sexta-feira, 27 de abril de 2012

Código Florestal: Produção e preservação



Arroz, feijão, picadinho, pão e cerveja




O Brasil terá uma boa moldura institucional para combinar a produção agrícola e a preservação do ambiente, se a presidente Dilma Rousseff sancionar sem veto o Código Florestal recém-aprovado pelo Congresso. 
O governo federal deve preocupar-se, agora, com a definição das normas gerais dos programas de regularização ambiental (PRA) previstos no texto. Será preciso completar esse trabalho dentro de um ano. 
Essas normas servirão de base para a recomposição de áreas de preservação e de reserva legal e para a definição das áreas produtivas. Os Estados deverão completar a tarefa, ajustando as regras às condições de cada ambiente e às características da produção local. 
Em vez de insistir em punições inúteis e nocivas para a produção, é preciso legalizar a situação das áreas produtivas abertas até 22 de julho, permitindo aos produtores normalizar sua atividade. 
É necessário usar a lei como um instrumento de construção do futuro. Seria perda de tempo e de energia, nesta altura, assumir uma atitude policialesca, em vez de concentrar esforços, recursos administrativos e capital político na implantação do novo sistema de regras.
Foi um erro político deixar o debate a respeito do assunto converter-se num confronto entre ruralistas e ambientalistas, como se os problemas da produção agropecuária e da preservação da natureza interessassem apenas a dois grupos. 
Só recentemente os representantes do setor rural tentaram abrir uma discussão mais ampla, num esforço para mostrar como um Código Florestal pode afetar, positiva ou negativamente, o bem-estar de todas as pessoas. 
Os chamados ambientalistas raramente abandonaram sua atitude missionária e quase sempre de antagonismo aos produtores (ou, para efeito retórico, de oposição ao abominado agronegócio).
Os meios de comunicação com frequência caíram na armadilha de tratar o assunto como um confronto bipolar. O próprio governo foi incapaz de apresentar o problema na sua dimensão real à opinião pública.
Essa dimensão deveria ser óbvia. Todos precisam de comida e bebida e também de roupas, combustíveis e outros bens produzidos com matérias-primas fornecidas pelo campo. 
Para entender a importância do debate basta olhar para uma mesa coberta com arroz, feijão, picadinho, pão e cerveja. Mas é preciso considerar também os efeitos da produção na qualidade do ar e das águas e na condição das florestas. 
Os dois conjuntos de valores são essenciais para o bem-estar, mas faltou mostrar essa verdade simples à maior parte dos brasileiros. Também nisso o governo falhou vergonhosamente.
Mas o governo tem falhado também, e há muito tempo, na aplicação das normas ambientais já disponíveis. A ação oficial vem sendo lamentavelmente ineficaz, há muitos anos, e isso tem facilitado abusos de todo tipo, praticados tanto por grupos com muito dinheiro quanto por pequenos produtores e até por assentados. Isso não é segredo.
A grande produção brasileira é realizada por uma agricultura comercial eficiente, moderna e, de modo geral, comprometida com a preservação dos recursos naturais. 
Não interessa a esse tipo de produtor o esgotamento de terras. Desde 1991 a produção brasileira de grãos cresceu 173%, enquanto a área plantada só aumentou 52%. 
Isso foi possibilitado pela incorporação de tecnologia e pela adoção de boas práticas. Ganhos notáveis de eficiência ocorreram também nas culturas permanentes e semipermanentes e na produção animal.
A agropecuária brasileira foi capaz de, ao mesmo tempo, baratear a alimentação para o consumidor nacional e produzir grandes volumes de combustível de origem vegetal. 
Outros países foram incapazes de realizar essa combinação. Além disso, o campo tem sido a principal fonte do superávit comercial do País, um fator indispensável à segurança e à estabilidade da economia.
A discussão do Código Florestal foi dificultada por um falso conflito entre produção e preservação. Regras ambientais são necessárias, sim, e o Código recém-aprovado é muito melhor do que as normas em vigor em outros países. 
A presidente deveria convencer-se disso e cuidar do futuro, sem pensar em fazer bonito para ONGs estrangeiras na Conferência Rio + 20.


Fonte: O Estado de S.Paulo, 27 de abril de 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

Brasil corre o risco de parar se Dilma...



... vetar aprovação do Código

Em entrevista ao Correio Braziliense de hoje, o relator do Código Florestal a ser votado hoje, Paulo Piau (PMDB-MG) afirma que “não lhe parece algo inteligente uma regrinha de Brasília valer para seis biomas diferentes”.

O relator rejeita a ideia da anistia aos desmatadores. Se houver punição a agricultores que derrubaram árvores até o início dos anos 1990, o governo também terá de ser punido por não ter cumprido as regras ambientais por décadas.

Quanto à possibilidade de veto por parte da Presidente, Piau considera uma saída no mínimo arriscada. “Se a presidente simplesmente vetar sem oferecer um instrumento legislativo novo, ela para com o Brasil”.

Algumas afirmações do relator:

"Não se pode imputar esses equívocos a quem abriu seu terreno quando não havia lei. É nesse erro que as pessoas incorrem ao falar em anistia. Não há anistia".

"O veto presidencial pode representar um desastre sem um novo instrumento legislativo".


“Desde que o Brasil foi descoberto, em 1500, até 2012, ele vem sofrendo um processo de interiorização. E as plantações foram sendo feitas nas beiras dos rios, nos cursos d’água. Não tinha lei impedindo o cultivo nas margens”.

“Em 1965, começou uma exigência de uma faixa de 5 metros ao longo dos rios, mas o próprio governo deixou de cumprir sua função. Em 1986, essa faixa passou para 30 metros. Em 1989, a faixa máxima de 100 metros passou para 500 metros, a legislação foi endurecendo”.

“Na década de 1970, houve o estímulo do governo à drenagem de várzeas, que já eram APPs. Veio o estímulo ao plantio de café nos morros. Houve um acúmulo de erros ao longo dos anos, mas não se pode imputar esses equívocos a quem abriu seu terreno mesmo quando não havia lei. É nesse erro que as pessoas incorrem ao falar em anistia. Não há anistia”.

“Grande parte dos territórios no Sul e no Sudeste estão sendo ocupados há séculos. O cerrado brasileiro foi ocupado na década de 1970. O Brasil do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul foi aberto antes das regras vigentes hoje”.

Ao responder à pergunta se o relatório agradou aos ruralistas, Piau asseverou ser um  “relatório ambientalista”.


“Você precisa de licença na beira dos lagos, dos rios, não desmata mais com declividade acima de 25 graus. Isso tudo está sendo contido, não pode converter mais áreas a partir dessa inclinação. O projeto cuida do meio ambiente com uma profundidade muito grande e coloca limites ao desmatamento que nenhum outro país tem”.

“No caso de veto, a presidente vai precisar fazer um projeto posterior que teria de tramitar novamente pela Casa. Se ela simplesmente vetar sem oferecer um instrumento legislativo novo, ela para com o Brasil”.


“São praticamente 80 milhões de hectares que saem do setor produtivo, quase um terço da área produtiva do país, e quase 2 milhões de famílias expulsas do campo se não houver esse instrumento”.

“O veto pode representar um desastre sem um novo instrumento legislativo”.

Fonte:  Correio Braziliense, 24/04/2012.KARLA CORREIA

Código Florestal, uma lambança?


É pau, é pedra, é o começo do caminho
24 de abril de 2012 | 3h 07

Rodrigo Lara Mesquita, jornalista - O Estado de S.Paulo

Chegou a hora do voto ou do veto para o novo Código Florestal e todos serão perdedores nessa história.
Por mais de duas décadas o Código Florestal sofreu milhares de alterações por iniciativa do Poder Executivo, sem a participação direta do Legislativo nem consulta à sociedade.
Decretos e medidas provisórias criaram novas figuras e exigências jurídicas, como as da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente.
Elas passaram a ser exigidas nas propriedades rurais de forma retroativa pelos órgãos ambientais e, por fim, "transformaram-se em lei, sem nunca terem sido votadas".
Isso colocou na ilegalidade a imensa maioria dos agricultores, trouxe grande insegurança ao meio rural e propiciou abusos e injustiças, principalmente para os pequenos proprietários.
Os pequenos agricultores, com até quatro módulos fiscais, representam cerca de 4,6 milhões de imóveis, ou seja, 88,8% do total existente.
Eles ocupam 11% do território nacional e o valor estimado de sua produção, pelo Censo do IBGE de 2006, era de cerca de R$ 72,5 bilhões, 50% do valor total da produção agrícola do País.
O projeto de Código Florestal revisado pelo Senado Federal vai atingi-los em cheio.
O artigo 62 exige, de forma retroativa, que os pequenos proprietários recomponham ou abandonem parte das áreas ocupadas, muitas vezes há mais de século, ao longo de açudes, barragens, riachos e rios.
A porcentagem exigida em Área de Preservação Permanente pode chegar a até 20% das propriedades no Sudeste, no Sul, no Nordeste e em parte do Centro-Oeste. Nos Cerrados essa área pode alcançar 35% e na Amazônia, até 80% das propriedades.
Considerados esses "limites" de recomposição de Áreas de Preservação Permanente, propostos pelo Senado, a perda de área produtiva dos pequenos será de cerca de 12 milhões de hectares.
Com isso, algumas fontes estimam uma queda na renda anual dos pequenos proprietários de quase R$ 7 bilhões. Retirar pomares e culturas e abandonar pastagens em 20% dessas terras férteis representa perdas de mais de 50% na renda dos pequenos e em alguns casos o seu provável desaparecimento, segundo estimativas de fontes especializadas.
Se o Legislativo não equacionar a questão (...) das áreas ocupadas há dezenas ou centenas de anos, em conformidade com a legislação de seu tempo, isso exigirá da presidente mais uma medida provisória para corrigir e evitar esse desastre social e econômico.
Mais uma vez, o Executivo invadirá o campo do Legislativo. Um mal menor e paradoxal para uma nova lei que gostaria de ver encerrado esse tipo de intervenção.
Desde o relatório inicial elaborado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), esse projeto foi discutido em todo o País, em mais de uma centena de audiências públicas.
Para muitos ambientalistas, isso foi feito de forma manipulada. Por outro lado, as organizações rurais (...) foram incapazes de organizar o debate, levar adiante suas propostas e comunicar-se com a sociedade.
Boa parte das propostas da Frente Parlamentar da Agricultura não está contemplada no projeto que vai a votação esta semana.
O projeto final do relator Paulo Piau concorda e mantém em mais de 98% a versão do Senado. Ele parece atender mais às cobranças do Palácio do Planalto e da ministra do Meio Ambiente do que dos próprios correligionários.
O Ministério da Agricultura, ao contrário do ocorrido nas gestões anteriores, esteve absolutamente ausente do debate, como se o destino da agropecuária nacional lhe fosse indiferente.
A questão tecnológica, do uso sustentável das terras, esteve ausente no debate do Código Florestal. Ela não existe no texto proposto, assim como o tema da irrigação.
É enorme a responsabilidade da direção da Embrapa nessa omissão. 
Em vez de premiar quem usa práticas sustentáveis e intensivas, o Código Florestal considera que a nossa agricultura está na fase em que os cafezais destruíram as encostas do Vale do Paraíba ou no Neolítico.
E como tal é considerada uma ameaça ao meio ambiente. O novo código não incentivará um uso mais adequado das terras, por meio de tecnologias mais produtivas e sustentáveis.
Tão pouco contribuirá para criar um ambiente de concórdia, no qual a sociedade como um todo possa procurar um caminho, que será árduo e espinhoso, para com o tempo avançarmos para uma "economia verde", que hoje é mais uma palavra de ordem do que um objetivo conquistável.
O Brasil terá um Código Florestal que impactará as áreas urbanas e rurais. Os prefeitos não acompanharam esse processo e serão surpreendidos por exigências legais que questionarão planos diretores, zoneamentos urbanos e códigos construtivos em todo o País.
O novo código começa mal e deverá ser remendado no curto e no médio prazos. A avalanche de processos no Judiciário já está sendo anunciada, tanto por parte dos agricultores vitimados, quanto por parte de ambientalistas e integrantes do Ministério Público.
Todos pretendem questionar até a constitucionalidade de determinados artigos. Com este quadro, perdem os agricultores, os ambientalistas, o agronegócio, o meio ambiente, a economia e a sociedade brasileira.
A mídia tem uma grande responsabilidade nisso, na medida em que foi incapaz de fugir do emocionalismo dos dois lados e promover uma cobertura técnica com a profundidade que a matéria exige.
Não foram raros os casos em que o leitor podia identificar a posição do pseudojornalista sobre o tema já no lead da matéria nem as entrevistas em que o jornalista oferece o "microfone" ao entrevistado.
Não questiona, não contesta, não atua como jornalista.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

PT ataca alteração no relatório do Código Florestal...


 

... e diz que Dilma pode vetá-lo



 O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto , afirmou hoje que o relatório do Código Florestal, apresentado é um "retrocesso" e que a presidente Dilma Rousseff poderá vetar a proposta, caso ela seja aprovada na Câmara.
O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e os líderes da base reúnem-se nesta terça com quatro ministros, no Palácio do Planalto, para discutir o projeto. 

A previsão é que o Código comece a ser votado na terça no plenário da Câmara.

"É uma prerrogativa da presidente Dilma vetar ou não. Nosso limite é o relatório aprovado no Senado", afirmou Tatto. 
Em seu relatório, Paulo Piau eliminou os porcentuais de recuperação de florestas desmatadas em margem de rio. 
O relatório de Piau conta com o apoio da bancada ruralista e da maioria dos partidos da base aliada e, portanto, tem chances de ser aprovado no plenário da Câmara. 
"Temos compromisso com o relator de aprovar a sua proposta", afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Além dos líderes aliados, a reunião desta terça terá a presença da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e de três ministros envolvidos diretamente com o tema: Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Mendes Ribeiro (Agricultura). 

Fonte:  Eugênia Lopes, da Agência Estado 23 de abril de 2012 | 17h 41

Código Florestal: Sarney Filho...



 ... quer anular texto do Código

 Florestal e afastar relator


GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA


O deputado Sarney Filho pediu hoje (23) a nulidade do relatório do Código Florestal apresentado pelo deputado Paulo Piau, assim como o afastamento do parlamentar da relatoria.

Segundo ele, um projeto de autoria de Piau foi anexado ao texto principal do Código Florestal, embora formalmente o autor do projeto seja o ex-deputado Aldo Rebelo. Isso impediria Piau de ser relator da matéria.

Sarney Filho disse que vai recorrer à Justiça para anular o relatório: 'Havendo negativa da Mesa, nós, do Partido Verde, vamos entrar na Justiça', afirmou

Na prática, a intervenção do deputado é uma tentativa de reverter o relatório de Piau, apresentado na semana passada.

O texto de Piau altera 21 pontos do projeto aprovado pelo Senado. Ao apresentar sua proposta a jornalistas, Piau disse que chegou à "convergência máxima" possível. 

Ele voltou a negar que o projeto implique anistia. "Não há chance de deixar sem proteção qualquer área que precise."

Fonte: FSP, 23/4/2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Código Florestal: apresentado relatório



Sem referências às APPs

O Deputado Paulo Piau decidiu deixar a polêmica regularização de ocupações em áreas de preservação ambiental em margens de rios para posterior regulamentação dos Executivos federal e estaduais e apresentou o relatório.

O relator reconheceu não contar com o apoio do governo, que defende o texto aprovado no ano passado no Senado.

A questão mais controversa do código trata da chamada consolidação de APP (Área de Preservação Permanente)--regiões de proteção ambiental ao longo de cursos d'água, encostas e topos de morro. 

As divergências em torno desse ponto resultaram na retirada de todas as referências à consolidação de APPs em margens de rios do texto. 

Fica para o Executivo a tarefa de definir as regras de regularização nessas áreas, por meio de um PRA (Programa de Regularização Ambiental), cujas diretrizes gerais serão determinadas pelo governo federal, enquanto as especificidades ficarão a cargo dos Executivos locais.

"Vamos precisar de um instrumento legislativo para podermos acertar", disse Piau, que protocolou seu relatório nesta quinta. "Nós tiramos essas faixas... mas o PRA fará as faixas acontecerem."

Com a supressão dos trechos que tratam de consolidação em APPs ribeirinhas, essas áreas de proteção ficam temporariamente sem regulamentação. 

Não há menção sobre as faixas de vegetação mínimas ao longo de rios que devem ser recompostas, como previam os textos anteriores do código.

O relator ressaltou que a ausência de exigências nas margens de cursos d'água refere-se apenas às propriedades que precisam ser regularizadas. Para as propriedades consideradas regulares, no entanto, fica valendo a exigência da APP, que varia de 30 a 500 metros, dependendo da largura do rio.

Piau também rejeitou o primeiro artigo do projeto redigido por senadores, que define princípios da nova lei, mais voltados à questão ambiental, o que provocou o temor de parlamentares ligados ao agronegócio de que poderia embasar interpretações jurídicas restritas.

Para o relator, a manutenção do artigo do Senado poderia causar "uma insegurança jurídica, uma interpretação para o futuro que não é conveniente".



Parecer de Código Florestal será apresentado na 2ª
Por falta de acordo em três pontos, Piau pediu mais tempo para negociar o texto final.
quarta, 18 de abril de 2012
Foto: Google

Por falta de consenso, o parecer do novo Código Florestal só será oficialmente apresentado na próxima segunda-feira, um dia antes da votação, informou o relator Paulo Piau (PMDB-MG).



Por falta de acordo em três pontos, Piau pediu, apoiado pela bancada ruralista, mais tempo para negociar o texto final. Maia garantiu que a votação está mantida para o dia 24 deste mês.

De acordo com o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), o pedido de mais tempo partiu do próprio relator, na tentativa de produzir um texto de "consenso".

A bancada ruralista endossou a sugestão de Piau. "Eu acho que vale a pena esperar mais dois ou três dias", disse Mendes, lembrando que o prazo maior para apresentação do texto final não interfere na data de votação do código. "Esse assunto já foi amplamente discutido e o dia da votação está mantidíssimo."

O código já está em discussão há mais de uma década e tem sido foco de divergências, principalmente nos trechos em que trata da regularização de áreas de preservação ocupadas antes de 2008.

De acordo com o presidente da frente, o principal ponto de tensão para fechar o texto do parecer continua sendo a questão das Áreas de Preservação Permanente (APP) - regiões de proteção ao longo de rios, em encostas e topos de morro.

Ruralistas advogam por regras mais flexíveis para APPs, sob o argumento de que as exigências podem inviabilizar a produção em certas propriedades.

Ambientalistas, por sua vez, encaram a flexibilização de regras como um retrocesso nas leis de proteção.

Fonte: Agronotícias

FUNAI absolutista


Kátia Abreu critica ‘absolutismo da Funai’


Kátia Abreu, em pronunciamento no Senado, lamentou que a exacerbação da questão indígena coloque a agropecuária brasileira sob risco de abusos e insegurança jurídica “da idade da pedra”, e cobrou do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o reconhecimento das terras dos índios. 

A parlamentar, que criticou o “absolutismo” da Fundação Nacional do Índio (Funai), ressaltou que a realização do desejo de uns não pode ferir o direito dos outros.
- O Brasil precisa ser construído numa situação de pacificação, e nós estamos criando adversidades e conflitos que nunca existiram no Brasil, por um simples motivo: por falta de decisão política – afirmou.

A senadora destacou o papel do STF na minimização de conflitos em torno das terras indígenas: em decisão sobre a demarcação da Reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, o Supremo confirmou a data de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, como “insubstituível referencial” para reconhecimento dos direitos dos índios sobre as terras ocupadas tradicionalmente. 

No entanto, para Kátia Abreu, a Funai se comporta como “no tempo do Absolutismo” e ignora o STF, o que levou à ampliação das reservas indígenas em 313% nos últimos 20 anos.

- Fazendo de conta que a decisão de Raposa-Serra do Sol nunca existiu, a Funai continua ampliando ilegalmente terras indígenas, em desfavor dos produtores rurais. 

A ampliação, à revelia da lei, sem indenização, estimulada pela Funai, pelo poder público, trazendo ilegitimidade e conflitos no campo brasileiro, nós não podemos aceitar - afirmou.

Kátia Abreu exigiu providências do Ministério da Justiça contra as invasões de terra por parte de índios que, em seu ponto de vista, muitas vezes são usados pela Funai e por movimentos sociais.

- O problema dos índios não é terra, mas dignidade humana, saúde, educação, alimentação, como para qualquer cidadão. Em que pese nossa sensibilidade com todos aqueles que querem terra, mas contrário à lei, contrário ao Estado de direito, não podemos permitir – declarou.

Blairo Maggi (PR-MT) cumprimentou Kátia Abreu por chamar a atenção para um problema que, conforme salientou, ocorre em todas as regiões brasileiras, e criticou a “ação orquestrada” da Funai que traz intranquilidade ao campo e cria antagonismo entre setores que estavam em paz.

Fonte: Agência Senado

terça-feira, 17 de abril de 2012

Príncipe fala sobre o Código Florestal



Muitos riscos


Respondendo pergunta de Catolicismo sobre os riscos que o projeto de novo Código Florestal, em fase final de votação, representa para a agropecuária e o seu desempenho, o príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança assim se manifestou: 

"Considero que há muitos riscos. Caso prevaleça a redação que lhe foi dada e aprovada no Senado, o novo Código Florestal causará uma perda para a agricultura de 33 milhões de hectares, segundo estimativas de um dirigente do Ministério do Meio Ambiente

"Para outros técnicos, tal área poderá atingir 60 milhões de hectares, o que representa um prejuízo anual de 46 bilhões de reais na produção oriunda do meio rural. 

"Dentro da crise econômica mundial, todos sabem que foi a agropecuria que salvou o Brasil. O superávit de nossa balança comercial se deveu aos beneméritos produtores rurais, e por isso não h qualquer explicação para se perseguir tanto a classe à qual eles pertencem.

"Para que se possa ter uma ideia disso, note-se que, além de alimentar todo o povo brasileiro, nossos agricultores fizeram com que o Brasil se tornasse o segundo maior exportador de alimentos do mundo. 

"E é também graças ao incansável e pouco valorizado trabalho deles que o alimento chega a cada ano proporcionalmente mais barato à mesa dos brasileiros. 

"O normal seria que as autoridades e os citadinos reconhecessem o empenho desses verdadeiros heróis, que são paradoxalmente os grandes perseguidos com as leis ambientais e com o projeto de novo Código Florestal!"

(Continua no próximo post)

Código Florestal: só com relatório, ...


 ... afirma ministra



O governo não vai negociar com congressistas os termos do Código Florestal enquanto o relatório sobre o tema não for apresentado, afirmou nesta segunda-feira a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. 

A votação do texto polêmico está prevista para o dia 24 na Câmara dos Deputados.

"Não tem relatório na mesa e sem relatório na mesa o governo não negocia nem dialoga com o Congresso", disse a ministra.

Marco Maia (PT), também pressionou pela entrega antecipada do relatório, afirmando que, se isso não acontecesse, a votação do Código Florestal seria prejudicada. 

De acordo com fontes próximas à discussão, o governo tem participado de reuniões sobre o tema. 

A assessoria de Piau informa que o parecer sobre a atualização das leis ambientais deve ser apresentado hoje, terça-feira. 

Ruralistas chegaram a ameaçar obstruir votações consideradas importantes pelo governo na Câmara, mas recuaram após o acordo que definiu uma data para apreciação do Código.

O governo negou no sábado por meio de nota reportagem com informações de que a presidente Dilma Rousseff teria recuado em algumas posições para fazer acordo com ruralistas e viabilizar a votação do código. 

Fonte: Terra.com

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Reforma Agrária vermelha do comunismo reaparece disfarçada na bandeira verde



Novo Código Florestal:




Em Brasília, nos últimos dias úteis da semana que passou, foi entregue em mãos aos Sres. Deputados e  seus chefes de gabinete uma entrevista especial, sobre tema que paira como uma ameaça sobre o futuro do Brasil.
O entrevistado é o príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança, coordenador e porta-voz do movimento Paz no Campo, e versa sobre o projeto de Novo Código Florestal que a Câmara está debatendo.
Esse projeto, sobre tudo na radical versão aprovada no Senado, constitui um dos mais ousados lances da ofensiva “vermelha”, disfarçada sob o Verde do ambientalismo.

Novo Código Florestal: perseguição

aos produtores rurais brasileiros


Se o novo Código Florestal for aplicado, nossa agropecuária ficará “engessada”. Por que tanta perseguição ao agricultor? A Reforma Agrária que sob a bandeira vermelha do comunismo não se conseguiu implantar, reaparece disfarçada na bandeira verde do ambientalismo.

Dom Bertrand: “O superávit de nossa balança comercial
se deveu aos beneméritos produtores rurais.
Não há explicação para se perseguir tanto essa classe”
Trineto de Dom Pedro II e bisneto da Princesa Isabel, a Redentora, Dom Bertrand de Orleans e Bragança é advogado formado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP. 
Coordenador e porta-voz do movimento Paz no Campo, tem percorrido o Brasil fazendo palestras para produtores rurais, empresários e estudantes. Nelas o príncipe defende a propriedade privada e a livre iniciativa, alertando para os efeitos deletérios da Reforma Agrária e dos movimentos ditos sociais que tentam afastar o Brasil dos rumos benditos da civilização cristã.

Em recente entrevista de uma hora concedida à TV Canal do Boi, Dom Bertrand defendeu, com a ênfase que lhe é própria, o direito de propriedade contra os atropelos do propalado projeto de novo Código Florestal. 

 Por ocasião da entrevista, conduzida pelo jornalista Nelson Barretto, o projeto continuava em discussão na Câmara.
A íntegra da entrevista já publicada em órgãos da imprensa e em diversos blogs será igualmente publicada pelo GPS do Agrongócio.