terça-feira, 28 de outubro de 2014

Frei Beto... um verme tenta insultar o sol


Um verme insulta o Sol



Hélio Dias Viana
Talvez irado com o andamento do recente Sínodo dos Bispos sobre a Família, do qual esperava que a Igreja abolisse o pecado — pretensão vã e mirabolante, pois disso nem o Papa é capaz —, um verme lançou contra o Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis, inclusive dos próprios vermes que se movem sob o solo, a pior das blasfêmias. Ele o fez em sua coluna no jornal “O Globo” (22-10-2014), perguntando se Deus é homossexual, e assinou: Frei Beto.
Perfeitíssimo, onisciente e todo-poderoso, enquanto suas criaturas viverem, Deus Se debruça sobre elas, na esperança de poder salvá-las. O pressuposto é que renunciem à sua impiedade, entre outras coisas não mais levantando a menor interrogação blasfema entre o Criador de perfeições infinitas e a conduta pecaminosa dos habitantes de Sodoma e Gomorra, punidos exemplarmente pela justiça divina com fogo descido do Céu.
Tal ofensa, pública e gravíssima, obriga outra criatura — que se reconhece um “vermezinho e miserável pecador”, como diz o grande São Luiz Grignion de Montfort em sua consagração a Nossa Senhora — a elevar a Deus um ato de reparação, o qual se torna ainda mais necessário porque o agravo foi feito por alguém que ainda ousa dizer-se católico, apesar de professar doutrinas e propugnar práticas diametralmente opostas à da Santa Igreja. Pior, que o faz utilizando um título religioso com o qual não se identifica.
A pergunta que fica é a de até quando pessoas como ele continuarão a falar e agir impunemente como se católicas fossem, confundindo assim o rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo, tão carente de zelosos Pastores para os quais entre a verdade e o erro, o bem e o mal, a luz e as trevas não pode existir terreno comum.
Hélio Dias Viana é escritor e colaborador da ABIM


Olho! Veja o que nos aguarda


Babá de ministro chavista com agenda

 que prega ‘derrota permanente do inimigo’


FAUSTO MACEDO


Jeanette Anza foi presa em flagrante na madrugada de sexta feira, 24, em Cumbica, com revólver 38 na maleta do ministro Elias Jauá.

Fausto Macedo

A Polícia Federal apreendeu com Jeanette Del Carmen Anza – babá do filho do ministro chavista Elias Jauá Milano (Relações Exteriores da Venezuela) uma extensa agenda política que fala da “derrota permanente do inimigo” e cartilhas intituladas “Ley Organica das Comunas” e “Ley Organica del Poder Popular”. Um folheto encontrado com Jeanette Anza ensina como “marcar e neutralizar o inimigo” e “como enfrentar crises e conflitos reais”.

Na maleta preta que Jeanette Anza carregava havia um revólver calibre 38, Smith & wesson, com cinco munições. Ela disse que a maleta e a arma pertencem a Jauá.

Jeanette Anza afirmou à PF que o ministro, que já estava em São Paulo, pediu a ela que trouxesse a maleta. Segundo ela, Jauá orientou-a a tirar o revólver da maleta. A babá declarou à PF que “não encontrou a arma”.

Jeanette Anza chegou em São Paulo acompanhada da sogra de Jauá. A mulher do ministro está internada no Hospital Sírio Libanês.

Na maleta, além do revólver, a PF apreendeu documentos de orientação política como um caderno intitulado “Plano de Agenda política do governo revolucionário, o que fazer, quando, onde e como”.

Em outro panfleto, exaltação ao “pensamento Bolívar-Chavez, modelo histórico”, e um capítulo denominado “tarefa pontual: base de missões, novo modelo”.

Em outro documento, dois capítulos dedicados ao “socialismo e capitalismo, a batalha dos modelos” e “objetivos históricos do plano da Pátria”.

Um documento prega “cinco revoluções: econômica, conhecimento, missões socialistas, soberania política e socialismo territorial”.

Com a babá havia também um caderno com citação ao chefe do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (1982/1987), Deng Xiaoping – morto em 1997. “Revolução e política de quadros, Deng Xiaoping.”

Um outro caderno trata das eleições legislativas de 2015 na Venezuela, “documento estratégico, estratégia ganhadora”.

Confira o interrogatório de Jeanette Anza:

Ilustrações anexas:
CARTILHA MIN 1 CARTILHA MIN 2 CARTIL HA MIN 3 CARTILHA MIN 4 CARTILHA MIN 5 CARTILHA MIN 6 CARTILHA MIN 7











segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pontífice e "excluídos"...




Pontífice debaterá soluções com os 'excluídos' de suas terras


(ANSA) - O papa Francisco participará do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que ocorre na próxima semana em Roma, para debater sobre os "excluídos" de suas terras espalhados pelo mundo.

No encontro, que ocorre entre os dias 27 e 29 de outubro, estará presente o boliviano Evo Morales. Porém, ele não estará na convenção como chefe de Estado, mas sim como um dos líderes desses movimentos populares.

Segundo o responsável pela Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular, monsenhor Juan Grabois, a ideia do evento é confrontar a ideia de globalização e "encontrar soluções alternativas para a economia do descarte e da exclusão".


Em entrevista coletiva, os jornalistas questionaram a abertura de diálogo com os movimentos que têm inspiração em Karl Marx, fundador do comunismo moderno.

"Foi o Papa quem disse que os marxistas roubaram as ideias porque elas estão no Evangelho. E ele sempre falou que não é trotskista, mas que tem amigos trotskistas que são muito bons", declarou o monsenhor Marcelo Sanchez Sorondo, chanceler da Academia Pontifícia das Ciências Sociais.


Vamos mal! Vamos mal!!



Vaticano e os ditos "Movimentos Populares"


Aysen (Agência Fides) – Encorajados pelo Papa Francisco a “construir uma Igreja pobre e para os pobres”, mais de 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos engajados com as realidades e os movimentos sociais em seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, ...

... além de alguns membros da Cúria romana, participarão do Encontro Mundial dos Movimentos Populares, que se realiza em Roma de 27 a 29 de outubro, organizado e promovido pelo Pontifício Conselho da “Justiça e da Paz”, em colaboração com a Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

Do Chile participam o Vigário Apostólico de Aysén, Dom Luis Infanti Della Mora, e Francisca Rodriguez de Santiago, diretora da “Anamuri” (Associação nacional das mulheres rurais e indígenas). 

Dom Infanti sempre foi mediador de grupos sociais, sobretudo na defesa do direito à água. De fato, para ele, a propriedade da água é também uma questão de soberania, como repetiu várias vezes, citando o caso de Aysén (Veja Fides 3/10/2014).

Francisca Rodriguez de Santiago é conhecida pela defesa dos direitos dos camponeses. Por anos, treinou milhares de pessoas por meio da “Vía Campesina”, o movimento camponês internacional, que afirma o direito do povo de definir o próprio sistema alimentar.

Entre as finalidades do encontro, estão: compartilhar o pensamento social de Francisco;
 
discutir as causas da crescente desigualdade e da exclusão social em todo o mundo; 

refletir sobre as experiências de organização de movimentos populares para resolver os problemas do território; 

avaliar o papel dos movimentos no processo de construção da paz e do respeito pelo meio ambiente

ilustrar a relação dos movimentos populares com a Igreja, e como pensar numa colaboração permanente. 


(CE) (Agência Fides, 25/10/2014)

sábado, 25 de outubro de 2014

Eleições e provérbios


Provérbios do passado com aplicação no presente 



Agencia Boa Imprensa

“A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações”
(Churchill)

“Nunca se mente tanto quanto antes de uma eleição, durante uma guerra e depois de uma pescaria…”
(Otto von Bismarck)

“Não interessa quem vota, mas quem conta os votos…”
(Stalin)

“A impunidade é segura quando a cumplicidade é geral”
(Marquês de Maricá)

Corruptissima republica plurimae leges”
(Quanto mais corrupto o Estado, maior o número de leis)
(Tácito)

“Pode-se enganar a todos durante algum tempo; pode-se enganar alguns durante todo o tempo; mas não se pode enganar a todos durante o tempo todo”
(Abraham Lincoln)

“O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As Dívidas Públicas devem ser reduzidas. A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, em vez de viver por conta do erário”
(Cícero)

“A popularidade, esta grande mentirosa”
(Victor Hugo)


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

E o Brasil vai se transformando...


 Da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso 

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconheceu uma área de 2,9 mil hectares no Paraná como território remanesceste de comunidades quilombolas. A portaria foi publicada na edição de hoje (23) do Diário Oficial da União. Um hectare corresponde aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial.

Localizada a cerca de 350 quilômetros de Curitiba, a área fica na Reserva do Iguaçu e abriga a comunidade quilombola Invernada Paiol de Telha. Segundo representantes do Incra, com a portaria as 400 famílias que vivem no território terão direito ao uso e, posteriormente, à posse das terras.

Desde 2011, conforme o instituto, 31 territórios já foram reconhecidos como comunidades quilombolas. O processo começa como o autoconhecimento das comunidades, que pedem à Fundação Cultural Palmares para que sejam certificadas como remanescestes de quilombos. Com a certificação, o Incra abre processo, que pode culminar com posse definitiva do território. 

Este BLOG salienta que as  terras quilombolas são coletivas, pró-indivisas, inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis, passando a fazer parte da sempre crescente TERRABRÁS...


Questão indígena: Desserviços e contradições da CNBB




Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) acaba de divulgar nota manifestando preocupação com as decisões da 2ª Turma do STF de anular os efeitos de portarias do Ministério da Justiça que reconheciam territórios ocupados por índios no Maranhão e em Mato Grosso do Sul.

O secretário-geral da CNBB disse que as decisões sinalizam retrocesso também às terras indígenas já demarcadas. "Vamos procurar a Suprema Corte para dialogar, porque a situação indígena merece nosso cuidado".
As portarias declaratórias anuladas reconheciam a Terra Indígena Guyraroká, do Povo Guarani-Kaiowá, em Mato Grosso do Sul (3.219/2009), e a Terra Indígena Porquinhos, no Maranhão (3.508/2009). 
No caso dos guaranis-kaiowás, a decisão do Supremo foi tomada com base no chamado marco temporal, ou seja, a anulação do processo de demarcação deu-se porque eles não estavam no território na época da promulgação da Constituição de 1988.
"Infelizmente, interesses econômicos têm impedido a demarcação das terras indígenas, o que seria a concretização do direito constitucional. (…) Questionar as demarcações das terras indígenas no Poder Judiciário tem sido uma estratégia utilizada com vistas a retardar ou paralisar as ações que visam à garantia de acesso dos povos originários aos seus territórios tradicionais.
 (…) Concluir o processo de demarcação das terras indígenas é saldar uma dívida histórica com os primeiros habitantes de nosso país e decretar a paz onde há graves conflitos que vitimam inúmeras pessoas", diz a nota da CNBB.
Na última semana, cerca de 40 índios da etnia Guarani-Kaiowá acamparam ao lado do prédio do Supremo para mostrar a situação de precariedade em que eles vivem atualmente em Mato Grosso do Sul, ocupando acampamentos improvisados. 
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) entrou com recurso para tentar reverter a decisão da Corte e aguarda a análise do relator, ministro Gilmar Mendes.

Por Andreia Verdélio, da Agência Brasil.

Publicado no Portal EcoDebate, 24/10/2014


Guerra



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Ênio Mainardi

É que nem um pedaço de pau, do qual vão-se tirando lascas, com a lâmina de uma faca. Ou com um caco de silex. Aos poucos vai-se formando uma ponta naquele inocente toco de madeira até que ele vira finalmente uma lança.

Sempre foi assim, desde milhões de anos, com o homem se armando para caçar um bicho ou acabar com o inimigo. E com a lança já pontuda pode-se ter a esperança de imaginar que naquele dia, ou no próximo, vai ter carne para comer, com um pouco de sorte. Ou ver o inimigo estrebuchar no chão.

Estou-me sentindo assim, nestes dias que nos separam do ritual do voto. E enquanto me preparo para abater um animal ou liquidar o rival, vou ficando cada hora mais disposto à batalha, como um soldado prestes a entrar na linha de fogo. Percebo que vou-me radicalizando, não mais consigo ver o meu contrário como alguém, uma pessoa que apenas pensa diferente de mim. O outro é agora mais do nunca um inimigo a ser vencido.

Acho que todas as guerras, todas elas, desumanizam o homem. No fuzil, na baioneta ou golpeando selvagemente, quer-se arrebentar a cabeça do inimigo. Nunca  – repito –  nunca me senti assim, na batalha política, tão disposto à luta como agora.

A quadrilha do PT conseguiu me levar a essa exasperação que faz de mim uma ovelha transformada em leão. Não mais balidos, só rugidos, dentes arreganhados e raiva. Não mais posso me imaginar vivendo sob um regime tão ávido, tão corrompido, cínico, tão primário.

Quanta vilania! Os do PT precisam cair. E vão cair.

Vitória é um estado de espírito, de vontade. Então só mais alguns dias afinando a ponta na lança, preparando a arma. Do voto.

Quem fugir desta batalha, votar branco, anular o voto, quem desertar, não merece nunca mais ser chamado de brasileiro.



Ênio Mainardi é Jornalista.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Estridência do MST e silêncio do bumbo



Jaci   
Agencia Boa Imprensa

Jacinto Flecha

Agência Boa Imprensa
Não é nenhuma novidade comparar o cenário político a um teatro, em que cada espécime da troupe representa um papel para o qual foi designado e atua de acordo com o script

Alguns que não gostam de palhaços, animais amestrados e malabaristas identificam esse espetáculo com um circo. 

Outros preferem a imagem de uma orquestra, com o maestro dando as ordens, o spala sinalizando o tom, os instrumentistas no sobe-desce das suas intervenções, o coro traduzindo sons em palavras.

A sala de concertos prevê todas as condições para evitar protestos e manifestações durante a apresentação, e o respeitável público se limita a caras contrafeitas, grunhidos e movimentos inquietos nas poltronas, quando nota que o espetáculo não convence. Deixa para manifestar no final seu agrado ou desagrado, num plebiscito escrutinado por quota maior ou menor de aplausos.
Mas acho que a atividade política deste nosso Pindorama parece identificar-se mais com uma furiosa. O leitor certamente sabe o que na linguagem informal se conhece como furiosa: aquela simpática bandinha de música, infelizmente em processo de extinção, que já foi a alegria de quase todas as cidades pequenas e grandes. 
A retreta por ocasião de festas e solenidades era obrigatória. Entre os instrumentistas havia sempre um vizinho, parente ou conhecido, e o espectador procurava observar como ele se saía, para depois tirar uma “casquinha” ou manifestar sua admiração. O som volumoso da furiosa repercutia ao longe, mexia com todos, ninguém lhe era indiferente.
Dosadas e distribuídas ao longo das músicas, as intervenções dos diversos instrumentos iam produzindo em conjunto os seus efeitos sonoros e psicológicos. Tristes ou alegres, estridentes ou discretos, agudos ou graves, cada um se manifestando mais intensamente ou menos, ou então se calando, conforme a impressão que a música devia provocar. 
O som cristalino do clarim, cantando vitória ou convocando para atos heroicos; o vozeirão profundo e conservador do contrabaixo, opondo-se a aventuras radicais; a vibração difusa do tarol, invasiva e persistente como um boato; flautas e flautins para imprimir alegria juvenil; a voz peremptória e autoritária dos pratos, tentando impor disciplina com base no “pare com isso!”. 
Trompa, oboé, bombardino, saxofone, cada um contribuindo para a charanga com sua mensagem própria. E também a pancada monótona e compassada do bumbo, impondo seu ritmo indiscutível. Tudo ordenado para o gran finale, quando cantam vitória em uníssono.
O diretor do espetáculo escolhe o que é mais adequado às circunstâncias. Ora lança cantilenas de paz e amor, para disfarçar alguma carranca rubicunda; entoa um hino patriótico, quando em litígio com jornalistas ou rebeldes de várias categorias; ataca de Capitão Caçulo, se quer provocar entusiasmo; descola um passo doble – olé! – quando em vantagem numa disputa; solta o Cisne Branco, se precisa pacificar a galera; apela a Saudades de Matão, se o público não gosta do que seus cupinchas estão fazendo; o Peixe Vivo pode servir, quando as críticas vêm dos próprios camaradas.
Em busca de aplausos do respeitável público, o coreógrafo pode entoar uma discutível melhora dos índices econômicos. Mas a grande maioria não entende de PIB, balança comercial, cotação do dólar, taxa de crescimento, e quer apenas ouvir harmonias bem mais simples: cadê o meu emprego? Onde eu vou vacinar os meus filhos? E a escola que me prometeram? Quem me protege contra ladrões e assassinos?
A coreografia dos meses recentes fugiu dessas preocupações mesquinhas, pois não tinha resultados para mostrar. E como estão sendo os aplausos? Decepcionantes, ao contrário do que faz crer o malabarismo interpretativo do coreógrafo. Jornalistas que não se limitam a copiar o script do coreógrafo classificam a descida da serra, na economia nacional, como indisfarçável e retumbante catástrofe.
Interessados em arrancar estrondosos aplausos na próxima exibição, os organizadores do espetáculo devem estar contabilizando as estatísticas, lambendo as feridas e procurando ensaiar melhor. Tarefa difícil, talvez impossível. 
Como conseguir harmonia onde todos desafinam e chamam os outros de desafinados? Onde instrumentistas querem executar partituras diferentes? E a partitura, se é que ela existe, será aquela que o respeitável público deseja? Não haverá alguns instrumentos atrapalhando o conjunto? Ou serão todos os instrumentos?
Examinemos o caso do bumbo. Ah, esse pesado marcador de ritmo deveria estar em todo o repertório, porque… bem, porque tem de marcar o ritmo, que inclui Reforma Agrária, ambientalismo radical, justiça social, invasões, igualdade, sustentabilidade – toda a cantilena comunista. Sem falar em greves turbulentas, índios pintados e vestidos a caráter, quilombolas que nem sabem o que é isso. 
Vozes altissonantes foram silenciadas, obedientes a um comando, pois tudo indica que o efeito delas é indesejável. No fundo, essa cantilena não agrada ao distinto público. As pessoas ouvem, não gostam e se calam. Mas aguardam o momento adequado para manifestar seu desacordo: a hora das eleições.
O diretor do espetáculo sabe disso, e resolve o problema de modo muito simples: silencia o bumbo na hora das eleições. Por exemplo, o leitor tem ouvido a música – desculpe: a estridência – do MST nos meses que precedem as eleições? Sumiu, evaporou-se, deu uma de morto. 
Por quê? Porque o som estridente e ameaçador das suas foices, facões e bandeiras vermelhas seria prejudicial em momento mais adequado a uma lânguida valsinha. Se o Brasil profundo gostasse do bumbo e da estridência, o coreógrafo não precisaria escondê-lo, o maestro não teria de apelar para a valsinha.
Apesar de toda a cautela em esconder o bumbo, apesar de bem ensaiada a valsinha, o resultado das eleições será decepcionante para o diretor do espetáculo. Aprenderá ele a lição? Não creio. 
Daqui a pouco, toda a pancadaria do bumbo recomeçará, contrariando as advertências do contrabaixo. Deixará no respeitável público a sua lembrança, que de novo pesará negativamente nas eleições seguintes. E poderá conduzir a um decepcionante gran finale, ao qual se seguirão palmas ainda mais minguadas, que de fato significam derrota.
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(Para receber novas crônicas, inscreva-se no blog: www.jacintoflecha.blog.br)
 Esta coluna semanal pode ser reproduzida e divulgada livremente

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Funed desmente Dilma. Vacina para cavalo é gasto com saúde, sim.



20/10/2014
 às 17:01 \ CulturaEleições

 Veja por quê

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O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais já havia desmentido as acusações feitas pela presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) no debate do SBT sobre os gastos de Saúde da gestão de Aécio Neves (PSDB). Diferentemente do que ela dizia, todas as contas foram aprovadas pelo TCE por unanimidade. 

Mas o marqueteiro de Dilma, João Santana, quis insistir na mentira, de modo que a presidente leu no debate da Record a seguinte frase do ex-conselheiro do TCE Sylo Costa, celebrada nos blogs sujos do PT com entusiasmo equino:
“É duro engolir que vacina para cavalo seja contabilizada como gasto em saúde.”
A frase está na página 14 da ata da sessão de 30 de junho de 2005 para apreciação do Balanço Geral do Estado referente ao exercício de 2004. Sylo Costa foi o relator. O documento está aqui.
João Santana foi longe para buscar esse ataque contra Aécio. E obviamente não se importou com os fatos e o contexto, porque investir na confusão é o seu trabalho.
Mas a verdade é a seguinte:
O governo de Minas mantém uma fazenda experimental, onde são criados 129 equinos. Neles, é inoculado veneno de animais peçonhentos para a produção de soro para seres humanos, o que é feito pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), a fábrica de remédios do governo de Minas, em parceria com o Ministério da Saúde.
Que sem as vacinas para cavalos a produção do soro fica comprometida, não resta dúvida, como se vê abaixo pela nota de esclarecimento da Funed.
Obviamente, é compreensível que se discuta em uma sessão extraordinária do TCE mineiro se o gasto com as vacinas para cavalos pertencem à área da Saúde, ou deveriam pertencer a alguma outra. Quem levantou a questão, repito, foi um conselheiro, não um especialista da área médica. 
Para ele, que dirá para os telespectadores do debate da Record, soou estranha a inclusão de vacina de animais naquela pasta. Desonestidade intelectual é tirar a frase do contexto de uma discussão local sem maiores consequências para atirá-la contra um adversário para fins eleitoreiros.
A colocação da presidente, especialmente perversa com os pacientes que precisam de soro em todo o Brasil, foi feita para dar a impressão de que Aécio fazia gastos supérfluos em seu governo, ou mesmo de que desviava o dinheiro público, como fazem os petistas na Petrobras, incluindo o sr. Vaccari, que Dilma nomeou e mantém no cargo em Itaipu Binacional mesmo após as denúncias de corrupção.
Já passou da hora de o Brasil se vacinar contra os embustes dessa gente.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DA FUNED:
Em relação à contestação da candidata do Partido dos Trabalhadores no debate realizado na Rede Record no último dia 19 de outubro, que questionou a inclusão de despesas com Vacina para Equinos como gasto em Saúde, conforme teria sido apontado por um Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, esclarecemos que:
A Fundação Ezequiel Dias é um dos 04 (quatro) produtores nacionais de soros antitóxicos. Atualmente, toda a produção de soros do país passa em algum momento pela FUNED, através de um processo de produção compartilhada entre os laboratórios oficiais, autorizado pela ANVISA; 
Para cumprir com esta importante missão, mantém uma Fazenda Experimental em Betim, onde são criados 129 equinos (número atual). O processo de produção dos soros inicia-se na extração do veneno dos animais peçonhentos e, posterior, inoculação nos cavalos para produção de anticorpos.
Posteriormente, parte do plasma destes animais é extraído e processado, de modo a gerar o produto final (soro).
Mensalmente são produzidos 1.200 litros de plasma, possibilitando uma produção anual exclusiva da FUNED de cerca de 150.000 doses/ano.
Em função da manutenção da qualidade dos produtos, a FUNED mantém um programa profilático e vacina todos os equinos da Fazenda São Judas Tadeu com a vacina tríplice.
Esta vacina protege contra Influenza Equina, Encefalomielite Equina e Tétano. A recomendação técnica preconiza a revacinação de todo o rebanho anualmente.
Sendo assim, a vacinação em questão É ESSENCIAL para a geração de um produto de saúde, sendo portanto compreendida como gasto em saúde.
A afirmação feita pela candidata é infeliz, pois demonstra ou um uso inadequado da informação para fins eleitorais ou um desconhecimento do Sistema Nacional de Saúde, em especial de um processo tão crítico para o país, para o qual a FUNED, um laboratório de Minas Gerais, tem sido o grande parceiro estratégico do Ministério.
Cabe ressaltar que é devido a atuação da FUNED na produção compartilhada que está sendo possível a manutenção dos estoques e a garantia do sucesso do Programa Nacional de Imunização e da saúde da população brasileira.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil

Mais reformas = Brasil com terras coletivas em quilombos, assentamentos e aldeamentos indígenas...



Voltaremos apenas à economia de subsistência?


O INCRA reconheceu oficialmente ontem (21) o primeiro território quilombola do Paraná. Trata-se da Invernada Paiol de Telha, em Reserva do Iguaçu, na região central do estado. 

Agora, mais de 300 famílias que tiveram que deixar as terras há cerca de 40 anos poderão voltar para o local.

"Nós vamos ter de volta a nossa cultura e a nossa religião. Cada um sabe o pedacinho de terra em que os pais, os avós e outros parentes viviam”, afirmou em entrevista ao portal G1 a integrante da comunidade, Ana Maria Santos da Cruz.

A portaria dá reconhecimento a uma área de 2.959 hectares que havia sido ocupada por produtores de grãos da Cooperativa Agrária Agroindustrial Entre Rios. 

O processo de retomada do território começou em 2005 e o próximo passo, segundo o advogado da comunidade, Fernando Prioste, será a publicação do decreto presidencial de desapropriação do território. 

Em seguida, vem a fase da desintrusão (expulsão dos intrusos) dos ocupantes não quilombolas e, por fim, ocorre a emissão do título de propriedade coletiva à comunidade.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Agronegócio em pauta



Influência do agronegócio esvazia debate ambiental entre Dilma e Aécio

Crescimento da bancada ruralista no Congresso afasta candidatos, segundo especialistas, de assumirem grandes compromissos sobre o tema. Discussões construtivas se perdem em meio a propostas tímidas.
De mãos atadas pela bancada ruralista em alguns temas, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) travam poucos debates sobre meio ambiente e evitam firmar grandes compromissos. Ainda que de forma tímida, temas como demarcação de terras indígenas e incentivo à conservação de florestas estão em seus planos de governo, mas têm poucas chances de avançar no Congresso.
Mesmo com a declaração de apoio de Marina Silva (PSB), que fez exigências para que Aécio absorvesse parte de suas bandeiras ambientalistas, o tema segue relativamente afastado da campanha, assim como outros tópicos considerados de importância menor para o dia a dia do eleitorado brasileiro.
Segundo o cientista político Pedro Fassoni Arruda, da PUC-SP, as propostas de Aécio e Dilma são tímidas exatamente para não afetar o agronegócio, que também tem importante peso no financiamento da campanha dos dois candidatos.
“Qualquer tentativa de contrariar os interesses do agronegócio acaba causando descontentamento em alguns setores do Congresso”, diz Arruda. “Como o presidente precisa construir uma base de sustentação parlamentar, confrontar os interesses do agronegócio significa justamente confrontar interesses políticos encastelados no Congresso.”
Nos últimos quatro anos, muitas vezes a presidente Dilma teve que conciliar sua agenda de meio ambiente com a do agronegócio, como na aprovação do Código Florestal. Para analistas, mesmo com os vetos da presidente, o código atendeu a interesses dos grandes latifundiários.
Maior resistência legislativa
Seja com Aécio ou Dilma na presidência, os projetos de cunho ambientalista devem ter mais dificuldade para serem aprovados a partir de 2015. De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), seu núcleo duro, formado hoje por cerca de 60 deputados federais, deve passar para mais de 70 – o que se equipará com o tamanho da bancada do PT na Câmara.
Marina condiciou apoio a Aécio à inclusão de algumas de suas pautas no programa tucano
Hoje, estima-se que o grupo tenha uma base de apoio de 191 deputados e 14 senadores. Segundo um levantamento preliminar da assessoria técnica da FPA, o número subirá para 270 integrantes, um crescimento em torno de 30%, a partir da próxima legislatura.
Para a próxima legislatura, a bancada tem ao menos dois objetivos principais: transferir ao Legislativo a decisão sobre a demarcação de terras indígenas e definir de “uma melhor forma” os conceitos do que é trabalho escravo.
Para Márcio Astrini, coordenador da campanha “Amazônia”, do Greenpeace, mesmo com a composição do Congresso, muitas pautas que dependem do Poder Executivo têm espaço para avançar, como a conclusão do Cadastramento Ambiental Rural. Já temas como energias renováveis e mobilidade urbana são não se chocam diretamente com os interesses da bancada ruralista no Congresso.
“A composição e a negociação com as bancadas do Congresso é muito importante”, afirma Astrini. “Mas a decisão e a linha adotada pelo Poder Executivo é oque prevalece quando o presidente age com determinação.”
Apoio de Marina
A ex-senadora Marina, com um histórico de luta ambiental, foi a candidata que mais levantou o tema no primeiro turno. Com a terceira colocação, a ambientalista trocou seu apoio no segundo turno pela inclusão de propostas no programa de Aécio.
Analistas dizem que propostas de Aécio e Dilma para o meio ambiente são vagas
O tucano concordou com a maioria, como a manutenção da prerrogativa do Executivo de demarcar terras indígenas, além de reiterar seu compromisso de programa com a questão ambiental, que é um dos temas-chave para Marina. Outro tema sugerido por ela foi a retomada da reforma agrária no país.
Mas, para especialistas, os programas de Aécio e Dilma são vagos. A petista cita que é importante reforçar a cooperação entre os governos federal, estaduais e municipais para criar um projeto nacional de desenvolvimento sustentável e inclusivo. Ela pretende estimular políticas que motivem o uso de energia limpa, reciclagem e veículos que emitem menos gases do efeito estufa.
Por sua vez, Aécio quer implementar uma política de sustentabilidade que afete todas as áreas do governo. O tucano quer anda criar mecanismos financeiros para os que atuam na preservação do meio ambiente, além de trabalhar para a aprovação imediata do marco regulatório da mineração, o que preocupa os ambientalistas.
Cláudio Szlafsztein, do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará (UFPA), diz que, enquanto o programa do PSDB é mais propositivo, o do PT é o que dá menos atenção à temática do meio ambiente. Mesmo assim, segundo ele, os dois candidatos não se aprofundam na questão.
“Lamentavelmente, todos os programas de governo detalham mais os diagnósticos dos problemas existentes do que as propostas em si”, afirma Szlafsztein. “Eles não apresentam as formas, recursos financeiros disponíveis e nem metas a serem alcançadas.”
Para Arruda, as propostas são vagas não só no tema meio ambiente, mas em muitos outros. Ele diz que isso é uma característica do processo eleitoral contemporâneo e ocorre não só no Brasil, mas em países como Estados Unidos e França.
“Eles utilizam cada vez mais modernas técnicas da publicidade comercial – como jingles e slogans – nas campanhas eleitorais e, assim, evitam debates que suscitam o pensamento crítico dos eleitores”, resume o especialista.