Dinheiro público para a revolução
social
Gregorio
Vivanco Lopes
É grande a rejeição que o MST vem encontrando por
parte dos trabalhadores rurais, quando se trata de doutriná-los para formar o
“exército de Stédile” (na expressão de Lula), com vistas a produzir levantes em
favor da revolução social marxista.
Nem mesmo os ventos fortemente soprados de Roma em
favor do líder do MST foram capazes de arrastar nossos meritórios e sagazes homens
do campo. Sempre há os oportunistas, à procura de obter vantagens, mas
deixar-se levar por sectarismos anticapitalistas é outra questão bem diferente.
Na procura de alternativas para esse impasse, a
esquerda tem lançado com “bombos y
platillos” — como dizem pitorescamente nossos vizinhos hispano-americanos —
ou seja, com grande estardalhaço, uma espécie de MST urbano, visando criar nas
cidades a agitação que não encontra eco no campo.
O novo factoide atende pela sigla MTST (Movimento dos
Trabalhadores Sem-Teto) e, como seu símile interiorano, não quer ter
personalidade jurídica. Assim, ele pode mais facilmente receber dos governos,
através de associações interpostas, os milhões de reais que enchem suas arcas,
sem necessidade de prestar contas a ninguém.
Seu líder máximo, tirado de um dia para outro da
cartola e elevado pela propaganda midiática do anonimato aos galarins da
publicidade, chama-se Guilherme Boulos.
A respeito desse conjunto artificial, mas perigoso
pelos apoios de que goza em altas esferas eclesiásticas e leigas, o diário “O
Estado de S. Paulo” apresenta, em editorial de 2 de dezembro último, alguns
dados interessantes que vale a pena considerar.
* * *
Desde
que o PT chegou ao governo federal, o poder público vem financiando “movimentos
sociais”, sempre prontos para tumultuar o cotidiano dos brasileiros e o
funcionamento das instituições.
Nascido
no fim dos anos 1990 a partir das fileiras do MST, o MTST visa “formar militantes e acumular forças no
sentido de construir uma nova sociedade”, segundo o site da organização.
Só
a Associação de Moradores do Acampamento
Esperança de Um Novo Milênio, vinculada ao MTST, recebeu mais de R$ 81
milhões do “Programa Minha Casa, Minha Vida — Entidades” no estado de São
Paulo, o equivalente a quase cinco vezes mais que a segunda colocada entre as
entidades beneficiadas pelo programa federal. Na lista aparece ainda o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra Leste
1, com repasses de quase R$ 8 milhões.
Trata-se,
pois, de um movimento “obviamente
financiado pelo Estado para solapar e, se possível, derrubar os alicerces
democráticos desse mesmo Estado”, diz o editorial. Ora, não cabe ao Estado,
com o dinheiro dos impostos, “financiar
movimentos que atuam fora da lei”.
O
MTST prega, por exemplo, a “luta contra o
capital e o Estado que representa os interesses capitalistas” e diz
abertamente que uma de suas formas prediletas de atuação é o bloqueio de
rodovias.
O
que tem esse bloqueio a ver com proporcionar teto a quem não o possui?
Absolutamente nada. Mas tem muito a ver com a revolução marxista mundial. E o
MTST não o esconde: “Ao bloquearmos uma
via importante estamos gerando um imenso prejuízo aos capitalistas. [...] Imaginem
todas as principais vias paradas! E paradas não por horas, mas por dias!
Conseguiríamos impor uma grande derrota ao capital e avançar na transformação
que queremos. Este é um grande objetivo do MTST”.
O movimento
de Boulos acrescentou a suas formas de atuação, também a invasão de escolas,
tendo coordenado algumas das invasões de escolas estaduais ocorridas em
dezembro último.
Se
tivermos em vista os apoios eclesiásticos e civis em prol da constituição de
uma rede de movimentos ditos “sociais” — MTST, MST, Excluídos, CIMI (junto aos
índios) etc. — todos empenhados em doutrinar a população pobre, a fim de
engajá-la na revolução social anticatólica, compreenderemos melhor para onde
querem que rume o Brasil.
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