quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Cuba -- E agora Francisco? E agora Barack?


Marido de Yoani Sánchez e líderes dissidentes 
são detidos em Havana
Prisões teriam acontecido horas antes de protesto na Praça da Revolução

por O Globo com agências internacionais
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HAVANA - O marido da blogueira cubana Yoani Sánchez, o jornalista Reinaldo Escobar, e o líder dissidente Eliecer Ávila foram presos em Havana nesta terça-feira.

Mais tarde, os dois fariam parte de um protesto organizado pela artista Tania Bruguera. Outros dissidentes também foram presos.

"Estão levando meu marido e Eliecer em um carro da polícia, algemados", relatou Sánchez pelo Twitter. Ela não foi encontrada para comentar o episódio.

Escobar dirige o site opositor "14ymedio", enquanto Ávila lidera o grupo de oposição Somos Más. Além deles, o dissidente Antonio Rodiles relatou por telefone, à Associated Press, estar sendo detido.

Bertha Soler, líder do grupo de familiares e presos políticos Damas de Blanco, disse que duas mulheres do grupo foram presas, mas uma foi libertada.

Além disso, garantiu que a polícia faz vigilância nas casas de pelo menos 20 de seus integrantes.

Enquanto Yoani não foi encontrada para comentar o caso, o dissidente Elizardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos, relatou que ela estava sendo mantida por policiais em sua casa. Mulher de Ávila, Rachel Vázquez confirmou sua prisão.

Para esta terça-feira, Tania Bruguera havia organizado um protesto em forma de intervenção artística na qual um microfone ficava de frente à sede do governo local. Ela não havia recebido permissão para conduzir a apresentação.

Yoani já havia dito, através de suas redes sociais, que apoiaria a manifestação de Bruguera, chamada de "Yo Exijo También".

O episódio foi o primeiro de detenções políticas em Havana desde o anúncio da retomada das relações diplomáticas entre Cuba e os EUA.

Apesar de o governo de Raúl Castro ter se comprometido a libertar 53 presos políticos como parte do acordo, grupos dissidentes afirmam que ainda não tiveram ciência de qualquer soltura até o momento.


Nos EUA, o senador democrata Robert Menendez, um linha-dura nas relações com Havana, cobrou resposta do governo Obama às detenções.


terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Ministro Levy vai instaurar comissão da verdade para as contas públicas?


Amplia-se o rombo


Celso Ming



É agora enorme a probabilidade de que, em 2014, as contas públicas apresentem um rombo, o primeiro desde 2001, quando se iniciou a série histórica das estatísticas do Banco Central.

Há algumas semanas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vinha sustentando que entregaria um superávit primário (poupança do governo), neste ano, de R$ 10,1 bilhões. Nesta segunda-feira, saíram os resultados de novembro que apontam, no acumulado do ano, para um déficit de R$ 19,6 bilhões. 

Para apresentar o saldo positivo pretendido em 2014, em dezembro o governo terá de mostrar um superávit de R$ 29,7 bilhões. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, avisou, nesta segunda, que este mês traria “resultado positivo de dois dígitos”, ou seja, superior a R$ 9,9 bilhões. Mas vá saber. 

Há quantos meses não dá para alguém se fiar na palavra do secretário?O resultado ruim de novembro não deixa de ter um lado positivo. Indica que o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, arrancou do governo a decisão de limpar as contas públicas dos truques, pedaladas e provavelmente de um bom número de esqueletos, para começar 2015 com vida nova.

De todo modo, é kafkiana a informação publicada no Estadão de domingo de que o ministro Levy conseguiu instituir uma espécie de Comissão da Verdade, apenas para apurar o real estado das contas públicas. Ou seja, fica admitido que o novo governo Dilma recebe uma herança maldita do próprio governo Dilma. 

Decididamente, a transição do governo Fernando Henrique para o governo Lula parece ter sido mais natural, sem necessidade de procedimentos desse tipo
As escamoteações fiscais que agora estão a exigir a tal Comissão da Verdade não foram obra exclusiva do secretário do Tesouro. O ministro Guido Mantega também se deu a manobras esquisitas.

Em abril, por exemplo, mandou demitir o técnico Leonardo Rolim, da Previdência Social, quando este avisou que o rombo da área em 2014 não seria de R$ 40 bilhões, como estava nas contas do ministro, mas de R$ 50 bilhões.

E, no entanto, se Rolim errou, foi para menos. Até novembro, o déficit acumulado da Previdência Social foi de R$ 58,5 bilhões. Se, em dezembro, o déficit for metade do que foi em novembro, o ano fechará com um resultado negativo superior a R$ 60 bilhões.

O Banco Central foi também solidário com essa operação de camuflar parte do rombo. Desde agosto de 2013, insistiu nos seus documentos em que “o balanço do setor público tende a se deslocar para a zona de neutralidade”, querendo com isso dizer que estava próximo o dia em que deixaria de produzir inflação.

E, no entanto, agora já não sabe o quanto de inflação está para ser produzido por tarifas públicas represadas ou por dívidas do Tesouro assumidas para garantir transferências para o BNDES, para a Caixa Econômica Federal e para o Banco do Brasil.


Seja como for, nada desse encobrimento foi realizado sem o conhecimento da presidente da República. Dilma 1 apresenta-se diferente de Dilma 2 e, no entanto, trata-se da mesma pessoa.

Fonte: OESP




SNA estima safra acima dos 200 milhões de toneladas



Incertezas climáticas e tendências de queda nos preços devem marcar a próxima temporada

POR REDAÇÃO GLOBO RURAL

Estimativas da Sociedade Nacional da Agricultura apontam para redução da área plantada com cana-de-açúcar (Foto: Ernesto Souza / Ed. Globo)

A Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) estima que a produção brasileira de grãos deve ultrapassar a marca de 200 milhões de toneladas, um recorde histórico para o Brasil. 
“Esse aumento de produção é esperado em decorrência do pequeno crescimento na área plantada e da melhoria da produtividade”, assinala o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, que prevê crescimento de 1,5% da área destinada ao plantio e produção 4% maior que a safra anterior.
Apesar das boas perspectivas, Alvarenga reforça a influência do clima. “Todas as previsões devem ser vistas com reservas, tendo em vista a possibilidade de eventos climáticos que venham alterar a produtividade”.
O diretor da SNA, Helio Sirimarco, afirma que o cenário mais provável para o próximo ano sugere uma contribuição menor do agronegócio para a balança comercial brasileira. 
“Existem indicações de queda ou estagnação das exportações do setor, com retração dos preços médios dos produtos exportados. A equação pressupõe, ainda, que a produção brasileira de grãos seguirá a trajetória antecipada pelos primeiros levantamentos de safra”, ressalta.
“O valor das exportações do setor deverá cair em torno de 3% na comparação com este ano, para algo em torno de US$ 99.03 bilhões, quase 1% abaixo do resultado de 2013, quando o agronegócio exportou US$ 99.96 bilhões. Provavelmente, teremos um pouco menos de exportações de soja e milho, em receita, e um pouco mais de carnes e café”, complementa o diretor da SNA.
Soja

Para o presidente da SNA, a soja é o produto que terá melhor desempenho na próxima safra, atingindo um total de 95 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 10% em relação à safra anterior.
O êxito do complexo soja também é compartilhado por Sirimarco.  “Podemos esperar um novo recorde de exportação, com algo próximo a 63.2 milhões de toneladas, das quais a soja em grão responderá por 48.0 milhões de toneladas, contra 46.0 milhões esperados para 2014, segundo previsão da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove). Em volume, o crescimento será de 5%, respondendo à demanda mundial, que continua aquecida”.
Carnes e celulose
Para as carnes, “as perspectivas permanecem positivas, o que não deverá ocorrer para a celulose, frente à expectativa de excedente de oferta, principalmente diante do baixo desempenho econômico e financeiro da economia europeia”, observa o diretor da SNA.
Já a indústria de carnes, de acordo com Sirimarco, “espera manter a boa fase, diante de problemas de oferta registrados nos principais concorrentes brasileiros, afetados por questões sanitárias e dificuldades climáticas”.

Para o setor avícola, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita numa expansão entre 3% e 4% nos volumes exportados em 2015.
 “Será um ano positivo, mas não como em 2014”, prevê o diretor da SNA, acrescentando que o desempenho das exportações do setor poderá ainda ser potencializado pela crescente demanda por material genético produzido no País e pela multiplicação de episódios de influenza aviária.
Algodão e milho

Por outro lado, o algodão e o milho são produtos que irão sofrer queda na produção, por conta da redução na área plantada. É o que explica Antonio Alvarenga. “Os produtores reduziram a área plantada em conseqüência da queda nas cotações internacionais desses produtos, o que significa menor rentabilidade para o produtor”.
Café e cana


Quanto à safra de café, Alvarenga antecipa uma significativa queda de produção, em decorrência do longo período de estiagem em 2014. 
“Em algumas regiões, a redução pode atingir 20% em relação ao ano anterior”, ressalta.  Já a cana de açúcar deverá sofrer uma redução 4% em relação ao ano anterior, tendo em vista a estiagem e a grave crise que o setor atravessa”.


Prova de fogo para o agronegócio






Os altos e baixos de 2014 no agronegócio foram determinados pelo clima, pelo mercado global, pela política nacional e até pela Copa do Mundo. Mas o ano termina com resultados satisfatórios.

A produção de grãos cresce no país apesar do aperto nas cotações. A pecuária tem boas perspectivas e a expectativa é de mudanças para setores como o da cana-de-açúcar.

O quadro não é confortável, diante de uma safra volumosa de grãos a caminho na América do Sul. 

A renda do setor não tem caído de forma alarmante devido à valorização do dólar, que sustenta os preços internos dos produtos destinados à exportação.

(...) 


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

"Papa superman" e o seu radicalismo ambiental: numa encíclica?

Documento do Papa Francisco sobre mudanças climáticas indignará negadores e igrejas dos EUA

Pontífice espera lançá-lo na reunião da ONU em Paris, em dezembro do próximo ano, após visitar as Filipinas e Nova York

John Vidal

“The Observer”, 27 dezembro de 2014



Ele tem sido chamado de “Papa superman”, e seria difícil negar que o Papa Francisco teve um bom dezembro. 

Citado pelo presidente Barack Obama como um jogador fundamental nas relações de descongelamento entre os EUA e Cuba, o pontífice argentino prosseguiu, palestrando a seus cardeais sobre a necessidade de limpar a política do Vaticano. 

Mas poderá Francisco alcançar um feito que tem escapado aos poderes seculares e inspirar uma ação decisiva sobre as alterações climáticas?

Parece que ele terá uma chance. Em 2015, o Papa vai publicar uma longa mensagem sobre o assunto para os 1,2 bilhão de católicos do mundo, fazer um discurso na Assembléia Geral da ONU e convocar uma reunião de cúpula das principais religiões do mundo.

A razão para tal atividade frenética, diz o bispo Marcelo Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, é o desejo do Papa de influenciar diretamente a crucial reunião climática da ONU do próximo ano em Paris, quando os países tentarão concluir 20 anos de negociações tensas com um compromisso universal para reduzir as emissões.

“Nossos acadêmicos apoiaram a iniciativa do Papa de influenciar decisões cruciais do próximo ano”, declarou Sorondo à agência católica de desenvolvimento Cafod, em uma reunião em Londres. 

“A ideia é convocar uma reunião com os líderes das principais religiões para tornar todas as pessoas cientes do estado do nosso clima e a tragédia da exclusão social.”

Após visitar em março Tacloban, cidade filipina devastada em 2012 pelo tufão Haiyan, o Papa vai publicar uma rara encíclica sobre as mudanças climáticas e a ecologia humana. 

Exortando todos os católicos a tomarem medidas por razões morais e científicas, o documento será enviado aos 5.000 bispos e 400 mil sacerdotes católicos de todo o mundo, que irão distribuí-lo aos paroquianos.

De acordo com informantes do Vaticano, Francisco vai se encontrar com outros líderes religiosos e lobistas políticos em setembro, na Assembléia Geral em Nova York, quando os países subscreverão novas metas de combate à pobreza e ambientais.

Nos últimos meses, o Papa defendeu um novo sistema financeiro e econômico radical para evitar a desigualdade humana e a devastação ecológica. Em outubro, ele disse em uma reunião de camponeses sem terra da América Latina e da Ásia, e de outros movimentos sociais

“Um sistema econômico centrado no deus do dinheiro precisa saquear a natureza para sustentar o ritmo frenético de consumo que lhe é inerente.

“O sistema continua inalterado, uma vez que o que domina são as dinâmicas de uma economia e de uma finança carentes de ética. Não é mais o homem que manda, mas o dinheiro. Quem manda é o dinheiro efetivo.

“A monopolização das terras, o desmatamento, a apropriação da água, agrotóxicos inadequados são alguns dos males que arrancam o homem da terra em que nasceu. As alterações climáticas, a perda de biodiversidade e o desmatamento já estão mostrando seus efeitos devastadores nos grandes cataclismos que assistimos”, disse ele.

Em Lima, no mês passado, os bispos de todos os continentes expressaram sua frustração pelas negociações estagnadas sobre o clima e, pela primeira vez, pediram aos países ricos para agir.

Sorondo, um companheiro argentino conhecido por ser próximo do Papa Francisco, disse: “Assim como a humanidade enfrentou uma mudança revolucionária no século XIX, no tempo da industrialização, hoje nós mudamos muito o ambiente natural. 

Se as tendências atuais continuarem, o século vai testemunhar uma mudança climática sem precedentes e a destruição do ecossistema, com trágicas consequências.”

Neil Thorns, chefe de advocacia da Cafod, disse: “A expectativa em torno da próxima encíclica do Papa Francisco é sem precedentes. Vimos milhares de nossos apoiadores se comprometerem a convencer seus deputados que a mudança climática está afetando as comunidades mais pobres.”

No entanto, o radicalismo ambiental de Francisco é susceptível de atrair a resistência dos conservadores do Vaticano e dos círculos de direita da Igreja, particularmente nos EUA, onde os céticos católicos do clima também incluem John Boehner, líder republicano da Câmara dos Deputados, e Rick Santorum,  ex-candidato presidencial republicano.

O cardeal George Pell, ex-arcebispo de Sydney, que foi posto no comando do orçamento do Vaticano, é um cético da mudança climática que tem sido criticado por afirmar que o aquecimento global cessou, e que se o dióxido de carbono na atmosfera fosse duplicado, “as plantas iriam adorar”

Dan Misleh, diretor da Convenção do clima católico, disse: "Haverá sempre 5-10% das pessoas que vão se ofender (sic). Elas são muito ruidosas e têm influência política. Esta encíclica vai ameaçar algumas pessoas e trazer alegria a outras. Os argumentos são em torno de economia e ciência, em vez de moralidade.

“Uma encíclica papal é rara. Está entre os mais altos níveis da autoridade de um Papa. Terá 50 a 60 páginas; é uma grande coisa. Mas há um contingente de católicos aqui que dizem que ele não deve se envolver em questões políticas, que ele está fora de sua competência.”

Francisco também terá a oposição do poderoso movimento evangélico dos EUA, disse Calvin Beisner, porta-voz da conservadora Cornwall Alliance for the Stewardship of Creation [Aliança Cornwall de Administração da Criação], que declarou ser o movimento ambientalista dos Estados Unidos “não-bíblico” e uma falsa religião.


“O Papa deve recuar”, disse ele. “A Igreja Católica está correta sobre os princípios éticos, mas foi enganada no tocante à ciência. Resulta que as políticas que o Vaticano está promovendo são incorretas. Nossa posição reflete as opiniões de milhões de cristãos evangélicos nos EUA.”


Bons ou maus presságios para 2015?


Algumas notícias de primeira página do site de O Estado de S. Paulo, de 

hoje, 29-12-1914






Quatro pessoas morrem atingidas por um raio em Praia Grande

Elas estavam na beira da praia e, segundo banhistas, tentavam se abrigar da forte chuva quando sofreram a descarga elétrica
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Chuva derruba 264 árvores, o maior número da história; Ibirapuera fecha

Ao menos 139 semáforos registravam defeitos na manhã desta segunda-feira; é a primeira vez que parque fecha em virtude de árvores caídas
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Motorista leva uma hora para andar 5 km na Rio-Santos

Excesso de veículos, saídas de condomínios e estreitamento de faixas
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Epidemia de Ebola atinge mais de 20 mil pessoas na África

Previsão de agosto da OMS é atingida em apenas 4 meses
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Déficit do governo Dilma em 2014 é o maior da história

Contas públicas acumulam rombo de R$ 18,3 bi entre janeiro e novembro; no último mês, resultado ficou negativo em R$ 6,7 bi
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6 sinais dados em 2014 de que a inflação deve ganhar ainda mais força

Veja alguns motivos que tendem a acentuar ainda mais o encarecimento médio do custo de vida no Brasil neste novo ano
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Menor prestígio e verba faz diplomatas buscarem opções a carreira no Itamaraty

Com orçamento reduzido no governo Dilma e novas regras para ascensão na carreira, Ministério de Relações Exteriores perde quadros e recebe mais pedidos de transferência para postos no exterior ou para outros órgãos federais
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Belo Monte pode ter rombo bilionário com atraso na obra

Sócios tentam convencer a Aneel de que não foram responsáveis pelo atraso da hidrelétrica, que deveria iniciar operação em 2015
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Sobe para cinco número de mortos em ferry que pegou fogo na Grécia

De acordo com os últimos dados da Marinha Militar italiana, já foram resgatadas 363 pessoas das 478 que viajavam na embarcação
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Indonésia ampliará área de busca para encontrar avião da AirAsia

Decisão foi tomada depois que o segundo de dia de esforços não conseguiu apresentar resultados convincentes
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E-mails indicam ‘atuação direta’ de cartel no governo


Polícia Federal apreendeu em computador do número 1 da OAS textos que revelam trânsito de alvos da Lava Jato em setores estratégicos da administração federal

Mais um “milagre” da Reforma Agrária...


... degradou 40% das terras chinesas
Luis Dufaur




Num grande vaso antigo vemos reproduzida intensa atividade agropecuária, charretes carregadas de produtos da terra, grande atividade comercial e fluvial numa natureza poeticamente preservada.

Mais de 40% das terras aráveis chinesas se encontram degradadas após décadas de exploração socialista, deplorou a agência oficial de imprensa China Nova, citada pela agência Reuters.
O povo chinês é rico em qualidades dos mais variados tipos, as quais podem ser apreciadas em incontáveis e admiráveis obras de arte.
Nas refinadas cerâmicas, nas delicadas pinturas, nos maravilhosos marfins, podemos contemplar, descrita em seus menores detalhes, a vida agrícola chinesa de séculos passados.
Toda ela está impregnada de espírito familiar e senhoril.
Nessas imagens, vemos refletida uma arte realista e requintada, uma vida no campo farta, poética, de uma riqueza surpreendente.
E além de preservar como que por instinto uma natureza única, vemos o trabalhador chinês bem alimentado, contente, e paradoxalmente contemplativo e pletórico de bens.

Que espécie de feitiço caiu sobre essa nação a ponto de arrasar a própria terra?

A terra negra e fértil da província de Heilongjiang, no norte da China, diminui em extensão, diz a agência do governo.
As terras agrícolas do sul estão entregues à acidificação, acrescenta a agência, que cita por sua vez estatísticas do Ministério da Agricultura.
A China deve alimentar uma população em torno de 1,4 bilhão de habitantes.
Para isso possui uma superfície de tamanho quase continental, irrigada por alguns dos maiores rios do mundo, com imensa variedade de climas e altitudes para cultivos diversos.


 Reforma agrária estragou as melhores terras

E no entanto ela está importando maciçamente alimentos e toda espécie de matérias-primas para a população sobreviver e manter a produção das fábricas.



A natureza foi depredada para atingir as metas do socialismo.

O governo comunista, autor da mefistofélica planificação que estragou as terras chinesas, desenha agora planos para lutar contra a poluição das mesmas.
De início, a tentativa de recuperação se concentrará em 3,3 milhões de hectares.
Mas até 2020 o Ministério da Agricultura planeja “criar” 53 milhões de hectares de terras agrícolas “confiáveis”, que poderão resistir às secas e às enchentes, escreveu China Nova.
Podemos estar certos de que dos “milagres” da planificação socialista realizada no campo pela Reforma Agrária nada sairá de bom.

Pelo contrário, a toda hora chegam notícias de maiores mazelas.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Os porta-bandeiras do MST, índios, trabalhadores 'escravizados e quilombolas sempre alinhados rumo à luta de classes


Anistia Internacional e o 'Charco no Maranhão'


Thaynã Menezes, formada em Relações Internacionais pela PUC-GO e membro do Grupo de Ativistas Voluntários da Anistia Internacional em Goiânia, escreveu para o "Diário da Manhã" o artigo abaixo... Os negritos e sublinhamentos são do Blog.


Façamos uma breve retrospectiva voltando ao ano de 2010, especificamente no dia 30 de outubro, quando um homem foi morto. Seu nome era Flaviano Pinto Neto, vivia numa comunidade quilombola e era reconhecido como líder da luta do seu povo.  
Luta essa, que visava à libertação do povoado das mãos de um latifundiário que se dizia dono das terras da Comunidade do Charco, e sendo assim, os obrigava a pagar taxas absurdas para usufruírem da terra onde vivem a (sic) quase 200 anos, fazendo com que não sobrasse sequer dinheiro suficiente para o sustento das famílias desse povoado localizado no interior do Estado do Maranhão na cidade de São Vicente de Ferrer.
A comunidade quilombola do Charco fica na região conhecida como “Baixada” Maranhense, a pouco menos de 300 km da capital São Luís. Lá vivem, hoje, em torno de 90 famílias. 
A paisagem seca no mês de outubro não reflete a realidade que dá nome ao local — “Charco” — uma referência ao alagamento da região durante o período das chuvas. 
A falta de chuvas e de infraestrutura para uma eventual irrigação não permitem o plantio de quase nada nesta época, mas assim mesmo, as palmeiras de babaçu enfeitam a paisagem. 
Naquela terra, quando a chuva permite, plantam mandioca, arroz, milho, batata e criam alguns animais. Também coletam coco de babaçu, porém, a maior parte da produção não ficava com eles.
Ameaças de queimadas, espancamentos e destruição da plantação eram alguns dos “argumentos” utilizados pelo suposto “dono” das terras, caso os quilombolas se recusassem a pagar as taxas. 
Os moradores do Charco sempre questionaram a legalidade dessa exigência, e se colocaram a pensar: se as famílias eram nascidas e criadas ali, como aquela terra poderia pertencer à outra pessoa? 
Flaviano era o presidente da Associação de Moradores do Charco e exigiu então que o fazendeiro apresentasse o título de propriedade que comprovasse que ele era o proprietário da região. 

Como nenhum documento foi apresentado, os moradores da comunidade quilombola do Charco pararam de pagar o “foro” exigido pelo latifundiário.
A partir de então as ameaças passaram a se transformar em atentados, os quilombolas tiveram plantações destruídas, casas queimadas e um líder morto. 
A morte de Flaviano trouxe visibilidade não só para a luta da comunidade do Charco. Esse crime se “transformou num símbolo da gravidade dos conflitos de Terra no Maranhão e mobilizou entidades Maranhenses como a Comissão Pastoral da Terra – CPT; a Federação dos Trabalhadores da Agricultura – FETAEMA; a Comissão de Direitos Humanos da OAB, a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e Caritas” (Fonte: Jornal Pequeno).
A extensão dos prejuízos econômicos, sociais, e, sobretudo humanos, dos conflitos agrários no Maranhão, representados pela morte de Flaviano, chamou também a atenção de instituições internacionais, como a Anistia Internacional.
Anistia Internacional (A.I.) é um movimento global apartidário, sem interesses econômicos e que não possui vínculos estatais e religiosos, com mais de 3 milhões de apoiadores, localizados em 150 países, realizando ações e campanhas para que os direitos humanos internacionalmente reconhecidos sejam respeitados e protegidos. 
A organização atua desde os anos de 1960 e no Maranhão acompanha os problemas agrários desde 2010 com ênfase nos desdobramentos dos conflitos como o quilombo Pontes (em Pirapemas), a comunidade Santa Maria dos Moreiras (em Codó), e da própria comunidade do Charco, onde Flaviano foi assassinado. 
No caso do Charco a A.I. exige ao lado dos quilombolas o fim das ameaças de remoção e a titulação definitiva das terras onde o quilombo está estabelecido desde o século XIX.
O processo de identificação e titulação de comunidades quilombolas no Estado do Maranhão é bastante lento. São cerca de mil comunidades quilombolas no estado, das quais pouco mais de 400 já tiveram o certificado emitido pela Fundação Palmares. 
Mas o número de comunidades que teve o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) concluído não chega a dez. A comunidade do Charco é uma delas. E essa lentidão no processo de titulação definitiva das comunidades quilombolas deixa essas comunidades expostas a uma situação de risco de ameaças e ataques por parte de fazendeiros locais.
De acordo com Renata Neder, assessora de direitos humanos da Anistia Internacional no Brasil, em uma entrevista dada a um jornal Maranhense, diversas “Ações Urgentes” foram lançadas desde 2010 em defesa de lideranças, defensores de direitos humanos e comunidades no Maranhão. 
A “Ação Urgente” é um chamado da Anistia Internacional para que seus membros e ativistas se mobilizem e enviem cartas, e-mail ou fax para as autoridades chamando a atenção para uma situação de risco imediato e pedindo a proteção – e outras medidas cabíveis – para garantir a segurança do defensor de direitos humanos ou da comunidade em risco.
Além das “Ações Urgentes” a A.I. promove todos os anos durante a semana do Dia Internacional de Direitos Humanos, 10 de dezembro, uma ação chamada Maratona das Cartas, onde são selecionados casos que vão dar visibilidade a outros abusos similares, já que a instituição não consegue acompanhar todas as denúncias que infelizmente são muitas. 
Então os ativistas dos 150 países saem às ruas em suas defesas: explicam para a população o que é a Anistia Internacional, o que ela defende, expõem os casos e arrecadam assinaturas para que cartas sejam enviadas, e violações dos direitos humanos sejam reparadas. 
Nesta edição, a Anistia acompanha denúncias da Noruega, Venezuela, Estados Unidos, Índia e Brasil (Fonte: Site da Anistia Internacional Brasil).
Porém como sabemos que nada avança sem muita luta, a Anistia Internacional está presente para fazer a pressão necessária contra governos e instituições. 
Como disse Zilmar Mendes, sobrinha de Flaviano e atual presidente da Associação de Moradores da Comunidade do Charco, o “governo é que nem feijão, só vai na pressão”.


http://www.dm.com.br/texto/201531-a-anistia-internacional-e-a-comunidade-do-charco-no-maranhao

Cacau promete no Pará...


No interior do Pará, produtividade recorde para o cacau

Renée Pereira

Criada às margens da rodovia Transamazônica, no km 90, a pequena Medicilândia, no Oeste do Pará, era uma ilustre desconhecida no mapa do Brasil até virar a capital nacional do cacau. 

A cidade, que carrega no nome uma homenagem ao general Emílio Garrastazu Médici, presidente do Brasil na época mais pesada da ditadura militar (entre 1969 e 1974), entrou para o rol das melhores amêndoas do País e hoje atrai fabricantes nacionais e estrangeiros de chocolates finos. 

O município, emancipado apenas em 1989, teve origem na criação do programa federal para colonizar a Amazônia, na década de 70. A ideia era levar para a região trabalhadores sem terra de diversos pontos do Brasil, em especial do Nordeste. 

Para dar emprego aos novos moradores, o governo construiu na agrovila a Usina de açúcar Abraham Lincoln (presidente americano entre 1861 a 1864), que funcionou até 2002. Com a derrocada do empreendimento, a Cana-de-açúcar deu espaço a outras culturas, em especial à produção de cacau, considerado o alimento dos deuses pelos astecas. 

Hoje a cidade tem 36 mil hectares de Lavoura de cacau - área menor que a de Ilhéus (BA), o mais tradicional produtor do País. A diferença é que a produtividade em Medicilândia é bem maior, afirma o superintendente da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Pará, Jay Wallace Mota. Segundo ele, a cidade produz em média entre 1.000 e 1.060 quilos de amêndoas por hectare. 

"Alguns produtores conseguem até 2.500 quilos (o que seria a maior produtividade do mundo)." Na Bahia, a média é de 0,3 quilo, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

Uma das explicações para a alta eficiência de Medicilândia é que seu solo tem manchas de terra roxa, muito fértil para a Agricultura. "Os números poderiam ser ainda melhores se os novos produtores tivessem mais treinamento e acesso à tecnologia", afirma Mota. 

Os primeiros agricultores da região tiveram mais sorte, conseguiram se preparar melhor e ganharam know how no setor. Para agregar maior valor ao produto, eles adotaram a técnica de fermentação do cacau, o que dá mais qualidade à amêndoa e permite a produção de um chocolate mais saboroso. 

"Hoje, 90% do cacau do Brasil não é fermentado. É colhido e secado ao sol, o que reduz a qualidade do produto", afirma o presidente da Harald Chocolates, Ernesto Harald. Há dois anos, a empresa começou a comprar a produção do Pará, especialmente de Medicilândia, para fazer os chocolates premium e super premium. "Por causa da fermentação, a amêndoa da região tem um poder menos ácido que o da Bahia e o chocolate fica mais suave." 

Para essa linha de produtos finos, o cacau comprado pela companhia é orgânico, tendo de atender a 30 requisitos de qualidade, como colher apenas o fruto maduro do pé e fermentar as amêndoas por cinco a seis dias. 

Antes de fechar contrato com os produtores, Harald visitou cada um deles e conheceu todo o processo, desde a plantação, colheita até a secagem do produto. 

O cacau do Pará representa entre 2% e 3% da produção da empresa. Em dois anos, a fabricante de chocolates espera aumentar esse porcentual para 5%. "O Pará é a maior fronteira Agrícola do mundo para aumentar o plantio do cacau." 

Medicilândia representa um terço da produção do Estado, o segundo maior produtor do Brasil, atrás da Bahia. A meta dos agricultores locais é alcançar a liderança nacional em cinco anos, diz o presidente da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica (Coopatrans), Ademir Venturim. Segundo ele, só com o Melhoramento genético das plantas e acesso a novas tecnologias o Estado já conseguiria bater esse objetivo. 

O planejamento da Ceplac até 2022, no entanto, não prevê mudanças no ranking nacional. Mas a estratégia é ampliar a produção das atuais 88 mil para 250 mil toneladas. "Há cerca de 60 mil hectares de terra na região que podem ser usados para plantação de cacau. 

Embora o objetivo não seja o de atingir a liderança, se as coisas continuarem no ritmo que estão (aumento de 7% da área plantada por ano), o Pará pode se tornar o maior produtor do País." 

Mota destaca entretanto que, nos últimos anos, a Bahia conseguiu sanar seus problemas de endividamento e voltou a ter condições de ampliar a produtividade. Portanto, é possível que ela reaja e melhore os indicadores. Ainda assim, o Pará continuará com algumas vantagens em relação à Bahia, diz ele. 

Os dois polos de produção sofrem com a vassoura de bruxa, doença que mata os frutos e compromete a produção. "Na Bahia, no entanto, a produção é confinada ao Sul do Estado. No Pará, ela é mais esparsa, o que evita a proliferação da doença." 

Por outro lado, é na Bahia que estão as grandes indústrias de beneficiamento do cacau. Quase toda a produção paraense é levada para o Nordeste por grandes companhias, como Cargill, Barry Callebout e ADM, e beneficiadas na indústria da Bahia. Durante anos, conta Venturim, as amêndoas do Pará eram vendidas pela metade do preço baiano por serem consideradas de qualidade inferior. 

"Apenas em 2000 os preços foram igualados e agora descobrimos que o nosso cacau é melhor." Além da Harald e da Natura, que usa o cacau na elaboração de cosméticos, produtores estrangeiros da Áustria e Alemanha compram da região. Mas, para atender esses clientes, o nível de exigência é elevado. O produto precisa de uma série de certificações e padrões de qualidade. 

Os moradores da região, no entanto, não querem ser só fornecedores de commodities. Há quatro anos eles começaram a experimentar a arte de produzir o chocolate. Com o dinheiro de um fundo criado pelo governo do Estado, eles construíram a Cacauway, uma fábrica de chocolates com alto teor de cacau, administrada pela Coopatrans. 

Sem experiência no assunto, os integrantes da cooperativa foram treinados pela empresa que vendeu os maquinários para a fábrica. "Uma coisa que aprendemos é que para ter um bom chocolate é preciso ter uma boa amêndoa. Por isso, priorizamos o campo", diz Venturim. 

Desde 2010, eles já abriram sete lojas no Estado, em cidades como Belém, Marabá e Altamira. Para inaugurar novas unidades, diz o executivo, é preciso ampliar a capacidade de produção da fábrica. Hoje são feitos 100 quilos de chocolate por dia. "Queremos chegar a 500 quilos por dia.”



OESP, 28 de dezembro de 2014

sábado, 27 de dezembro de 2014

Na Venezuela socialista já falta leite... e sorveteria fecha! Cuidemo-nos, pois.


Reuters

Sorveteria famosa da Venezuela fecha temporariamente 


por falta de leite

Da Reuters
Prateleiras vazias nos mercados

Na sorveteria Coromoto, estabelecimento venezuelano que entrou para o livro dos recordes por oferecer centenas de sabores peculiares, um cartaz afixado na porta adverte que o local está fechado por falta de leite, segundo testemunhas.

Os venezuelanos, que sofrem com a maior taxa de inflação na América e uma escassez constante de alimentos básicos e remédios, ficaram surpresos neste Natal com o fechamento de uma sorveteria que é ícone turístico da cidade de Mérida, a cerca de 770 quilômetros a oeste de Caracas.

A sorveteria Coromoto, que entrou para o Guinness por vender há 30 anos sorvetes de cerveja ou abacate, entre 863 sabores, informou através do site de rede social Facebook que o fechamento é temporário.

"Como muitos já ouviram falar em algumas redes sociais, estaremos fechados durante a alta temporada por escassez de leite", diz a mensagem publicada no dia de Natal.

A placa na porta do local também pede desculpas aos clientes e turistas por "não poder atendê-los por falta de leite".

Ninguém atendeu às ligações feitas para a sorveteria no sábado.

O país sul-americano precisa importar quase todo o leite em pó consumido, segundo a Câmara Venezuelana de Indústrias Lácteas.


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou medidas contra o que ele descreve como uma guerra econômica contra seu governo e na semana passada nomeou um dos seus colaboradores mais próximos como vice-presidente de Segurança e Soberania Alimentar.