segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

A Petrobrás no fundo do poço


A Petrobrás no fundo do poço

A segunda-feira no âmbito doméstico começa com cara de...segunda-feira. As projeções do Relatório Focus para crescimento do PIB foram revisadas para baixo - mediana estima evolução de 0,16% em 2014 (contra 0,18% na semana anterior) e 0,69% para 2015 (0,73% uma semana antes).

Em adição, IBC-Br, proxy para o PIB, mostrou desempenho muito aquém do esperada para a economia brasileira em outubro - queda de 0,26%, frente a projeções de 0,2%

Paralelamente, os problemas da Petrobras parecem não ter fim - rating da companhia pode estar em risco após o adiamento da publicação do balanço na sexta-feira.

Ações da Petrobrás despencaram novamente na sexta-feira. Em paralelo, pululam novos fatores de pressão, praticamente decretando a renovação de mínimas e a estabilização do preço das PNs em um dígito - as ONs já perderam o patamar de R$ 10,00.

A Companhia frustrou mais uma vez os investidores, com novo adiamento do balanço, e teve desdobramentos importantes do escândalo de corrupção, com o reconhecimento de ao menos R$ 4 bi de desvio somente na obra de Abreu e Lima e indícios de que deu cheque em branco em contrato com a fornecedora SBM, já condenada pelo Ministério Público da Holanda.

Em adição, matéria do Valor aponta que Petrobras tenta renegociar prazos de pagamentos com credores. Da dívida de mais de US$ 135 bilhões, a estatal possui cerca de US$ 98 bilhões amarrados a covenants que prevêm pagamento antecipado do valor integral em caso de atraso de descumprimento de cláusulas relacionadas à alavancagem e à apresentação dos balanços.

Sem o parecer de auditores e aparentemente distante de uma medida minimamente precisa para o tamanho do dreno de caixa atrelado aos esquemas internos de corrupção, Petrobras corre, sim, risco de insolvência no caso de disparada dos covenants.

Mas, pelo tamanho das obrigações em risco (vide a tabela do Valor abaixo), não faria sentido os credores buscarem integralmente o pagamento antecipado, algo que colapsaria a empresa, ampliando o risco de default com os mesmos. Por outro lado, essa prerrogativa impõe condições mais duras à empresa na negociação dos prazos e obviamente no custo dessa dívida.


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