terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Esposa, mãe, católica e marqueteira





 Esposa, mãe, católica e marqueteira

Péricles Capanema

Kellyanne Conway foi lançada em 2016 no centro da política norte-americana. Nascida em 1967, católica, títulos universitários prestigiosos, é casada com advogado conhecido e mãe de quatro filhos. Na vida profissional, marqueteira consagrada.

Seu (até agora) grande feito foi ser a primeira mulher a chefiar uma campanha presidencial nos Estados Unidos. A partir de 17 de agosto último, perspectivas nada alentadoras, assumiu o bastão e mudou o rumo dela, conseguindo para Donald Trump consagradora vitória no Colégio Eleitoral. 

Atualmente é conselheira presidencial, lá posição de topo. Tem mais: vem sendo jocosamente apelidada de whisperer para indicar que tem os ouvidos de Donald Trump. Logo estará na lista das mulheres mais poderosas dos Estados Unidos.

Em Washington, 27 de janeiro último, foi realizada a 44ª Marcha pela Vida, protesto pela aprovação do aborto em 1973 pela Suprema Corte (caso Roe versus Wade). A manifestação recebeu estímulo público de Trump: “A Marcha pela Vida é muito importante. Para todos os que estão se manifestando, meu inteiro apoio”. 

Nela discursou o vice-presidente Mike Pence, que “em nome do Presidente” deu as boas-vindas aos participantes. E aí discursou ainda Kellyanne Conway, começando assim: “Sou uma esposa, uma mãe, uma católica, conselheira do presidente dos Estados Unidos”.

Tais palavras estilhaçam o politicamente correto (entre nós, não entre eles). Não custa lembrar, meses atrás a revista Veja (18.4.2016) em reportagem sobre a atual primeira-dama Marcela Temer pôs no título: “bela, recatada e do lar”. Foi um deus nos acuda. Ironias, deboches, ataques, insultos encheram as páginas da imprensa tradicional e das redes sociais. 

O que respigo abaixo é apenas pequeno exemplo das centenas de milhares de manifestações. Diana Corso, psicanalista e escritora: “Acho que a pobre Marcela acabou carregando o ônus da onda de retrocesso. A existência dessa mulher nos coloca frente àquilo que temos lutado para não mais ter que ser”. Cláudia Tajes, escritora: “Não haveria nada de errado com a descrição se ela estivesse nas páginas de uma revista no início do século passado. 

Um mundo que só fala de empoderamento feminino e seus derivados só pode debochar ao ver uma guria de 30 anos ser retratada desse jeito. Coitada dela”. Nana Soares, jornalista: “Esta manchete parou no século 19. Estamos no século 21”. E vai por aí afora.

Nos Estados Unidos, comentários desse naipe são anacrônicos. Kellyanne Conway, ao destacar como características que especialmente preza seu papel de esposa e mãe e sua condição de católica, só a seguir lembrando que ocupa um dos mais poderosos cargos na Terra, tem inteira consciência que tal enumeração a faz simpática no pais inteiro e a fortalece na Casa Branca.

Por quê? Existiu nos Estados Unidos, décadas a fio, um enorme setor a bem dizer invisível. Oculto, um verdadeiro país conservador, vivendo em torno da família e do trabalho. 

A imagem dos Estados Unidos era outra, projetada pelos holofotes de Hollywood e pela fanfarronice emproada dos setores liberals (o que lá significa ter pelo menos propensões esquerdistas e libertárias), que gostam de monopolizar microfones. 

Impostura gigantesca, mandava e desmandava. Até que em certa hora o país majoritário de cansou do cabresto e da asfixia. Organizou-se, buscou participação nas universidades, presença nos meios de comunicação, influir na política. 

Enfrentou obstáculos sem nome, mas obteve também êxitos retumbantes, um dos quais foi o período Reagan de oito anos. As refregas continuam, polarizam a nação. Em suma, movimentos conservadores fizeram com que o país invisível tomasse consciência de si, opinasse e finalmente se afirmasse como parte influente, com direito a vez, voz e voto.

O acontecimento faz lembrar a lenda bretã da “cathédrale engloutie” (catedral submersa, engolida pelas águas), nas costas da ilha de Ys. Em certas ocasiões os habitantes da região escutam badalar de sinos e ouvem cantos sagrados. Quando a água está muito transparente lhe vêm os contornos. A ação lucida de lideranças responsáveis fez emergir das águas a catedral do país conservador nos Estados Unidos.

Temos também entre nós um Brasil invisível, desprezado, a cuja voz poucos atentam e sem consciência de que pode ditar rumos, caso aflore. É uma catedral, cujos sinos bimbalham, clamando por vir à tona. 

O Brasil foi colocado entre os países emergentes (com Rússia, Índia, China, África do Sul, o grupo BRICS). Antes, temos para fazer emergência mais urgente. Conscientizar, empoderar (já empregando o neologismo) grandes multidões, é falar, libertar setores agora sufocados. 

Quando o Brasil, abaixo da linha da água, hoje invisível, se afirmar na proporção correta, será completamente normal uma mulher de grande expressão, no meio de aplausos, proclamar-se ufana esposa, mãe e católica. Como acontece nos Estados Unidos.


Esquerdistas Detestam Refugiados Cristãos e de Países Comunistas...



... Agora Trump não quer muçulmanos 

de 7 países


Cada vertente ideológica tem seu tipo de refugiado preferido e o tipo de refugiado que prefere jogar ao mar. Hoje o Daily Caller conta a história dos refugiados do Vietnã que fugiam do comunismo em 1975 e foram atacados por esquerdistas, como o ex-vice presidente de Obama, Joe Biden, que queriam que eles ficassem no Vietnã. Membros do Partido Democrata (esquerdistas) fizeram de tudo para que os Estados Unidos não permitissem que esses refugiados entrassem nos Estados Unidos, agindo até contra órfãos.

O esquerdista Obama deixou entrar milhões de refugiados muçulmanos. O jornal Washington Post mostrou que o governo de Obama descriminava contra os cristãos, 96% dos refugiados da Síria eram muçulmanos.

Além disso, um das últimas medidas de Obama foi condenar os cubanos que tentavam chegar a Flórida por meio de barcos. Obama acabou com a lei "wet foot, dry foot" que dava cidadania imediata a cubanos fugindo de Fidel Castro. O política wet foot, dru foot tinha 20 anos de existência e apoiava refugiados fugindo do regime comunista castrista. Trump prometeu revogar essa decisão de Obama contra os cubanos fugindo do comunismo.

Agora, Trump, procurando preservar o país de ataques terroristas, revogou por 90 dias a entrada no país de pessoas vindo de sete países que exportam terroristas ao mundo: Iraque, Irã, Síria, Somália, Iêmen, Líbia e Sudão.

Trump diz que sua medida não é contra os muçulmanos.

Seria errado se fosse uma medida contra os muçulmanos? Bom, taí uma boa questão. Miguel de Cervantes diria que não e inúmeros santos da Igreja também diriam que não, como São Tomás de Aquino ou São João Damasceno.

Muita gente, especialmente, aquelas da mídia e artistas estão atacando a decisão do Trump. Chamando-o de racista e islâmofóbico.

Bom, Obama tinha feito já essa medida apenas contra o Iraque por seis meses (mais tempo que Trump) por um tempo e ninguém gritou na época. Talvez porque Obama reconhecidamente financiava o mundo islâmico. Uma das últimas medidas de Obama também foi enviar mihões de dólares para a Palestina. Trump quando chegou ao poder revogou essa medida.

O que eu acho da medida de Trump?

Bom, se é para prevenir a entrada de terroristas, por que não incluir a Arábia Saudita? Dos 19 terroristas que atacaram as torres gêmeas de Nova York, quinze eram sauditas. E a Arábia Saudita financia o terror e as escolas madrassas pelo mundo.

Mas, em todo caso, respeito que, em tese, cada país tem o direito de proteger sua identidade e seus cidadãos.

O problema surge quando essa identidade é péssima para a formação do indivíduo. Aí, a soberania entra em conflito com o bem do cidadão. Não é o caso dos Estados Unidos, mas é o caso dos sauditas, iranianos e cubanos.

Bom, em suma, eu não sou daqueles que dizem que todos os refugiados são bem vindos. Acho que em tese sim, devemos ser cristãos e recebê-los, mas há refugiados e refugiados. Alguns querem nos destruir, esses não devem entrar na minha casa.




Postado por Pedro Erik 

PCC está recrutando guerrilheiros das Farc



PCC está recrutando guerrilheiros das Farc, diz 

"Wall Street Journal"


Nova York, 31 jan (EFE).- O Primeiro Comando da Capital (PCC) está recrutando membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para estender suas redes de narcotráfico pela América Latina, informa nesta terça-feira o "The Wall Street Journal".

O jornal americano, que cita investigações e dados apresentados por autoridades dos dois países, diz que os recrutados são militantes do grupo armado colombiano que estão em desacordo com o recente acordo de paz.

"O PCC está oferecendo empregos às Farc", afirmou o ministro da Defesa da Colômbia, Luis Carlos Villegas, segundo o jornal, cuja reportagem foi assinada em São Paulo.

De acordo com o "WSJ", de 5% a 10% dos integrantes do Farc não estão dispostos a aceitar o acordo de paz assinado com o governo. Caso sejam contratados pelo PCC, colocarão em risco os esforços do governo colombiano para desmobilizar os guerrilheiros das Farc e pode até ampliar a influência de grupos criminosos brasileiros na Colômbia, acrescenta o jornal.

Segundo um promotor que investigou por dez anos o PCC, Lincoln Gakiya, essa organização está tentando assumir o controle das rotas de contrabando no Brasil que estão em poder de outros grupos criminosos e trabalhar diretamente com os fornecedores de cocaína colombianos.

"O PCC está obsessivo em conseguir treinamento militar", disse Gakiya. 
UOL notícias

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Agronegócio empreende, preserva e transforma



 

Agro Brasil -- Empreende, Preserva e Transforma


O Ministério da Agricultura produziu um vídeo mostrando algumas verdades sobre a nossa agricultura. O ministro Blairo Maggi tem apresentado o vídeo em suas viagens internacionais. Clique e veja:





Graças a Deus e aos brasileiros sensatos, só alcançamos este êxito no agronegócio porque nos livramos do socialismo agrário da (mal)dita Reforma Agrária. O tridente FUNAI, INCRA e IBAMA ainda continuam atrapalhando e muito... Quando nos livraremos dele?
Assista e ajude a divulgar:

Prof. Hilário Rosa escreve para o GPS do Agronegócio


"Esperei por muitos anos que esta CPI surgisse"


Com o presente agradeço a gentileza de vocês de me enviarem o precioso livro “Pastoral da Terra e MST incendeiam o País” de Gregório Vivanco Lopes.

Realmente, a instituição da propriedade privada dos meios de produção vem sofrendo ameaças intensas e reiteradas, especialmente, pela CNBB. 

Esta ameaça é muito visível nos problemas de conflitos agrários entre índios e não índios, bem como, entre quilombolas e não quilombolas. 

Por detrás de questões como estas, essa ala revolucionária e socialista da Igreja Católica, não tem poupado ataques aos proprietários de terras e tem procurado satanizar os fazendeiros.

Eu que milito nesta área há muitos anos, sou testemunha das barbaridades que tem ocorrido. É um equívoco lamentável, cometido pela Igreja Católica, que se deixa levar nas asas de uma ideologia perigosa e injusta com o país.

Aproveito o ensejo deste agradecimento para lhes enviar (em anexo) o relatório final da CPI CIMI, feito pela Assembleia Legislativa do MS, que comprovou muitas das denúncias que eu tenho feito em meus trabalhos, em meus relatórios de defesa administrativa e periciais, de defesa dos produtores rurais. 

Só para ilustrar, reproduzo abaixo um pequeno trecho do relatório de defesa administrativa de produtores rurais de Caarapó (MS), que fiz em julho de 2016:

“O CIMI e Rubem F. T. Almeida desgraçaram aquela região do extremo Oeste brasileiro, no estado de Mato Grosso do Sul, desde a década de 1970, até hoje, transformando o CONE SUL num caos étnico e fundiário

A estratégia de ambos sempre foi a de procurar desmoralizar e comprometer os trabalhos do antigo SPI e da FUNAI, ameaçando a credibilidade da política protecionista do Estado Brasileiro,lançando uma política de ódio racial, de índios contra os não índios. É a isto que ele chama em sua dissertação de ETNO-DESENVOLVIMENTO.”

Esperei por muitos anos que esta CPI surgisse. Porém, a política local dominada pelo PT impedia qualquer tentativa nesse sentido. Felizmente os tempos são outros e o “rei está sendo posto a nu”.

Isto fortalece os nossos argumentos e faz com que a verdade objetiva dos fatos venha à tona.

Renovando meus agradecimentos, firmo-me, atenciosamente,

Prof. Hilário Rosa

Aquecimento global e seus dogmas religiosos





Por Luis Dufaur


Ivar Giaever, Prêmio Nobel de Física 1973.


Ivar Giaever, Prêmio Nobel de Física 1973 renunciou à famosa American Physical Society (APS) em 13 de setembro de 2011 como forma de condenar a posição oficial da associação em favor do "aquecimento global".

Giaever é professor emérito do Rensselaer Polytechnic Institute, em Troy, Nova York, e da Universidade de Oslo.

Em 2007, a APS adotou uma declaração oficial segundo a qual as atividades humanas estão mudando o clima da Terra.

“As evidências são incontestáveis: O aquecimento global está ocorrendo”, afirmava o documento repelido pelo Prêmio Nobel.

“Se não forem empreendidas ações mitigadoras provavelmente acontecerão rupturas significativas nos sistemas físicos e ecológicos da Terra, nos sistemas sociais, atingindo a segurança e a saúde humana. Precisamos reduzir as emissões de gases de efeito estufa a partir de agora”, martelava o documento.

Giaever enviou na oportunidade um e-mail para Kate Kirby, chefe da APS, explicando que “ele não pode conviver com essa declaração” quando a temperatura global continua “surpreendentemente estável”.

Na APS, explicou o cientista, pode-se discutir todos os temas científicos, menos um que é tratado como tabu intocável: “o aquecimento global deve ser tratado como evidência indiscutível?”

“A alegação de que a temperatura da Terra passou de 288,0 para 288,8 graus Kelvin em cerca de 150 anos, se for verdade significa que a temperatura tem sido surpreendentemente estável, e a saúde humana e a felicidade melhoraram indiscutivelmente neste período de 'aquecimento'”, acrescentou o Prêmio Nobel.

“Aquecimento global”, guerra ao desmatamento: dogma de uma
nova religião

Para o Prêmio Nobel, “o aquecimento global se tornou uma nova religião”
 “Ouvimos muitas advertências semelhantes sobre a chuva ácida, há 30 anos e o buraco de ozônio de 10 anos atrás ou o desmatamento”, defende ele apontando profecias catastrofistas que não se verificaram.

“O aquecimento global tornou-se uma nova religião. Nós frequentemente ouvimos falar do número de cientistas que o apoiam. Mas o número não é importante. Só importa saber se os cientistas estão corretos. E, realmente nós não sabemos no que é que consiste o efeito real da atividade humana sobre o temperatura global”, acrescentou.

Giaever é um dos cientistas mais proeminentes citados em Relatório hoje histórico da Comissão do Meio Ambiente e Obras Públicas do Senado dos EUA. 
Ele figura entre os 400 “cientistas dissidentes” que denunciaram em manifesto o mito do “aquecimento global” e que hoje aumentaram para 700.

Giaever também foi um dos mais de 100 signatários da carta de 30 de março de 2009 ao presidente Barack Obama, criticando sua postura sobre o aquecimento global.


É de se desejar que o novo presidente americano Donald Trump que mostra sensibilidade para posições afastadas do utopismo "verde" reconheça agora os méritos de cientistas como Giaever.

Ele é figura de destaque numa legião de cientistas objetivos que vêm sendo menosprezados e até punidos pelo radicalismo ambientalista instalado na administração pública americana. 

Fonte: Verde: a nova cor do comunismo


sábado, 28 de janeiro de 2017

Código Florestal internacional



Blairo Maggi defende Código Florestal internacional


Em recente encontros bilaterais na Alemanha, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, cobrou que os países tenham uma legislação ambiental como a brasileira sobre o uso dos recursos naturais. 

Para Maggi, é preciso que o mundo reconheça os esforços dos produtores do Brasil para garantir uma produção sustentável. Maggi participou de várias reuniões bilaterais em Berlim, nas quais defendeu interesses comerciais brasileiros. 

As tratativas fazem partem da estratégia de aumentar a participação do país de 6,9% para 10%, em cinco anos, no comércio agrícola mundial.

Blairo disse entender que a agricultura verde deve ser seguida por todos os países produtores, a fim de não penalizar quem produz de maneira sustentável. 

Lembrou que a legislação brasileira exige, por exemplo, a preservação de margens de rios e impõe áreas de reserva ambiental privadas que variam de 20% a até 80% das propriedades rurais. 

“Os outros países devem ter leis também mais amplas sobre o uso dos recursos naturais”.

Ao vice-ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Jochen Flasbarth, Maggi disse que “muito diferentemente do que é comentado fora do Brasil, a agricultura do país tem avançado muito nos últimos anos respeitando o meio ambiente”. 

Citou programas do ministério, como o ABC, voltado à produção de baixo carbono.

O ministro também destacou que 41% da energia produzida no Brasil é renovável, enquanto a média mundial é de 13,5%. 

“Nossos esforços precisam ser reconhecidos pelos mercados importadores.” O governo brasileiro espera que esse reconhecimento se traduza em preferência de seus produtos agrícolas nas decisões de compra no exterior.

O vice-ministro do Meio Ambiente alemão declarou ao ministro que seu país pretende “ter uma colaboração bem intensa com o Brasil”. Maggi o convidou para uma visita e disse que faria questão de acompanhá-lo por uma viagem ao interior do país. 

Ao ministro da Agricultura da Lituânia, Bronius Markauskas, Maggi tratou da habilitação de frigoríficos de Rondônia, Tocantins e Distrito Federal junto à União Europeia para exportação de carne bovina.


Blairo, que também se reuniu com os ministros da Agricultura do G-20, em Berlim, viajou acompanhado, do presidente da Embrapa e provável próximo Ministro do Meio Ambiente, Maurício Lopes e do assessor para Meio Ambiente do Ministério da Agricultura, João Campari.


Fonte: "Ambiente inteiro"



quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Brasil, país do futuro?


Balanço da safra agropecuária

Brasil, país do futuro?
                                  
 Helio Brambilla

Mal iniciamos o ano de 2017, fomos impactados pelas notícias das chacinas intramuros nos presídios dos estados do Amazonas e de Roraima. A propósito, a mídia não cessa um só instante de tratar do assunto sob vários prismas e pretextos do estado calamitoso de nosso sistema carcerário herdado dos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, e, mais remotamente, da Constituinte de 1988, enquanto uma propaganda dos Postos de Serviço Ipiranga encontramos respostas e soluções para tudo.

Pois bem, não na propaganda, mas na vida real, o agronegócio, este sim, tem solução para tudo... até para as rebeliões. É sério! Senão vejamos. Na Constituinte de 1934 em que havia uma bancada católica autêntica (não da Teologia da Libertação) unida em torno da Liga Eleitoral Católica – LEC que elegeu, de norte a sul do Brasil, notáveis líderes católicos que muito atuaram à busca de soluções verdadeiras para o País não apenas naquela quadra histórica, mas para décadas futuras.

Por São Paulo foi eleito Plinio Corrêa de Oliveira, o mais jovem e o mais votado, Obteve mais do dobro dos votos do segundo colocado. Por Pernambuco foi eleito o grande jurista Barreto Campelo, também dos mais votados naquele Estado. Faziam dobradinha. Enquanto o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, do qual me honro em ser discípulo, consagrara grande esforço em prol da classe rural, o pernambucano, do qual sou particular amigo de um de seus filhos – o Prof. Jorge Eduardo – que me presenteou há pouco com um livro sobre os principais estudos e artigos de seu avô.

Com efeito, naquela Constituinte, ele defendeu a construção de presídios agrícolas onde os detentos trabalhassem em agrovilas produzindo o que cada um tivesse mais aptidão: 1– plantação e criação de animais; 2 – pedreiros, carpinteiros, etc. Num terreno isolado, viveriam com suas famílias, assistidos por um capelão coadjuvado por freiras que dessem assistência religiosa e outros cuidados, inclusive hospitalar. Infelizmente, a iniciativa não foi incluída no então Projeto de Constituição.

Não obstante, o Estado de Pernambuco fez uma experiência-piloto dessa penitenciária agrícola na ilha de Itamaracá, berço do plantio de cana-de-açúcar no Brasil, com muito sucesso. Por sinal, leva o nome de seu ilustre idealizador: Penitenciária Agrícola Barreto Campelo. Embora não tenha constado na Carta Magna de 1934, vários estados da federação acolheram a ideia e a concretizaram tanto nas suas penitenciárias agrícolas quanto industriais.

Já que perguntar não ofende, não haveria interesses escusos por trás dessa situação carcerária sub-humana, quase animalesca para não dizer infernal? Por que o PT, nos seus 13 anos de governo roubou e permitiu que se roubasse bilhões de reais, não fez nada para resolver o problema das penitenciárias? O Coronel Jairo Paes de Lira, renomado oficial da polícia militar paulista e ex-deputado federal costuma afirmar com a ênfase que lhe é própria de que “não existe crime organizado, o que existe é Estado desorganizado”.
Isto posto, vamos ao nosso balanço de safra.

Em 1941, Stefen Zweig escreveu um livro que se tornou conhecido: Brasil, país do futuro. Nele, o escritor austríaco, então residente em Petrópolis, salientou com altivez as potencialidades nacionais que credenciariam o Brasil a se tornar o país do futuro. Quase 80 anos depois, podemos afirmar que o Brasil deixou o seu berço esplêndido de bebê para dar mostras de ser o país do presente.

É verdade que atravessamos uma série de dificuldades em razão de nosso inveterado otimismo, além da infidelidade vergonhosa de certas cúpulas nos mais variados campos da sociedade. Os líderes religiosos, por exemplo, em boa medida, aderiram à risca a doutrina e a prática da Teologia da Libertação, denunciada com precisão por Julio Loredo de Izcue no seu recente estudo Teologia da Libertação: um salva-vidas de chumbo para os pobres.

Desde 1943 o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira vinha denunciando a trama progressista e cavorteira que se infiltrava nos meios católicos com a finalidade de subverter a Igreja e colocá-la a serviço do marxismo. Quanta perseguição sofreu ele, pelo fato de ter denunciado esta realidade que culminou com o Concílio Vaticano II. Entretanto, o próprio Jesus Cristo ensinou no Evangelho: “Não temais aqueles que queimam os corpos e sim aqueles que matam as almas pelo escândalo”.

Nesse sentido, o Concílio Vaticano II constituiu uma tragédia colossal para as almas como afirmam muitos historiadores. Pior que o Concílio foi o “espírito” do Concílio, em nome do qual se cometeram tantas aberrações. De fato, se analisarmos a história da Europa, havia duas linhas paralelas, como trilhos de ferrovia, ou seja, uma a sociedade temporal e a outra, a sociedade religiosa trabalhando pela comunistização do mundo. No Brasil, o poder religioso se uniu ao temporal, e, como num monotrilho, a locomotiva era movida pela soma dessas à busca da esquerdização.

A primeira investida dessa ação conjunta no campo temporal foi contra o direito de propriedade rural através da Reforma Agrária. Já na década de 1950, uma ala radical do episcopado encabeçada pelo então “arcebispo vermelho”, o propagandeado Dom Helder Câmara, defendia a intervenção do Estado para desapropriar ou até expropriar terras de seus legítimos proprietários a fim de distribuí-las demagogicamente aos oprimidos e marginalizados no meio rural brasileiros.

A versão nacional dessa esquerda dita católica, juntamente com os seus lacaios no meio político começaram pelo Estado de São Paulo com a “Revisão Agrária” no governo de Carvalho Pinto [1958-1963]. Contra tal iniciativa se insurgiu o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, juntamente com dois bispos e um economista, ao lançar com o apoio da TFP que acabava de surgir o livro-bomba que fez história: Reforma Agrária: Questão de Consciência.

Mais tarde, João Goulart encampou a ideia de Reforma Agrária em âmbito nacional, mas a reação contra ele foi tal que os militares intervieram para que não houvesse um “banho de sangue”, pois os ânimos estavam animados. Longe de abandonar a ideia de Reforma Agrária, elementos desta mesma esquerda, infiltrados no Regime Militar, produziram o Estatuto da Terra [30 de novembro de 1964].  No dia 24 de dezembro, após a sua promulgação, a TFP consignou para História a sua consternação.

O manifesto deixou claro que “com o apoio das bancadas janguistas, os representantes das correntes que depuseram Jango fizeram, através da aprovação da emenda constitucional e do Estatuto da Terra, a ‘reforma’ que Jango queria”. Por razões que não vêm ao caso relatar aqui, devido aos erros cometidos pelos militares, notadamente Geisel e Figueiredo, surgiu um clima para a volta da esquerda – sempre de plantão – e criou-se um clima, a pretexto de combater a ditadura, para a formação do PT.

Os fundadores históricos do PT são unânimes em afirmar que o partido foi engendrado em grande parte pela esquerda católica. Tanto é verdade que escolheram local simbólico para a fundação do partido [10/2/1980], ou seja, no colégio Nossa Senhora do Sion, a menos de 100 metros da Sede da Arquidiocese de São Paulo. A partir daí, o PT passou a ser a corrente política mais bem financiada por certa burguesia, além de ser a mais cortejada pela grande mídia, representada pelo grande capital.

Quantos proprietários rurais morreram de desgosto, vitimados por enfartes e acidentes vasculares em razão de invasões de suas terras pelo MST, braço subversivo do PT? Ou ainda fuzilados por hordas de guerrilheiros do MST que dilapidaram propriedades adquiridas pelo suor ao longo de gerações? Quantas “minorias oprimidas” de indígenas, quilombolas, sem-teto foram manipuladas pelos seus ‘companheiros’?

Ao se apoderarem de Brasília, não foi o PT a montar a maior máquina de aparelhamento do Estado, poucas vezes vista na história? E o saque à nação brasileira, talvez maior que o de qualquer tirano da história? As “caixas-pretas” continuam a ser abertas. Já nos horrorizamos com o que vimos, mas julgo que ainda nos estarreceremos ainda com o que virá.

Nos contatos assíduos com lideranças Brasil afora costumo, com muita frequência, ouvir uma pergunta muito ajuizada: ‘O que dizer de elementos-chave da Igreja católica e de outros líderes da sociedade civil diante desses verdadeiros assombros que eles criaram e que dilapidaram a nação?  Afinal, quem perdeu com isso tudo? – A nação brasileira, obviamente, mas os estragos nas fileiras da Igreja Católica só serão mensurados no Juízo Final, tal a decepção, a descrença, a desconfiança naquilo que era o cerne da fé cristã. A confiança das ovelhas no pastor!

Os historiadores do futuro dirão que o Brasil sem ter passado por guerras que assolaram a Europa, passou por uma refrega sob certos aspectos piores, pois foi palco der uma guerra psicológica revolucionária sem precedentes, a fim de arrancar dos brasileiros o seu modo de ser, o seu modo de pensar e o seu modo de agir. País acolhedor de todas as etnias do planeta, a todos absorvendo com seus bons tratos, o Brasil resistiu a essa investida revolucionária, se bem tenha ficado com sérias feridas. Se está de pé foi porque a fibra do brasileiro o sustentou.

Mas que sustentáculo foi este durante a tempestade? O sentimento de brasilidade manifestado recentemente nas ruas foi muito bem expresso nos brados: “Nossa bandeira jamais será vermelha”, “queremos o nosso Brasil de volta”, entre outros. Ao lado dessa fibra, como a âncora que segura o navio, esteve o agronegócio, apesar de todas políticas amalucadas de controle de preços, invasões de propriedades, cargas tributárias, juros extorsivos, pressão ambientalista, além de estrutura de escoamento em péssimas condições.

Os agropecuaristas souberam desafiar os agressores ora promovendo marchas em Brasília com seus tratores e caminhões, ora ao participar ativamente das manifestações patrióticas por todo o Brasil, que culminaram por atirar a bandeira vermelha por terra. Enquanto o teatro das operações se desenrolava em Brasília e, certamente, nas sacristias das igrejas ditas progressistas, o agropecuarista plantava a sua semente, cuidava dos seus rebanhos gerando recordes de produção.

Em 2016, o ciclo de recordes infelizmente foi interrompido, é verdade. Às razões políticas se somaram as climáticas. Produzimos um pouco menos do que a safra 2014/2015. Mas, apesar disso, atingimos 186 milhões de toneladas de grãos e as condições da safra para este ano estão colocadas para uma produção recorde de 213 milhões de toneladas.

O ano se encerra com o agronegócio exportando US$ 85 bilhões e com superávit de US$ 71,307 bilhões, fazendo com que o saldo geral da balança comercial fosse de US$ 47,7 bilhões, o maior em 27 anos. (Globo, 03/01/2017) Alguém poderia objetar que o agronegócio representa apenas 23% a 25% do PIB, ao que os analistas responderiam considerando os valores “dentro da porteira” e “fora da porteira”, ou seja, o Valor Bruto da Produção – VBP.

As propriedades agropecuárias geraram no ano passado em torno de 600 bilhões de reais. Este valor não foi fruto de transformação, mas de criação, pois esses bens não existiam. Eles surgiram da terra pela semeadura, pelas crias da vacas, das ovelhas, dos caprinos, dos suínos e foram transformados em mercadorias vendidas no mercado interno e externo. Os produtores pagaram bilhões de reais aos seus funcionários, que juntamente com eles, compraram eletrodomésticos, veículos, vestimentas, máquinas agrícolas, etc.

Numa segunda etapa esses produtos foram transformados: da soja em óleo e ração; do boi em carne e os subprodutos (o pecuarista costuma dizer que do boi só não se aproveita o berro. Nesta segunda transformação o valor agregado supera 800 bilhões de reais que novamente entra no circuito dos negócios para movimentar a economia.

Numa terceira fase, impossível de mensurar como por exemplo, a indústria de cosméticos que são aplicados no embelezamento feminino. O leite, os espessantes, suco da fruta e o açúcar geram o sorvete. Do etanol as indústrias químicas já conseguem tirar mais de 100 produtos, por exemplo o “plástico verde” biodegradável. Enfim, é grande a quantidade de subprodutos gerados no campo.

Só nos dois primeiros estágios são produzidos mais de 30 milhões de empregos. Isso tudo numa imensa dinâmica que produz alimentação saudável, barata e farta para os nossos 210 milhões de brasileiros e mais 1 bilhão de habitantes no mundo inteiro. A ousadia dos nossos produtores não tem limites: querem alimentar 2 bilhões de pessoas no mundo até o ano de 2025. Atenção ecologistas! E saber que utilizamos tão-só 8% do território nacional para a produção de grãos e mais 16% para a agropecuária...

Se o Brasil continuar a ser passado a limpo, podemos considerar que o futuro já chegou, ou está chegando. Para isso, julgo que as punições aos culpados pela atual situação do País devam ser exemplares, pois até agora foram poucos políticos encarcerados em proporção com o número de empresários.

Ives Gandra mostrou em artigo [nov./16] que os crimes investigados têm mais o perfil de “concussão”, que é a imposição pelos governantes de condições para que empresas contratassem o Estado – sem o que teriam que paralisar suas atividades – do que “corrupção”, em que empresários corrompem as autoridades. Ou seja, mais culpados que os corruptos são os corruptores, então cadeia neles!

Chama a atenção que a própria ministra Carmen Lúcia, no seu discurso de posse na presidência do STF, transcrito pelo jornal O Globo em [13/09/16], reconheceu que a Justiça não atende às expectativas da população e mais que uma reforma, é necessária uma transformação. O que pensar disso? Que Deus e a Virgem Aparecida, padroeira desse imenso e abençoado Brasil, no aniversário dos 300 anos de sua milagrosa aparição nas águas do Paraíba nos ajude a enfrentar os desafios presentes.




terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A voz dos rodeios: "de shorts e chinelos, não!"



Voz dos rodeios reproduz tendência conservadora de um Brasil rancheiro e agrícola
Simon Romero
Em Goiânia

Chapéu de caubói? Tem. Botas de couro de avestruz? Tem. Fivela do cinturão com a inscrição em inglês "Get Tough" [Seja durão]? Tem.
"Vestimo-nos como caubóis nesta parte do país", disse Cuiabanno Lima, explicando sua indumentária enquanto atacava um pedaço de costela em uma churrascaria nesta cidade, no coração do cinturão agrícola brasileiro. "Simplesmente não posso entrar aqui usando shorts e chinelos. Sinto muito, mas aqui não é o Rio de Janeiro."
Lima, 40, um aclamado locutor de rodeios, tem razão. Caminhonetes salpicadas de lama percorrem as ruas de Goiânia. Música sertaneja berra de alto-falantes em bares a céu aberto. Lojas como West Land, Texas Center e Botas Goyazes vendem apetrechos do oeste dos EUA.
O crescimento da cultura do caubói aqui reflete grandes mudanças no Brasil nas últimas décadas. Instigado pela crescente demanda global por alimentos, o Brasil evoluiu para ser uma locomotiva agrícola, destacando-se como grande exportador de soja, milho, açúcar e café.
O país também se classifica entre os maiores produtores de carne do mundo, com um rebanho bovino que cresceu mais de 30% desde 1990, chegando a cerca de 215 milhões de cabeças. Isso dá ao maior país da América Latina, com uma população de 206 milhões, mais bois que gente.
A economia brasileira está mergulhada em um longo declínio, mas o agronegócio continuou firme durante a crise. A expansão de um circuito de rodeios no Brasil, com centenas de competições bem produzidas realizadas no vasto interior a cada ano, indica a importância da pecuária como um pilar da economia.
É aí que entra Lima, como um porta-voz não oficial dos Estados agrícolas do Brasil.
Embora desconhecido por muitos moradores das cidades costeiras do país, ele conquistou fama no interior como apresentador de rodeios com um estilo exagerado que poderia chocar alguns de seus homólogos nos EUA, e por adotar posições socialmente conservadoras em um país que está virando à direita.
Em uma entrevista sinuosa durante um almoço com cerveja e quantidades copiosas de carne, Lima manifestou suas opiniões sobre diversas questões, incluindo a religião (ele se considera um católico ferrenho que também frequenta uma igreja evangélica), o papel das mulheres na sociedade (suas opiniões parecem se refletir em um vídeo de música country que ele fez, em que se gaba de ter pago pela cirurgia plástica de uma dona de casa) e o meio ambiente.
"Não me pergunte sobre a Amazônia", disse Lima, referindo-se à vasta bacia hidrográfica onde, segundo as autoridades, a expansão da fronteira agrícola destruiu ilegalmente grandes áreas da floresta tropical. "Eu voei sobre a Amazônia em um pequeno avião e tudo o que vi durante horas foram árvores. Confie em mim, podemos desmatar muito mais, se for preciso."
A disposição de Lima a manifestar publicamente o que muitos brasileiros dizem em particular reflete, talvez, um desejo de chamar a atenção. Enquanto ele percorre o circuito de rodeios em sua caminhonete Mitsubishi Titan, as competições em que Lima trabalha dão muitas vezes tanta importância a ele quanto aos peões montadores.
Em um rodeio em Goiânia, (...) depois de cantar o hino nacional brasileiro, ele conduziu os competidores em uma longa oração antes de seguir com o evento. Ele costuma contar piadas, exala orgulho sobre a cultura rancheira do Brasil e irrompe em canções enquanto descreve os aspectos técnicos dos peões que competem por prêmios em dinheiro.
"Eu amo os EUA e reconheço o quanto devemos à cena do rodeio de lá, mas o pessoal no Brasil espera um pouco mais de seus apresentadores", explicou. "O que sou eu, essencialmente? Um contador de histórias."
Lima virou apresentador de rádio depois de estudar três coisas: direito, jornalismo e a arte dos palhaços. Ele disse que foi durante essa época na escola de palhaços no Rio, quando tentava encontrar uma entrada no show business, que aprendeu "a lição valiosa de rir dos meus próprios fracassos".
"Filho bastardo de um fazendeiro", como ele mesmo se descreve, Lima foi criado pela mãe, uma lojista, em Barretos, cidade no Estado de São Paulo que há muito é o epicentro da cena de rodeios brasileiros. Lima viaja durante o ano todo para várias regiões agrícolas, mas ainda vive em Barretos com sua mulher e seu filho.
Para surpresa de alguns de seus fãs, ele nem sempre foi Cuiabanno Lima. Seu nome de batismo é Andraus Araújo de Lima; Andraus também era o nome de um edifício de São Paulo que pegou fogo em 1972, uma tragédia em que as pessoas que tentavam escapar das chamas foram filmadas saltando para a morte dos andares mais altos.
"Obviamente eu precisava de um novo nome, algo que falasse da grandeza do interior do Brasil", disse ele sobre seu nome artístico. "Cuiabanno" se refere aos nativos de Cuiabá, a capital do Mato Grosso, na fronteira oeste, um Estado com empresas agrícolas florescentes.
Em um país onde os ativistas pelos direitos dos animais se tornaram mais veementes nos últimos anos, nem todo mundo aprecia a exaltação feita por Lima das proezas do agronegócio no país.
"Cuiabanno não passa de um bobo da corte em um cenário de rodeios dominado por fazendeiros ricos e patrocinadores empresariais", disse Leandro Ferro, presidente do grupo sem fins lucrativos Odeio Rodeio, de São Paulo, que busca aumentar a consciência sobre denúncias de crueldade contra os animais nos rodeios brasileiros.
Lima zomba dessas críticas, afirmando que seus adversários são irreais sobre a importância da agricultura e da pecuária na sociedade contemporânea.
"Nem todo mundo pode comer orgânico, comer folhas em embalagens caras", disse ele. "O mundo precisa de proteína animal, e o Brasil a fornece."
Quanto aos rodeios, Lima disse estar feliz porque eles estão virando um grande negócio com o apoio de corporações. Ele comentou com orgulho que os "caubóis" brasileiros se tornaram tão hábeis em algumas competições, como a montaria em touros profissional, que se classificam entre os que ganham mais dinheiro nos EUA.
Apesar de defender esse feitos, juntamente com sua própria proeminência crescente, Lima afirma que as elites das cidades como São Paulo e Rio preferem ignorar os sinais evidentes de que a cultura rancheira do Brasil, com seus valores conservadores, está ganhando proeminência.
Na política brasileira, por exemplo, um bloco poderoso que representa grandes proprietários de terras e interesses agrícolas em grande escala, exerce uma influência considerável no Congresso. E um subgênero da música country brasileira chamado sertanejo universitário, que atende às aspirações da classe média educada, cresceu em popularidade.
"Produzimos a riqueza do país e cada vez mais a cultura que as pessoas consomem, mas o interior do Brasil continua abandonado", disse Lima. "Alguma coisa nessa equação tem de mudar."