terça-feira, 31 de maio de 2016

Sem Terra: 19 mil possuem carros como Porsche, Land Rover e Volvo







O TCU (Tribunal de Contas da União) determinou nesta quarta-feira (7) ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a imediata paralisação do programa de reforma agrária no país. 

O programa atinge hoje 1,5 milhão de famílias e, pela decisão do órgão, não poderão ser mais cadastrados ou assentados novos beneficiários. 

Na prática, o programa já está paralisado por falta de dinheiro, conforme mostrou reportagem da Folha de S.Paulo do mês passado. 

De acordo com o TCU, sem a medida cautelar de interrupção de novos cadastros, o país poderia ter um prejuízo de R$ 2,5 bilhões até 2018. 




A medida foi tomada após o tribunal identificar mais de 578 mil beneficiários irregulares do programa do governo federal, ao cruzar a base de dados do Incra com outros bancos de dados. 

Entre as irregularidades na relação de beneficiários, foram identificados 1.017 políticos. Há também 61.965 empresários, 144.621 servidores públicos e 37.997 pessoas falecidas. Essas pessoas, pelas regras, não teriam direito aos lotes distribuídos no programa. 

A auditoria revelou ainda que 19.393 dos cadastrados são donos de veículos de luxo, de marcas como Porsche, Land Rover e Volvo. 

“O programa não está sendo efetivo ao permitir que indivíduos que não estão no público-alvo do PNRA [Programa Nacional de Reforma Agrária] ocupem o lugar do público esperado”, afirma o relator do caso, ministro Augusto Sherman. 

Em sua defesa, o Incra informou ao TCU que já vinha fazendo cruzamentos para identificar problemas no cadastro, tendo retirado da lista 38 mil famílias que estavam irregulares. 

Mas, segundo o órgão, as medidas estavam sendo tomadas de forma morosa, não se mostraram suficientes e havia risco de cadastramento de novos beneficiários irregulares.



Agronegócio e barco sem lanterna



Agronegócio vai de vento em popa, 

mas o barco está sem lanterna!


Desejoso por fazer uma “radiografia” do agronegócio referente às safras de 2015 e de 2016, aguardava apenas que amainasse a tempestade política que abatia sobre o país. Afinal, os senadores se concentraram em Brasília nesta noite ­de 11 para 12 de maio e votaram pela admissibilidade de impedimento da Presidente.

Na medida em que os parlamentares cumpriam a agenda ao discursarem por 15 minutos, fui construindo um quadro que afinal se delineou como um velório. Explico-me. O trauma provocado pela crise político-institucional, os discursos destemperados dos senadores petistas e quejandos davam, com efeito, a sensação de um “guardamento”.

Mais trágico que velar um defunto era estar numa espécie de “guardamento” de uma nação inteira que se encontrava estertorando numa UTI. Álvaro Dias, por exemplo, informou em seu discurso que a Universidade de Oxford emitira uma análise sobre a situação econômica do país: em menos de 10 anos o Brasil não voltaria aos patamares de normalidade econômica.

Conforme escrevi no ‘balanço da safrinha’ há seis meses, Plinio Corrêa de Oliveira fora bem menos otimista que os pesquisadores de Oxford quando afirmou a seu tempo que seriam necessários 50 anos para se conseguir recolocar o país sobre os trilhos do ponto de vista psicossocial, caso o PT chegasse ao poder. Talvez, isto sim, do ponto de vista econômico consigamos voltar a bons patamares em 10 anos.

Lembrei-me do alerta do grande tribuno romano Cícero ­– portanto, há mais de dois mil anos – aos seus coetâneos para a iminente decadência do Império caso não fossem seguidas as suas recomendações:

O orçamento deve ser equilibrado, o tesouro público deve ser reposto, a dívida pública deve ser reduzida, a arrogância dos funcionários públicos deve ser controlada e moderada e a ajuda aos outros países deve ser eliminada, para que Roma não vá a falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver à custa do Estado”.

Advertência tão atual poderia ter sido relembrada esta noite por alguns de nossos senadores, mas afinal todos estamos fartos de saber disso. Contudo, é necessário que fique consignada nas páginas da história a tragédia econômica e social que se abateu no Brasil:

1-        Os desempregados já ultrapassam a casa de 11 milhões de pessoas.

2-        A dívida externa que os presidentes Fernando Collor de Melo e Itamar Franco passaram para Fernando Henrique Cardoso equivalia a R$ 60 bilhões de reais. Este por sua vez passou para Lula o equivalente a R$ 600 bilhões, e, atualmente, a dívida interna já monta a R$ 3 trilhões e meio! E as estimativas dos economistas eram – caso Dilma continuasse até o final de seu mandato – de que a dívida chegasse de salto em salto bem perto dos R$ 6 trilhões...

3-        Mais de 700 bilhões de dólares é a dívida somada das empresas estatais e privadas no exterior.

4-        Os dados do IBGE que acabaram de ser divulgados apontam que a população brasileira tem uma dívida aproximada de R$ 2 trilhões e R$ 400 milhões. São 60 milhões de brasileiros endividados, com a média de R$ 4 mil reais per capita, sendo que 16% desse total se referem aos atrasos nas contas de eletricidade que conheceu aumento exorbitante.

5-        A Petrobrás, uma das maiores empresas do mundo, que em 2006 tinha um valor de mercado de cerca de R$ 800 bilhões, hoje não chega a valer R$ 200 bilhões.

6-        A mesma Petrobrás que no primeiro trimestre de 2013 apresentava dívida de 200 bilhões de reais, em maio de 2016 já ultrapassava os 500 bilhões.

Na verdade, vários senadores lembraram as “caixas pretas” que estão por ser abertas na administração federal, porque ainda não se sabe o total do rombo, por exemplo do BNDES, da Caixa Econômica, da Previdência Social, da Eletrobrás, etc.

Tudo isso foi fruto de uma política socialocomunista em que o estado todo poderoso faz e desfaz, manda e desmanda em detrimento do cidadão: rico, pobre ou miserável são espoliados com juros e impostos extorsivos.

***

O agronegócio por sua vez vem desempenhando o seu papel histórico não apenas mantendo, mas superando os seus próprios recordes:

1-         A produção de grãos em 2015 ultrapassou a barreira de 200 milhões de toneladas e, neste ano, se o clima correr bem, ultrapassará 210 milhões.

2-         Manteve e até aumentou um pouco o nível de empregos com mais de 30 milhões de trabalhadores.

3-         Alimentamos nossos 210 milhões de habitantes com comida saudável, farta, com preço relativamente baixo, apesar da inflação galopante.

4-         No total, já são 1 bilhão e 200 mil pessoas em mais de 180 países que são alimentados pelo Brasil.

5-         As exportações de 2015 foram U$$ de 88,22 bilhões, gerando um superávit de 75 bilhões.

6-         Nos últimos 10 anos, o acumulado do superávit das exportações gerou mais de 500 bilhões de dólares, e é por isso que as nossas reservas estão em 370 bilhões de dólares.

Pelas amostragens das grandes feiras agropecuárias que vimos presenciando, o agronegócio aponta boas perspectivas para 2016. Senão vejamos:

1-         Show Rural de Cascavel (PR): diminuiu um pouco neste ano por razões pontuais, como a ausência das fábricas dos tratores na exposição.

2-         Show Rural de Não-Me-Toque (RS): superou o do ano passado, mais foi um pouco menor do que em 2014.

3-         Expo Londrina (PR): foi melhor do que o ano passado e pouco inferior à de 2014.

4-         Agrishow de Ribeirão Preto (SP): foi consideravelmente melhor do que o de 2015, com recuperação lenta, mas firme do setor canavieiro.

5-         Expozebu de Uberaba (MG): O setor pecuário foi o menos atingido. Embora a demanda interna tenha diminuído em razão da redução do poder aquisitivo, as exportações continuaram aumentando. O total do rebanho está em torno de 220 milhões de cabeças (quase uma vez e meia o rebanho dos Estados Unidos).

6-          Portanto, da parte do agronegócio o dever foi cumprido, mas da parte do governo... afinal, havia governo?
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Os pedágios vêm permitindo a boa manutenção das estradas, mas estão demasiadamente caros para os que deles se utilizam. Os grandes gargalos nas malhas viárias que não contam com pedágios encontram-se em péssimas condições. Os preços do diesel e da gasolina batem recordes no mundo e a carga tributária é abusiva. Tudo isso somado resulta no “custo Brasil” que encarece sobremaneira os nossos produtos aqui e no exterior.

A situação chegou a este estado crítico pelo fato de não terem sido respeitados os princípios básicos da boa ordem social, como a propriedade privada, a livre iniciativa, a subsidiariedade. Tão-só com a demagógica Reforma Agrária foram gastos bilhões de reais para que dela vicejassem apenas os frutos amargos da miséria e desolação.

De acordo com o último relatório do Tribunal de Contas da União, dos mais de 1 milhão e 500 mil assentados nos projetos de Reforma Agrária, 580 mil são de ocupantes irregulares, com mais de 30 mil mortos que continuam ‘posseiros’ dos lotes administrados pelo INCRA. Empresários milionários com helicópteros, iates, lanchas luxuosas e carros de altíssimo valor estão entre esses ‘favorecidos’.
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Uma política caótica em relação aos indígenas vem promovendo verdadeira guerra de raças. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, instigados pelo CIMI e pela FUNAI, já são cerca de cem fazendas invadidas.

O mesmo se dá com os ditos quilombolas – não temos nada contra a proteção dos afrodescendentes e dos nossos silvícolas, mas o que questionamos é a revolução social fomentada pelo PT, em nome deles.

Um governo promovido pela Teologia da Libertação que tentou ressuscitar o velho esqueleto marxista à custa da carne dos pobres e miseráveis iludidos por suas propostas fantasiosas.

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Qual é o recado para o presidente interino Michel Temer?  Que ele não faça o “dilmismo”, sem Dilma, como disse à época – sobre alguns esquerdistas infiltrados no regime militar – o arguto Prof. Plinio Corrêa de Oliveira sobre o “janguismo” sem Jango.

E também não ocorra o que diz a modinha cantada por violeiros do Paraná: “Lá vêm novas eleições, (novo presidente) / Aumenta nosso receio / Só muda de surrador... / Mas surra com o mesmo reio” (relho).

O barco estava sem rumo, faltava combustível na lanterna. Portanto, não há que reinventar a roda, pois basta repor o querosene e acendê-la novamente e continuar a singrar as águas até o porto seguro.

Um inconveniente já foi notado e registrado pelos empreendedores do agronegócio no governo Temer, ou seja, o fato de ele ter levado uma “cascavel para debaixo do cobertor”, isto é, o Sarneyzinho, que talvez por ter a mesma genética, participa da infalibilidade do pai... Quem ouviu palestras ou leu documentos do ministro Sarneyzinho sabe que ele é um sectário-ambientalista, radical e contrário ao agronegócio.


Façamos votos para que o Governo ouça a voz das ruas e, sobretudo, ouça a voz de Deus e de nossa padroeira a Virgem de Aparecida.


domingo, 15 de maio de 2016

"Insanidade Climática de Paris"



Oceanos de tinta numa bacia de papel

Por Luis Dufaur 

  1. Jamais se soube que o homem e sua civilização pudessem mudar o clima planetário, posta a sua pequenez material diante dos colossais fenômenos naturais – como a atividade solar e a dos oceanos – que o determinam decisivamente e sobre os quais o homem não tem qualquer influência.





Embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho: a assinatura é só ‘tinta em papel’


Na reunião da ONU de 22/4/16 (Dia da Terra, como poucos sabem e talvez não queiram saber), em Nova York, os representantes de mais de 170 países assinaram o acordo de Paris que pretende regulamentar as mudanças do clima.
“Estamos batendo um recorde nesta sala com o número de signatários”, gabou-se o Secretário Geral da ONU, Ban Ki Moon, no início da cerimônia, informou o jornal “El Mundo” de Madri.
Ele fingiu esquecer que nessas horas o que importa não é o número, mas a intenção séria de cumprir o que está nos papéis assinados.
Quantos tratados foram eufórica e insinceramente rubricados e comemorados pouco antes de grandes tragédias mundiais!
Vejamos o Acordo de Munique com Hitler. Menos de um ano depois o führer alemão, aliado com Stalin, invadiu a Polônia, desencadeando a mais mortífera guerra mundial da História. O tão celebrado Acordo de Munique não tinha passado de uma enganação grafada sobre um “farrapo de papel”.
Nesse sentido, em São Paulo, o embaixador da União Europeia no Brasil, João Cravinho, falou com clareza: a assinatura é só ‘tinta no papel’, informou a “Folha de S. Paulo”.
“A assinatura é simpática, disse, mas é só tinta no papel, não altera a vida de ninguém”, disse à Folha.
Segundo explicou, os países signatários devem se mobilizar para por os termos em prática. E aqui são outros quinhentos.
O acordo obriga todos os países signatários da convenção do clima de 1992 a manterem a média da temperatura planetária abaixo de 2ºC em comparação com a época pré-industrial, e caminhando para diminuí-la para 1,5ºC.
E aqui entramos num mundo de Alice no país das maravilhas verdes que, aliás, está cheio de fantasias:
1) Não está provado que haja aquecimento global. Pelo contrário, o fato dominante é a estagnação das temperaturas médias globais nos últimos 16 anos com tendência ao arrefecimento.
2) Jamais se soube que o homem e sua civilização pudessem mudar o clima planetário, posta a sua pequenez material diante dos colossais fenômenos naturais – como a atividade solar e dos oceanos – que o determinam decisivamente e sobre os quais o homem não tem qualquer influência.


Kerry assina um acordo que sabe que não passará nos EUA

O embaixador Cravinho apontou um fator político decisivo: os países considerados os “maiores aquecedores do mundo” – como a China e os EUA – não estão interessados em cumpri-lo e nem mesmo em ratificá-lo para entrar em vigor. A China só o porá em prática se servir para o seu desenvolvimento e o Senado americano não o aprovará.
Num post especial, elencamos os argumentos dos maiores “aquecedores” do mundo que com subterfúgios diversos, esclareceram que o tratado que assinariam não era com eles: COP21 pode ser o “fracasso do ano” ou abrir a “era do fracasso da civilização”.
É claro que esses países gastaram espalhafatosamente tinta assinando o acordo. E a tinta ficou por aí.
A confraria socialista-ambientalista comemorou: o texto, segundo eles servirá para depauperar ainda mais o mundo numa corrida ideológica rumo à vida tribal.
“A era do consumo sem consequências acabou”, exultou Ban Ki Moon entrevendo as restrições ao consumo privado que serão impostas à humanidade para atingir essa meta utópica radical.
O chefe da diplomacia americana John Kerry gastou gotas de tinta assinando sentimentalmente o acordo com a sua netinha nos braços. Mas ele sabe, como todos nos EUA, que o Senado de seu país já se posicionou: jamais assinará o texto de Paris, e esse não entrará em vigor nos EUA.
O poder deste acordo é a mensagem passada ao setor privado para exibir seu potencial” face ao futuro da energia e do desenvolvimento sustentável, disse.
Palavras matreiras: as eventuais penalidades visarão o setor privado. E como as metas são utópicas, a iniciativa privada acabará ficando estrangulada com normas, leis e sanções legais.
Se o acordo prosperar, casos como as fraudes dos sistemas de emissão de poluição e de CO2 nos motores Volkswagen e mais alguma montadora, começarão a se multiplicar em série.
As metas são irrealizáveis em si mesmas, e, pior ainda, nos prazos prescritos no tratado. A todo propósito, nas propagandas as empresas bancarão de ecologicamente corretas e engajadas pelo meio ambiente, contra o CO2, etc.
Na prática, não poderão cumprir as metas de que se vangloriam. E será só lhes cair um controle verde para que, uma a uma, sejam apontadas como rés de não cumprimento.
O presidente da França, François Hollande (foto ao lado, centro), assinou o primeiro e beirou o risível dizendo: “ninguém tem a responsabilidade de fazer tudo, mas cada um tem a responsabilidade de fazer algo” para freiar a mudança climática.
O que quer dizer “fazer tudo” e “fazer algo”? Segundo o presidente socialista francês poder-se-ia alegremente cumprir só uma parte do tratado? Ou poderia se fazer apenas “algo” que não se sabe o que é? O que é que se pode descumprir?
Hollande não explicou nada disso, mas solenemente foi o primeiro a jogar tinta embaixo do “histórico acordo”.
Outra presença destacada foi a do ator Leonardo Di Caprio, o galã escolhido para embaixador de paz da ONU em matérias climáticas.
Sem esclarecer se falava como cientista – que não é – como embaixador – por que então só ele? – ou como ator, ele deixou clara a vontade de seus responsáveis. “Isto não é suficiente”, disse exigindo que os países decidam pô-lo seriamente em prática e de modo urgente.
No fim, Di Caprio regou suas palavras com condimentos apocalípticos: “tudo o que eu vi nas minhas viagens me aterrorizou”, acenando com bosques incinerados, secas sem precedentes, degelo de glaciares. Poderia ter mencionado mais alguns “efeitos especiais” do “horror science-fiction” em que ele se destacou como ator…
Do lado científico, o físico teórico tcheco Luboš Motl (1973 – ) que trabalha com a teoria das supercordas e com os problemas conceituais da gravidade quântica, doutorado na Rutgers University e professor assistente na Universidade de Harvard, qualificou o papel assinado na ONU não de tratado mas de Insanidade Climática de Paris.
Ele parece não ter achado nenhuma seriedade científica no papel com tinta, mas sim muita ideologia de fundo comunista.












Dilma deixou o País comprometido com um acordo de insanidade que prejudicará o futuro brasileiro.

Para Luboš, Lenine poderia celebrar seu novo nascimento nesse evento. Pois, ele ameaça derrubar a economia do mundo no século XXI com a radicalidade que ele tentou arruiná-la um século atrás.
Segundo o físico teórico, Lenine bem poderá ser considerado o guru do “Insano Tratado Climático de Paris”.
Para ele é um monte de papel que acolhe todas as arbitrariedades cogitadas pelos ativistas verdes no mundo todo.
O engendro vem instalar um terrorismo anti-industrial em todos os países onde for aplicado.
Um dos efeitos menores da Insanidade consistirá numa extraordinária proliferação de novas espécies de parasitas burocráticos no planeta.
Seu país, a Chéquia (até pouco República Tcheca) pelo menos teve a decência de enviar um político de terceira classe para assinar o papel, acrescentou.
O Secretário de Estado dos EUA John Kerry, lhe fez lembrar a propagandas de ditadores que oprimiram seu país, como Hitler e Stalin, que carregavam crianças de público na hora de assinar as ordens para as piores chacinas.
Após lembrar outras encenações demagógicas acontecidas no evento nova-iorquino e relembrar a verdade científica sobre a tendência para o resfriamento global, o prof. Luboš apontou o colossal desinteresse popular em seu país sobre a rumorosa assinatura do acordo insano de Paris.
Desinteresse análogo verificou-se no Brasil. O PT, os movimentos sociais e outros grupelhos de esquerda, eclesiásticos ou não, poderiam tirar muito proveito revolucionário da insanidade de Paris. O problema é que eles estão sendo postos fora dos cargos onde promoviam suas revoluções.

Quem quer que seja o futuro ocupante do Planalto e dos ministérios, auspiciamos que encontre um Brasil alerta a não se deixar avassalar pela insanidade assinada por Dilma Rousseff.

sábado, 14 de maio de 2016

CPI do CIMI aprova relatório final e encaminha denúncias até ao Vaticano


                                CIMI culpado


Por: Fernanda França   Foto: Eliza Moreira



Presidente e relator da CPI, Mara Caseiro e Paulo Corrêa esperam providências

Foi aprovado no dia 10 do corrente o relatório final da CPI do Cimi, que aponta culpa do Conselho Indigenista Missionário em incitar e financiar as invasões de propriedades particulares em Mato Grosso do Sul. O resultado das investigações será encaminhado a vários órgãos, incluindo a presidência da República e o Vaticano.

O documento também será entregue ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), ao Ministério Público Federal e Estadual, CNJ (Conselho Nacional de Justiça, Conselho Nacional do Ministério Público, Polícia Federal, Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ministério da Defesa, Senado, CPI da Funai e do Incra no Congresso Nacional, representação da Santa Sé no Distrito Federal e ao CAFOD (Agência Católica para o Desenvolvimento Exterior).

A presidente da CPI, deputada Mara Caseiro (PSDB), espera que providências cíveis e criminais sejam tomadas contra o que ela chama de “organização criminosa”.

“Estamos encaminhando aos órgãos competentes e vamos cobrar providências. Desenvolvemos uma apuração séria, embasada, e temos provas tanto documentais quanto testemunhais suficientes para provar que o Cimi atua de maneira ardilosa, insuflando os povos indígenas, criando um clima de terror no campo e de instabilidade jurídica no Estado", afirmou.

Tanto os relatos quanto os documentos colhidos pelo colegiado desde o dia 30 de setembro, quando os trabalhos foram iniciados, demonstram o “modus operandi” do Cimi. Isso inclui organização primorosa, táticas de guerrilha, apoio para armamento indígena e agressividade.

O documento aponta ainda investimento internacional para as chamadas “retomadas”, palavra utilizada por membros da organização e por ativistas da causa indígena para classificar as invasões de propriedades particulares.

Entre os anos de 2013 e 2014, entidades estrangeiras repassaram mais de R$ 7 milhões ao Cimi. Entretanto, nenhuma comunidade indígena foi beneficiada por projetos custeados por esse recurso.

Diversos indígenas ouvidos pela CPI comprovaram a culpa do Cimi na incitação à invasão. Dois delegados de Polícia Federal também relataram à CPI detalhes sobre a atuação da organização na invasão da fazenda Buriti, quando membro do Cimi foi flagrado de posse de um manual anarquista. Entre outras coisas, ele ensina como fraudar cartões de crédito, fabricar bombas caseiras e silenciadores para armas de fogo.

Por outro lado, os poucos membros do Cimi que conseguiram ser localizados para prestar depoimento, se esquivaram da maioria das respostas e proferiram declarações evasivas.

Para Mara Caseiro, o relatório deixa clara a atuação do Cimi para desestabilizar o agronegócio, as instituições oficiais e os poderes constituídos.

BALANÇO

O relatório final possui 222 páginas, divididas nas seguintes seções: provas orais, documentais, atuação específica dos membros do Cimi, as práticas da organização e os encaminhamentos a serem tomados após o fim dos trabalhos.

A CPI do Cimi realizou 26 sessões, totalizando 37 depoimentos entre os quais o do jornalista Nelson Ramos Barretto, colaborador deste Blog.

O relatório ficou sob responsabilidade do deputado Paulo Corrêa (PR). Também integram a comissão Marquinhos Trad (PSD), Pedro Kemp (PT) e Onevan de Matos (PSDB).



BRASIL, HISPANOAMÉRICA Y EL LIBRO NEGRO DEL POPULISMO



Destaque Internacional


BRASIL, HISPANOAMÉRICA Y EL LIBRO NEGRO DEL POPULISMO

1. En Brasil, una amplia mayoría de senadores acaba de aprobar el comienzo del “impeachment” contra la presidente Dilma Rousseff, con su consecuente apartamiento del cargo por un período de hasta seis meses, mientras duren las investigaciones. Ese hecho, con su alto contenido simbólico, fue interpretado por muchos, a justo título, como uno de los mayores golpes políticos recibidos por el populismo izquierdista brasileño en particular, y latinoamericano en general.

2. En efecto, se trata de una interrupción de la hegemonía política del Partido de los Trabajadores (PT) que ya duraba 13 interminables años, y que llegó a abarcar dos períodos presidenciales de Lula y un período y medio de la presidente Dilma.  

3. En una exteriorización  del optimismo que actualmente contagia a no pocos brasileños, el conocido periodista Reinaldo Azevedo escribió al día siguiente de la suspensión de Dilma de sus funciones de presidente: “El Partido de los Trabajadores está fuera del poder. Y, créanlo, es para siempre” (Folha de S. Paulo, 13 de mayo de 2016).

4. En realidad, en este momento de debacle populista sin lugar a dudas se justifican las sanas alegrías, pero tal vez se requiera mucha cautela en la hora de considerar si el populismo brasileño e hispanoamericano habrá entrado irreversiblemente en un estado terminal. En este momento, en la hora del análisis político, junto con la mansedumbre de la paloma se requiere la astucia de la serpiente.

5. Veamos un ejemplo que parece ilustrativo sobre la necesidad de continuar con un redoblado espíritu de vigilancia  frente al populismo y a su potencial capacidad de erguirse nuevamente. En Brasil, Argentina, Uruguay, Chile, Venezuela y otros países gobernados en los últimos años por partidos políticos izquierdistas, ha quedado probado que todos esos partidos, incluyendo algunos de sus más importantes líderes, se contaminaron y ensuciaron con la corrupción, a pesar de que siempre se presentaron como los únicos incorruptibles.

6. No obstante, sucede que la corrupción izquierdista, si bien es un elemento sumamente grave, no es el peor daño causado por las izquierdas.  En efecto, el peor destrozo provocado por las izquierdas latinoamericanas, especialmente por las que llegaron al poder en los últimos años, ha sido la erosión cultural, psicológica  y social en la población, incluyendo a sectores del centro y hasta de la derecha. Se trata de una erosión sistemática, con estilos y métodos gramscianos más maquiavélicamente eficaces que los de las izquierdas clásicas. Su objetivo principal: drenar y secar gradualmente e inadvertidamente en la sociedad los principios básicos de la civilización cristiana, todo ello en un clima anestésico, para evitar reacciones incómodas.

7. Sobre la corrupción izquierdista, muchos hablan. Sobre la revolución anticultural izquierdista en nivel brasileño y latinoamericano, mucho más profunda y destructora que la corrupción económica, casi nadie habla. Por ejemplo, mucho habría para comentar sobre el predominio hegemónico de la mentalidad marxista em los medios educativos y culturales, que hace con que la enseñanza en todos los niveles, las artes y la cultura continúen en manos de profesores e intelectuales nítidamente de izquierda.

8. De esa manera, la gran arma anticultural y hegemónica de las izquierdas, que merecería un detallado Libro Negro de denuncia, permanece protegida y casi intocada, pronta para preparar el caldo de cultivo de un eventual resurgimiento populista en el continente, con eventuales adaptaciones cosméticas. 


9. En Brasil, por ejemplo, el gobierno está emitiendo señales diferentes y hasta contradictorios. Al tiempo que una nota del Ministerio de Relaciones Exteriores critica duramente la intromisión de los gobiernos bolivarianos en los asuntos internos de Brasil, fueron nombrados para el gabinete varios ex ministros de Lula y Dilma, y el nuevo ministro de Defensa pertenece a un partido de izquierda, inclusive con antecedentes comunistas. En ese contexto, un clima de distensión va tomando cuenta de Brasil, y la indignación contra Dilma y Lula parece amortiguarse y diluirse. Estas líneas pretenden constituir un llamado a la vigilancia y también a un debate sobre tan relevantes temas para el futuro de la gran nación brasileña, y de toda América latina.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Falsos quilombos com manipulação das palavras




Sociólogo discorda de critérios utilizados pelo INCRA para demarcar terras quilombolas

O sociólogo Roque Callage Neto disse nesta terça-feira (10), na Câmara dos Deputados, que discorda dos critérios utilizados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para delimitar áreas remanescentes de quilombos no País.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Incra, Callage Neto, que tem doutorado em Antropologia, questionou laudos antropológicos oficiais usados para o reconhecimento dessas áreas no Brasil.
Para ele, os critérios defendidos pela Associação Brasileira de Antropologia (ABA) não permitem a clara distinção entre comunidade quilombola e comunidade rural afro-brasileira carente.
“Quem está bebendo cachaça e fazendo samba está fazendo folclore e montando um agrupamento de cultura negra, mas não está fazendo quilombo. Está fazendo folclore”, disse Callage Neto, que produz laudos antropológicos em defesa de agricultores que tem suas propriedades atingidas por demarcações de territórios quilombolas.
Resistência e contestação

O sociólogo, por exemplo, sustenta que uma das características que não são levadas em consideração nos laudos oficiais é a presença da ideia originária de fuga, resistência e contestação do regime monárquico vigente à época.
“Remanescente tem que ser rural. Tem que ter a memória da comunidade que existiu lá atrás e não precisa ser descendente biológico de afro, porque muitos brancos prisioneiros fugiam e eram adotados. O quilombo era miscigenado”, sustentou.

Em resposta à deputada Teresa Cristina (PSB-MS), Callage Neto defendeu ainda mudanças na política de demarcação de territórios quilombolas. Para ele, a decisão final deveria ser tomada pelo Congresso, ouvindo conselhos da sociedade civil e tendo a participação das comunidades tradicionais envolvidas.
Ele criticou as normas previstas na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, que preveem a autodenominação dos povos quilombolas para o reconhecimento de territórios.
Laudos fraudulentos

O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que preside a CPI e propôs a vinda de Callage Neto, chamou atenção para o exemplo específico de Morro Alto, no Rio Grande do Sul, onde segundo ele, as áreas quilombolas foram definidas com base em laudos fraudulentos.
“A ata original que origina a declaração que aquilo é um quilombo tem duas pessoas que assinaram e que são as mesmas que fizeram o laudo. São pesquisadores da URGS. Essa é a denúncia e a razão desta CPI”, disse Moreira, justificando a vinda de Callage Neto como contraponto da versão oficial. “Senão não há como fazer a contestação na Justiça.”
Direito à posse da terra

Por sua vez, a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) acusou a CPI de legitimar a tese que nega o direito à posse da terra aos povos originários como negros, índios e comunidades ribeirinhas. Rebatendo a fala do depoente, a deputada quis saber por que os povos quilombolas haveriam de perder a posse de suas terras ao se tornarem professores, advogados ou médicos.
Callage Neto voltou a dizer que é preciso diferenciar comunidades rurais de negros carentes e quilombos. “Não me filio aos antropólogos da Aba que acham que tudo é quilombo. Mocambos e cortiços não são quilombos. Na época da República Velha, os primeiros presidentes deveriam ter feito essas correções e dado terras devolutas a essas pessoas. Pensar nisso agora é anacronismo”, disse.
Propriedade definitiva

Por fim, o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC) destacou o preceito constitucional que assegura apenas aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras o direito à propriedade definitiva.
Colatto ainda criticou o fato de nem todas as comunidades quilombolas serem favoráveis à posse coletiva das terras e questionou se a ABA determina que os antropólogos sigam uma orientação na produção dos laudos. Segundo Callage Neto, não existe nenhum tipo de pressão da associação, uma vez que não se trata de conselho profissional.


quarta-feira, 11 de maio de 2016

Francisco I: para um lado ele recomenda "lio", para o outro, "diálogo, paz..."



Papa recebe Letícia Sabatella: em pauta a crise no Brasil

Ele não se intromete em assuntos de política interna dos países, mas só se encontra com expoentes de um único lado…

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa recebeu em audiência privada, no final da tarde da segunda-feira, (09/05), a atriz e ativista brasileira Letícia Sabatella, acompanhada da juíza substituta do Tribunal de Justiça de São Paulo, Kenarik Boujikian.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Sabatella falou a respeito da temática da audiência com Francisco.
“O Papa Francisco foi extremamente acolhedor, gentil, demonstrou-se preocupado com esse clima de ódio e de polarização no país. Ele acolheu a nossa colocação. Ele guarda suas reflexões para o que venha a pronunciar ou fazer. Ele nos escutou e nos acolheu, profundamente”.
Constituição
“Ele já reza pelo Brasil. Disse que vai falar algo sobre o diálogo, sobre a possibilidade de dialogar, que é o princípio da democracia. Acho que a democracia é para ser cuidada neste momento em que está correndo um grande risco, em que está sendo aviltada, no momento em que a Constituição é rasgada e é imposto o impeachment sem justificativa, a gente fica preocupado com quantos direitos vão ser perdidos a partir daí. 
Acho que o Papa Francisco deve falar algo em breve sobre o diálogo, sobre essa busca pelo diálogo, para que a gente chegue a conclusões melhores. Mas o que eu posso dizer é que ele nos escutou”.

Já a juíza Kenarik Boujikian falou sobre a motivação do encontro com o Papa.

“O encontro se deu em razão de um pedido dos movimentos populares para manter este diálogo com o Papa Francisco que já há algum tempo já mantém uma conversa com os movimentos populares. 
O primeiro encontro, em 2014, aqui no Vaticano, tinha três temas fundamentais: terra, trabalho e teto. Em razão dos acontecimentos no Brasil os movimentos populares queriam trazer ao Papa Francisco as suas preocupações. Por esta razão, eu e Letícia Sabatella, estivemos aqui, por quase uma hora, relatando o que está acontecendo em nosso país”.
Fonte: Fratres in Unum

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Invasão MST e explicação de Temer



Invasão e explicação

O MST ocupou uma fazenda no interior de São Paulo que seria de Michel Temer.
O MST tem de ser expelido da fazenda, não importa quem seja o proprietário.
Michel Temer tem de dizer se a fazenda é mesmo sua e, em caso positivo, explicar como a comprou e informarse está declarada.

O Anatagonista

MST, Temer... E o Brasil?


MST afirma que invadiu fazenda que seria ligada a Temer
Folha de S, Paulo

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) divulgou nota na manhã desta segunda-feira (9/5) onde diz ter invadido uma fazenda que seria ligada ao vice-presidente da República Michel Temer.

Segundo o MST, cerca de mil famílias ligadas ao movimento teriam invadido a propriedade de 1500 hectares e sede em Duartina (SP), com o objetivo de "denunciar as conspirações golpistas de Temer".

A nota ainda afirma que a fazenda não está em nome de Temer, mas que o vice-presidente circularia pelo local e seria o verdadeiro dono do lugar, de acordo com moradores da cidade.

"Este foi um QG do golpe. Estamos aqui para denunciar as ligações escusas de Michel Temer com o proprietário da fazenda e sua empresa de fachada para arregimentar propina", diz Kelli Mafort, da Direção Nacional do MST.


De acordo com o movimento, que também denuncia o plantio de eucalipto e as condições de trabalhadores dos empregados da fazenda, a propriedade estaria registrada em nome de um "laranja" de Temer. 

domingo, 8 de maio de 2016

Ministra Kátia Abreu: veja no que dá a esquerda!



Em colapso, Venezuela adota 
cestas alimentares

A inflação galopante e a escassez de produtos da cesta básica fizeram com que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciasse um programa de distribuição de comida para tentar amenizar os efeitos da crise e a queda de sua popularidade. A medida, no entanto, é criticada por seu alto custo e pela falta de investimento na produção local.

Os produtos serão entregues de porta em porta para os beneficiários de programas sociais, por meio dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap). As cestas custam de 1 mil a 3 mil bolívares – um custo baixo diante da atual situação dos venezuelanos, que recebem ao menos 33.636 bolívares de salário mínimo e auxílio refeição (cerca de US$ 1,5 mil na menor taxa de câmbio oficial, mas apenas US$ 35 no câmbio paralelo), valor insuficiente para compra de alimentos não subsidiados.

Durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, começou um processo de expropriação de fábricas de alimentos e de áreas para criação de gado e terras para cultivo. Muitos desses projetos não deram certo porque produziam abaixo da capacidade. Como o governo lucrava muito com o petróleo, começou a importar comida. 

Com a queda do valor do barril, Maduro decidiu congelar os preços dos produtos em plena alta da inflação, o que levou à falência produtores locais e, consequentemente, à escassez de alimentos. O sistema de distribuição anterior, por meio de supermercados estatais, entrou em colapso.

Por isso, o governo decidiu implantar esse novo programa de entrega. “O problema não está na distribuição em si, mas na produção e, sobretudo, na falta de poder aquisitivo”, avalia o professor de economia da Universidade Central da Venezuela, Leonardo Vera.

Comerciante aguarda clientes em mercearia sem iluminação na cidade de Puerto OrdazComerciante aguarda clientes em mercearia sem iluminação na cidade de Puerto Ordaz

Para o cientista político José Vicente Carrasquero, o problema da medida também é a responsabilidade das Clap. “Todas as redes de comercialização e distribuição de alimentos nas mãos do governo têm dado lugar a corrupção e fraude”, afirma.

No começo do ano, funcionários da administração da rede de supermercados estatais Bicentenário foram presas pelo desvio de produtos subsidiados pelo governo. Em 2010, durante o governo Hugo Chávez, descobriu-se que cerca de 150 mil toneladas de alimentos foram perdidas por uma empresa importadora controlada pelo governo.

Atualmente, a gerência da maioria dessas empresas foi transferida para os militares. O governo atribui os problemas a uma “guerra econômica” orquestrada por indivíduos dentro e fora da Venezuela para derrotar o chavismo. 

Segundo Carrasquero, entretanto, o problema deve continuar. “É um projeto político-partidário condenado a fracassar, basicamente porque se está delegando o processo de distribuição a organizações de bairro que cairão rapidamente em corrupção e nepotismo”, explica. 

A diretora da Fundação Bengoa para Alimentação e Nutrição, Maritza Landaeta, também acredita que o programa deve fracassar. “Não há como sustentá-lo, é uma fonte de corrupção, com alimentos vencidos ou prestes a vencer, sem controle de qualidade e sem o cumprimento das regras mínimas para o transporte”, afirma.

O economista Leonardo Vera acredita que o governo gastará cerca de US$ 5 bilhões por ano com a importação. “Cerca de 96% das exportações da Venezuela são petróleo. Mais do que nunca, nos tornamos um país mono-exportador”. Atualmente, o preço do barril venezuelano está em cerca de US$ 30, bem abaixo dos US$ 88 de dois anos atrás. Segundo Vera, o país recebe US$ 25 bilhões por ano, mas precisa de, pelo menos, US$ 40 bilhões.

Política. Ao anunciar o projeto de distribuição de alimentos, o governo o chamou de “Revolução Econômica”. Para a pesquisadora do Centro de Estudos de Desenvolvimento da Universidade Central da Venezuela, Marianella Herrera Cuenca, a revolução necessária deve buscar o crescimento econômico e o progresso social.

“Esses elementos não são contrários, são complementares, já que um bom desenvolvimento econômico apoiará o desenvolvimento social que todos os venezuelanos merecemos”, ressalta. 
Venezuelana espera a energia voltar em sua casa, durante racionamento na cidade de Puerto OrdazVenezuelana espera a energia voltar em sua casa, durante racionamento na cidade de Puerto Ordaz
Além da população, os produtores locais também estão sendo prejudicados pela competição com produtos importados. “A maior parte dos produtos tem preços regulados pelo governo, então, os produtores devem vender uma cota da produção por preços irrisórios e sem controle da distribuição”, explica Vera. O governo venezuelano também se tornou dono, por meio de expropriação e intervenção, de mais da metade de diversos setores ligados à produção de alimentos, como usinas de pasteurização de leite, de processamento de farinhas, de refinarias de açúcar e afins. 
Escassez. Segundo a mais recente Pesquisa sobre Condições de Vida na Venezuela, 12,1% da população faz duas refeições ou menos por dia – 40% desses estão no grupo dos mais pobres do país. Além disso, carne, peixe, leite e feijão são consumidos apenas por uma minoria. O restante se alimenta basicamente de farinhas, arroz, pão e gorduras. 
“É possível comprar frango, com preço tabelado, após ficar cerca de 12 horas na fila do supermercado”, afirma a coordenadora da pesquisa, Maritza Landaeta. Segundo ela, pessoas ficam o dia inteiro em filas e passam por vários tipos de humilhação, maus-tratos e violência. O estudo foi realizado pela Universidade Católica Andrés Bello, Universidade Central da Venezuela, Universidade Simón Bolívar e pela Fundação Bengoa.
O alto consumo de gorduras é uma questão metabólica. “É uma dieta de sobrevivência. A gordura consegue compensar a deficiência calórica e promove sensação de saciedade”, explica a pesquisadora Marianella Herrera Cuenca, também responsável pelo levantamento. Além disso, cerca de 81% dos cidadãos são considerados pobres e 87% dizes não ganhar o suficiente para comprar alimentos. 
A pesquisa também mostrou que o custo de comer fora de casa, de 2014 para 2015, subiu em até 497%. Na avaliação de Marianella, uma solução para a crise de escassez é aceitar ajuda internacional. “Precisamos cuidar dos grupos vulneráveis, como grávidas e crianças menores de 5 anos, para protegê-los nos períodos críticos do crescimento e desenvolvimento e evitar um dano maior às futuras gerações”, afirma. 
O economista Leonardo Vera também acredita na necessidade de receber recursos do exterior, além de aumentar a importação de insumos, matérias-primas e o que mais for necessário para os produtores locais. “O país precisa de uma revolução econômica, mas certamente em outra direção.”

CLAUDIA MÜLLER - O ESTADO DE S.PAULO