quinta-feira, 31 de maio de 2018

Pedido de perdão: O vaso continua quebrado




Tudo o que é quebrado pode ser restaurado

Péricles Capanema

Com Nossa Senhora Aparecida, tudo o que é quebrado pode ser restaurado. É o que – esteada na misericórdia de Maria, onipotência suplicante – recorda a “nota de reparação” divulgada pela Arquidiocese de Aparecida.

No caso, pela bondade de Nossa Senhora Aparecida, o pedido de perdão do arcebispo, do reitor do santuário e do provincial redentorista repararia o escândalo causado pelo lulopetismo desbragado do Padre João Batista, reitor do Santuário.

Com efeito, repercutiu feio a escandalosa missa, entremeada de ditirambos à política petista e de orações pela libertação de Lula, celebrada em 20 de maio pelo referido sacerdote no Santuário Nacional de Aparecida.

Plena consciência da falta (do mal feito), intenção séria de não a repetir e reparação dos danos são necessários para autêntico pedido de perdão. Reparação e restauração, dois conceitos que sempre fizeram falta, especialmente na Igreja de hoje. Um deles vem na nota.

Toca a manifestação humilde de um pedido de perdão. Nada mais evangélico, nada mais bíblico. É o começo do caminho. O católico vê esperançado qualquer recomeço no rumo direito, reza para que dê certo. Sem deixar de lado a prudência, o “vamos ver”.

Vou me deter agora no “vamos ver”. Não fui totalmente fidedigno. O texto não traz o que seria normal: “com Nossa Aparecida”, expressão piedosa, popular, arraigada na alma dos católicos. Enfia ali a expressão nova, “com a Mãe Aparecida”. Fica artificial.

Entristece a obstinação em impô-la como substituta da expressão consagrada pela piedade tradicional, Nossa Senhora. Você, leitor, já ouviu alguma pessoa de seus círculos dizer: vou rezar para a Mãe Aparecida? Nunca, não é? Pois bem, os sacerdotes em Aparecida escondem do povo a expressão popular tradicional e impõem expressão sem arraigo popular.

Afastam-se conscientemente do gosto do povo, na sujeição subserviente a doutrinas igualitárias (não é tão difícil conjeturar, o que antipatiza é a afirmação filial e amorosa da superioridade –minha Senhora, Nossa Senhora).

Adiante. “Não defendemos uma posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho”. De fato, mais contrário ao Evangelho é defender posições que favoreçam uma ordem temporal coletivista [outro nome para o comunismo], como está no ideário do PT. É secundário no caso apoiar ou não determinado partido político.

Um ponto mais. O pedido de perdão não foi por ter tomado atitude censurável, favorecedora de programa ateu, abortista, estatista, metas do PT. Foi por ter ferido sentimentos. “Manifestamos nosso profundo pesar pelo desapontamento que causamos a todos. Pedimos perdão pela dor que geramos. [...] Eu, pe. João Batista, reitor do Santuário Nacional, peço o perdão de todos os que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14 horas”.

Em entrevista ao jornal O Vale (24 de maio), o padre João Batista repisa o tema: “Existe no País uma situação de intolerância. Achamos por bem pedir perdão pela dor que causamos”. Do ato em si, nada. É só pela dor, que talvez nem surgisse, inexistisse a situação de intolerância.

Elenca pontos parecidos que não causaram tanta dor: “Em 2017, uma escola de samba homenageou Nossa Senhora e fomos levar a imagem. Também levamos a imagem a um templo budista. Promovemos oração pela paz com representantes de todas as religiões. Tivemos congresso mariológico com participação de um sheik e de um pastor que vieram dar palestra”.

Ninguém reagiu (ou pouca gente), a coisa correu tranquila. Agora, muita gente reagiu (“apareceu a situação de intolerância”). Complicou. Veio o pedido de perdão. O reitor do Santuário resume a questão: “Pedimos perdão por termos causado sentimento ruim nas pessoas. Embora tenhamos cumprido a missão do Santuário”.

Então não teria havido negação da missão do Santuário Nacional na missa pró-petista. Pelo contrário, teria havido cumprimento. O problema real, o estopim, foi a reatividade dos fiéis, que ele chama de “sentimento ruim”. Já é alguma coisa tê-lo em vista. Antes, nem isso.

Tudo o que é quebrado pode ser restaurado. Sob certas condições, acima expostas. No caso, inexistiram. Contrista; não houve autêntico pedido de perdão. Mais uma fake news. O vaso continua quebrado.


segunda-feira, 28 de maio de 2018

Vigarice ideológica e politicalha da CUT




Como a CUT uniu vigarice ideológica e politicalha para 

colocar o Brasil na lista suja da OIT

Na sexta-feira, publicamos com exclusividade que a CUT tentava sabotar o Brasil em Genebra, junto à Organização Internacional do Trabalho, por causa da reforma trabalhista. 

Agia nos bastidores para incluir o país na short list da entidade, a lista suja dos países que não respeitam os direitos dos trabalhadores — em especial, no capitulo que trata das negociações coletivas. 

Um absurdo evidente porque, com a reforma, o Brasil ampliou os temas que podem ser objeto de negociação entre trabalhadores e empregadores. O que a reforma fez foi tirar o poder espúrio que as centrais sindicais detinham.

A CUT conseguiu o seu objetivo: amanhã a OIT anunciará que o pais entrou na short list, apesar do trabalho admirável dos representantes brasileiros em Genebra.

A pouca vergonha foi tamanha que o Grupo de Países da América Latina e do Caribe criticou a forma como o Brasil foi incluído na lista e a utilização política a que a OIT se prestou.

Essa utilização foi muito além da vigarice ideológica. Passou pela politicalha mais rasteira: a fim de angariar apoio para sabotar o Brasil, a CUT e os seus aliados na OIT prometeram votos para reeleger a australiana Sharan Burrow, oriunda do Partido Trabalhista do seu país, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional.

O ministro do Trabalho deve enviar uma carta à OIT, expressando a sua insatisfação, mas não basta. O Brasil tem de se retirar da organização, como forma de protesto contra a bandalha promovida pela CUT — e só voltar quando tirarem o país da lista suja.


FONTE:O Antagonista


Agronegócio reage contra preço mínimo do frete




Agronegócio reage contra preço mínimo 
do frete


Reunidas hoje, oito entidades do agronegócio criticaram a tabela de preço mínimo para o frete rodoviário, que consta de MP editada por Michel Temer para tentar encerrar a greve dos caminhoneiros.

Para as entidades, o tabelamento do frete deixará a conta da paralisação para as indústrias ligadas ao setor agrícola, que utilizam intensamente o transporte rodoviário.

“Temos que ter liberdade na negociação do preço do frete. São dezenas e dezenas de tipos diferente de carga. Implementar esse preço mínimo é impossível”, disse Roberto Betancourt, do sindicato dos fabricantes de rações.


Além dele, conta a repórter Raquel Landim, estavam presentes à reunião representantes dos esmagadores de soja e da indústria de suco de laranja.


Fonte: O Antagonista

Primeira e mais competitiva agricultura tropical




Já está comprometido o nosso futuro

Péricles Capanema

O Direito Penal considera culposa conduta em que seja evidenciada negligência, imperícia ou imprudência. E dolosa a conduta em que esteja presente a má intenção. O leitor, no fim do artigo, julgue como classificaria posições abaixo caracterizadas.

Recebi de médico amigo texto elucidativo de José Batista Pinheiro, coronel da reserva (não o conheço). A matéria me prendeu a atenção bem mais que final de Copa do Mundo, o Brasil jogando. Não sou especialista no tema ventilado – a gigantesca expansão do agronegócio no Brasil – nem conheço bem os acontecimentos narrados.

Só sei que houve o barateamento dos alimentos e o setor tem sido a salvação da economia do Brasil – anos a fio. Apenas digo, os fatos constantes no mencionado escrito, relatados com minúcias, são verossímeis. Têm efeito pedagógico.

O alto oficial conta que – provavelmente por ter ouvido boas referências – o presidente Ernesto Geisel quis conversar com Alysson Paulinelli, jovem secretário da Agricultura de Minas Gerais. Professor em Lavras, o engenheiro agrônomo Paulinelli ali teve brilhante carreira universitária. Geisel se impressionou com as concepções expressas no encontro e fez dele seu ministro da Agricultura (1974-1979).

Agora é o coronel que escreve: “[Paulinelli] chamou o presidente da adormecida Embrapa, Irineu Cabral, e o diretor de Recursos Humanos Eliseu Alves e estabeleceram o rumo das ações. Não queremos cientistas para resolver problemas da ciência, mas para resolver os problemas da produção da nossa agricultura.

“Pegaram uma verba de US$200 milhões e escolheram nas melhores universidades brasileiras 1.600 recém-formados e os mandaram fazer mestrado ou doutorado nas melhores universidades do mundo: Califórnia nos Estados Unidos, França, Espanha, Índia, Japão e outras.

“Plantaram a semente da maior ‘revolução’ na agricultura já realizada na América Latina. Eliseu Alves que havia chegado dos Estados Unidos com bagagem mundial como cientista e como gestor de ciência e tecnologia assumiu a presidência da Embrapa e implantou as linhas de trabalho:

“1) criou 14 centros de pesquisa em 14 regiões do País para pesquisar 14 produtos [...] soja em Londrina e em todo o Paraná, mandioca e fruticultura em Cruz das Almas na Bahia [...] gado de corte em Campo Grande e seringueira em Manaus. 2) Criou 4 centros de pesquisas de recursos genéticos para o cerrado, em Brasília. [...] Trinta anos depois, explodiu a agricultura brasileira.”

Em apenas um campo, a agropecuária, o ensino e a pesquisa executados de forma sistemática, séria e inteligente, geraram esse efeito espetacular.

Fui então procurar o que comentava a respeito o próprio Alysson Paulinelli. Em janeiro de 2011, notava ele: “Não somente o governo federal criou a Embrapa, mas também 17 Estados ou criaram ou fizeram evoluir as suas já tradicionais instituições de pesquisas, num esforço sem precedente, cujos resultados não demoraram a aparecer.

“Pode-se dizer que, em menos de 30 anos aqui, se desenvolveu a primeira e mais competitiva agricultura tropical do globo. O País, mesmo com as dificuldades financeiras pelo acúmulo das três crises, teve a lucidez de acreditar que os investimentos em ciência e tecnologia valeriam a pena.

“Antes de desperdício poderia ser essa a solução de tantos e infindáveis problemas de um Brasil que necessitava se afirmar, e não se curvar diante das ameaças. De País consumidor de alimentos mais caros do mundo, na década 70, que chegava a consumir quase a metade da renda média familiar só em alimentação, chegamos aos anos 2 mil com um dos mais baratos alimentos do mundo, conforme prova o Ipea em sua última pesquisa sobre custos com alimentação, onde esse gasto não passa de 13,6% da renda familiar.

“De país receptor ou importador de alimentos à custa da conta café, produto tropical que dominávamos, passamos a ser exportador de comida, fibras, outras matérias-primas agrícolas, óleos e até da energia renovável que o mundo tanto necessita.

“Criamos em 30 anos uma nova e competitiva agricultura tropical. [...] O agricultor, aqui, para o nosso cidadão urbano desinformado (ou, intencionalmente, mal informado), continua como o vilão de toda a história, como um eterno latifundiário, explorador de mão-de-obra, caloteiro e aproveitador ou destruidor dos nossos recursos naturais.

“Numa verdadeira fúria legiferante, procura imputar ao produtor nacional todas as culpas, crimes e responsabilidades por todos os males e tormentas climáticas que nos assolam.

“Arbitram-lhes multas impagáveis ou penas insuportáveis, numa ansiedade de justificar sua insanidade estranhamente criada pelos benefícios que receberam em redução de preços de seus alimentos, pela qualidade melhor dos produtos.
“[...] Esse tem sido o preço que o produtor rural brasileiro está pagando por gerar quase US$ 60 bilhões anuais líquidos para nossa balança comercial. [...] Os 24 anos de apagão que viveu a Embrapa são injustificáveis, pois ela só não sucumbiu nesse período de martírio porque tinha e tem uma sinergia própria, convincente, o que não ocorreu com as 17 instituições estaduais de pesquisas que hoje estão em verdadeira penúria”.

O que tivemos foi um bem-sucedido esforço de enorme aperfeiçoamento de capital humano. O resto veio como consequência. Por que tal fórmula não foi estendida a outros setores da sociedade? Por que foi deixada de lado? Culpa? Dolo?

Saiu há pouco a lista do IMD (International Institute for Management Development) sobre os países mais competitivos do mundo. É índice respeitado, avalia a facilidade para empreender, o estímulo para trabalhar, a liberdade e decência no mundo da produção. O país mais competitivo do mundo são os Estados Unidos (por alguma razão é a primeira potência mundial há décadas, quiçá mais de um século).

No segundo lugar está Hong Kong. O terceiro, Cingapura. Quarto, Holanda. Quinto, Suíça. Décimo-terceiro, pasmem, China comunista. O primeiro país latino-americano que aparece na lista é o Chile (35º). Depois México (51º), Peru (54º). O Brasil aparece na 60º posição. No ano passado estava na 61ª, subiu uma casa. Melancólico.

O fato apresenta relação próxima com dados há pouco publicados pelo PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE. Indicam que falta de alto a baixo o que se viu intensamente nos homens e mulheres que elevaram o agronegócio brasileiro ao patamar em que hoje plaina. Respigo alguns.

Dos 48,5 milhões de pessoas que tinham entre 15 e 29 anos em 2017, 11,2 milhões, 23% do total, não trabalham, não estudam e não se qualificam. No ensino médio, apenas 68% dos estudantes estavam na etapa necessária e na idade esperada, apesar das facilidades de aprovação.

Em 2017, 7,2% da população com mais de 25 anos não tinha instrução; 33,8% não tinham o fundamental completo. Em resumo, 41% da população adulta é analfabeta funcional. Sabem escrever o nome, mas não conseguem ler e compreender manuais de instrução. É mão de obra não apenas com baixa qualificação, tornou-se em grande parte inqualificável.

Dados semelhantes podem ser despejados sem fim, mas vou parar por aqui. Tal desastre que compromete o futuro nacional, ocorreu por negligência? Imperícia? Imprudência? Ou houve dolo? Havia ciência de que a tragédia poderia vir e nada ou quase nada foi feito para evitá-la? O leitor julgue agora com seus botões. Um dia o tribunal da História pronunciará seu veredito. Deus, sobretudo.


sábado, 26 de maio de 2018

Se não fossem os agricultores e pecuaristas....





Agronegócio avança em novos mercados

Além de assegurar o abastecimento interno regular de alimentos, ajudando a conter as pressões inflacionárias, o agronegócio tem sido o principal sustentáculo da exportação brasileira, sendo responsável pela obtenção de robustos superávits na balança comercial nos últimos anos.

Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as vendas externas de produtos agrícolas e pecuários somaram US$ 1,23 trilhão entre 1997 e 2017. 

No ano passado, as exportações do setor foram de US$ 96 bilhões, 13% mais que no ano anterior. Em 2018 continuam em alta, respondendo por 44,8% do total até abril.

São os elevados saldos comerciais obtidos pelo País o que tem possibilitado a redução do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos, compensando em grande parte o déficit nas contas de Serviços e Rendas.

O Brasil hoje vende produtos agropecuários para 189 países, praticamente todo o mundo, mas isso não ocorre por acaso. A soja e seus derivados, principal produto agrícola exportado — o Brasil é o maior fornecedor mundial do produto —, funcionam como porta-bandeira, mas o avanço em novos mercados resulta de um esforço concentrado de produtores, exportadores e governo.


Estado de S. Paulo
Editorial Econômico

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Com quantos paus se faz uma canoa...




NOTA DE REPARAÇÃO


Permanecei no meu amor! (Jo 15,9)


Saudação e Bênção a todos,

Nós, Dom Orlando Brandes, Arcebispo da Arquidiocese de Aparecida; Pe. José Inácio de Medeiros, Superior Provincial dos Missionários Redentoristas da Província de São Paulo; Pe. João Batista de Almeida, Reitor do Santuário Nacional de Aparecida, através desta nota, nos dirigimos ao povo brasileiro e, em especial, aos devotos de Nossa Senhora Aparecida. Manifestamos nosso profundo pesar pelo desapontamento que causamos a todos. Pedimos perdão pela dor que geramos à Mãe Igreja, aos fiéis e às pessoas de boa vontade.

Em nossa Ação Pastoral, o Santuário Nacional, a Arquidiocese de Aparecida e a Congregação Redentorista não defendemos uma posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho. Estamos sim, em comunhão com o Magistério e com a Doutrina Social da Igreja.

Contudo, eu, Pe. João Batista, Reitor do Santuário Nacional, manifesto meu pesar e peço o perdão de todos que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14 horas, do último dia 20 de maio. Quero reafirmar meu compromisso com a Arquidiocese de Aparecida, com a Congregação do Santíssimo Redentor, com os colaboradores e voluntários do Santuário Nacional e com todos os que bebem dessa fonte de restauração de vidas.

Encerrando, renovamos nosso pedido de perdão e confiamo-nos à oração de todos. Pois, com a Mãe Aparecida, “tudo o que é quebrado pode ser restaurado”. Queremos continuar fazendo do Santuário Nacional a Casa da Mãe de todo o povo brasileiro.

Interceda por todos nós a Mãe Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, a Mãe da Misericórdia.

Padre João Batista de Almeida
Reitor do Santuário Nacional
Padre José Inácio de Medeiros
Provincial da Unidade Redentorista de São Paulo
Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Aparecida

quarta-feira, 23 de maio de 2018

E o Padre de Aparecida foi a Canossa




Padre que pediu que Nossa Senhora ‘abençoe Lula’ se desculpa
SALVARBrasil 23.05.18 20:30  

O padre João Batista de Almeida, reitor do Santuário Nacional de Aparecida, pediu desculpas depois de celebrar uma missão pela libertação de Lula no domingo, informa a Folha.
Diante de uma plateia que incluía petistas, o padre pediu que “Nossa Senhora Aparecida o abençoe e lhe dê muitas forças para que se faça a verdadeira justiça, para que o quanto antes ele possa estar entre nós, construindo com o nosso povo um projeto de país”.
Foram tantos os protestos que o reitor e o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, divulgaram hoje uma “nota de reparação”.
“Manifesto meu pesar e peço perdão a todos que se sentiram ofendidos pela maneira como conduzi a celebração da missa das 14h”, diz o padre João Batista na nota.
O texto acrescenta, corretamente, que igreja não é lugar de tomar “posição político-partidária, que é contrária ao Evangelho”.
Fonte: O Antagonista

terça-feira, 22 de maio de 2018

Como baratear o custo da produção de aves




Mudança na alimentação pode baratear custo da produção de aves

Para especialista, uma das alternativas é utilizar enzimas para a produção das rações, o que ajuda a reduzir o custo da nutrição animal, sem afetar a qualidade.

Desde que a União Europeia anunciou, em abril deste ano, o embargo de carnes e produtos derivados da avicultura, tem se colocado em cheque a sobrevivência de muitas empresas e produtores brasileiros. Para garantir a operacionalidade da produção de carne de frango, algumas medidas podem ser importantes na hora de enfrentar uma possível crise no setor.

De acordo com o coordenador de especialidades da Quimtia Brasil, Jefferson Bittencourt, empresa especializada na produção de insumos para ração animal, o primeiro passo é repensar o custo final da produção animal. Segundo ele, atualmente, cerca de 70% do investimento de todo processo de produção está correlacionado aos preços da alimentação.

“Os custos dos insumos estão diretamente relacionados com a rentabilidade da atividade. Por isso, hoje, a gestão destes gastos é fundamental, já que os preços de matérias primas como milho e soja vêm oscilando” comenta o especialista.

Ainda para Jefferson, uma alternativa é fazer o uso mais frequente de tecnologias já utilizadas, entre elas as enzimas, que quando adicionadas na ração, atuam na estrutura dos grãos, removendo os fatores antinutricionais, consequentemente, otimizando o aproveitamento de nutrientes.

“Existem produtos feitos a partir dessas enzimas, como a Linha Precizyon, que atuam como ferramentas da nutrição para redução de custos na produção de proteína animal, pois aumentam a digestibilidade dos grãos, permitindo um melhor aproveitamento do alimento com uma efetiva otimização na utilização do milho e soja na dieta animal”, afirma.

Cenário nacional

O Brasil é, hoje, um dos principais produtores de carne de aves do mundo. Em 2017 a produção chegou a mais de 13,5 milhões de toneladas. Por sua vez, o Paraná é um dos grandes responsáveis pela força da avicultura. No ano passado, a produção da carne de ave no estado ultrapassou 4 milhões de toneladas, o que representa 30% do total da produção da carne brasileira.


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ministro faz pressão para autorizar obra indígena sem aval de índios




Ministro faz pressão para autorizar obra indígena sem aval de índios

Segundo o Ministério Público Federal e indigenistas, fazer a obra sem uma negociação prévia com os índios afrontaria uma decisão judicial e uma convenção da Organização Internacional do Trabalho

Em um movimento inédito, o Ministério de Minas e Energia, comandado por Moreira Franco (MDB-RJ), pediu ao Ministério da Defesa que se manifeste sobre a possibilidade de autorizar que uma obra atravesse uma terra indígena sem o consentimento dos índios. A consulta do MME foi confirmada pela Defesa.

Segundo o Ministério Público Federal e indigenistas, fazer a obra sem uma negociação prévia com os índios afrontaria uma decisão judicial e uma convenção da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da qual o Brasil é signatário.

A obra em discussão é uma linha de transmissão de energia elétrica de alta tensão avaliada em R$"2 bilhões, que ligaria Manaus (AM) a Boa Vista (RR), atravessando cerca de 125 km da terra indígena Waimiri-Atroari.

Os índios, que somam cerca de 1,9 mil, foram dos mais impactados durante a ditadura militar (1964-1985) por terem resistido à construção, feita pelo Exército, da rodovia BR-174, do final dos anos 60 à segunda metade dos anos 70. Centenas de índios morreram com a obra, segundo a Comissão Nacional da Verdade.

Os índios já se mostraram contrários ao projeto do linhão, sugerindo que a Eletronorte, responsável pela obra, faça um desvio para evitar destruição do meio ambiente e impactos sobre a etnia. Há ainda, segundo indigenistas, um grupo pouco conhecido de índios isolados no interior da terra indígena que poderá ser afetado por doenças trazidas pelos operários da obra.

Do outro lado, a bancada de deputados e senadores de Roraima, incluindo o homem forte do presidente Michel Temer no Senado, Romero Jucá (MDB), e o governo do estado pressionam a União a executar a obra, sob argumento de problemas no fornecimento de energia elétrica.

O impasse colaborou para a queda, em 2017, do então presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Toninho Costa, que saiu do cargo afirmando que não havia cedido às pressões para acelerar o empreendimento e fazê-lo à revelia dos índios.

No último dia 7, o Ministério de Minas e Energia passou a integrar o grupo de pressão ao mandar um "aviso ministerial" ao ministro da Defesa, o general Joaquim Luna e Silva, para que o órgão se manifeste sobre a possibilidade de enquadrar a linha de transmissão "como empreendimento de relevante interesse da Política de Defesa Nacional".

Se assim definida, a obra poderia ser beneficiada por uma das "condicionantes", a de número cinco, que fazem parte de uma decisão tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2009 sobre outra terra indígena, a Raposa/Serra do Sol.
A "condicionante" diz que "o usufruto dos índios [sobre as terras] não se sobrepõe ao interesse da política de defesa nacional" e obras assim consideradas seriam feitas "independentemente de consulta a comunidades indígenas envolvidas e à Funai".

O procurador da República Julio Araújo, coordenador do grupo de trabalho povos indígenas e regime militar, da 6ª Câmara da PGR (Procuradoria Geral da República), coautor de ação civil pública que pede uma indenização de R$ 20 milhões aos waimiris-atroaris pelos danos causados pela ditadura, disse que considerar uma obra de energia elétrica como assunto de defesa nacional "é um alargamento do conceito, um salto".

"Se levada essa ideia para outros casos, em todo empreendimento que a presença indígena for chamada de 'obstáculo' será usado esse conceito. É uma forçação de barra", disse o procurador. Além disso, o MPF refuta a possibilidade de que as "condicionantes" do caso Raposa/Serra do Sol sejam estendidas a outras terras indígenas.

"O ministro do STF Luís Barroso já deixou muito claro que 'defesa nacional' não pode ser rótulo para qualquer situação. Ele já disse que as 'condicionantes' se aplicam àquele caso de Raposa-Serra do Sol, não são vinculantes para outros casos", disse Araújo.

O Ministério de Minas e Energia, procurado ao longo de dois dias, afirmou na sexta-feira (18) à noite que "o ministro [Moreira Franco] não solicitou parecer algum ao Ministério da Defesa". Informada de que a resposta oficial fornecida pela Defesa à reportagem contradiz a informação, a assessoria do MME não se manifestou.

Em e-mail à Folha, a Defesa informou: "O Ministério das Minas e Energia encaminhou consulta ao Ministério da Defesa acerca da possibilidade de enquadramento da linha de transmissão Manaus""Boa Vista como empreendimento de relevante interesse da Política de Defesa Nacional, ensejando seu enquadramento na condicionante 'V' do acórdão proferido pelo STF".

A Defesa informou ainda que a demanda "está tramitando pela área técnica da pasta e ainda não foi submetida à apreciação do ministro da Defesa". Procurado em seu telefone celular, Moreira Franco não foi localizado para comentar.

Em outra frente de pressão sobre os waimiris-atroaris, uma comissão mista do Congresso aprovou na última quarta-feira (16) uma medida provisória, relatada por um deputado de Roraima, Jhonatan de Jesus (PRB), que trata de atenção a refugiados da Venezuela. No artigo 10, contudo, foi colocado um "jabuti", ou seja, um tema diverso do objeto da MP, que afeta interesses dos waimiris-atroaris.

Entre outros pontos, o artigo diz que a Funai terá um mês para autorizar a entrada de técnicos nas terras para fazer estudos ambientais sobre esses projetos. Caso contrário, o empreendedor poderá concluir levantamentos sem os dados de campo.

Para a organização não governamental ISA (Instituto Socioambiental), a proposta "tem alvo certo: viabilizar a linha de transmissão que atravessaria a terra indígena, bandeira eleitoral de vários políticos de Roraima".

"Contrabandos legislativos, banidos pelo STF desde 2015, continuam sendo usados por parlamentares para surrupiar a legislação socioambiental", diz Maurício Guetta, advogado do ISA.

"É inaceitável que, numa medida provisória sobre refugiados, se pretenda impor alterações no licenciamento ambiental, mais importante instrumento da política nacional do meio ambiente, e na convenção internacional que regula o direito de consulta dos povos indígenas."Impasse em terra indígena. Qual é a obra? Linha de transmissão de energia elétrica de alta tensão, avaliada em R$ 2 bilhões que ligaria Manaus (AM) a Boa Vista (RR)

Qual é o problema?

A linha atravessaria cerca de 125 km de terra indígena. Na região, vivem cerca de 1,9 mil índios Waimiri-Atroari, que foram dos mais impactados durante a ditadura militar.

Pressão no Congresso

Deputados e senadores de Roraima e o governo do estado pressionam União, sob argumento de problemas no fornecimento de energia
Com informações da Folhapress.




O camisa 10 dos perfeitos idiotas latino-americanos





O camisa 10 dos perfeitos idiotas 

latino-americanos


Não contente em dar seu apoio ao ditador Nicolás Maduro –participou inclusive de comícios com ele antes da mais recente fraude na Venezuela–, Diego Maradona mandou hoje uma mensagem a Lula.
“Quero enviar também o meu apoio a Lula da Silva. Enquanto todos nós temos as nossas coisas, está provado que Lula não fez nada de errado”, declarou o ex-craque nas redes sociais.
Na política, Maradona é uma imagem em negativo do que foi nos campos de futebol. É, com méritos, o camisa 10 da seleção dos perfeitos idiotas latino-americanos.
Fonte: O  Antagonista

Vaquinhas sem leite




Vaquinhas sem leite

Péricles Capanema

Estão proibidas as doações de empresas (pessoas jurídicas) para a campanha eleitoral. Foi medida amplamente trombeteada como moralizadora. A partir de 15 de maio, o eleitor (pessoa física) pode aquinhoar legalmente seu candidato. Existem limitações e entre elas o doador só pode contribuir com até 10% do rendimento bruto declarado no IR, CPF obrigatório, ajuda acima de R$1.064,10 apenas por TED.

Em inglês, este sistema é chamado de crowdfunding (financiamento na multidão, em tradução livre). Em português é a conhecida vaquinha. A respeito, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, declarou: “A possibilidade de impulsionar o seu candidato, através do voto e do financiamento, gera no eleitor a sensação de disputa e de que está integrado ativamente no processo eleitoral”. Na mesma direção opinou a jornalista Eliane Catanhêde: “A ‘vaquinha virtual’ é uma forma de mobilizar a sociedade e de engajar o eleitor no projeto de seu candidato”. Vai mobilizar a sociedade! Vai promover integração ativa dos cidadãos no processo eleitoral! Santo Deus! Que medida! Um colosso! Vamos baixar a bola e espreitar ao nosso redor.

Luiz Fux é de momento a mais alta autoridade eleitoral do Brasil, jurista respeitado. Aqui vai apenas como exemplo de fenômeno generalizado no mundo oficial brasileiro – a realidade óbvia debaixo dos olhos, fácil de observar, não impressiona. Sua animada declaração padece do que é generalizado entre políticos e até na alta magistratura: na melhor das hipóteses, a preguiça de observar a realidade. Em alguns a cautela em disfarçá-la. Não à toa Talleyrand, político consumado, escreveu certa vez, a palavra nos foi dada para disfarçar a realidade.

Vamos à análise – em inglês é corrente a expressão ser agredido pela realidade; sejamos então agredidos por ela. Leitor, você sabe de algum pobre coitado ou ouviu falar de alguém que está com sensação de disputa ou de integração ativa no processo eleitoral por ter pensado transferir uns caraminguás a determinado candidato? Uma mãe Dinah lhe sussurrou que a faculdade de pingar moedas nos pires dos candidatos mobilizará a sociedade? E ainda desencadeará engajamentos? Paro por aqui, nada disso vai acontecer; e qualquer zé-mané da rua capta isso sem muito esforço. Até me veio ao espírito o trecho do Evangelho: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas dos sábios e cultos, e as revelaste aos pequeninos”.

Contudo, para desgraça do Brasil, opiniões assim de meios formadores de opinião, bobagens (perdoem-me), altissonâncias vazias, verdadeiras cavalgadas no vácuo, são generalizadas. Em todos os âmbitos. No caso tal blábláblá justifica o que se poderia chamar de mitologia democrática (ou as pajelanças da participação popular). Descoladas da realidade, turvam a percepção do que realmente acontece em torno de nós. E de momento temos no entorno, vago desejo do novo imerso no torpor e desesperança.

Nada mais desejável e necessário que a autêntica participação popular, intensa e proporcionada. Para tal, o passo inicial é ver a situação com objetividade e exprimi-la corretamente. Sem ele, impossíveis os outros no rumo certo. A visão do real falseada no nascedouro por preguiças, clichês e ideologias politicamente corretas necessariamente acarretará análises truncadas.

Na prática, repito, e não estou descobrindo a América, será fiasco retumbante a doação das pessoas físicas para a campanha de 2018, mixarias as moedas atiradas nas burras dos candidatos em comparação com o custo real das campanhas. O financiamento sério será buscado alhures. E a vaquinha ainda vai dar lugar a ilegalidades.

A proibição da doação empresarial ensejou formas de burlar a lei, ocorridas nas eleições de 2016, aliás destacadas há pouco pelo ministro Gilmar Mendes, o anterior presidente do TSE, de momento figura controvertida, mas no caso com observações oportunas: “Estamos na pré-campanha, quem está financiando essa gente? [...] Quem está financiando? [...] Vou dar os números: 730 mil doadores [...] na doação para eleições de 2016, eleição municipal, modesta. 350 mil sem capacidade financeira, ou seja, o maior laranjal do mundo. Produzimos isso e assumamos a nossa responsabilidade. E esperem as eleições de 2018”.

Assumamos as nossas responsabilidades, reclama ele dos colegas. O utopismo do STF produziu uma legislação descolada da realidade, de fato demolidora, afirma o ministro. É mais uma manifestação de desprezo à realidade.

E logo pergunta: quem está financiando agora as eleições? “Off the record”, dizem os operadores das pré-campanhas, os políticos de todos os partidos já estão recheando o caixa 2, na perspectiva dos gastos que virão. Sem essa grana, confessam, não dá para fazer campanha. É muito mais dinheiro que os números esquálidos que vão aparecer de doações de pessoas físicas. Parte das quais será usada por outros que não querem aparecer.

O grande temor do pessoal que presta é dinheiro de fontes criminosas financiando candidatos nas eleições daqui a pouco (se já não está vindo). O mesmo Gilmar Mendes, quando presidente do TSE, advertiu: “Nós acabamos com o sistema de financiamento (empresarial) descolado do sistema eleitoral. [...] Certamente, teremos um número elevado de candidatos, porque as coligações estão mantidas, e aí entra a questão do financiamento. Eu temo muito pelo financiamento das eleições por organizações as mais diversas, inclusive as criminosas. [...] A liberdade do voto está fortemente ameaçada. [...] Esse fundo é insuficiente para financiar as eleições, e continuamos dependendo das doações privadas. [...] É o que eu chamo de caça ao CPF, e isso pode alimentar o laranjal. É aí que entra o crime organizado. Não podemos ser ingênuos. A situação praticamente de domínio de certos territórios, como ocorre no Rio de Janeiro, não permite um voto livre. [...] Temos que monitorar esse quadro, porque esse é o pior dos mundos. [...] É óbvio que a liberdade do eleitor está comprometida”.

Há saída? No longo prazo, com eleitorado mais informado e reflexivo. No curto, só enorme sobressalto na opinião pública poderia garantir contra desastres nas urnas, já agora próximos; grosso modo estamos a quatro meses das eleições, 7 de outubro.

Não haverá sobressalto, tudo o indica, e permanecerá a desorientação generalizada. Alguns dados. A última pesquisa CNT/MDA indica no voto espontâneo (sem apresentar candidato) para presidente, 60% cravou branco/nulo, indeciso. Com candidato, voto estimulado, 45,7% na mesma faixa. Imaginem hoje o número de brancos, nulos e indecisos para as eleições de governadores, senadores, deputados federais e estaduais, senadores, das quais pouco se fala. Sei bem, à medida que se aproximar 7 de outubro, tais porcentagens cairão.

A indefinição do quadro contém outro componente, as altas rejeições: Ciro Gomes (46,4%), Fernando Haddad (46,1%), Alckmin (55,9%), Meirelles (48,8%), Bolsonaro (52,8%), Lula (46,8%), Marina (56,5%), Temer (87,8%), Rodrigo (55,6%). Em resumo, de um lado, desorientação, torpor e desinteresse do eleitorado; de outro, rejeição da política, irritação generalizada com políticos. As portas estão abertas para a demagogia.

Por que destaco o fato? Para evitar as más surpresas. Ainda há tempo para medidas de contenção, cada um no seu âmbito. Por exemplo, conversar com amigos e escolher candidatos com histórico de honestidade, mas que também tenham posições favoráveis aos bons costumes, queiram segurança para o cidadão, punição para o crime e a subversão, favoreçam leis que estimulem o aumento da produtividade. Sem isso, vamos ter daqui a quatro meses, ministrado pelo eleitor desorientado, mais (doses) do mesmo e antigo remédio (já tóxico). Que Deus nos ajude!