quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Ambientalistas querem isolar as melhores terras de São Paulo


Justiça determina que SP crie Área de Proteção Ambiental do aquífero Guarani

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Redação - 
 Estado terá que criar Área de Proteção Ambiental do aquífero Guarani – Medida precisará ser implementada em até seis meses
O governo do Estado terá que criar uma Área de Proteção Ambiental (APA) da recarga do aquífero Guarani, que abastece a região de Ribeirão Preto, no interior. A decisão é de novembro de 2016 e dá 180 dias para a implantação e regulamentação da medida, descriminada no Plano de Trabalho da Fundação Florestal.
A criação da APA foi pleiteada pelo MPSP, por meio de uma ação civil pública ambiental ajuizada em 2015 pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), Núcleo da Bacia do Rio Pardo. Na ação, o promotor de Justiça Luis Henrique Paccagnella sustentou ser necessária a criação da unidade de conservação do Rio Pardo por ser área de recarga direta do aquífero Guarani, fonte de água para toda a região.
Na ação foram juntados estudos e laudos realizados pela Fundação Florestal, que constatou a necessidade e utilidade da criação da APA no Médio Pardo. O órgão é responsável pela análise prévia para implantação de unidades de conservação no Estado de São Paulo.
A Unidade de Conservação do Médio Pardo compreende as bacias hidrográficas do rio Pardo e do Sapucaí-Mirim, com abrangência aos municípios de Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Santa Cruz da Esperança, Serra Azul, Altinópolis e Santo Antônio da Alegria.
Fonte: Ministério Público do Estado de São Paulo
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 21/02/2017

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Carnaval vermelho: 100 fazendas invadidas


FNL invade fazendas em 12 Estados pelo 
'Carnaval Vermelho'
Comandos locais da Polícia Militar confirmam ocupações em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso e Distrito Federal 

José Maria Tomazela
O Estado de S.Paulo



SOROCABA – Integrantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL) invadiram cerca de 100 fazendas em doze Estados, entre a madrugada de sábado e a manhã deste domingo (19), na ação chamada “Carnaval Vermelho” pela reforma agrária. 
O líder da frente, José Rainha Junior, afirma ser “uma das maiores jornadas de luta em ocupações de terra no Brasil”. Segundo ele, para cobrar a distribuição de terras, estão mobilizados mais de 10 mil militantes e camponeses.
Até a tarde, os comandos locais da Polícia Militar confirmavam ocupações em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Mato Grosso e Distrito Federal. Em outros Estados, a PM não tinha sido informada das ações. 
“As ocupações têm como objetivo chamar a atenção do governo para o descaso que vem tratando a reforma agrária, que há muito tempo está paralisada”, informa nota distribuída pela FNL.
Em São Paulo, a reportagem confirmou invasões de 16 propriedades nas regiões de Itapetininga, Andradina, Araçatuba, Bauru e no Pontal do Paranapanema. 
Só no Pontal, palco dos maiores conflitos agrários do Estado, foram ocupadas dez fazendas. Os sem-terra cortaram cercas e cadeados para entrar nas áreas. Em algumas áreas, a ocupação foi feita por grupos pequenos, com até 20 militantes, segundo a PM.
Em entrevista, Rainha Junior disse que a situação no campo é grave. “A miséria e o desemprego aumentam a cada dia e a política do governo é investir bilhões no agronegócio, enquanto o pequeno agricultor fica à míngua.” 
Ele cobrou a criação de um ministério para a agricultura familiar. "O governo investe no sistema prisional e esquece a agricultura familiar, que fixa o homem no campo. Estamos voltando ao Brasil Colônia, com nossas terras sendo vendidas a grupos estrangeiros por preço de banana, enquanto milhares de sem terra vivem na extrema pobreza, na beira de estradas, debaixo de lonas pretas.”

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, disse a entidade que representa os fazendeiros vai entrar com representação civil e criminal contra os líderes da FNL. 
“Invasão é crime e José Rainha já foi condenado a mais de 30 anos de prisão, no entanto continua sua atividade criminosa. Está na hora das autoridades, inclusive do Judiciário, mostrarem que estão aí para serem respeitadas e não sofrerem esse tipo de deboche.” 
Segundo ele, as invasões causam danos às propriedades e paralisam a atividade produtiva, mas os prejuízos aos produtores rurais não são reparados.
Ex-dirigente do Movimento dos Sem Terra (MST), em 2015, Rainha Junior foi condenado a 31 anos e cinco meses de prisão, em primeira instância, por crimes de extorsão, formação de quadrilha e estelionato, após ser investigado num esquema de desvio de recursos da reforma agrária. 
Ele conseguiu habeas corpus para esperar o julgamento do recurso em liberdade. Antes, chegou a ficar preso por invasão, depredação de propriedade e porte ilegal de arma. Ele nega os crimes e se diz perseguido por sua militância social.
No ano passado, a FNL realizou o “Carnaval Vermelho” com 80 ocupações no País, entre elas, as sedes do Incra e do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em Brasília. Em maio, os militantes invadiram a Fazenda Esmeralda, em Duartina, interior paulista, pertencente a João Baptista Lima Filho, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer. 
Uma semana após desocupar a fazenda, Rainha foi recebido por Temer no Palácio do Planalto, em encontro intermediado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP).
Não havia expediente no Incra ontem e a assessoria de imprensa não tem plantões no fim de semana. Em posicionamentos anteriores, o Incra informou que busca o diálogo com os movimentos sociais e, ao mesmo tempo, executar a nova política para a reforma agrária definida pelo presidente Michel Temer, que inclui a titulação dos lotes já ocupados pelos assentados. 
Segundo o Incra, o governo definiu formas para reorganizar os assentamentos e que facilitam a aquisição de terras para criar novos assentamentos.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Brasil é mais socialista do que China e Rússia


Brasil despenca em ranking de liberdade econômica: somos mais socialistas do que China e Rússia

By Marcelo Faria ILISP
Lançada hoje, a versão 2017 do Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation mostra o efeito do desastre criado pelos últimos anos do governo Dilma Rousseff (e até o momento não revertido por Michel Temer) na liberdade econômica do país.

Apenas em um ano, o país caiu 3,6 pontos percentuais no ranking, estando agora na 140a posição. Em outras palavras, somos tão socialistas quanto Togo (138°), Burundi (139°), Paquistão (141°) e Etiópia (142°), e mais socialistas do que países como Gabão (103°), Tadjiquistão (109°), China (111°, ainda controlada pelo Partido Comunista), Rússia (114°, o coração da antiga União Soviética), Nigéria (115°), Congo (117°), Senegal (120°), Zâmbia (122°), Tunísia (123°), Grécia (127°) e Quênia (135°).

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Indústria da invasão indígena



Indústria da invasão indígena


Vereador Aguilera de Souza afirma que índios de outras etnias e de outras cidades estão inflando invasões de propriedades. (Foto: Divulgação)

O vereador indígena Aguilera de Souza, de Dourados (MS), defende que Polícia Federal investigue quem está por trás das invasões de áreas nas imediações da Reserva Indígena e alerta as autoridades sobre a presença de estranhos.

Ele classificou ainda como “muito importante” as denúncias feitas pelo cacique guarani Renato Machado, uma das principais lideranças da Reserva Indígena de Dourados, sobre manipulação nas invasões de propriedades vizinhas às aldeias. “Li a matéria antes de sair de casa e posso afirmar que essa situação preocupa muito as famílias da Reserva Indígena de Dourados, mesmo porque não concordamos com essas ocupações”, enfatizou Aguilera em entrevista por telefone.

Durante sessão da Câmara Municipal, o vereador ocupou a tribuna para cobrar uma investigação séria da Polícia Federal (PF) sobre a presença de famílias indígenas de outros municípios e até de outras etnias nas invasões de áreas particulares em Dourados.


Para ele, a “A Polícia Federal precisa investigar isso, porque essas pessoas vêm de outras localidades e acaba passando para a sociedade a impressão de tais ocupações estão partido das famílias indígenas de Dourados”, ressaltou o vereador.

Fonte: Revista Catolicismo

Governo uruguaio usa Smurfs para induzir crianças a gostarem do comunismo




 Governo uruguaio usa Smurfs para induzir crianças a gostarem do comunismo

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O inocente Frei Beto


O inocente Frei Beto


Um empreiteiro procurou Lula para denunciar os operadores da ORCRIM na Petrobras, em particular Pedro Barusco e Renato Duque.
Em seu depoimento à Lava Jato, reproduzido pelo Estadão, Geraldo Aurélio Feitosa – esse é o nome do empreiteiro – não deu detalhes de como teria sido o diálogo com Lula, “disse apenas que o petista lhe prometeu ajuda e que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, teria indicado um diretor jurídico na estatal para ele conversar, tudo sem sucesso”.
O empreiteiro chegou a Lula por meio de Frei Betto, “que era um inocente”, segundo o próprio depoente.
Frei Betto, o inocente, foi procurado pela reportagem, mas preferiu se manter em religioso mutismo.

Fonte: O Antagonista

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Ordem no campo


Ordem no campo
O registro eletrônico obrigatório no CAR levou os imóveis rurais à legalidade

Até o final do ano passado, quase 4 milhões de imóveis rurais – uma área total de 399.233.861 hectares – estavam inscritos no Cadastro Ambiental Rural (CAR), um registro eletrônico obrigatório para todas as propriedades no campo instituído pela Lei 12.651/12, o chamado Novo Código Florestal. O número representa 76% dos imóveis rurais registrados pelo Censo do IBGE de 2006 (5.175.636 unidades). Uma reportagem publicada pelo Estado no início de fevereiro revelou a adesão majoritária ao CAR, salvo no Nordeste, onde o prazo de registro dos imóveis foi prorrogado para os pequenos produtores.
Os dados do CAR foram integrados ao Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A correlação entre as informações técnicas do CAR, como a geocodificação das propriedades por satélite, e os mapas de exploração do Site divididos por tipos de área – preservação permanente, reserva legal, interesse social e utilidade pública, entre outras categorias – revelou a importância da atividade agropecuária para a preservação ambiental, contrariando uma ideia erroneamente difundida de que o agronegócio contribui para a degradação do meio ambiente. Como toda generalização, esta também não haveria de resistir à objetividade dos dados.
Em São Paulo, os imóveis rurais preservam em vegetação nativa uma área correspondente a 15,3% do Estado. A área preservada pelos agricultores é maior do que a soma de todas as unidades de conservação e terras indígenas. Em outros Estados, a contribuição da agropecuária para o meio ambiente é ainda maior. Em Mato Grosso, as áreas de atividade agropecuária garantem duas vezes mais proteção ambiental do que as unidades de conservação em terras indígenas. E a abrangência tende a aumentar, pois embora tenha havido um incremento de 12,5% dos imóveis rurais do Centro-Oeste inscritos no CAR em relação ao número do Censo de 2006, ainda há propriedades sem o registro obrigatório. A participação da agricultura brasileira nos esforços de preservação ambiental foi apresentada nas Conferências do Clima, em Paris e Marrakesh, e da Biodiversidade, em Cancún, como um trunfo do Brasil no cumprimento de suas metas climáticas, tanto pelo governo federal como por organizações não governamentais.
O registro eletrônico obrigatório no CAR levou os imóveis rurais à legalidade. No momento do cadastro, caso haja alguma irregularidade, o produtor assume o compromisso de saná-la com o Programa de Recuperação Ambiental (PRA). Com bom andamento em 17 Estados, o PRA amplia a prestação de serviços ambientais pelos agricultores e lhes oferece segurança jurídica pela exploração regular das áreas.
Fruto de extenso debate em audiências públicas e privadas, além dos ensejados no Congresso Nacional, o projeto do Novo Código Florestal foi aprovado na Câmara por 410 votos e no Senado por 59 votos. Consenso no governo federal, defendido em sua integralidade pela Embrapa, pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo IBAMA – e sem retrocessos ou ofensas à Constituição –, o diploma legal assegura aos produtores rurais a segurança de suas atividades mediante as respectivas garantias de proteção ambiental. Os avanços trazidos em 2012 pelo Novo Código Florestal, no entanto, estão ameaçados por Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo PSOL, que questionam no Supremo Tribunal Federal (STF) a validade de 58 dos 84 artigos da Lei 12.651/12. Em São Paulo, o Tribunal de Justiça (TJ-SP) suspendeu os efeitos da Lei Estadual 15.684/15, que trata do PRA, gerando enorme insegurança jurídica para milhares de produtores rurais impedidos de regularizar seus imóveis e apresentar as devidas ações de recuperação ambiental.
Relator das ADIs no STF, o ministro Luiz Fux negou as liminares solicitadas pela PGR e realizou uma consulta pública, quando declarou que “a lei está valendo e tem sido aplicada, mas também tem havido muito descumprimento sob a invocação de sua inconstitucionalidade, ainda em grau inferior”. É chegado o momento de a Suprema Corte dar a palavra final, ratificando a vigência do Novo Código Florestal, e, assim, assegurar a ordem no campo.


O Estado de S. Paulo, 13 Fevereiro 2017

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

É natural que FHC defenda Lula


Leia o que O Antagonista publicou em 6 de novembro de 2015:


A análise da contabilidade da Odebrecht revela também repasses ao Instituto Fernando Henrique Cardoso, num total de R$ 975 mil, entre dezembro de 2011 e dezembro de 2012.

A planilha revela pagamentos mensais no valor de R$ 75 mil.

Antes disso, 13 de agosto de 2015:

Alguns dias atrás, a Folha de S. Paulo disse que Emilio Odebrecht se reuniu com Lula e com Fernando Henrique Cardoso para tratar da “imagem” da empresa no "pós-Lava Jato".

Hoje o jornal revela o verdadeiro motivo daqueles encontros:

“Na reunião com Michel Temer e ministros do PMDB, Lula defendeu que o governo acelere os acordos de leniência com as empresas investigadas na Lava Jato. O esforço para que as empreiteiras não quebrem foi tratado também em conversas entre o ex-presidente e empresários como Emilio Odebrecht. Aos peemedebistas, Lula sustentou que a CGU e a AGU selem os termos de ajuste de conduta das construtoras sem esperar pelo aval do Ministério Público”.

Está explicada a viagem de Lula a Brasília.

A mando de Emilio Odebrecht, ele está costurando uma anistia às empreiteiras que exclua das negociações os procuradores da Lava Jato.

Antes disso, em 30 de maio de 2015:

João Doria Júnior, ontem à noite, ofereceu um jantar a Fernando Henrique Cardoso.

Ao lado do ex-presidente, sentou-se Marcelo Odebrecht, dono de uma das empreiteiras do cartel da Petrobras.

Em seu discurso, Fernando Henrique Cardoso defendeu Dilma Rousseff:

"Vivemos um momento de desesperança no Brasil e isso não pode ocorrer. Não podemos conviver com falta de esperança e tristeza. Tecnicamente, sabemos o que é preciso fazer, e está sendo feito".


Tecnicamente, sabemos que Fernando Henrique Cardoso protege Marcelo Odebrecht.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

PT tenta impedir quebra de sigilo de ONG. Será por quê?


CPI da Funai aprova pedido para quebra de sigilo de ONG
Requerimento proposto pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) atende bancada ruralista

O Estado de S.Paulo


BRASÍLIA - Após mais de cinco horas de sessão, deputados da CPI da Funai e do Incra conseguiram aprovar nesta quarta-feira, 8, requerimento para quebrar o sigilo bancário e fiscal da ONG Centro de Trabalho Indigenista (CTI). A comissão investiga a atuação dos dois órgãos na demarcação de terras indígenas e de remanescentes de quilombos.
A sessão, porém, foi marcada pela obstrução de deputados da oposição, especialmente do PT, que fizeram a reunião se prolongar para diminuir o quorum e impedir que os pedidos de quebra de sigilos de organizações ligadas à causa indígena fossem aprovados.
Depois de muita discussão, dos quatro requerimentos propostos pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), apenas o relativo ao CTI foi aprovado, mas deixou de fora as pessoas físicas, ou seja, os antropólogos e diretores da associação.
Os demais pedidos foram direcionado a outras ONGs, como o Instituto Socioambiental (ISA), o Conselho de Indigenista Missionário (Cimi) e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA).
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma sessão da CPI que havia aprovado um requerimento parecido, que tinha como objetivo a quebra de sigilos bancário e fiscal de ONGs e associações ligadas à causa indígena.
Bancada ruralista. A comissão em curso foi um aceno do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), à bancada ruralista. O trabalho da CPI era para ter sido concluído no ano passado, mas Maia autorizou a recriação do colegiado após ser eleito para o mandato-tampão no lugar do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso na Lava Jato.
Ex-ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma Rousseff, o deputado Patrus Ananias (PT-MG) disse que a oposição prepara um novo “kit-obstrução” para as próximas sessões da CPI. “Essa é uma CPI que tem um objetivo muito claro: eles querem interromper no Brasil a demarcação das terras indígenas, de terras de quilombolas, do avanço da reforma agrária. Nós vamos resistir”, disse.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

SEM CALCÁRIO, ADUBO CHEGA A RENDER SOMENTE 27%



Calcário é um dos insumos mais baratos para fazer a calagem
Limeira, SP (DINO) 02/02/2017   

Grande parte dos agricultores brasileiros está correndo o risco de perder parte dos recursos investidos nas culturas em razão de adiar a calagem dos solos. 
A calagem favorece o desenvolvimento das raízes e facilita a utilização dos nutrientes do solo e dos adubos pelas plantas. Estudo da Embrapa aponta que, em solos ácidos, plantas absorvem apenas 27% dos elementos que integram o adubo. 
No pH 6,5, o aproveitamento alcança 93,9%.O calcário é um dos insumos mais baratos para fazer a calagem. Corrige a acidez, ampliando a absorção pelas plantas dos elementos presentes no adubo, este um dos itens mais caros na planilha do campo. 
O resultado final aponta ainda uma colheita menor. “Em 2015, a agricultura brasileira deveria ter consumido mais de 50 milhões de toneladas de calcário, mas ficou em cerca de 31 milhões”, afirmou o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Oscar Alberto Raabe. 
Os dados do ano passado estão sendo apurados. A Abracal busca sensibilizar o governo sobre a divulgação da calagem junto aos produtores. Documento enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cita a questão. 
Empresário e engenheiro agrônomo, Raabe contou que as pesquisas mostram que os solos do Brasil são em geral muito ácidos – com pH menor que 5, numa escala em que próximo de 7 é o ideal. 


“A correção via calagem é uma prática indispensável para a obtenção de colheitas abundantes em quase todas as culturas. Em muitos solos os rendimentos de algumas culturas são tão baixos que, sem calagem, o seu cultivo se torna economicamente inviável”, disse o presidente da Abracal.

Venenos para plantas

Solos com pH menor que 7 são ácidos, e maior que 7, alcalinos. O semiárido do Nordeste é a única região com alcalinidade. No Brasil, predominam solos ácidos, sendo comuns os “muito ácidos” – pH entre 4 e 5,5.

As plantas preferem trechos levemente ácidos a neutros, com pH entre 6 e 7. ”Nesta faixa não ocorre toxidez de alumínio e manganês, a disponibilidade dos nutrientes minerais é mais equilibrada e a atividade dos microrganismos que dão vida ao solo é maior”, disse Raabe.

Em solo ácido, plantas absorvem mais alumínio e manganês. “Esses dois elementos, em excesso, agem como venenos para as plantas”, falou Raabe. Com pH superior a 5,5, não há toxidez de alumínio e a presença do manganês é rara.

Calagem, o início

O presidente da Abracal lembra que a agricultura eficiente conjuga várias práticas simultâneas. A primeira providência é a calagem, feita após análise do solo e sempre com acompanhamento técnico.

No Brasil, o corretivo mais viável economicamente é o calcário moído, que contém principalmente carbonatos de cálcio e magnésio. Incorporados ao solo, os corretivos reagem quimicamente e neutralizam as fontes de acidez. Após a calagem, o pH e os teores de cálcio e magnésio do solo aumentam. Quanto maior a quantidade de calcário aplicado, maior será o pH após a reação.

O grupo das leguminosas, como soja, alfafa, trevo e feijão, entre outras, é mais sensível à acidez que as gramíneas – arroz, milho, trigo e braquiária. Já nos solos muito ácidos todas as culturas se beneficiam com a calagem.

Fonte: Dino Divulgador de Notícias

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Política nacional: binômio medo-simpatia



O festival do ódio facilita a operação simpatia

Péricles Capanema

Para não virar barata tonta, ao analisar o presente sempre é bom voltar os olhos para a História. Manifestações carregadas de ódio e de vingança a respeito do falecimento de dona Marisa me lembraram a Revolução Francesa. Fui reler a justificação do Terror, exposta por Robespierre em discurso à Convenção, 5 de fevereiro de 1974. Ali o líder da Revolução Francesa expôs os princípios da política interior do governo: 

“A primeira máxima de vossa política é [...] deve-se conduzir os inimigos do povo pelo terror. [...] A mola do governo popular [...], é o terror, sem o qual a virtude é impotente. O terror é tão-só a justiça rápida. [...] Subjugai pelo terror os inimigos da liberdade. [...] O governo da República é o despotismo da liberdade [...] A indulgência para os monarquistas, querem alguns. [...] Na República só os republicanos são cidadãos. Os monarquistas são estrangeiros, melhor ainda, inimigos. [...] Faz parte da clemência punir os opressores da humanidade; é barbárie perdoá-los”.

O Terror da Revolução Francesa empalideceu-se diante do Terror comunista. Robespierre foi mirrado antecessor de Lenin, Stalin e Mao, moldados pela mesma ideologia e igual mentalidade. O tirano francês resumiu assim o objetivo a todos eles comum: “A alma da República [...] é a igualdade. [...] A primeira regra de vossa conduta política [...] a manutenção da igualdade”.

O PT grassou nesse terreno. E Fidel Castro, o mais sanguinário tirano da América Latina, deus do panteão petista, é herdeiro legítimo dos facínoras acima apontados. A ele Lula se referiu como “o maior de todos os latino-americanos”, “voz de luta e esperança”.

Por que recordo tudo isso? Por perceber a mesma mentalidade em centenas de manifestações nos últimos dias. Deixo abaixo algumas, significativas e reveladoras. Leandro Fortes, responsável pela propaganda do PT nas redes sociais na última campanha presidencial:

“Todos sabemos os nomes, os cargos, as redações e as togas de cada um dos responsáveis pela morte de dona Marisa. Na hora certa, daremos o troco”. Renato Rovai, editor da revista Fórum: “A morte de dona Marisa não foi natural. Ela foi sendo assassinada aos poucos por um conluio, cujo pilar foi a mídia tradicional com destaque ultraespecial às Organizações Globo, à grande maioria do Judiciário envolvido nas investigações da Lava Jato e a uma classe política corrupta”. Paulo Nogueira, do DCM em artigo “Quem matou Marisa?”: “Muitas mãos estão manchadas de sangue. As da Globo, por exemplo.  Moro e a Lava Jato não seriam nada sem os holofotes ininterruptos da Globo. A mídia como um todo participou da caçada a Lula com seu jornalismo de guerra. [...] Os juízes do STF também têm sua culpa, dado a inércia com que lidaram com os abusos de Moro. De novo: Moro não está sozinho. [...] Outras mãos estão tingidas de sangue”.

Na entrada do Sírio Libanês, Michel Temer foi cercado e acusado de “assassino!, assassino!, assassino!, golpista!, golpista!, fascista!, fascista!”, além de insultado por palavrões impublicáveis. E na expulsão do repórter César Menezes e do cinegrafista da Rede Globo do velório a militância petista extravasou boçalmente o ódio no qual é nutrida:

Safada, golpista, assassina. Globo assassina. Fora, filho das trevas, tá preparando o berço de Satanás, anticristo. Maldita, ninguém quer você aqui. Seu maldito, vai embora, pilantra, safado. Globo News safada, fora daqui. Fora golpista, vocês não são bem-vindos, seus imundos. Vai embora, nojo. Fora Globo. Filho das trevas, anticristo, anticristo maldito. Nazista. A Globo é nazista. A Globo é nazista. Fascista”. E vai por aí afora. 

A Folhapolítica.org estampou tuíte pra lá de revelador: “@Viniciusclash. A melhor homenagem que alguém pode prestar a Marisa é matar Sergio Moro. 1:04 AM 02 fev 17”. Um lado da moeda, o ódio indisfarçado.

O outro. Existe o ódio envolto nas prudências da política. Aconteceu também na Revolução Francesa e na Revolução Comunista. Lula pôs a máscara “Lulinha, paz e amor”. Ele sabe, a jararaca quando mostrou as presas perdeu três eleições presidenciais. Só venceu ao fechar a boca e garantir a manutenção da política econômica do governo FHC.

Alguns sintomas. O morubixaba recebeu telefonema de condolências do ministro Gilmar Mendes e senhora. As esposas dos dois tinham sido amigas. Disse à senhora do ministro: “Guiomar, você perdeu uma grande amiga. Ela gostava muito de você, falava sempre de você. Eu quero que você saiba disso”. Dona Guiomar respondeu:

“Vontade nunca faltou, presidente”. Lula acompanhou: “O mundo é redondo, querida. E a gente ainda vai se encontrar”. FHC foi vê-lo; o comandante petista comentou com políticos que depois estiveram com ele, o gesto do líder tucano “foi um exemplo pedagógico para os jovens”.

Na visita da comitiva multipartidária vinda de Brasília, esbanjou cordialidade e elogios. Para Renan Calheiros reservou “um dos maiores craques da política”. José Sarney foi agraciado com “meu companheiro” e “meu amigo”. Cochichou por alguns minutos com Romero Jucá. No meio dos líderes não deixou passar a ocasião, repetiu o que vem dizendo, o Supremo se acovardou diante da Lava Jato. 

Quer um Supremo mais flexível. E no discurso que fez no velório o que se viu foi um político preparando a candidatura para 2018. O caldo de cultura estava todo ali, esquerda católica, intelectuais radicalizados e líderes sindicais. O resignatário dom Angélico Sândalo Bernardino aproveitou para torpedear as duas propostas de reforma na bica:

“A Marisa Letícia foi uma guerreira na luta a favor da classe trabalhadora. Atentem para as reformas trabalhistas que sejam contra os trabalhadores; a reforma da Previdência, contra pobres e assalariados. É preciso que estejamos atentos”. Em total desprezo pela realidade emendou, a crise atual “é falsamente atribuída à administração dos dois últimos governos".


Contradizem-se as duas faces, a da intimidação e a da simpatia? Calibradas, são complementares. O prof. Plinio Corrêa de Oliveira cunhou a expressão binômio medo-simpatia para a caracterizar. A intimidação bem dosada atua como uma sova em setores conservadores. 

A simpatia, enfrentando obstáculos menores, tem melhores condições de êxito. Está em curso uma operação simpatia.


Venezuela: A quem aproveita o diálogo com Francisco?



Maduro planeja encontro de governo e oposição com papa Francisco


Caracas, 5 Fev 2017 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo que planeja uma reunião entre representantes do governo e da oposição com o papa Francisco, a fim de reativar o diálogo sobre a crise política do país.

"Se está sendo planejado, tomara que aconteça, um encontro com o papa Francisco no Vaticano", anunciou Maduro em seu programa dominical de televisão.

"Espero que aconteça logo, e que nesse encontro nossa delegação e a delegação da direita (...) se deem um abraço", acrescentou.

A opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) congelou no dia 6 de dezembro as negociações iniciadas com o governo em 30 de outubro em instâncias do Vaticano e da União de Nações Sul-americanas (Unasul), acusando o governo de descumprir o acordado.

Em 26 de janeiro, a MUD confirmou sua rejeição em participar das negociações, ao classificar o processo como "um capítulo fechado que não voltará a abrir".

No entanto, Maduro garantiu que há setores da oposição que mantêm a disposição para o diálogo.

E o resfriamento atinge o deserto...




Catar registra recorde de frio



Doha, 5 Fev 2017 (AFP) - Catar, um país desértico, registrou neste domingo um recorde de frio, com 1,5°C, segundo um comunicado dos serviços meteorológicos.

Esta temperatura, a mais baixa desde o início das estatísticas meteorológicas no país, foi registrada pela estação de Abu Samra, no sudoeste da península, segundo um texto citado pela agência oficial QNA.

O recorde anterior era de 3,8°C, registrado em 1964, acrescenta a fonte.

O Catar e vários países do Golfo sofrem há dias com uma queda geral das temperaturas, às vezes acompanhada de fortes ventos.

Nos Emirados Árabes Unidos, houve nevascas sobre o monte de Jebel al-Jais, no emirado de Ras al-Jaima.

O Catar costuma ter um clima muito quente, o que levou a Fifa a mudar os meses da Copa do Mundo, que será sediada pelo país em 2022, para novembro e dezembro, que têm temperaturas mais amenas.


sábado, 4 de fevereiro de 2017

Cuide-se Brasil: terrorismo à vista



Salpicão terrorista

Péricles Capanema

Não estou tratando do prato de frango, cenoura, ervilha, milho verde, maçã, tanta coisa mais. Falo de um salpico (pingo de lama) grande, que pode emporcalhar o Brasil inteiro. Piora situação já terrível.

Vamos ao caso. As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), organização guerrilheira de inspiração marxista, tem no tráfico das drogas sua principal fonte de financiamento. São narcoguerrilheiros. Com o governo colombiano dita organização conduz para ela vantajoso processo de pacificação por meio do qual passará a influir na vida política do país, a mais de conseguir perdão para crimes que vem cometendo desde 1964.

Contudo, circulam notícias, entre 5% e 10% de seus guerrilheiros (são estimativas, fala-se que o total das FARC chega perto dos 7 mil), portanto entre 350 e 700 discordariam do rumo das negociações. Discordância autêntica? Combinada? Não é aqui o momento de analisá-la. Afirma-se ainda que entre os desmobilizados existiriam centenas, talvez milhares, de ociosos. Desempregados, digamos.

Um pulo, passo agora para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Teria 30 mil “batizados”, isto é, “soldados”, dos quais 9 mil no Estado de São Paulo. E seu agora adversário Comando Vermelho (CV) tem 20 mil “soldados”. Podem voltar a se aliar. Também aqui não entro na análise de dados, só mostro a enorme envergadura de tais números.

Feito o introito, chamo a atenção para notícia estampada no Wall Street Journal, 1º de fevereiro, por muitos considerado o mais sério jornal dos Estados Unidos. O PCC está contratando guerrilheiros das FARC para intensificar o tráfico da cocaína e facilitar o controle de mercados.

O diário nova-iorquino transcreve palavras de Luís Carlos Villegas, ministro da Defesa da Colômbia: “O PCC está oferecendo empregos para as FARC”. Com isso, receberia, além da mão de obra, armas e técnicas de guerrilha de que anda necessitado.

Lincoln Gakiya, promotor público paulista, estudioso do tema, adverte: “O PCC é obcecado com treinamento militar. Está procurando metralhadora ponto 50, capazes de derrubar helicópteros e de perfurar carros blindados”.

Altos funcionários dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores do Brasil e da Colômbia se reunirão em Manaus a partir do dia 2 de fevereiro para compartilhar informações sobre como o PCC está trabalhando para incorporar guerrilheiros a seus quadros.

Na América Central, estudiosos apontam para a situação de “Estado falido” da Guatemala, Honduras e El Salvador, o Triângulo do Norte, próximo ao México, onde atuam poderosas organizações do narcotráfico. Aproveitando-se das estruturas estatais débeis, tais máfias se infiltraram em especial nos corpos de segurança e justiça.

Hoje controlam grandes áreas, compraram funcionários, fundaram empresas de fachada, entre as quais algumas de segurança. Nas áreas controladas, executam funções típicas de governo (entre outras, manutenção da ordem e assistência social). Situação parecida temos em favelas cariocas e em vários outros pontos do Brasil.

Nesses três países, policiais corruptos, a mando do narcotráfico, executam pessoas. Honduras, Venezuela, Belize, El Salvador e Guatemala são os cinco países do mundo com maior taxa de homicídios. A média mundial é de 6,2 mortes por 100 mil habitantes. Honduras, 90,4; Venezuela, 53,7, Belize, 44,7, El Salvador, 41,2; Guatemala, 39,9.

“O motivo principal de tantas mortes violentas é o crime organizado”, explica Angela Me, pesquisadora das Nações Unidas e coordenadora da pesquisa. Para comparação, Brasil, 29,1; Suíça, 1; Japão, 0,44. A presença insidiosa e corruptora do crime organizado no país inteiro, agora possivelmente facilitada pelos pontos de apoio e know-how das FARC, pode rapidamente empurrar o país para situação parecida com a do Triângulo do Norte.

Cerca de um mês atrás tratei em artigo divulgado por vários veículos do mesmo problema. Então escrevi: “Os choques entre as gangues do narcotráfico – 27 facções conhecidas da Polícia – ameaça não apenas o sistema prisional brasileiro, mas o próprio futuro do Brasil. Na América Central já há países virtualmente dominados pelos chefões do tráfico”.

Era fácil prever o que já começa a acontecer: “As FARC, organização guerrilheira narcomarxista, controlava aproximadamente 40% da produção colombiana. Têm bases na Amazônia, enviam drogas até para o Paraguai, de onde entram no Brasil. Como ficará esse tráfico após a pacificação em curso? Como agirão os grupos dissidentes das FARC, que continuam trocando cocaína por dinheiro e armas”?

Constatava: “As fronteiras brasileiras são pouco policiadas, o Brasil é o segundo mercado consumidor de cocaína no mundo e provavelmente o maior consumidor de drogas, cuja base é a cocaína, o crack entre elas.[...] Segundo documento do Departamento de Estado dos Estados Unidos o governo brasileiro ‘não tem a capacidade necessária para conter o fluxo de narcóticos através de suas fronteiras’”.

E concluía: “Ainda não tratei do amadorismo. [...] Basta ler os jornais, ouvir notícias, assistir noticiários e nos agride por todos os lados, a irreflexão, a superficialidade, o desconhecimento dos temas em pauta.


Autoridades, supostos especialistas, jornalistas, gente de toda laia estão opinando com pouca ou nenhuma ciência, com escassa ou nula experiência. Que falem os entendidos dos livros e da labuta, o assunto é sério demais para ser assim ventilado”. De lá para cá, a situação só se agravou. Daí o alerta renovado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Obsessão por Reforma Agrária...


Governo prepara liberação de venda de terras a estrangeiros com contrapartida para reforma agrária

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal vai enviar ao Congresso um projeto lei permitindo a compra de terras no Brasil por estrangeiros e empresas internacionais, com a condição que pelo menos 10 por cento da terra adquirida seja destinada a projetos de reforma agrária, disse à Reuters uma alta fonte do governo.
A venda de terras para estrangeiros é regida atualmente por um parecer da Advocacia Geral da União, de 2010, que dificulta a aquisição.
A liberação da aquisição de terras por estrangeiros é um meios que o governo quer usar para atrair investimentos externos no país. Grupos internacionais de agronegócio já demonstraram interesse em produzir no Brasil e pediam a derrubada do parecer e regras mais claras.

(Por Lisandra Paraguassu, Alonso Soto e Anthony Boadle)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Escorracem já o povo!


Escorracem já o povo!

Péricles Capanema

A vaga no Supremo, aberta com a morte de Teori Zavascki, assanhou a patrulha ideológica. Para desgraça nossa, continua crespa, cada vez mais intolerante. São trinta candidatos com chances de levar, avalia Eliseu Padilha, encarregado pelo Presidente de fazer uma triagem inicial, informa a “Época”. 

No seleto grupo está Ives Gandra Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho. Entre os ventilados, só ele foi fulminado pela fatwa da patrulha. Razão, suas opiniões estão vetadas no Brasil pela censura dos bem-pensantes progressistas. Não conheço Ives Gandra Filho, não tenho procuração nem pedido para defendê-lo e, quer saber, nem tenho juízo formado sobre a melhor escolha. Meu problema aqui é outro, de âmbito nacional.

Intrigado com a agressividade do veto, fui atrás das opiniões do magistrado em especial sobre a família (o falatório girava em torno do tema). E li a nota que distribuiu à imprensa. Tive enorme surpresa. Suas convicções enunciadas em linguagem culta e clara são as da maioria do povo brasileiro. 

Em resumo, a artilharia libertária quer banir do Supremo qualquer candidato que espose ideias aceitas pelo grosso dos brasileiros, mas não da patota emproada. A intolerância da neoinquisição não admite divergência. Faz lembrar Henrique VIII advertindo são Tomás Morus no filme “O homem que não vendeu sua alma”: “No opposition, Thomas, no opposition”. 

Também ele não admitia oposição. Fica o recado: a KGB progressista não mais tolera no Brasil tais opiniões em pessoas que aspirem a postos de expressão; só ainda as atura no povo miúdo. Cada vez que surgir algum infeliz com tais opiniões, cogitado para posição influente, a patrulha também vai tratá-lo como proscrito.

Para onde vamos? Vamos para a servidão, se o Brasil da gente direita curvar a espinha às tirânicas oligarquias libertárias e assim permitir que minorias fanatizadas, por meio de estrondos publicitários, tomem de assalto as cadeiras do Supremo. E outros espaços de direção.

Vejam o que encontrei (está na rede). O conceito de matrimônio de Ives Gandra Filho reproduz exatamente o que ensina o catecismo católico: “O matrimônio possui dupla finalidade: a) geração e educação dos filhos; b) complementação e ajuda mútua de seus membros. 

Tendo em vista, justamente, essa dupla finalidade, é que o matrimônio se reveste de duas características básicas que devem ser atendidas pela legislação positiva, sob pena de corrupção da instituição: a) unidade – um homem com uma mulher; b) indissolubilidade – vínculo permanente”. 

Mesmo protestantes e até agnósticos podem subscrever tal definição; tem raiz no Direito Natural. A intolerância furibunda com os conceitos acima nutre no bojo o vírus da perseguição religiosa, que, se não for combatido, gradualmente vitimará o organismo inteiro.

Transcrevo abaixo algumas outras convicções relativas à família enunciadas pelo dr. Ives: “A celula mater da sociedade (núcleo básico) é a família, como sociedade natural e primária, constituída numa comunidade de vida e amor para a propagação da espécie humana e ajuda recíproca nas necessidades materiais e morais da vida cotidiana”. 

Multidões de brasileiros dariam vivas e bateriam palmas em pé para quem afirmasse isso. Vou adiante: “O homem desde a sua origem surgiu no meio de uma família, que é a primeira sociedade humana. Não há que se falar, pois, em estado pré-social ou situação originária de promiscuidade sexual na vida animal”. 

Continuo: “A base do matrimônio é o consentimento mútuo na outorga e recepção do direito perpétuo e exclusivo sobre o corpo de cada um com vista aos atos aptos à procriação”. Mais uma: “Homens e mulheres têm constituições física e psíquica distintas, complementares entre si”. Excluir um candidato por defender tais convicções, equivale a moralmente banir o geral dos brasileiros de sua pátria.

Opinião de Ives Gandra Filho sobre união homossexual: “O casamento de dois homens ou duas mulheres é tão antinatural quanto uma mulher casar com um cachorro. Casais homoafetivos não devem ter os mesmos direitos dos heterossexuais, isto deturpa o conceito de família”. Reafirmo, persuasão da maior parte do povo brasileiro.

É também censurado por ser contrário ao aborto, ao divórcio, à distribuição de pílulas anticoncepcionais em hospitais públicos e a pesquisas com células-tronco de embriões. Reitero meu bordão, milhões de brasileiros têm opinião idêntica.

O presidente do TST julgou-se obrigado a distribuir nota à imprensa: “Diante de notícias veiculadas pela imprensa, descontextualizando quatro parágrafos de obra jurídica de minha lavra, venho esclarecer não ter postura nem homofóbica, nem machista. Deixo claro no artigo citado, de 70 páginas, sobre direitos fundamentais, que as pessoas homossexuais devem ser respeitadas em sua orientação e ter seus direitos garantidos, ainda que não sob a modalidade de matrimônio para sua união. 

Por outro lado, ao tratar das relações familiares, faço referência apenas, de passagem, ao princípio da autoridade como ínsito a qualquer comunidade humana, com os filhos obedecendo aos pais e a mulher ao marido no âmbito familiar, calcado em obra da filósofa judia-cristã Edith Stein, morta em campos de concentração nazista. 

O compartilhamento da autoridade sempre me pareceu evidente, tendo sido essa a que meus pais casados há 58 anos viveram e a qual são seus filhos muito gratos. [...] As demais posturas que adoto em defesa da vida e da família são comuns a católicos e evangélicos, não podendo ser desconsideradas "a priori" numa sociedade democrática e pluralista”.

Vou virar a página e dar um exemplo revelador das agressões da intolerância. Forum de 31 de janeiro traz em manchete: “Manifesto feminista contra Ives Gandra para a vaga de Teori ganha apoio irrestrito”. A notícia afirma que, “para eles [os signatários], Ives Gandra demonstra desconhecer a realidade social de brasileiras e brasileiros. 

‘Sexismo, homofobia, lesbofobia, discriminação racial, desrespeito aos direitos humanos e sociais e ao Estado laico não podem ser parte da trajetória de quem irá integrar o colegiado do STF’, afirmam, em manifesto”. O texto intoxicado de preconceitos progressistas e lotado de falsidades vem assinado, entre outros, por Luiz Gonzaga Beluzzo, Miguel Rossetto, Emir Sader, centenas de professores de Direito, procuradores, líderes sindicais, juízes, jornalistas, advogados.


É pressagioso que minorias oligárquicas de esquerdistas e libertários, treinadas no patrulhamento ideológico, façam marcação cerrada para banir dos postos de direção qualquer um que tenha consonância com opiniões majoritárias do povo brasileiro, deles abominadas. 

Agem aqui os mesmos germes causadores das perseguições que mataram milhões nos gulags da Rússia soviética e nos campos de concentração da Alemanha nazista.