segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Touros americanos chegam ao Brasil



Touros americanos desembarcam no Brasil 

Reprodutores foram importados pela ABS Pecplan e devem começar a produzir sêmen no ano que vem

Chegaram ao Brasil, na última semana, quatro touros americanos importados pela ABS Pecplan

Os animais vieram em avião fretado pela empresa e desembarcaram no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), no sábado (22), e seguiram para uma fazenda próxima a Central em Uberaba (MG), por onde ficarão em quarentena cumprindo exigência sanitária.

Segundo Marcelo Selistre, gerente de Produto Corte Europeu da ABS, a importação dos touros para produção no Brasil envolveu grande investimento da empresa e foi uma estratégia de segurança. “Nosso país tem uma variação muito grande na questão político-econômica.  

Acompanhamos, recentemente, por exemplo, um aumento expressivo do dólar, o que influencia diretamente no valor do sêmen importado”, justifica, ressaltando que a demanda por esse material é enorme e crescente. 

Vale destacar que durante mais de dez anos ficou proibida a importação de touros vivos dos Estados Unidos. A barreira sanitária foi aberta há cerca de quatro meses, viabilizando o projeto da ABS. 

Entre os reprodutores importados, dois Angus já fazem parte da bateria comercializada no Brasil, mas até então a produção era feita nos Estados Unidos. São eles: Mercenary e SafeGuard, sendo destaques com excelentes avaliações genéticas e o último já com Selo Bronze IATF. 

Também chegaram ao país dois touros da raça Simangus (que é uma grande aposta da gerência da ABS para o mercado de cruzamento industrial), sendo um deles filho do famoso Monument. “É uma genética 100% preta, mocha, de alto desempenho em ganho de peso e rendimento de carcaça.  Simangus é a raça que mais cresce percentualmente nos Estados Unidos”, avalia Selistre.

O transporte dos touros (que pesam mais de uma tonelada cada) dos Estados Unidos para o Brasil foi feito em avião adaptado, sendo cada animal alocado em uma caixa diferente. O voo até o Brasil durou mais de 15 horas. 

Antes do embarque, os animais cumpriram quarentena obrigatória e passaram por vários testes de saúde, como Brucelose e tricomonose. Os exames foram repetidos por três vezes durante o isolamento.


O gerente de Produção da ABS Pecplan, Fernando Vilela, conta que durante 30 dias os animais permanecerão em isolamento obrigatório em fazenda próxima a Uberaba (MG). Depois, haverá a quarentena obrigatória na Central da empresa para que, então, os touros comecem a produzir sêmen no início de 2017.  

“Apesar de enfrentarem uma viagem tão longa, eles estão muito bem. Mas, ainda sim, durante essa fase de adaptação a resistência cai muito. Então, temos que ter muito cuidado para garantir a saúde deles para que, no ano que vem, possamos corresponder toda a expectativa do mercado”, comenta o médico veterinário. 

A partir do próximo ano, as visitas aos touros também serão liberadas, oportunizando criadores de todo o país conhecerem de perto a genética americana original. 


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Uma banana para Kátia Abreu



Uma banana para Kátia Abreu

Brasil 18.10.16 18:57 O Antagonista

Treze associações de produtores rurais criaram o Conselho das Entidades do Setor Agropecuário, ou Conselho do Agro, para defender, entre outras coisas, as reformas que o governo Temer quer levar adiante, como a trabalhista e a da previdência.
A reunião que formou o Conselho do Agro foi coordenada por João Martins, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Ou seja, os produtores rurais deram uma banana para Kátia Abreu.

Por que não incluir o CIMI na nova CPI da FUNAI e INCRA?



Câmara deve instalar nova CPI da Funai e Incra

Brasília - Em um aceno à bancada ruralista, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve instalar nos próximos dias uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Funai e Incra. A comissão será a continuação da CPI que se encerrou em agosto deste ano, mas sem apresentação de relatório final.

A autorização para recriação da CPI foi dada no final de agosto, mas as eleições municipais e a agenda de votações de matérias de interesse do governo inviabilizaram o início dos trabalhos. Os governistas se articulam para manter a comissão sob o comando do deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) e a relatoria com o tucano Nilson Leitão (MT). No momento, os partidos estão concluindo a fase de indicação dos nomes para a reedição da CPI.

Quando assumiu a presidência da Câmara, Maia assumiu um discurso de pacificação e anunciou que não estimularia a instalação de CPIs. Assim, só manteve em funcionamento a CPI da Lei Rouanet. Maia, no entanto, cedeu aos apelos da bancada ruralista - com aproximadamente 200 dos 513 deputados, uma das maiores da Câmara - para retomar os trabalhos ainda este ano.
Originalmente, a CPI foi criada em outubro de 2015 para investigar supostas irregularidades na demarcação de terras indígenas e quilombolas, além dos conflitos agrários e a relação das entidades do governo federal com ONGs. A nova versão da CPI deve aproveitar o material colhido pela comissão anterior e aprofundar a investigação sobre pontos que não eram foco da antiga comissão.
Entre os pontos, estão supostas fraudes em demarcações e desvio de recursos, discutir a questão da soberania nacional e a segurança pública em terras indígenas na fronteira brasileira, analisar denúncias de tráfico e terrorismo, avaliar a estrutura e o funcionamento do Incra, apurar informações de venda irregular de lotes destinados à reforma agrária, questionar a produtividade dos assentamentos e apurar denúncias de desmatamentos ilegais.
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550001580;ord=1476794636049
A expectativa da bancada ruralista é que o requerimento de instalação seja lido no plenário da Casa nesta semana, permitindo o início dos trabalhos na semana seguinte. Os ruralistas não apressaram a recriação da CPI para evitar a abertura do prazo de 90 dias para funcionamento da comissão durante o período eleitoral. Segundo Leitão, a ideia é encerrar os trabalhos até dezembro.
Fonte: Estadão


segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Ocultando a realidade ameaçadora



Ocultando a realidade ameaçadora


Péricles Capanema

Manchete em destaque do Estadão de 11 de outubro: “Com compra de US$ 1,2 bilhão, chinesa CTG vira a maior geradora privada do país”. Geradora privada. Na mesma notícia: “Em apenas três anos, a elétrica China Three Gorges Corporation (CTG) se transformou na maior geradora privada do Brasil”. De novo, geradora privada. Continua: “O último lance para a conquista da posição foi anunciado nesta segunda-feira, 10, com a compra dos ativos brasileiros da americana Duke Energy.[...] No ranking geral, entre públicos e privados, a chinesa ficará em quarto lugar, atrás das estatais Eletrobrás, Chesf, Furnas e Eletronorte”. Outra vez, ranking de públicos e privados. 

Públicas seriam as empresas públicas daqui. No setor elétrico, teríamos nos quatro primeiros lugares estatais brasileiras, com suas sequelas de roubalheira, empreguismo, favoritismo e incompetência. Logo a seguir uma grande empresa privada, a CTG, de capital chinês. Lá pelo meio do artigo, contudo, informação rápida: “A CTG é uma estatal chinesa”. Demorou, mas chegou ao ponto. De outro modo, dirigida inteiramente pelo Estado chinês, é longa manus do Partido Comunista Chinês. Todos os diretores precisam do aval do PCC para exercer seus cargos.

O site da CTG informa que a corporação, por meio de suas subsidiárias CTG International e CTG Brasil comprou 100% dos ativos da Duke Energy no Brasil. A notícia do Estadão informa ainda que “a exemplo da conterrânea State Grid, que comprou a CPFL em julho deste ano, a participação da CTG no setor elétrico não deve parar por aí, segundo fontes do mercado”. A State Grid é outra enorme estatal chinesa.

A compra de gigantescos ativos pelas estatais chinesas traz o Partido Comunista Chinês para dentro da economia brasileira; para dentro da política brasileira. Com maior ou menor discrição, com maior ou menor disfarce, tais empresas trabalharão para alinhar o Brasil aos interesses do comunismo chinês, no caso, de imediato, fortalecer na região os intuitos de Pequim e minar a influência norte-americana. 

Os mesmos objetivos, com métodos iguais, estão sendo levados a cabo na Argentina, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia. E em tantos outros países. Ditos propósitos imperialistas eram ativamente favorecidos pelo PT no poder. Infelizmente, continuam vivos na atual situação.

Por que silêncio em todos os quadrantes? Destampo o caso em um de seus mais cruciais aspectos. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, cerca de 20% de nosso comércio exterior. Em números, já chegou a mais de 80 bilhões de dólares, pode ultrapassar a barreira dos 100 bilhões em poucos anos. 

Temos com ela relação comercial parecida com a existente entre potência colonial e regiões colonizadas. Vendemos em especial matéria-prima (commodities), sobretudo minério de ferro, soja, óleos brutos do petróleo, em geral por volta de 80% do total, itens com pouco valor agregado.

E compramos mercadorias com alto valor agregado, máquinas, aparelhos elétricos, aparelhos mecânicos, produtos químicos orgânicos, em torno de 60% do total. Conta ainda na pauta de exportações a presença crescente de produtos do agronegócio, como carnes, couro, açúcar. É um imenso universo de fornecedores, de cujo vigor depende a sanidade da balança comercial brasileira.

E a China pode trocar fornecedores com demolidora rapidez, caso o governo brasileiro atue de forma eficaz contra interesses expansionistas seus dentro do território nacional. Passaria a comprar de outras procedências o que hoje para ela vendemos. 

Com isso vibraria golpe fundo na economia brasileira, com queda do PIB, aumento do desemprego, quebra de empresas atuando na cadeia dos fornecedores. Assim, é congruente que setores econômicos brasileiros e autoridades governamentais não queiram ventilar referido tema. Conveniências de curto prazo determinariam conduta que desconsidera interesses irrenunciáveis e perenes do Brasil. 

Ainda que ninguém com envergadura de vistas negue a premência do assunto, que a cada dia se torna mais angustiante. No horizonte, está em jogo o efetivo e desimpedido comando de nossos negócios.

Em curto, a independência e soberania nacionais já se encontram condicionadas, agredidas pelos rumos de nossa política exterior nos últimos lustros, que descuidou e até viu com antipatia o fortalecimento de laços com Estados Unidos e União Europeia. 

E ainda, em conexão, por atitudes de política interna nas quais se pode perceber, enfiando os óculos do otimista imaturo, atonia, despreparo, incúria, desleixo, incompetência. Tirando os óculos, fácil divisar cumplicidade e traição. Estamos morro abaixo em trilha escura. Não abandonada, lá na frente seremos saqueados de nossa independência e soberania.


sábado, 15 de outubro de 2016

Alcorão verde e igualitário!



Portugal taxa até os elementos para achatar igualitária e ecologicamente os “ricos”

A propriedade será taxada pelo fato de ser ambientalmente agradável ou confortável

Tem um belo panorama em Lisboa? Pague mais seu capitalista explorador do 
meio ambiente!


Em nome da “justiça social”, prefeituras portuguesas conceberam um imposto genuinamente “verde” e draconianamente contrário à propriedade privada.
Trata-se de penalizar os “odiosos ricos” – segundo a expressão de Reinformation.tv que informou o fato.
O “crime” é que algumas casas tenham maior exposição ao sol ou uma visão panorâmica melhor. A punição está contida no Decreto-lei 41, de 2016, e poderá aumentar as taxas municipais cerca de 20%.
Proprietários e locatários que vivem em casas ou apartamentos voltados para um cemitério, ou pouco iluminados, terão um desconto de 10%.
Os portugueses estão furiosos com essa “taxa da luz”. O Estado não diz que está precisando de dinheiro ou de estar sendo constrangido pela União Europeia, mas reconhece que a finalidade é filosoficamente “igualitária”.
Segundo o secretário de Estado das Finanças, Fernando Rocha Andrade, trata-se de taxar em função do luxo de ter luz solar e panorama, benefícios de tipo ambiental.
Não levará em conta o número dos membros da família nem a qualidade dos serviços públicos. A propriedade será taxada pelo fato de ser ambientalmente agradável ou confortável.
Uma boa parte da população acusa o governo socialista de estrangular a classe média com onerações cada vez mais altas, especialmente em Lisboa.
A Associação dos Proprietários de Lisboa foi tomada de surpresa por esta carga tributária inspirada numa ideologia que não imaginavam: o ambientalismo!
Recebe mais sol em Lisboa? Pague mais seu ‘rico’ desigual consumidor das energias planetárias!

Para maior escárnio, nas últimas décadas os prédios foram feitos de modo a aproveitar ao máximo a exposição à luz solar e reduzir o consumo de energia. E agora o Alcorão verde que seduziu os cidadãos comprometidos com o meio ambiente castiga-os sem clemência!
Absurdos ainda maiores advirão da definição dos prédios sujeitos a essas taxas. Como definir o montante a ser cobrado em virtude da visão panorâmica? Como se medirá a quantidade de luz solar que recebe a casa: por dia, semana, ano? E se for um ano com muita chuva, nuvens ou pouco sol?
Os proprietários já foram advertidos: não batizem suas casas ou prédios de apartamentos com nomes como “Bela vista”!
Ironicamente, diz-se que será melhor chamar a própria casa ou prédio de “Buraco dos ratos”, ou “Porão escuro”.
É o miserabilismo verde, que ataca o estilo de vida “consumista” e “hedonista”, condenado como “explorador”, “rico” anti-igualitário que “esgota” os recursos do planeta!

Como Marx e seu “O Capital” ficaram longe na história! Estamos na era do aquecimento global e da “Laudato Si’”!

A propriedade será taxada pelo fato de ser ambientalmente agradável ou confortável

Destruição do último reduto petista: a EMBRAPA:



A destruição do último reduto petista

O PT não se contentou em quebrar a Petrobras e a Eletrobras 
durante os governos Lula e Dilma. Esfacelou também a Embrapa, referência em pesquisas agropecuárias. E, pior: o partido 
continua administrando a estatal
Ary Filgueira

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) sempre foi considerada uma ilha de excelência técnica. Depois de mais de 13 anos sob administrações petistas, transformou-se em mais uma estatal que o PT teve a proeza de desmantelar. 

E essa não é a única má notícia para os que zelam pela aplicação correta dos recursos públicos. A ascensão de Michel Temer à Presidência não impediu que os petistas permanecessem até hoje no comando dos postos-chave da estatal. 

Ou seja, o horizonte é ainda mais nebuloso. Documentos obtidos por ISTOÉ retratam um cenário caótico. Desde dívidas tributárias milionárias, devido a uma péssima administração, a denúncias graves por desvios de recursos. A unidade da Embrapa em Brasília, por exemplo, até hoje paga parcelas de uma multa milionária por descumprir a legislação tributária. 

Uma auditoria interna do órgão também apontou que o dinheiro obtido com a venda das safras de milho cultivadas anualmente simplesmente tem desaparecido. O desfalque pode chegar a quase R$ 6 milhões.

O aparelhamento do PT na Embrapa começou no governo Lula, foi ainda mais acentuado com Dilma Rousseff e resiste até hoje, mesmo com a gestão do novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP). 

O presidente da estatal Maurício Antônio Lopes foi nomeado a pedido da própria Dilma. Já sua subordinada Vânia Beatriz Castiglioni, diretora de Administração e Finanças, não esconde de nenhum funcionário que é filiada ao PT e afilhada política da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). 

Vânia é personagem principal em uma dessas irregularidades na gestão da Embrapa. Uma de suas decisões grosseiras custou aos cofres da empresa pública R$ 20 milhões referentes à multa por não recolhimento de tributos à Receita Federal. 

A dívida, originalmente, foi estipulada em R$ 40 milhões, mas a assessoria jurídica da Embrapa conseguiu reduzir para R$ 23 milhões. O montante foi parcelado em 60 vezes e, até agora, foram pagas cerca de 20 parcelas. 

Porém, por desleixo com os recursos públicos, as parcelas são sempre pagas com atraso e, por isso, corrigidos com juros altíssimos. Conforme está descrito no Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) de 22 de agosto de 2016 a dívida principal era de R$ 399 mil. Mas, devido ao atraso, passou para R$ 873 mil, mais que o dobro. 

Procurada para explicar o motivo da multa, a Receita Federal explicou que “devido ao sigilo fiscal, não comentaria o caso de contribuintes específicos”.

A negligência petista

A Embrapa devia R$ 23 milhões em tributos à Receita que deveriam ser pagos em parcelas de R$ 399 mil, mas devido ao desleixo da diretora petista do órgão, que pagava com atraso, a prestação subiu para R$ 873 mil. Em sindicâncias internas, verificou-se também o desaparecimento de dinheiro arrecadado com a venda de alimentos produzidos nos campos experimentais

Móveis na fogueira

Em um episódio anterior, Vânia chegou a ser investigada pela Controladoria-Geral da União por supostas irregularidades na criação da Embrapa Internacional, nos Estados Unidos, que acabou interrompida pelo Ministério da Agricultura. 

A iniciativa foi feita sem ser submetida ao conselho de administração da estatal. No relatório, a CGU lança suspeita sobre uma empresa que financiou o projeto, a Odebrecht na Venezuela, que bancava as ações da Embrapa no país vizinho. O negócio teve apoio dos ex-presidentes Lula e Hugo Chávez. A CGU apontou a iniciativa como irregular.

Mesmo quando não aparece sua digital nas irregularidades, Vânia acaba pagando por omissão. Um parecer da assessoria jurídica da Embrapa obtido por ISTOÉ culpou a diretora por não acompanhar a sindicância que detectou desvio de recursos da venda de safras de milho cultivada em 70 hectares da Embrapa Hortaliças, situada na cidade do Gama. 

Além de desaparecer com o dinheiro, o chefe-geral da unidade, Jairo Vidal Vieira, este ligado ao grupo do ex-ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, também não revelava o montante arrecadado por ano com a venda do alimento. 

Servidores do setor contaram que cada hectare produz 150 sacas. Cada uma é vendida a R$ 50. Sob essa conta, o total vendido por ano seria de R$ 525 mil. A prática delituosa ocorre desde 2006, quando Lula era presidente.

Como se não bastassem esses prejuízos, a administração do departamento de hortaliças da Embrapa ainda queimou em uma fogueira, durante três dias, peças do mobiliário antigo que iria para leilão, como mesas, cadeiras e bancadas de laboratórios. 

A ordem era limpar o galpão para receber a ilustre visita da senadora Kátia Abreu,à época ministra da Agricultura. A PF investiga o caso – mais um exemplar, entre tantos, da delituosa gestão petista.










quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Lula, um leão rouco, sem dentes nem garras


Lula, um leão rouco, sem dentes nem garras
A maior vítima da violência do PT será o cidadão, que não terá como melhorar de vida

*José Nêumanne

O profeta Lula estava particularmente inspirado quando foi votar para prefeito em São Bernardo do Campo, onde mora. “O PT vai surpreender nesta eleição”, previu com precisão instantânea. Pois seu partido surpreendeu mesmo, ao cair de terceiro em número de prefeituras em 2012 para décimo lugar neste pleito. 
“Quanto mais ódio se estimula, mais amor se cria a favor”, disse, em forma de oração. “Só há um jeito de eles tentarem me parar: evitar que eu ande pelo Brasil”, ameaçou o santo guerreiro contra o dragão da maldade da burguesia infame. O loroteiro está de volta, olê, olê, olá!
Não tardou para as urnas o estarrecerem. Nem precisou sair de casa: Orlando Morando (PSDB) e Alex Manente (PPS) disputam o segundo turno em São Bernardo. O companheiro Tarcísio Secoli, favorito do prefeito Luiz Marinho, seu sucessor no Sindicato dos Metalúrgicos, do qual Lula ascendeu para a glória política, ficou em terceiro, com menos de um quarto dos votos válidos: 22,6%. 
Em termos proporcionais, superou o poste que ele elegeu em São Paulo em 2012: Fernando Haddad protagonizou o maior vexame da história do partido ao ser massacrado pelo tucano João Doria, que o derrotou no primeiro turno por 53,3% a 16,7%. Em gíria de turfe, Haddad nem pagou placê.
E no dia em que constatou que as eleições “consolidam a democracia no Brasil”, Lula deu uma desculpa esfarrapada para o fiasco histórico: “A imprensa está em guerra com o PT há sete anos”. Para ele, “as pessoas se enganam quando (pensam que) uma TV, um jornal, pode tudo. Não pode. 
O povo é que pode tudo”. No caso, não lhe falta razão: numa democracia, como reza a Constituição da República, todo o poder emana do povo e para ele é exercido. As urnas não falam, mas o povo fala nelas. 
E a lorota de Lula tornou-se senha para a violência: mais tarde, constatada a derrota de Haddad, militantes petistas impediram que a repórter Andréia Sadi, da GloboNews, concluísse um boletim ao vivo na sede do PT, no centro de São Paulo.
Um tsunami de votos soterrou o partido que se diz da classe operária, mas passou 13 anos, 4 meses e 12 dias usando o poder federal para atuar como despachante de empreiteiros e amigos empresários emergentes que, em troca de contratos superfaturados, engordaram os cofres dos petistas e do PT em proporções nunca ousadas antes. 
Até recentemente, ingênuos, como o autor destas linhas, imaginavam que havia apenas uma corrente de escândalos de corrupção – Santo André, mensalão, petrolão, etc. –, conectados e consequentes um do outro. Agora é possível perceber que não é só isso. Trata-se, sim, de um assalto planejado, organizado e realizado para esvaziar todos os cofres públicos ao alcance de suas mãos.
A 53.ª (Arquivo X) e a 54.ª (Ormetà) fases da Operação Lava Jato trouxeram à tona revelações impressionantes sobre a gestão dos desgovernos Lula e Dilma. Nunca antes na História deste país um chefe da Casa Civil respondera por violações do Código Penal. José Dirceu, “capitão” do time de Lula em seu primeiro governo, está preso em Curitiba, acusado de haver delinquido quando cumpria pena na Papuda, em Brasília, condenado por corrupção e outros crimes pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no caso mensalão.
 Antônio Palocci Filho, primeira eminência parda de Dilma, após ter sobrevivido a 19 processos criminais no mesmo STF e ter violado o sigilo bancário de um pobre trabalhador, o caseiro Francenildo dos Santos Costa, foi recolhido ao xadrez, acusado de ter pago dívidas de campanha da chefe com dinheiro sujo.
Gleisi Hoffmann, ex-chefa da Casa Civil e senadora (PT-PR), é acusada de ter recebido R$ 1 milhão de propina da Petrobrás para comprar votos. Acusação igual é feita ao marido dela, Paulo Bernardo, suspeito de haver furtado R$ 7 milhões em prestações mensais de funcionários do Ministério do Planejamento que requeriam empréstimos consignados.
Guido Mantega, preso e solto pelo juiz Sergio Moro, foi outro ex-ministro do Planejamento a protagonizar processo criminal, em que foi delatado por Eike Batista, “bom burguês” escalado por Lula entre “campeões mundiais” do socialismo de compadrio, de havê-lo achacado no gabinete do Ministério da Fazenda. Palocci também foi ministro da Fazenda de Lula, que se diz o mais “honesto dos seres humanos”. Enquanto Dilma se põe acima de suspeitas por não ter contas bancárias no exterior.
No palanque, a esquerda insistiu que Dilma foi usurpada por Michel Temer, o vice duas vezes eleito com ela, no impeachment, cujo rito legal foi cumprido à exaustão. Em São Paulo, Luiza Erundina, do PSOL, e, no Rio, Jandira Feghali, do PCdoB, pediram votos repetindo essa patranha de consolar devoto. A ex-prefeita teve 3,2% dos votos e a carioca, 3,3%.
Fernando Haddad, contrariando o comportamento belicoso de seus apoiadores, cumprimentou João Doria pela vitória. No entanto, a agressão à repórter de televisão não foi, como devia ter sido, evitada por seu candidato a vice, Gabriel Chalita, nem por seu antigo colega de Ministério de Lula, Alexandre Padilha, que, conforme depoimento do colunista do Globo Jorge Bastos Moreno, se mantiveram impassíveis diante do lamentável fato. 
Assim, deram o sinal de que a oposição do PT e aliados de esquerda não se limitará à irresponsável tentativa de impedir que sejam feitos os ajustes sem os quais o Brasil não conseguirá recuperar-se da crise provocada pela longa duração do próprio reinado na República.
O governo de Temer, também cúmplice no desmantelamento do Estado brasileiro nas gestões petistas, sofrerá boicote impiedoso. Mas a maior vítima será, como sempre, o cidadão, que amarga desemprego, inflação e quebradeira. E se verá às voltas com vândalos nas ruas queimando carros e quebrando vidraças. O PT não é cachorro morto e seu chefão, Lula, ainda será o leão rouco que ruge mesmo tendo perdido dentes e garras.
*Jornalista, poeta e escritor

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

O que berra o "Grito dos Excluídos"




O que berra o "Grito dos Excluídos"

Gregorio Vivanco Lopes


Patrocinado pelas pastorais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), coadjuvadas por movimentos de invasão de terras e de casas, eufemisticamente denominados “movimentos sociais”, realizou-se no dia 7 de setembro último o denominado “Grito dos Excluídos”.(*)

A data em que se comemora a independência nacional é escolhida a dedo para indicar que o povo ainda não seria independente, pois estaria preso nas engrenagens malsãs do capitalismo. 

Só um socialismo — soviético, chinês, cubano, viet

namita, ou outro, pouco importa — traria a redenção popular, com tintas de ecologismo. Tese perfeitamente comunista, diga-se de passagem, mas que neste ano se mostrou claramente nos fatos ligados ao “Grito”.

Acontece que o povo brasileiro, suficientemente inteligente e perspicaz para não entrar em canoa furada, não tem feito eco a esse “grito”. A não ser, evidentemente, os agitadores de sempre, que conseguem ainda arrebanhar um punhado de inocentes-úteis ou incautos. 

Com isso, depois de duas décadas de insistência, o “Grito” não tem obtido melhor sorte que os chamados Fóruns Sociais, em seu afã de lançar o Brasil numa revolução de cunho igualitário-socialista.

De fato, segundo Ari Alberti, da coordenação do “Grito dos Excluídos”, o evento existe há 22 anos e nasceu com a ideia de que “é preciso construir um projeto popular de sociedade. Passados esses 22 anos a gente percebe que as mudanças estruturais não aconteceram”, afirma ele melancolicamente.


Convido o leitor a prestar atenção no folheto de propaganda do “Grito”, na Arquidiocese de São Paulo [foto]. A cena é dominada por uma mulher histérica que abre uma bocarra num ricto de angústia e desespero. Junto a ela, uma espécie de demônio esboça um sorriso sarcástico enquanto segura um maço de notas, ao que parece de dólares. 

Sua boca demoníaca expele uma chama que se espraia pelo ambiente e serve de leito para corpos insepultos. A cena é infernal e repugna a toda alma que conserve algo de ordenação e pureza. Completam o folheto frases contra o capitalismo, bem como a exaltação do socialismo, além da designação dos autores: as Pastorais sociais e outros coadjuvantes.

O Santuário de Aparecida costuma ser escolhido como um dos focos do “Grito”. Em 7 de setembro, uma publicação anunciava: “Aparecida deve receber 100 mil romeiros para o Grito dos Excluídos, hoje”. Entretanto, depois do evento, a notícia era: “Cer­ca de 2 mil ro­mei­ros, se­gun­do o San­tuá­rio de Apa­re­ci­da, par­ti­ci­pa­ram do ato”. Parece que ao encontro marcado faltaram nada menos que 98 mil!

Mesmo esses 2 mil, como é evidente, são em grandíssima parte romeiros que aproveitaram o feriado para prestar suas homenagens à Padroeira do Brasil, e não para participar de qualquer movimento de agitação. Lá chegando, toparam com os tais “excluídos”. 

Não só com eles, mas também com o bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, que conduziu “a reflexão sobre o tema do Grito, ‘Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata’Tema inspirado em frase do Papa Francisco, dito durante o Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em julho de 2015, na Bolívia”.

Desta vez o “Grito dos Excluídos” levou às ruas um tema mais diretamente ligado à política e focou suas manifestações contra o novo governo de Michel Temer. Ou seja, inconformidade notória com o desprestígio de Dilma, e com ela o de Lula e do PT. 

Para o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, o plano de governo Temer vai levar milhões de pessoas à exclusão social. "Por isso estamos hoje pelo 'Fora Temer'”.
Outro foco de manifestações do “Grito”, além de Aparecida, foi a Catedral da Sé, em São Paulo. 

Só que “as es­ca­da­ri­as da Ca­te­dral, na Pra­ça da Sé, reu­ni­am me­nos de 100 pes­so­as, às 9h30, ho­ra mar­ca­da pa­ra a con­cen­tra­ção dos par­ti­ci­pan­tes do 22.º Gri­to dos Ex­cluí­dos”.

Um terceiro foco foi a Avenida Paulista, cujo ponto de encontro foi na altura da Praça Osvaldo Cruz. Ali havia número um pouco maior de pessoas, não por causa dos “excluídos”, mas porque nesse local se reuniam promiscuamente todos os adeptos esquerdistas do “Fora Temer”, quais sejam o MST, o PT, o MTST e quejandos. 

Em busca de popularidade, compareceram também Fernando Haddad, prefeito de São Paulo candidato à reeleição, e o candidato derrotado ao Senado e agora postulante a vereador, Eduardo Suplicy, além de outros políticos petistas. Foi um pouco frustrante para eles, pois a passeata que se seguiu não teve maior impacto.

Ao que parece, o fracasso reiterado do “Grito dos Excluídos” em convencer os pobres de que o socialismo resolverá seus problemas, está levando à exasperação os promotores dessas manifestações. Em consequência, a utilização de uma linguagem demagógica e fora da realidade. 

 Por exemplo, Dom Milton Kenan Junior, bispo da Diocese de Barretos (SP) e membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, desabafou: 

“Esse sistema [o capitalismo] é insuportável. É um sistema que exclui e gera grande massa de humanos vivendo nas periferias do mundo, sem acesso ao que é fundamental e necessário à vida. E leva uma grande massa a se contentar com as migalhas que caem da mesa. É um sistema que nega à grande maioria das pessoas os acessos às condições básicas”.

Pena que o Bispo Kenan se tenha esquecido de que a maior miséria sempre foi produzida pelos sistemas socialistas, como ocorreu na União Soviética e, na atualidade, em Cuba, Venezuela, Coreia do Norte etc.

Evidentemente ninguém nega que o capitalismo atual tenha defeitos e lacunas a serem corrigidos. Mas enquanto regime que defende a propriedade privada e a livre iniciativa, ele está de acordo com a ordem natural das coisas. Enquanto o socialismo, por seu caráter estatizante e igualitário, é fundamentalmente rejeitável.

Mas isso não interessa aos promotores do “Grito”. E enquanto ficam gritando palavras de ordem de índole socialo-comunista, o autêntico povo brasileiro não lhes dá atenção...
__________
Nota:
(*) Os dados para este artigo foram extraídos das seguintes fontes: “Agência Brasil” (1º-9-16); Revista “Isto é” (7-9-16); “O Estado de S. Paulo (7 e 8-9-16); “O Globo” (8-9-16).

                      Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM





Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)


segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Uma Igreja tribal, ecológica, “autóctone” e pós-comunista na Amazônia?



Uma Igreja tribal, ecológica, “autóctone” e pós-comunista na Amazônia?





O Papa Francisco quer uma igreja autóctene na Amazônia, segundo o Cardeal Humes Foto: na JMJ, Rio, julho 2013





O vaticanista Marco Tosatti, colunista do “La Stampa” de Turim, alertou em sua página pessoal para o que vinha sendo comentado “a boca chiusa” em Roma: o Papa prepara em silêncio um sínodo sobre a Amazônia.
O Sínodo não seria brasileiro, mas transnacional, incluindo todas as dioceses da região amazônica vista como uma realidade superior às nove nações que exercem sua soberania sobre partes dela.
O tema central anunciado é a ecologia. Mas não se trata de cristianizar a realidade ecológica da Amazônia, mas de “ecologizar” a Igreja Católica, dissociando-a de seu passado missionário e modelando-a segundo o modelo comuno-tribal excogitado pelo ambientalismo mais radical.
O instrumento escolhido para preparar o evento é o cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, 82 anos, arcebispo emérito de São Paulo e ex-prefeito da Congregação para o Clero.
Ele está trabalhando intensamente há alguns anos no projeto pontifício. Já visitou 22 das 38 dioceses da Amazônia e o Papa lhe teria dito para apressar mais a agenda.
Muitos se lembram da destacada presença de Dom Cláudio na loggia de São Pedro quando Francisco I nela se apresentou logo após sua eleição.


Depois da queda do PT, o Sínodo Pan-Amazônico abre nova via para o comuno-progressismo. D.Cláudio Hummes abraça Lula na missa do Dia do Trabalho 2003. Hoje é o articulador do Sínodo anarco-tribalista. Foto: Ana Nascimento-ABr



O agitado Sínodo da Família, ainda fortemente controvertido, e seguido da não menos controvertida exortação sinodal Amoris Laetitia, atrasou o Sínodo de uma sonhada igreja comuno-tribal na maior floresta úmida da Terra.
A Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM foi fundada oficialmente em setembro de 2014, pretendendo dar continuidade às CEBs, muito diminuídas pela sua ligação com a Teologia da Libertação.
Segundo ela se define, a REPAM não tem uma finalidade católica como seu nome sugere, mas de apoio aos indígenas na “luta em defesa de sua sabedoria ancestral, de seus territórios e pelo seu direito a uma ‘participação efetiva nas decisões’ que dizem respeito a sua vida e a seu futuro. Reconhece e valoriza sua espiritualidade na relação com a Criação”.
Partilha, pois, as metas do famigerado CIMI.
A REPAM e, por conseguinte, o anunciado Sínodo Amazônico, visa planejar “como construir um modelo de futuro pan-amazônico em harmonia com a natureza”. A doutrinação desse modelo já está escrita e contida na encíclica Laudato Sì do Papa Francisco.
O plano é muito vasto, mas o ponto que de imediato atraiu a atenção é a criação de uma espécie de “sacerdotes casados”, que provocariam o fim do celibato eclesiástico no rito latino.
Tosatti dá entender essa meta final falando de “uma espécie de administradores leigos dos sacramentos, que substituam os sacerdotes. Mas há quem veja neste projeto a ponta da cunha para modificar as regras referentes ao celibato dos sacerdotes no rito latino”.
De fato, o Cardeal Hummes protagonizou em 2006 um não pequeno escândalo, após sua despedida da Arquidiocese de São Paulo para ocupar a Congregação do Clero a pedido do Papa Bento XVI.
Na ocasião, recebendo a funcionários da Cúria paulista, ele acenou com o fim do celibato dos padres.
Embora os celibatários façam parte da história e da cultura católicas, a Igreja pode refletir sobre essa questão, pois o celibato não é dogma, mas uma norma disciplinar”, disse, segundo noticiou “O Estado de S. Paulo” (02-12-2006 – “Igreja poderá precisar de padres casados”).

Essas declarações foram muito ecoadas pela imprensa anticlerical e progressista. Assim que desceu do avião em Roma, um representante da Santa Sé lhe apresentou o texto de uma retratação, que acabou sendo publicada em página inteira no jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.
Agora, segundo Tosatti, D. Hummes voltou à carga dizendo que fala em nome do atual Papa.
Tendo pregado retiros para bispos, sacerdotes e encarregados de pastoral sobre o Sínodo que está sendo planejado para a Amazônia, D. Hummes insistiu para que todos discutam abertamente o celibato, garantindo que nada devem temer por parte da Santa Sé. Esta outrora considerava revoltosa a dúvida e a contestação desse preceito eclesiástico no rito latino.
O Sínodo serviria de pretexto para subverter a doutrina e a disciplina do sacerdócio. Segundo Tosatti, a extensão do território, a dispersão da população e a falta de padres justificariam a violação da norma tradicional.
Tosatti menciona alguém não identificado, que durante uma conferência de D. Cláudio propôs que fossem solicitados dois sacerdotes a cada uma das Ordens missionárias existentes.
Mas o Cardeal teria respondido: “Não, não, o Papa não quer isso. Depois do Concílio não devem existir mais missionários, cada povo deve se evangelizar por si mesmo; só clero autóctone, sacerdotes e bispos até sem formação acadêmica”.
Acrescenta Tosatti: “E prosseguiu dizendo que se antes era tabu falar de padres casados, agora se pode falar tranquilamente; falai entre vós. O Papa lhe teria aconselhado dizer aos bispos que ordenem um grande número de diáconos permanentes.
O objetivo seria abrir a estrada para a ordenação de leigos casados para suprir a carência de sacerdotes”.
Religiosa na Missão Anchieta entre os indígenas da Amazônia, modelo da evangelização e de civilização que o Papa Francisco não quereria, segundo D.Claudio Hummes.


O Cardeal está impulsionando o envio de cartas dos bispos ao Papa pedindo autorização para realizar o Sínodo. Atendendo a esses pedidos, Francisco I aprovaria a reunião.
A ideia de sacerdotes “leigos” na realidade vem de longe, sobretudo na Alemanha, que nada tem a ver com a realidade amazônica, mas que por afinidade teológica financia a operação em andamento através da Caritas.
A relativização do celibato eclesiástico, entretanto, é apenas um aspecto introdutório da “igreja que se evangeliza a si própria”.
Essa nova-Igreja surge como se Jesus Cristo tivesse errado ao mandar: “Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi”. (Mateus 28, 19-20)
E também: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Marcos 16, 15-16).
O Sínodo poderá se tornar a realização mais ousada do projeto comuno-missionário de uma Igreja ecologista e tribal, adaptada a cultos totêmicos portadores de “mensagens” confusas ou de fulgurações de misteriosos mundos que poderão se manifestar na inculturação ou falsa “autoevangelização”.
Esse novo Sínodo ainda dará muito que falar.

Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)