quarta-feira, 31 de maio de 2017

Sanha ambientalista internacional persegue agricultores brasileiros



Luta dos agricultores do Pará contra a sanha ambientalista internacional

 WWF pede a Temer veto total às Medidas Provisórias do 
Jamanxim e da Ferrogrão

A sucursal brasileira da ONG internacional World Wildlife Fund (WWF) enviou nesta segunda-feira (29) ao presidente da República, Michel Temer, uma carta em que pede o veto integral Medidas Provisórias 756/2016 e 758/2016 que tratam da alteração de limites da Floresta Nacional de Jamanxim e do Parque Nacional de Jamanxim, no oeste do Pará. 

A carta da ONGs ameaça o Governo brasileiro com a redução dos aportes financeiros dos fundos internacionais à proteção de florestas no Brasil. Nenhuma palavra sobre os amazônidas envolvidos é dita na carta.

"A aprovação destas MPs sinaliza aos doadores internacionais uma fragilização da governança ambiental brasileira no que toca à conservação da Amazônia", diz a ONG em tom de ameaça para, em seguida, solicitar ao presidente Temer "o veto integral às MPs 756 e 758, que alteram significativamente o status de conservação da região atualmente mais ameaçada da Amazônia brasileira".


Senador Jader Barbalho pede a Temer que sancione Medidas Provisórias do Jamanxim e Ferrogrão

O Senador Jader Barbalho publicou em seu Twitter a imagem de um ofício encaminhado ao Presidente Michel Temer no qual pede a sanção das duas Medidas Provisórias que tratam da área do Jamanxim e da Ferrogrão. 

O Ministro Sarneyzinho Filho, que tentou dar um golpe no povo do Pará com uma das MPs, já envioucarta semelhante pedindo o veto. Um bando de ONGs internacionais que fazem oposição ao Governo também enviou oficio a Temer pedindo veto.

Este blogger acha que os guerreiros do Jamanxim deveriam pedir a Jader e ao Senador Flexa Ribeiro, ambos da base de apoio do Governo, que consigam uma audiência com o próprio presidente Michel Temer. Duvido que Temer atenda Sarneyzinho e suas ONGs se tiver a oportunidade de ver pessoa o povo que esta sendo violentado pelos interesses do ambientalismo internacional.


Parabéns aos guerreiros do Jamanxim

Este blogger gostaria de parabenizar os guerreiros da Floresta Nacional do Jamanxim e o povo de Novo Progresso. Na noite de ontem, o plenário do Senado aprovou a Medida Provisória (MP) 756, que altera os limites da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, no município de Novo Progresso, no Pará, desmembrando parte de sua área para a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jamanxim.

Apesar de também ser uma unidade de conservação, a APA tem critérios de uso mais flexíveis. Ao promover as alterações na Flona do Jamanxim para atender a ocupação humana, o Ministro do ½ ambiente, Sarneyzinho Filho, tentou dar um golpe no Município do Novo Progresso ampliando os limites de uma Área de Proteção Ambiental até o rio Jamanxim para facilitar o controle do acesso das pessoas à zona protegida.


Os senadores desfizeram o golpe do ministro e mantiveram o texto aprovado pelos deputados, que reduziu a área da Flona de 1,3 milhão de hectares para 813 mil hectares. A proposta segue agora para sanção presidencial.


Embora crítico das alterações, o Senador João Capiberibe (PSB-AP) reconhece o problema criado na região pelas Unidades de Conservação. "É verdade que lá há um conflito agrário, sabemos disso. Tem famílias que estão lá desde antes da criação da reserva. Isso aconteceu no Brasil todo”, disse Capiberibe à Agência Brasil.

A alteração na área da Flona do Jamanxim visa principalmente atender ao projeto de construção da ferrovia EF-170, a Ferrogrão, que ligará a zona produtora de soja em Mato Grosso, ao Porto de Miritituba, no Pará.

Também na noite de ontem, o plenário do Senado aprovou a MP 758/2016, que altera os limites do Parque Nacional do Jamanxim para adequá-lo à passagem da estrada de ferro, paralela à BR-163. Para a construção da ferrovia, forão excluídos 852 hectares do parque nacional para a faixa de domínio.

A Flona do Jamanxim foi criada de forma irresponsável pelos ONGueiros de Marina Silva quando ela ocupou o Ministério do ½ Ambiente na gestão Lula. A área já era ocupada por centenas de amazônidas que passaram a sofrer uma pressão brutal dos agentes do Ibama e do Ministério Público Federal. Mas a turma resistiu, se uniu em associações, veio a Brasília negociar termos, lutou por mais de dez anos.

Na noite de ontem essa luta foi recompensada. Ainda falta a sanção presidencial e Sarney Filho e suas ONGs farão tudo para reverter a derrota. Mas hoje é momento para comemorar.

Parabéns a todos. Este blogger está orgulhoso da luta de vocês.





Brasil vai levar 42 anos para pagar a conta do PT



Segundo Joesley Batista, Lula e Dilma Rousseff levavam 1% de propina nos empréstimos dados pelo BNDES à JBS

Esse é o verdadeiro escândalo que tem de ser investigado
O Globo publicou uma nota importante sobre o assunto. 

Leia aqui:
O caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os “campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. 
Como o Tesouro Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado. Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5%e 6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. 
“A sociedade vai pagar por isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a conta.


Fonte: O Antagonista

Joesley, pecuarista forte, dando dinheiro para o MST...


Aviltamento acinzentado

Péricles Capanema

O Brasil, chocado, teve notícia da delação premiada do empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, a gigante do agronegócio brasileiro. Deixo de lado o primarismo intelectual, a linguagem chula e o deboche, pelo visto correntes em escolhidas esferas do dinheiro e da política. 

Trato aqui da naturalidade com que o delator relata telefonema de Lula para ele. O ex-presidente solicitava que João Pedro Stédile o procurasse para pedir dinheiro para o MST; depois com a bufunfa ▬ antes certamente fácil nos governos Lula e Dilma, de momento escassa ▬ iria invadir fazendas, formar militância e promover quebra-quebra.

“Ele [Lula] me ligou esses dias, pediu para mim [sic!] atender os sem-terra. Eu digo ‘ô presidente’(risos) ‘Joesley, eu tô aqui com o [João Pedro] Stédile não sei o que ele precisa falar com você’ ...’Tá bom, presidente, manda ele vir aqui. Eu atendo ele, tá bom’”. Para nosso caso, importa pouco se houve o encontro.

Importa outra coisa. Dos maiores empresários do agronegócio, com inteira naturalidade, aceita dar dinheiro para movimento (MST) cujo fim confessado é o coletivismo no campo, o que implica, a destruição dos fazendeiros. Recordo abaixo a já muito divulgada declaração de Stédile, marxista com ligações com a Teologia da Libertação: “Nós, marxistas, lutamos junto com o papa para parar o diabo”. 

O diabo, para Stédile, são “o capital financeiro, os bancos, as grandes multinacionais. Os inimigos do povo são esses. Como diria o papa, esse é o diabo”. Outra lembrança, a ameaça de Lula, em fevereiro de 2015 de colocar o exército do MST nas ruas: “Também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas”. De passagem, a JBS é uma grande multinacional.

Judas, na História, foi o traidor prototípico. Chamar alguém de judas, dois milênios após o ato infame, ainda era o pior insulto (agora, tenho minhas dúvidas). Mas ele se sabia traidor, agiu como traidor, teve fim consoante o crime inqualificável. 

Seu ato, por gerações foi qualificado infame. Era corrente a vida moral ancorada em noções claras de honestidade, coerência, abjeção, honra, decência, degradação, aviltamento. Em muitos ambientes desapareceu sua nitidez, examino um deles.

A atitude de Joesley, acima mencionada, objetivamente atraiçoa os ruralistas. Alguém ouviu alguém falar de felonia? Clima hostil para tal. No geral, os comentários sobre o ato, quando papocados, seguem na linha da distensão do delator: “Tá bom, presidente, manda ele vir aqui. Eu atendo ele”.

Há laivo de chantagem da parte de Lula, oportunismo do lado de Joesley. Um fazendeiro decepcionado com as lideranças rurais me disse: “Dificidimais. Kátia Abreu, fogo, apoiando o PT. O Joesley, pecuarista forte, dando dinheiro para o MST. Tem isso, quando os agitadores do Stédile passarem na frente de uma porteira da JBS, não vão invadir. 

Entram na próxima, de gente que não socou dinheiro neles”. Método mafioso comum, as FARC utilizaram tal expediente, extorquiam empresários contra promessa de não serem sequestrados. Poderá existir chantagem no caso do MST? Não estou informado, fico longe de negar a possibilidade. Não é tudo, porém. 

Em parte do público e dos participantes do drama formigam critérios morais distantes da nitidez do preto e do branco. Zonas cinzentas. Bruxuleia ali a noção, certos limites nunca podem ser transpostos. E isso é de importância sem medida para o futuro do Brasil.

Outra. Chegam notícias a todo instante da tortura dos venezuelanos, manietados e esfomeados. Conhecemos alguns dos responsáveis: Lula, PT, demais partidos de esquerda, Odebrecht, João Santana, Mônica Moura. 

As campanhas eleitorais milionárias, responsáveis pelo assalto ao poder dos torcionários Hugo Chávez e Nicolás Maduro, foram regadas por dinheiro desviado do contribuinte brasileiro mediante o agora conhecido mecanismo ▬ revelado no bojo da Operação Lava-Jato ▬ dos carteis, superfaturamento, porcentagem de obras para bolso e campanha de dirigentes favorecedores do comunismo. 

Já são quase vinte anos de sofrimento na Venezuela, cuja responsabilidade em parte pesa nas costas do governo e de empresários brasileiros. Onde a inconformidade com o apoio de grandes capitalistas e empresas brasileiras ao coletivismo, sempre causador de miséria? É muito mais grave que o mero roubo de dinheiro público.

“Todas as coisas têm o seu tempo [...] há tempo de amor e tempo de ódio, há tempo de guerra, e tempo de paz”, ensina o Eclesiastes. Agora é tempo da inconformidade nutrindo reflexões que iluminem as raízes da crise. 

Na busca da clareza total encontraremos a saída. Sem ela, passo a passo aumentará a desorientação dos espíritos; daí, facilmente escorregarão para o cansaço, a indiferença e a atonia. A seguir, rápido, teremos a rota aberta para aventuras e tragédias.


Não será a primeira vez. Ocorre-me uma delas, a queda repentina da monarquia com o público em céu de brigadeiro. Assim a descreveu Aristides Lobo, ministro do primeiro governo da República: “O povo assistiu àquilo bestificado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava. Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada”. O atual aviltamento acinzentado também bestifica o povo que dele não se defender, para desgraça nossa.

terça-feira, 30 de maio de 2017

Na Monarquia, a esperança


Na Monarquia, a esperança


Ronaldo Ausone Lupinacci*
Não sou pessimista, mas penso que o atual terremoto político e econômico está apenas começando. É duro ver a realidade tal como ela é. Contudo, se não a examinarmos objetivamente não desvendaremos os caminhos para modificá-la.
Ora, creio ser incontroverso, ao menos para os espíritos sensatos, decorrer a atual crise, em grande parte, de nossas decrépitas, corruptas, e esclerosadas instituições políticas republicanas, viciadas desde o nascedouro pelas concepções errôneas que as edificaram, e, pelos interesses que as sustentaram.
Embora, de si mesma, a forma republicana seja em teoria legítima, e, possa na prática ser, também, a mais indicada conforme os tempos, lugares, circunstâncias e povos, as repúblicas fabricadas em série no mundo ocidental nos últimos três séculos surgiram infectadas pelo vírus revolucionário que se espalhou a partir da França em 1789.
Os principais erros doutrinários que conspurcaram o ambiente ideológico e social – e, pois, o político – consistiram no igualitarismo e no liberalismo relativista, falsos valores metafísicos portadores do ódio à monarquia e à aristocracia, e, à aversão aos princípios morais perenes da civilização cristã.
Mas, a já longa duração das repúblicas, ao lado da detração dirigida à monarquia mediante propaganda mentirosa espalhada mundo afora ao longo de várias gerações, fez com que muitas pessoas reputem inviável o retorno ao regime monárquico.
Admito que tal mudança seja difícil nos países que, desde as respectivas independências, nasceram sob a forma republicana, como é o caso dos Estados Unidos, e de todas as nações da América espanhola, por exemplo, porque nunca tiveram reis, salvo os distantes monarcas ingleses e espanhóis.
Mas, não no Brasil, que afora a longa tradição política portuguesa, viveu no regime monárquico até 1889, e, ademais, tem a família imperial legítima dos Orleans e Bragança, descendentes diretos dos soberanos lusos.
Portanto, sob este aspecto, de grande importância, aliás, inexiste dificuldade para o retorno ao Império, nem tampouco controvérsias dinásticas. Há legítimo sucessor, o Príncipe Imperial Dom Luiz de Orleans e Bragança, e, existem os sucessores eventuais, seus irmãos Bertand e Antonio, além dos sobrinhos, em caso de falecimentos.
Embora o retorno ao regime monárquico ainda possa demorar algum tempo, isto é, até que a opinião pública – depois de fustigada pela dolorosa linguagem dos fatos – se convença da conveniência, e, mais, da necessidade da restauração, revela-se oportuna a exposição de algumas ideias e algumas realidades aptas a despoluir os espíritos.
Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, o presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil, Luiz Viana Queiroz, comparando a caótica situação do Brasil atual com a da Espanha logo após a morte do ditador Francisco Franco, disse que aquele país só se livrou das convulsões que o sacudiam graças à existência do rei (Juan Carlos), sem o qual não teria sido possível construir o Pacto de Moncloa.
Disse Viana que “lá tinha um rei”, fator de aglutinação e de unidade nacional, e, que nós não teríamos isso, enfrentando um desafio ainda maior.
Vê-se, pois, que a Espanha, depois de um período republicano e de outro ditatorial de transição, retornou à monarquia, a demonstrar que as vias da História comportam vais e vens.
Por outro lado, cabem um reparo, e, um comentário à fala de Luiz Viana: o reparo é que nós temos, sim, um monarca legítimo que é o mencionado Dom Luiz; o comentário é o de que se tivéssemos conservado a forma monárquica nunca teríamos caído no precipício em que nos lançou a República.
Vejam os leitores que alguns dos países mais civilizados, prósperos e estáveis conservam até hoje suas monarquias como é o caso da Inglaterra, do Japão, da Holanda, da Suécia, da própria Espanha, entre outros.
Importa salientar, também, como seria a restauração monárquica no Brasil. Segundo a orientação da Casa Imperial chefiada por Dom Luiz, e consenso unânime dos monarquistas brasileiros, não será monarquia absoluta, e sim monarquia mista, isto é a combinação da monarquia e da democracia, segundo o que vier a ser estabelecido em futura Constituição, adaptada da Carta Magna de 1824 promulgada por Dom Pedro I.
Neste modelo entra o elemento sui generis do Poder Moderador, exercido pelo Imperador, ao lado dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O Poder Executivo, embora atribuído ao Imperador, por delegação será exercido pelo Governo, constituído pela maioria parlamentar.
O Poder Legislativo terá feição bicameral, com Câmara dos Deputados e Senado Federal, à semelhança do que vigora atualmente.
Completa o quadro das instituições políticas da monarquia constitucional parlamentarista o Conselho de Estado, composto por pessoas da mais alta competência e representatividade social incumbidas de auxiliar o Imperador em suas decisões.
Conviveram, assim, harmonicamente em tal regime e sistema, o elemento perene representado pelo Imperador, ao lado do elemento mutante representado pelos eleitos para a Câmara dos Deputados através do voto popular, e, pelo Governo formado pela maioria parlamentar.
Este mecanismo, acima delineado resumida e esquematicamente, funcionou muito bem durante todo o Segundo Império, o período mais glorioso de nossa História.
O leitor poderá encontrar informações bem mais pormenorizadas nos excelentes livros publicados pelo historiador contemporâneo Armando Alexandre dos Santos, que estudou toda essa matéria em profundidade¹.
Sobre as vantagens das monarquias hereditárias em relação às repúblicas, também muito esquematicamente importa acentuar o seguinte: a) preservação da unidade, porque o monarca não tem vinculação político-partidária ou regional; b) a independência do rei ou imperador, que não deve favores a quem quer que seja; c) a continuidade nas metas de governo, porque subsistem muito além dos curtos programas republicanos; c) a representatividade, porque o soberano representa toda a Nação, encarada como família; d) maior extensão das liberdades públicas; e) maior capacidade de sustentar medidas impopulares quando necessárias, como aconteceu durante a Guerra do Paraguai; f) menor custo principalmente se comparada às repúblicas compulsivamente perdulárias e corruptas como sempre foi a nossa.
Os monarquistas brasileiros, depois de um século de silêncio imposto pela República de nulidades triunfantes (segundo a expressão do republicano arrependido Ruy Barbosa), recuperaram a liberdade de manifestação com a Constituição de 1988, e, de lá para cá o movimento monarquista composto por inúmeras entidades fiéis à Família Imperial vem crescendo, e, encontrando grande receptividade principalmente junto ao chamado “povão”.
Chegará o dia em que o clamor nacional, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, trará a restauração do Império. É questão de tempo.
* O autor é advogado e pecuarista.


¹https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/AASantos.html .

Lula: remédio para o mal que ele mesmo criou?



Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou


O Estado de S. Paulo


A escassez de lideranças políticas no Brasil é tão grave que permite que alguém como o chefão petista Lula da Silva ainda apareça como um candidato viável à Presidência da República, mesmo sendo ele o responsável direto, em todos os aspectos, pela devastadora crise que o País atravessa.

A esta altura, já deveria estar claro para todos que a passagem de Lula pelo poder, seja pessoalmente, seja por meio de sua criatura desengonçada, Dilma Rousseff, ao longo de penosos 13 anos, deixou um rastro de destruição econômica, política e moral sem paralelo em nossa história. 

Mesmo assim, para pasmo dos que não estão hipnotizados pelo escancarado populismo lulopetista, o demiurgo de Garanhuns não só se apresenta novamente como postulante ao Palácio do Planalto, como saiu a dizer que “o PT mostrou como se faz para tirar o País da crise” e que, “se a elite não tem condição de consertar esse País, nós temos”. Para coroar o cinismo, Lula também disse que “hoje o PT pode inclusive ensinar a combater a corrupção”. Só se for fazendo engenharia reversa.

Não é possível que a sociedade civil continue inerte diante de tamanho descaramento. Lula não pode continuar, sem ser contestado, a se oferecer como remédio para o mal que ele mesmo causou.

Tudo o que de ruim se passa no Brasil converge para Lula, o cérebro por trás do descomunal esquema de corrupção que assaltou a Petrobrás, que loteou o BNDES para empresários camaradas, que desfalcou os fundos de pensão das estatais, que despejou bilhões em obras superfaturadas que muitas vezes nem saíram do papel e que abastardou a política parlamentar com pagamentos em dinheiro feitos em quartos de hotel em Brasília.

Lula também é o cérebro por trás da adulteração da democracia ocorrida na eleição de 2014, vencida por Dilma Rousseff à base de dinheiro desviado de estatais e de golpes abaixo da linha da cintura na campanha, dividindo o País em “nós” e “eles”. Lula tem de ser igualmente responsabilizado pela catastrófica administração de Dilma, uma amadora que nos legou dois anos de recessão, a destruição do mercado de trabalho, a redução da renda, a ruína da imagem do Brasil no exterior e a perda de confiança dos brasileiros em geral no futuro do País.

Não bastasse essa extensa folha corrida, Lula é também o responsável pelo tumulto que o atual governo enfrenta, ao soltar seus mastins tanto para obstruir os trabalhos do Congresso na base até mesmo da violência física, impedindo-o de votar medidas importantes para o País, como para estimular confrontos com as forças de segurança em manifestações, com o objetivo de provocar a reação policial e, assim, transformar baderneiros em “vítimas da repressão”. 

Enquanto isso, os lulopetistas saem a vociferar por aí que o presidente Michel Temer foi “autoritário” ao convocar as Forças Armadas para garantir a segurança de Ministérios incendiados por essa turba. Houve até mesmo quem acusasse Temer de pretender restabelecer a ditadura.

Para Lula, tudo é mero cálculo político, ainda que, na sua matemática destrutiva, o País seja o grande prejudicado. Sua estratégia nefasta envenena o debate político, conduzindo-o para a demagogia barata, a irresponsabilidade e o açodamento. No momento em que o País tinha de estar inteiramente dedicado à discussão adulta de saídas para a crise, Lula empesteia o ambiente com suas lorotas caça-votos. 

“O PT ensinou como faz: é só criar milhões de empregos e aumentar salários”, discursou ele há alguns dias, em recente evento de sua campanha eleitoral fora de hora. Em outra oportunidade, jactou-se: “Se tem uma coisa que eu sei fazer na vida é cuidar das pessoas mais humildes, é incluir o pobre no Orçamento”. Para ele, o governo de Michel Temer “está destruindo a vida do brasileiro”, pois “a renda está caindo, não tem emprego e, o que é pior, o povo não tem esperança”.


É esse homem que, ademais de ter seis inquéritos policiais nas costas, pretende voltar a governar o Brasil. Que Deus – ou a Justiça – nos livre de tamanha desgraça.




segunda-feira, 29 de maio de 2017

Funerais do socialismo e icebergs no Saara



A estratégia da hipocrisia
Quatro socialistas nos funerais do socialismo
Nelson Ribeiro Fragelli


Derrubamento de estátuas de Lenine em vários países, símbolo do naufrágio das esquerdas

No artigo A mudança que desorientou a esquerda, publicado no “Corriere della Sera” (9-12-14), Paolo Franchi resume o livro Retomemos vida, de Alfredo Reichlin, lançado naquele momento. Este título bem mostra que Reichlin, ex-dirigente do Partido Comunista Italiano, julgava seus ideais sem vida, se não extintos por perempção.

Nos anos do pós-guerra, os comunistas continuavam a tocar seu realejo: combate ao capital e às desigualdades, à pobreza e às injustiças sociais. Hipocrisia, pois naquele momento a URSS (União das Repúblicas Socialista Soviéticas) constituía o modelo de sociedade socialista. E nela o nivelamento era obtido pela miséria, dando os Gulags testemunho de perversas injustiças.

Os países não-comunistas notavam essa hipocrisia e recusavam o comunismo. A palavra “esquerda” já nos anos 70 tinha perdido seu sentido. Ninguém deseja a pobreza. O socialismo já não inovava nem tinha proposições atraentes. Os partidos socialistas procuravam sobretudo um meio termo enganoso entre o comunismo totalitário e a economia de livre mercado. O socialismo não foi capaz de apresentar uma “ideia de sociedade”. Em outras palavras, além do velho coletivismo alienante, nenhum outro conceito lhe ocorria.

         Extinto o socialismo? O semanário francês "Valeurs Actuelles" (4-5-17) cita Manuel Vals, primeiro-ministro do governo socialista de François Hollande: “A esquerda militante que conhecemos não existe mais. É o fim de um ciclo, é o fim de uma história. Vira-se uma página, será necessário escrever outra”. Vals é insuspeito para afirmar esta verdade, há décadas escondida.

         Entrevistado por "Le Monde" (20-5-17), o historiador Marc Lazar, especialista das esquerdas, estende o pensamento de Manuel Vals. Segundo ele, a crise é perigosa, pois o Partido Socialista é incapaz de governar sem se dividir. Por que o PS se divide, apesar de ter conquistado o poder? Porque todo governante deve saber promover a produção e o bem-estar. Ora, o PS sabe que suas doutrinas levam invariavelmente à pobreza. Mas seus militantes querem aplicá-las, desejam maior intervenção estatal e a progressiva extinção da propriedade privada. Donde a cisão interna.

O governo socialista se põe assim a caminhar por vereda indecorosa, serpenteando entre o crescente controle estatal e a livre iniciativa. Assim, em 1946, ele renunciou à revolução marxista e lançou o falacioso slogan "socialismo humanista", tentando lavar a face diante da inumana ditadura do proletariado. Mais tarde, livrando sua canoa furada do peso marxista, seus "teóricos" decidem se reconciliar com certa forma de liberalismo econômico e lançam outro slogan: a "terceira força". O papel do Estado seria suavizado e se atribuiria maior responsabilidade ao indivíduo. Era uma linguagem de um embaraço pudico a fim de não escandalizar os radicais do Partido. Comovente hipocrisia. Mas não convenceu. Pois o PS e toda a esquerda europeia se encontram em situação gravíssima — conclui o Prof. Lazar. O pensamento do PS é fraco, e sua elaboração intelectual nula. Seus "teóricos" não se animam a teorizar. Com suas anteriores teorias gradativamente rejeitadas, hoje eles agonizam.

         "A lucidez de um vencido" é outro artigo de “Le Monde” (23-12-16). Versa sobre o historiador Enzo Traverso, nascido numa família italiana "católico-comunista" em 1957 e hoje professor nos Estados Unidos. Em seu livro Melancolia da esquerda, Enzo analisa o fracasso das passadas proposições da esquerda e sua falta de pensamento. Foi com a queda do Muro de Berlim que ele se convenceu da enorme derrota do socialismo. O PCI (Partido Comunista Italiano) desapareceu de uma hora para outra e sua cultura foi evacuada sem nenhum balanço crítico. Desde então existe na Itália, como em toda parte, uma paralisia. E se vemos tentativas de retomar certas ações, tudo se passa num contexto de eclipse das utopias. Segundo Traverso, resta aos socialistas "tirar novas forças e nova lucidez de cada derrota". Mais fácil seria procurar icebergs no Saara.


( * ) Nelson Ribeiro Fragelli é jornalista e colaborador da ABIM


Ecologistas escondem a verdade. Mais uma prova



Terra tem 467 milhões de hectares de florestas a mais do que se dizia

Luis Dufaur (*)




Floresta de baobás em região considerada árida no Senegal


Uma equipe internacional de pesquisadores revelou na prestigiosa revista Science que a superfície da Terra coberta por florestas é 10 % mais extensa do que se supunha. A deficiente medição anterior não considerou as florestas das zonas áridas, distorcendo o cômputo global.

As florestas ocupam 4 bilhões de hectares ou 30% da superfície das terras acima do nível dos mares. Normalmente se imaginam luxuriantes florestas tropicais, rústicas florestas boreais ou penteados bosques de regiões temperadas.

Tinha-se passado por cima dos bosques existentes em zonas áridas — onde a evaporação é maior que a precipitação anual. Essas zonas representam algo superior a 40% da superfície continental e não estão desprovidas de florestas. Elas se encontram em contextos climáticos muito diversos no Sudão, na América do Sul, nas estepes da Europa Oriental e no sul da Sibéria, bem como no Canadá.

Uma trintena de cientistas de treze países analisou imagens de satélites fornecidas pelo Google Earth. Elas abarcavam mais de 210.000 parcelas de meio hectare repartidas pelo globo.

O principal autor do estudo, Jean-François Bastin, pesquisador associado à Universidade Livre de Bruxelas e consultor na Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) explicou que gora sua equipe pode utilizar imagens de alta resolução com um grau de precisão inferior a um metro, do que resultou o cálculo de cerca de 1,1 bilhão de hectares de florestas de regiões áridas.

Essa é uma extensão comparável à das florestas úmidas tropicais, como a amazônica. Dois terços dessa enorme área estão recobertos de formações vegetais densas — florestas “fechadas” —, onde a frondescência cobre pelo menos 40% do solo. Essas florestas aparecem em todos os continentes, inclusive no oeste da América Latina, no leste do Brasil e no norte da Venezuela e da Colômbia, por exemplo.

O cálculo mais exato acrescentou 467 milhões de hectares de florestas da terra, elevando o total a mais de 4,3 bilhões de hectares.


Floresta de eucaliptos na região árida de Pilbara, Austrália ocidental

A preocupação da confraria verde-vermelha era de afastar a ideia de um planeta mais verdejante do que parecia, pois isso poderia desmoralizar suas campanhas demagógicas contra o desmatamento.

Segundo a FAO, perto de 2 bilhões de pessoas vivem nesses territórios florestais até agora desconsiderados. Neles as árvores fornecem frutos e folhas para a alimentação dos homens e engorda dos animais, além de madeira para cozinhar e aquecer, como se dá com os bosques de acácias e eucaliptos na Austrália e de baobás na África.

Quando os cientistas sérios se aplicam ao seu trabalho, trazem dados sensatos. Mas a agitação verde-vermelha não gosta nada disso e não toma iniciativas para esclarecer o fundo da realidade.

 (*) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política internacional e colaborador da ABIM

sexta-feira, 26 de maio de 2017

A quem interessa a atual crise política brasileira?



(Resumo) 

"A quem interessa a atual crise política brasileira?"


Por três décadas, o país foi sendo arrastado pelas vias da esquerdização, culminando nos treze anos de governo do Partido dos Trabalhadores, em que viu seus princípios fundamentais serem sistematicamente violados e enxovalhados. 
A nação foi submetida a verdadeira demolição em todos os campos, desde o psicológico e moral –destruição da família pela ampliação do aborto, pela propagação da ideologia de gênero e pela equiparação do casamento às uniões antinaturais, — até o econômico-social, ou seja, entraves à propriedade privada e à livre iniciativa, por uma velada estatização da economia, do ecologismo radical, pelo favorecimento da luta de classes, e condenação das massas à inação pelo populismo.
Depois desse longo trauma, o país começava a dar mostras alentadoras de soerguimento, de recomposição em meio aos destroços das instituições. Libertado da tirania vermelha, via desfraldar-se de novo seu pendão verde-amarelo, apontando outra vez para um futuro promissor.
Entretanto, com o alarde midiático repentino de denúncias da maior gravidade direcionadas ao chefe do Estado, seu soerguimento se vê uma vez mais ameaçado.
No último dia 24/05/2017 militantes esquerdistas invadiram, depredaram e incendiaram alguns andares de prédios de alguns Ministérios na Esplanada em Brasília. Foto: G1
A quem interessa consumar a obra da demolição, lançando o país no caos e na anarquia?
É singular a precipitação com que mídia, políticos oportunistas e mesmo juristas e instituições de renome pedem a imediata destituição do atual governo, com base em acusações ainda não devidamente analisadas, sendo a principal delas feita em circunstâncias no mínimo suspeitas.
Sem entrarmos no mérito da acusação, desejamos chamar a atenção sobre a necessidade de se tomarem decisões com serenidade, sem correria nem atropelo dos princípios fundamentais de justiça.
O Brasil ordeiro e pacífico desconfia desse açodamento político-mediático, propugnador de medidas traumáticas, alimentado por uma esquerda rancorosa que não consegue embair o povo com a bandeira da luta de classes tão contrária à nossa índole.
Neste terceiro centenário do descobrimento da imagem da Virgem-Mãe Aparecida, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, e com ele os milhões de brasileiros,  suplicamos à Nossa Padroeira se digne velar maternalmente pela Terra de Santa Cruz, para que ela cumpra integralmente os desígnios da Divina Providência.



Monarquia = respeitabilidade e estabilidade



A restauração da monarquia

Flavio Saliba Cunha

O que se segue parecerá, a muitos, o resultado de um delírio conservador. Trata-se, no entanto, de mera conjectura sobre uma alternativa para superação da crise que a delirante vida política nacional nos impõe: a da restauração da monarquia parlamentar.
Tomem essa sugestão menos como uma simpatia anacrônica pelo ritualismo e pela pompa das velhas famílias reais que habitam o imaginário popular do que como simples provocação.


Os acontecimentos dos últimos dias agravaram a crise política nacional, a ponto de se falar de um vácuo de poder que põe em risco nossa frágil democracia, nossa cambaleante economia e, mesmo, a convivência social civilizada. O eventual afastamento do presidente Temer gera um cipoal de problemas a sua sucessão. Preceitos constitucionais, processuais e morais inviabilizam a posse daqueles que, embora situados na linha sucessória, devem contas à Justiça.

O noticiário aventa soluções tais como a de empossar a presidente do STF para cumprir o resto do atual mandato presidencial, o que me parece uma sábia solução de emergência. Já o apelo oportunista por “diretas já”, orquestrado por sindicalistas, estudantes e partidos de esquerda, caso atendido, representaria um retrocesso sem precedentes, posto que não há à vista lideranças capazes de preencher os requisitos indispensáveis a um chefe de nação.
Outra possibilidade seria a eleição indireta de um civil, mas desconheço o ilustre brasileiro que pode ser alçado, de imediato, à condição de presidente da República aprovado por parlamentares desprovidos de legitimidade perante a opinião pública.
Finalmente, se a opção pelo regime parlamentarista tem sido, insistentemente, apontada como a solução ideal para a governabilidade e a estabilidade das instituições, por que não cogitar sobre uma eventual restauração da monarquia parlamentar? Afinal, tivemos uma história de quase cem anos de monarquia que em nada fica a dever à experiência republicana, que, aliás, resultou de um golpe perpetrado, por motivos torpes, pelo marechal Deodoro da Fonseca.
Não sou historiador, muito menos um estudioso da monarquia, desconhecendo, portanto, o perfil do herdeiro do trono do Brasil. Vale considerar, no entanto, que perante o resto do mundo a volta à monarquia, aparentemente esdrúxula e extemporânea, pode sinalizar para a maior respeitabilidade e estabilidade de nossas instituições políticas e econômicas.

Talvez não seja mera coincidência o fato de países democráticos, politicamente estáveis e ricos, como o Reino Unido, a Holanda, a Noruega, a Dinamarca, o Japão e a Espanha, serem monarquias em que os soberanos mandam pouco, mas funcionam como esteios da estabilidade das instituições nacionais. O primeiro-ministro, democraticamente eleito, incumbe-se de exercer as funções afetas a quem governa de fato.

Fonte: "O Tempo"

JBS: campeão internacional do calote



O calote do século

Por Eliane Cantanhêde - OESP

Antes que a gente se esqueça, Joesley Batista, da JBS, que já foi um dos “campeões nacionais” do BNDES, é agora campeão internacional do calote, um calote não numa pessoa, numa empresa ou num banco, mas num país inteiro. Um país chamado Brasil, onde não sobra ninguém para contar uma história decente e abrir horizontes.

Enquanto amealhava R$ 9 bilhões do BNDES, mais uns R$ 3 bilhões da CEF, mais sabe-se lá quanto de outros bancos públicos nos anos beneficentes de Lula, Joesley saiu comprando governos, partidos e parlamentares. Quando a coisa ficou feia, explodiu o governo Temer, a recuperação da economia e a aprovação das reformas, fez um acordo de pai para filho homologado pelo STF e foi viver a vida no coração de Nova York.

O BNDES, banco de fomento do desenvolvimento nacional, foi usado para fomento de empregos, fábricas e crescimento nos Estados Unidos, onde Joesley e o irmão, Wesley, usaram o rico e suado dinheirinho dos brasileiros para comprar tudo o que viam pela frente. Detalhe sórdido: os frigoríficos que adquiriram lá competem com os exportadores brasileiros de carne. Uma concorrência para lá de desleal. 

Eles se negam a pagar os R$ 11 bilhões do acordo de leniência com a PGR, até porque o dinheiro público camarada do Brasil foi usado para sediar 70% dos negócios nos EUA, 10% em dezenas de outros países e só 20% no Brasil. Se esses procuradores encherem muito a paciência, eles jogam esses 20% pra lá, fecham as portas e esquecem a republiqueta de bananas.

Além de sua linda mulher (como nos clássicos sobre gângsteres), Joesley levou para a grande potência seu avião Gulfstream G650, de 20 lugares e US$ 65 milhões. Também despachou num navio para Miami seu iate do estaleiro Azimut, de três andares, 25 lugares e US$ 10 milhões. Quando enjoar de Nova York, vai passar uns tempos nos mares da Flórida.

Enquanto arrumava as malas, Joesley aplicou US$ 1 bilhão no mercado de câmbio, fez megaoperações nas Bolsas e ficou aguardando calmamente o Brasil implodir no dia seguinte, para colher novos milhões de dólares. E deixou para trás sua vidinha de açougueiro no interior de Goiás, uma sociedade pasma e um monte de interrogações.

Por que, raios, Lula e o BNDES jorraram tantos bilhões numa única empresa? Joesley podia usar o dinheiro com juros camaradas e comprar aviões e iates para uso pessoal? Os recursos não teriam de gerar desenvolvimento e emprego para os brasileiros? E, se o seu amigão (como dos Odebrecht) era Lula, a JBS virou uma potência planetária na era Lula e se ele diz que despejou US$ 150 milhões para Lula e Dilma Rousseff no exterior, por que Joesley, em vez de gravar Lula, foi direto gravar Temer?

Mais: como um biliardário, que adora brinquedos caros e sofisticados, partiu para uma empreitada de tal audácia com um gravadorzinho de camelô? Como dar andamento e virar o País de ponta-cabeça sem uma perícia elementar na gravação? Enfim, por que abrir monocraticamente um processo contra o presidente da República? E, enquanto Marcelo Odebrecht conclui seu segundo ano na cadeia, já condenado a mais de 10 anos, os Batista estão livres da prisão, sem tornozeleira e sem restrição para sair do País.

Nada disso, claro, significa livrar Aécio ou Temer, que tem muchas cositas más a explicar, como R$ 1 milhão na casa do coronel amigo, R$ 500 mil da mala do assessor Rocha Loures, um terceiro andar do Planalto onde assessores só produziam escândalos.

A sociedade, porém, reage mal ao final feliz dos Batista. A não ser que não seja final ainda, pois a homologação do STF é uma validação formal, mas cabe ao juiz, na sentença, fixar os benefícios da delação. Em geral, o juiz segue os termos do acordo original, mas não obrigatoriamente, e pode haver, sim, fixação de penas. Oremos, pois!