quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Preços do etanol continuarão achatados



Muito tarde e muito pouco




Os preços artificiais da gasolina seguirão achatando os preços do etanol e desestimulando investimentos em cana-de-açúcar e na expansão das destilarias.

Celso Ming - O Estado de S.Paulo

O reajuste dos preços da gasolina e do óleo diesel não muda substancialmente as coisas. A Petrobrás segue arrochada pelo governo Dilma.


Os cálculos sobre as perdas com o atraso dos reajustes variam de um consultor para o outro. Mas, provavelmente, apenas em 2012, ultrapassaram os R$ 20 bilhões. 

Em vez de fazer da Petrobrás uma alavanca do desenvolvimento nacional, o governo Dilma continua usando o caixa da empresa para fazer política de preços. 


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reconheceu ontem que, desde 2006, os combustíveis foram reajustados em apenas 6% - "o que é menos do que a inflação", disse.


Tanto a Petrobrás, hoje dirigida por administradores fiéis à aliança de governo, como o próprio governo vêm repetindo que a política "busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazos" - está assim no comunicado da Petrobrás divulgado na noite de terça-feira. 

Trata-se de repetição vazia, uma vez que não há critério. Os reajustes não obedecem a nenhuma regra e só são feitos quando a capacidade de geração de recursos da Petrobrás apresenta notórios sinais de deterioração. 

A qualquer momento, por exemplo, se espera o rebaixamento da qualidade dos títulos da Petrobrás. Sua capacidade de endividamento foi e continua sendo duramente atingida. 


Se houver melhora mínima nas condições da economia global, como se espera, as cotações do barril do petróleo Brent saltarão para acima dos US$ 115 por barril, nível em que estão hoje, e as distorções se ampliarão.


Essa política não está errada apenas porque dá um tratamento populista para os derivados de petróleo. Está errada, principalmente, porque sabota a política de investimentos da Petrobrás aprovada pelo próprio governo federal.



Há seis meses, a Petrobrás avisou em seus documentos que seu Plano de Negócios (investimentos), de US$ 236,5 bilhões até 2016, só poderia ser cumprido caso houvesse reajuste de 15% em seus produtos. 

Foram autorizados apenas 6,6% para a gasolina e 5,4% para o óleo diesel, acompanhados pelo aviso de que não haveria outros em 2013. São reajustes de longe insuficientes para recompor as perdas passadas da Petrobrás. 


Pelos cálculos dos analistas Bruno Montanari e Guilherme Bellinetti, do Grupo Morgan Stanley, ouvidos pela Agência Estado, mesmo com essa correção, os preços internos em relação aos pagos pela Petrobrás nas suas importações ficarão cerca de 10% mais baixos, no caso da gasolina, e de 20%, no do diesel.


Além disso, a gasolina se manterá subsidiada à custa da saúde financeira da Petrobrás. Preços assim vantajosos no varejo continuarão estimulando o consumo de gasolina, pressionando importações e deteriorando a capacidade de investimentos da Petrobrás. 


Ao mesmo tempo, os preços artificiais da gasolina seguirão achatando os preços do etanol e desestimulando investimentos em cana-de-açúcar e na expansão das destilarias.


Ontem, o mercado financeiro voltou a punir as ações da Petrobrás como forma de mostrar a política irracional a que está sendo submetida. As ações ordinárias caíram 5,12% e as preferenciais, 4,76%.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Aquecimento global acabou...


"Cientistas" perplexos!


Aquecimentista “Der Spiegel” e mídia europeia admitem que o aquecimento global acabou ... Modelos estavam errados ... 

P. Gosselin, 19/01/2013

Ontem, o jornalista de ciência do “Der Spiegel”, Axel Bojanowski, publicou um artigo chamado: Klimawandel: Forscher rätseln über Stillstand bei Erderwärmung (Alterações climáticas: cientistas perplexos com a parada do aquecimento global).

Nós estávamos longamente esperando por esta admissão, e vendo a reação da mídia, é interessante dizer o mínimo. 

Bojanowski escreve que "A palavra já corria havia algum tempo de que o clima está se desenvolvendo de maneira diferente do que o previsto anteriormente".

Ele coloca a questão: "Quantos anos mais de estagnação são necessários para os cientistas repensarem suas previsões de aquecimento futuro?".

Bojanowski acrescenta:

“Quinze anos sem aquecimento estão agora atrás de nós. A estagnação das temperaturas médias globais próximas à superfície mostra que as incertezas nos prognósticos climáticos são surpreendentemente grandes. O público está agora à espera em suspense para ver se o próximo relatório do IPCC da ONU, marcado para setembro, vai discutir a parar o aquecimento".

A grande questão que está agora circulando através da atordoada mídia europeia, governos e organizações ativistas é: como o estancamento do aquecimento poderia ter acontecido? Além disso, como é que vamos agora explicar isso ao público? 

Para encontrar uma resposta, Bojanowski contatou um número de fontes. Eis o resultado, em resumo: os cientistas agora se limitam apenas a especular sobre toda uma gama de possíveis causas. A incerteza na ciência do clima nunca foi na verdade tão grande. Ele voltou à estaca zero.


Uma explicação que o “Spiegel” apresenta é que os oceanos têm absorvido de alguma forma o calor e agora o estão escondendo em algum lugar. No entanto, Bojanowski escreve que há muito poucos dados disponíveis nos quais se basear: "Há muita incerteza sobre a evolução da temperatura da água. 

Há muito tempo parecia que também os oceanos não têm aquecido ainda mais desde 2003”. "Der Spiegel” cita então Kevin Trenberth, referente à reivindicação da NASA de que eles detectaram um aquecimento dos oceanos: "As incertezas com os dados são muito grandes. Precisamos melhorar as nossas medições".

“Der Spiegel” escreve ainda que o calor em falta pode estar escondido em algum lugar profundo dos oceanos. Mas aqui Bojanowski [Spiegel] cita Doug Smith, do Met Office: "Isso é muito difícil de confirmar". 

Jochem Marotzke, do Instituto Max Planck de Meteorologia (MPI), suspeita que a energia tenha sido transmitida para o interior do oceano, mas há uma falta terrível de dados para confirmar isso. 

Bojanowski escreve sobre o estado atual dos dados de medição do oceano: "Sem a intensificação dos dados da rede de medição, teremos de esperar um longo tempo para qualquer prova".

Os cientistas também suspeitam que a estratosfera pode ter algo a ver com a cobertura da temperatura global recente. Susan Solomon diz que a estratosfera se tornou consideravelmente mais seca, e aquecida assim na superfície pode ter sido reduzida em um quarto. 

Mas Bojanowski nos recorda que os cientistas estão no fundo praticamente sem uma pista. Ele escreve:

 ‘No entanto, os modelos climáticos não ilustram muito bem o vapor de água estratosférico ', diz Marotzke. Os prognósticos ficam assim  vagos".

Bem, talvez seja então devido aos aerossóis provenientes da China e da Índia que bloqueiam o sol, como alguns cientistas estão especulando, "enfraquecendo assim por um terço o aquecimento". 

“Der Spiegel” escreve que "se o ar estivesse mais limpo, o aquecimento global aceleraria". Mas os aerossóis sempre foram utilizados em modelos climáticos como um coringa conveniente para explicar arrefecimentos inesperados, como o de 1945 a 1980.

Na verdade, todas as explicações apresentadas acima por Bojanowski já foram exaustivamente analisadas um ano atrás num livro escrito por dois cientistas, o Prof. Fritz Vahrenholt e o Dr. Sebastian Lüning. 

No ano passado, grande parte da mídia os colocou no ostracismo por flutuarem "teorias cruas". Um ano mais tarde, é de fato estranho ver que suas "teorias cruas" estão agora totalmente em voga.

Como é que Bojanowski o resumiu? "As várias explicações possíveis mostram quão imprecisamente o clima é compreendido".

Trenberth fica apenas com anedotas, com eventos singulares isolados.

No entanto, como Bojanowski aponta, alguns cientistas se recusam a abdicar da teoria do AGW. Ele escreve:

“Sob a linha de fundo, há uma série de diferentes sinais ameaçadores de aquecimento: nível do mar, gelo do mar Ártico reduzido à metade no verão, as geleiras derretendo. Em alguns locais há sinais de que os eventos climáticos extremos estão aumentando. ‘Há muitos sinais do aquecimento global’, enfatiza Kevon Trenberth, ‘as temperaturas do ar perto da superfície é apenas um deles’".
Desculpe, mas eventos singulares isolados não constituem tendências, sem falar em ciência. O Prof Trenberth realmente deveria saber disso. Isso é patético. Os dados observados e as tendências medidas pararam de mostrar o aquecimento global. 

Então, estão os cientistas alegando agora que eventos singulares são sinais robustos? Isto estaria apenas a um passo da astrologia!

Bojanowski nos lembra mais uma vez que a ciência é mal compreendida e que uma série de fatores estão em jogo. Ele escreve:

“Na verdade novos dados surpreendentes continuam surgindo. Recentemente surgiu um novo estudo mostrando que as partículas de fuligem de escapamento do motor diesel sem filtro e de lareiras têm tido um impacto sobre o aquecimento que é duas vezes maior do que se pensava".

Bojanowski diz também a seus leitores que "simulações de computador mostraram que o aquecimento tornou as tempestades tropicais mais raras".

Ele também menciona outros fatores que são mal compreendidos, tais como: impacto da radiação solar sobre as nuvens, os ciclos de vapor de água e aerossóis naturais e artificiais.

Os prognósticos de curto prazo permanecem "especialmente incertos". Mas os de longo prazo são seguros?

“Der Spiegel” no final do artigo parece ter-se enganado ao pensar que prognósticos de curto prazo são incertos, mas que os de longo prazo são bastante seguros. E cita o aquecimentista Jochem Marotzke do MPI:

Prognósticos climáticos de períodos de tempo de alguns anos ainda permanecem especialmente incertos. "Nosso sistema de previsão nesse sentido ainda nos deixa na mão", diz o diretor Marotzke MPI. "Mas ainda estamos trabalhando nisso".

Isso para mim parece ser uma tentativa de fazer os leitores acreditarem que embora as projeções de curto prazo tenham fracassado completamente, eles estão provavelmente ainda certos sobre as projeções de longo prazo do aquecimento. 

Tarda agora cinco minutos para controlar seu riso... Se os modelos falharam nos primeiros 15 anos, então eles não são bons! Ponto final! 

Eles são uma porcaria, e você não pode contar com eles para fazer projeção de longo prazo. Eles pertencem a um único lugar: à lata de lixo! Quanto tempo nós deveremos esperar para os cientistas do clima retornarem à ciência?

Não me interpretem mal, pelo menos este artigo admitindo que algo está terrivelmente errado é um passo muito encorajador na direção certa. Mas é difícil manter a esperança enquanto cientistas do clima continuarem demonstrando não saber sequer o que é a metodologia científica adequada.

Por fim, eu gosto do modo como Bojanowski termina a sua peça:

“Prognósticos atuais alertam um aquecimento de 5 ° C se as emissões de CO2 continuarem como antes. Mas agora não é bem sabido quantos impactos de clima natural são capazes de alterar o desenvolvimento da temperatura – os novos dados da NASA revelaram também isto".

Os escritores de ciência do “Der Spiegel” fariam bem em ler "Die kalte Sonne" [O sol frio] de Fritz Vahrenholt e Sebastian Lüning. 

Praticamente cada questão levantada por Bojanowski foi respondida lá – um ano atrás. Além disso, o modelo de temperatura de Luning e Vahrenholt para os próximos 100 anos tem sido até agora letra morta.



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Produtividade brasileira de grãos cresce 24% em dez anos




A produtividade brasileira no cultivo de grãos cresceu 24% em dez anos, para 3,6 toneladas por hectare, de acordo com levantamento divulgado hoje pelo Ministério da Agricultura. 

A produção cresceu 46,5% entre 2002/03 e 2012/13, mas não foi acompanhada pela expansão das áreas de plantio, que cresceram 'apenas' 15,7%. 

As informações têm base nos levantamentos históricos de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Segundo o ministério, o aumento dos investimentos e do uso de tecnologia no campo fez a produção passar de 123,1 milhões de toneladas na safra 2002/03 para 180,4 milhões esperados em 2012/13. 

Também houve aumento de área plantada, mas em ritmo muito menor: de 43,9 milhões de hectares, há dez anos, para 52 milhões previstos este ano. 

O crescimento de produtividade mais expressivo no período foi registrado nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. 

O Distrito Federal é a Unidade da Federação com a melhor estimativa para a safra atual, com 4,9 toneladas por hectare. 

O ministério lembra que, em dez anos, aumentaram os recursos do governo destinados aos agricultores. 

Foram R$ 3,5 bilhões durante todo o ciclo 2002/03, enquanto em seis meses da temporada atual esse valor já chegou a R$ 5,5 bilhões.

Fonte: Valor Econômico











Quo vadis Brasil?



O ex-campeão

Celso Ming - O Estado de S.Paulo
O Brasil, que nos anos da primeira década deste século chegou a ser reconhecido como campeão mundial dos biocombustíveis, está sendo passado para trás, em consequência do descaso da atual política do governo Dilma para o setor.

O correspondente do Estadão em Genebra, Jamil Chade, em matéria publicada ontem, conta que, apesar da forte oposição dos ambientalistas, que condenam a utilização de grãos para produção de combustíveis renováveis, a União Europeia já iguala e começa a ultrapassar o Brasil em consumo de biocombustíveis.

Depois de ter se tornado um entusiasta do biodiesel, a partir de 2008, o então presidente Lula já se desinteressara pelos biocombustíveis. Essa talvez tenha sido a consequência da descoberta das reservas de petróleo no pré-sal na Bacia de Santos.

Mais do que puro desinteresse, o governo Dilma impõe uma política de desestímulo aos investimentos em etanol, na medida em que mantém em prática política de combate à inflação à custa do caixa da Petrobrás. 

Ao manter achatados os preços dos combustíveis, especialmente da gasolina e do óleo diesel, o governo vai desestimulando, por tabela, os produtores de biocombustíveis que enfrentam custos crescentes de produção e, assim, estão cada vez mais incapacitados de arrostar a concorrência dos derivados de petróleo subsidiados.

É difícil entender essa política que, de resto, sabota a capacidade de investimento da Petrobrás. Por falta de investimentos em plantio de cana de açúcar e na expansão de destilarias, a produção de etanol está estancada em torno dos 20 bilhões de litros anuais, insuficiente para o consumo - suprido em parte com importações de etanol dos Estados Unidos, produzido a partir de milho.

A Petrobrás tem todo o interesse em que o etanol volte a ser incentivado. Importa entre 80 mil e 100 mil litros diários de gasolina pelos quais continua pagando um preço mais alto do que o obtido no mercado interno.

Embora o consumo tenha aumentado 20% em dois anos, não há nenhuma possibilidade de que, nos próximos dez anos, suas refinarias consigam aumentar a oferta de gasolina. 

Isso significa que, sem novo empurrão do governo para a produção de etanol, a Petrobrás terá de aumentar em mais de 300% suas importações diárias de gasolina nos próximos oito anos.

Na área do biodiesel, talvez o principal problema seja falta de foco - veja o Confira. Até agora, não se obteve matéria-prima mais adequada do que o óleo de soja, que ao menos conta com sistema integrado de produção e distribuição. 

Insistir com outros produtos, como óleo de palma (dendê), pinhão-manso ou gordura animal, parece dispersão de esforços e ter de enfrentar a impossibilidade de obtenção de escala e de compressão de custos.

As pressões, cada vez maiores na Europa e nos Estados Unidos, pela redução da utilização de alimentos na produção de biocombustíveis poderiam abrir grandes mercados de exportação para o etanol e para o biodiesel do Brasil, que conta com enormes áreas agricultáveis disponíveis.

Mas é preciso revisar a atual política - ou a falta de política - para o setor no Brasil.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bolsas e mais bolsas! Lições do bom senso



Se todos professores brasileiros 
dessem esta aula...


Um professor de economia, numa universidade do Texas, disse que ele nunca havia reprovado um só aluno antes, mas, uma vez, tinha reprovado uma classe inteira.

Essa classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Em vez de dinheiro, utilizaremos suas notas nas provas".

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe e, portanto seriam justas. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...

Depois que a média das primeiras provas foi tirada todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram, ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos, pois esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas.

Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D".

Ninguém gostou. Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". 

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.


A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.

No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram o ano... para sua total surpresa.

O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ele foi baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.

Seu resultado foi preguiça e mágoas.


Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.

“Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável.

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Para cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber.

“O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.

“Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

“É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."

Adrian Rogers, 1931

domingo, 27 de janeiro de 2013

E a mentalidade petista vai se impondo...




Um abismo diante de nós


Katia Abreu

A Procuradora-Geral da República em exercício aproveitou sua interinidade para propor ao Supremo Tribunal Federal três Adins (Ações Diretas de Inconstitucionalidade) contra 23 dispositivos do novo Código Florestal, pedindo, aliás, suspensão de sua vigência enquanto estiver pendente o julgamento.

Talvez seja a primeira vez que um diploma legal sofre uma arguição de constitucionalidade em tal extensão. 

Se reconhecida a condição alegada, cairá por terra todo um código debatido e votado livremente nas duas Casas do Congresso, após dez anos de discussão no lugar institucional próprio e, enfim, sancionado com alguns vetos pelo Poder Executivo.

 E com ele cairá também, de forma irremediável, o modo democrático de funcionamento do Estado brasileiro. É disso que se trata.

A votação do Código Florestal foi um episódio especial e raro na vida do Parlamento brasileiro e no modo como se fazem as leis. O processo lento permitiu que todas as visões da matéria fossem amplamente defendidas, com total transparência. Ao final, os legisladores sabiam exatamente o que estavam votando. Entre todas as visões em disputa, algumas prevaleceram e outras foram rejeitadas.

Tudo foi feito sob a luz da imprensa livre.

Instituições de preservação, como a reserva legal e a proteção das margens dos cursos d'água, que só existem no Brasil, foram sacramentadas. Tudo às expensas do proprietário: benefícios sociais e custos privados!

A sociedade democrática pressupõe pluralidade de visões de mundo e de valores. Os conflitos resultantes dessa pluralidade não se resolvem pela imposição autocrática nem pelos meios da burocracia do Estado. 

Têm de ser resolvidos exclusivamente no espaço da política ou estaremos vivendo em regime autoritário.

Apenas os agentes eleitos pelo povo soberano podem dar a última palavra nessa matéria. Só a eles o povo delegou, por meio de eleições livres, esse poder.

No Brasil, estamos vivendo uma situação perigosa. Como já advertiu publicamente o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, "personagens não eleitas intentam governar os destinos da comunidade". 

E disse ainda: "O Poder Judiciário não pode servir de trampolim para o exercício arbitrário e ilegítimo do poder político por quem não foi eleito". Concordo com todas as letras. Estamos sob o risco de uma judicialização totalitária.

Em relação a todos os dispositivos arguidos, havia claramente duas posições opostas no Congresso. Uma visão foi amplamente vencedora, em virtude dos votos de quem tinha autoridade legítima e exclusiva para fazê-lo.

A arguição da procuradora adota, sem nenhum disfarce, todos os pontos de vista vencidos, querendo mudar, por meio de instituições não eleitas, o resultado do jogo democrático. Torna vencido o vencedor e vencedor o vencido.

A prevalecer essa distorção, estará abolido o modo de funcionamento democrático do Estado brasileiro. 

O Congresso não será mais necessário. Nem o controle do Executivo, por meio do poder de veto. Tudo será resolvido por instituições que não estão sob os limites do controle social e democrático.

Não se trata aqui, portanto, de uma mera discussão de tecnicidades jurídicas sobre a lei ambiental. 

Trata-se de definir onde se decidem, no Brasil, as visões de mundo e de valores: se no campo político e democrático do Parlamento, com a participação da sociedade, ou nos palácios da burocracia judicial.

Ao assumir integralmente pontos de vista políticos manifestados e derrotados numa votação parlamentar, sob a desculpa de contrariar vaguezas da Constituição, a procuradora da República nos arremessou a um questionamento: a vida social, de agora em diante, não deverá mais ser regulada nos espaços democráticos?

A sociedade brasileira precisa despertar para esse grande abismo que se abre diante de nós.

FSP, 26/01/2013 



Grandes momentos das previsões fracassadas

Postado por Luis Pereira

Algumas citações do blog Watts Up With That, de Anthony Watts:


RECURSOS NATURAIS:

1865, William Stanley Jevons, economista: em 1900 a Inglaterra não terá mais carvão e as suas indústrias serão paralisadas.

Final do século XIX, serviço geológico americano: não existe petróleo na Califórnia, Kansas e Texas.
1939, departamento do interior americano: os EUA possuem suprimento de petróleo para mais treze anos.

1944, análise do governo americano: os EUA atualmente já deveriam estar com 21 das 41 commodities analisadas esgotadas, incluíndo níquel, zinco, chumbo, estanho e manganês.

1949, secretário do interior dos EUA: o fim do petróleo está à vista.

1952, presidente da comissão americana de políticas para materiais: a produção americana de cobre não excederá a 800.000 t anuais e a de chumbo 300.000 t na década de 1970. Para o período previsto era apenas o dobro.

1968, Paul Erlich, o guru ambientalista, autor do livro A bomba populacional: centenas de milhões morrerão de fome a partir da década de 1970 e na década seguinte (1980) a maioria dos recursos importantes estarão esgotados em todo o mundo. Neste mesmo período 65 milhões de americanos morrerão de fome.

1971, do mesmo Erlich: por volta do ano 2000 a Grã Bretanha será habitada por 70 milhões de famintos e a Índia jamais será autossuficiente em alimentos.

1973, o livro Os limites do crescimento, do Clube de Roma, prevê em quais anos alguns recursos econômicos estariam esgotados:
1981-ouro
1985-mercúrio e prata
1987-estanho e zinco
1990-petróleo
1992-cobre e chumbo
1993-gás natural
2021-alumínio

1974, novamente o serviço geológico americano: Os EUA possuem gás natural para mais dez anos.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS:

1970, Life Magazine: em 1985 a poluição atmosféricas terá reduzirá à metade a quantidade de luz solar que chega à Terra. "Os cientistas possuem evidências científicas e históricas sólidas".

1970, Kenneth E. F. Watt, no dia da Terra: se as tendências atuais continuarem no ano 2000 a temperatura do planeta será 11º mais baixa.

1970, Paul Erlich: em dez anos grande parte da vida marinha será extinta. As pessoas terão que se mudar do litoral devido ao cheiro dos peixes mortos.

1972, Christian Science Monitor: até o ano 2000 não existirá mais gelo no Ártico.

1974, Time Magazine: a tendência para as últimas três décadas do século é de aumento do frio, sem indícios de reversão.

1989, Associated Press: até 2010 a temperatura média nos EUA aumentará em 2ºC.

2000, The Independent: A neve na Grã Bretanha será coisa do passado.



sábado, 26 de janeiro de 2013

Índios 'alugam' terras...




... para exploração ilegal de madeira

Índios da Amazônia têm loteado e "alugado" terras para madeireiros desmatarem e retirarem madeira de forma ilegal --e a preços módicos.

Folha identificou casos em ao menos 15 áreas indígenas (no Amazonas, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Rondônia), com base em investigações da Polícia Federal, Ministério Público e relatos de servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio).


Nas transações, madeireiros pagam R$ 15 pelo m³ da madeira, depois revendida por preços na casa dos R$ 1.000, de acordo com a PF.

Além de pagamento em dinheiro, os índios também aceitam aparelhos eletrônicos, bebidas ou até mesmo prostitutas, conforme relatos de funcionários da Funai.

A madeira ganha aspecto de legalidade pelo uso de planos de manejo aprovados legalmente para outras áreas. Chega assim ao mercado.

Luciano Silva/Divulgação/Ibama
Serraria ilegal flagrada no entorno da área de Anambé, no Pará, em 2011
Serraria ilegal flagrada no entorno da área de Anambé, no Pará, em 2011

Fora da Amazônia, a prática é menos comum, por haver menos madeira disponível com interesse comercial.

As terras indígenas representam 21,2% da Amazônia Legal. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam que o desmatamento ainda não chegou a grandes proporções nessas áreas --atingiu até agora 1,29%.

Além da madeira, também existem investigações sobre o envolvimento de índios na extração de minério.

SEM CONTROLE

Na terra indígena Anambé, em Moju, no Pará (a 266 km de Belém), relatório da Funai diz que os índios, após alugarem parte do território a madeireiros, acabaram perdendo o controle sobre a área.

Tarso Sarraf/Folhapress
A índia Maria Anambé, que se diz contra o desmatamento ilegal da terra indígena
A índia Maria Anambé, que se diz contra o desmatamento
O posto da fundação que ficava no local foi abandonado após um funcionário ter sido ameaçado por madeireiros. O local será reativado.

Uma das índias afirmou à Folha que a maioria dos índios era contra o loteamento. "A gente tenta mostrar que o desmatamento não é bom para nós. Mas mesmo assim tem muitos que vendem [a madeira]. Dinheiro vicia a pessoa", disse Maria Anambé, 36.

Relatórios de fiscalização apontam que a madeira do local é levada para Tailândia, polo madeireiro do sudeste do Pará e que foi alvo, em 2008, da Operação Arco de Fogo, do Ibama e da PF.

Em Mato Grosso, a PF detectou o problema em 2007 no Parque Nacional do Xingu, uma das maiores áreas indígenas do mundo.

A Justiça Federal chegou a bloquear bens de madeireiros. A decisão dizia que os índios "não só foram aliciados para facilitar a ação [...] como

Em Rondônia, o líder indígena Almir Suruí, da terra Sete de Setembro, diz que já informou a Funai sobre a conivência de moradores de algumas das 25 aldeias da área.

"Eles falam que não podem mandar fiscalização porque tem índio envolvido. Se tem, para mim é bandido como quaisquer outros. Além de roubar o próprio povo, rouba um bem da União."
OUTRO LADO
A Funai diz que está atuando "intensamente" no combate à extração ilegal de madeira em terras indígenas, com ações de fiscalização e de capacitação.

O setor de monitoramento territorial da fundação afirma que, quando identifica a conivência de índios nesse tipo de atividade, desenvolve "alternativas econômicas sustentáveis" para que eles tenham outra fonte de renda.

Entre essas ações estão o apoio à extração de castanha-do-pará e à produção de látex, por exemplo, além de auxílio em dinheiro.

Se essas alternativas não têm efeito, afirma a coordenação, os casos são levados à PF e a outros órgãos de segurança pública.

REDUÇÃO

Coordenadora do setor de monitoramento, Thaís Gonçalvez afirmou, por e-mail, que o desmatamento nessas terras vem caindo desde 2008, diferentemente dos índices de unidades de conservação e assentamentos.

"Ou seja, nossos esforços ao longo dos anos de fiscalização e fomentos a atividades econômicas sustentáveis têm surtido efeito, apesar do baixo orçamento e de recursos humanos limitados."

Em outubro do ano passado, a Funai em Brasília encaminhou às coordenações regionais uma espécie de cartilha orientando servidores sobre as penas previstas a quem extrai madeira ilegalmente.

Folha de S. Paulo Colaborou KÁTIA BRASIL, de Manaus/ AGUIRRE TALENTO DE BELÉM
FELIPE LUCHETE DE SÃO PAULO

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

MST invade território do Lula...




Lula fica 'chateado' com invasão de instituto e muda agenda de trabalho

Segundo o diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, Lula iria para ao escritório nesta quarta-feira, mas após invasão decidiu viajar para lugar não divulgado

Agência Estado | 23/01/2013 18:29:50
Agência Estado
O diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, se reuniu nesta quarta-feira (23) com os invasores da entidade e disse aos jornalistas que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou "chateado" com a ação dos sem-terra . 

"Relatei o movimento e ele ficou chateado porque o pessoal invadiu e ele teve de mudar a agenda, mas faz parte", disse Okamotto. Segundo ele, Lula iria para ao escritório nesta quarta-feira, mas decidiu viajar para lugar não divulgado.
Leia também: 




 Agência Brasil

Cerca de 50 integrantes do Assentamento Milton Santos, que fica na cidade de Americana, ocupam a sede do Instituto Lula, na zona sul da capital paulista

Okamotto ressaltou que o grupo tem a solidariedade do ex-presidente, mas que ele, Okamotto, não concorda com o método dos invasores. "Eles têm a solidariedade do presidente Lula para resolver o problema do assentamento e de todos nós.

O que eu não posso concordar é com os métodos que eles estão usando. Eu acho que é inadequado, não pediram sequer uma audiência. Nunca pediRam apoio", reclamou o diretor-presidente do Instituto Lula.

Okamotto afirmou ainda que tudo o que a entidade poderia fazer pelos invasores, além de oferecer "café e água", já foi feito. "Mais do que isso é dizer que o movimento deles está certo, mas que a forma não me parece muito correta."

Ele transmitiu aos sem-terra a disposição da presidência do Incra em recebê-los, desde que eles deixem o Instituto Lula e a sede do Incra em São Paulo. 

"Por enquanto, estão como nossos convidados aí, mas não podem ser convidados eternos, têm de achar uma solução", disse o diretor-presidente descartando uma medida judicial para a retirada dos invasores neste momento. 

"A partir de agora é a relação deles com o governo. O nosso papel é só levar os fatos que ocorreram para ver se as autoridades tomam alguma providência", completou.

De acordo com Okamotto, que teve o consentimento dos invasores para entrar no prédio, as instalações estão preservadas. 

Com essa ação, ele já avisou que pretende mudar os procedimentos de segurança do Instituto Lula para evitar ações semelhantes. "Certamente algumas rotinas terão de ser alteradas."