agitação que não encontra eco no campo.
O novo factoide atende pela sigla MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) e, como seu símile interiorano, não quer ter personalidade jurídica. Assim, ele pode mais facilmente receber dos governos, através de associações interpostas, os milhões de reais que enchem suas arcas, sem necessidade de prestar contas a ninguém.
Seu líder máximo, tirado de um dia para outro da cartola e elevado pela propaganda midiática do anonimato aos galarins da publicidade, chama-se Guilherme Boulos.
A respeito desse conjunto artificial, mas perigoso pelos apoios de que goza em altas esferas eclesiásticas e leigas, o diário “O Estado de S. Paulo” apresenta, em editorial de 2 de dezembro último, alguns dados interessantes que vale a pena considerar.
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Desde que o PT chegou ao governo federal, o poder público vem financiando “movimentos sociais”, sempre prontos para tumultuar o cotidiano dos brasileiros e o funcionamento das instituições.
Nascido no fim dos anos 1990 a partir das fileiras do MST, o MTST visa “formar militantes e acumular forças no sentido de construir uma nova sociedade”, segundo o site da organização.
Só a Associação de Moradores do Acampamento Esperança de Um Novo Milênio, vinculada ao MTST, recebeu mais de R$ 81 milhões do “Programa Minha Casa, Minha Vida — Entidades” no estado de São Paulo, o equivalente a quase cinco vezes mais que a segunda colocada entre as entidades beneficiadas pelo programa federal. Na lista aparece ainda o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra Leste 1, com repasses de quase R$ 8 milhões.
Trata-se, pois, de um movimento “obviamente financiado pelo Estado para solapar e, se possível, derrubar os alicerces democráticos desse mesmo Estado”, diz o editorial. Ora, não cabe ao Estado, com o dinheiro dos impostos, “financiar movimentos que atuam fora da lei”.
O MTST prega, por exemplo, a “luta contra o capital e o Estado que representa os interesses capitalistas” e diz abertamente que uma de suas formas prediletas de atuação é o bloqueio de rodovias.
O que tem esse bloqueio a ver com proporcionar teto a quem não o possui? Absolutamente nada. Mas tem muito a ver com a revolução marxista mundial. E o MTST não o esconde: “Ao bloquearmos uma via importante estamos gerando um imenso prejuízo aos capitalistas. [...] Imaginem todas as principais vias paradas! E paradas não por horas, mas por dias! Conseguiríamos impor uma grande derrota ao capital e avançar na transformação que queremos. Este é um grande objetivo do MTST”.
O movimento de Boulos acrescentou a suas formas de atuação, também a invasão de escolas, tendo coordenado algumas das invasões de escolas estaduais ocorridas em dezembro último.

Se tivermos em vista os apoios eclesiásticos e civis em prol da constituição de uma rede de movimentos ditos “sociais” — MTST, MST, Excluídos, CIMI (junto aos índios) etc. — todos empenhados em doutrinar a população pobre, a fim de engajá-la na revolução social anticatólica, compreenderemos melhor para onde querem que rume o Brasil.