Arcebispo refuta visão tola da ligação de São
Francisco
com a Criação
Luis Dufaur
Mons. André-Joseph Léonard, arcebispo resignatário de Bruxelas
e primaz da Bélgica, fez ressalvas a uma falsa interpretação do espírito de São
Francisco de Assis e sua relação com a natureza. O prelado falou em entrevista
a Le Vif/L’Express.
http://www.levif.be/actualite/belgique/mgr-leonard-j-ai-mes-reserves-vis-a-vis-de-saint-francois/article-normal-25063.html
O arcebispo se disse “perplexo” com essa ilação de São
Francisco com a natureza, porque “muitos o admiram pelo fato de que ele cantou
a beleza da natureza e pregou aos pássaros difundindo uma concepção muito
otimista da Criação”.
Mons. Léonard diz que o defeito não está em São Francisco, mas
naqueles que tentam manipular sua imagem para passar uma mensagem ambientalista
enganosa e profundamente danosa.
“Na realidade, a vida dos homens e dos animais é trágica. A
vida animal é uma carnificina, um mata-mata. É muito bonito pregar aos
pássaros, mas quando eles veem um verme na terra, eles o devoram. Quando um
gato vê um rato, ele não lhe faz coisas muito simpáticas!”, observou.
O arcebispo continuou atraindo a atenção dos leitores para a
realidade deste vale de lágrimas.
Ele agradece a São Francisco por ter louvado em seu cântico o
sol, a lua, as estrelas, a água, o fogo, o vento. “‘Bendito sejas nosso irmão
vento’, exclama ele. Embora esse vento – prosseguiu o prelado –, quando sopra a
300 quilômetros por hora, não e um irmão muito cômodo. É antes um inimigo.
“Nosso irmão fogo, a gente o aprecia na lareira esquentando a
casa, mas não incendiando as florestas. Felizmente São Francisco não abençoou
nossos irmãos crocodilos e serpentes!
“Felizmente ele não disse ‘Louvado sejas Tu, Senhor, por todas
as tuas criaturas, especialmente pela minha senhora irmã cobra. Tu a tens
dotado de músculos poderosos, de um veneno ativo e de uma língua afiada que lhe
permite afogar e envenenar sua pequena vítima em questão de minutos!”.
Mons. Léonard esclareceu que, em sua atitude diante da
natureza, ele é um ardoroso defensor dos versículos 18 e seguintes do capítulo
VIII da carta de São Paulo aos Romanos. Ali está dito que a Criação, em seu
estado atual, ‘foi sujeita à vaidade’ e ‘entregue ao cativeiro da corrupção’.
“Não nos esqueçamos nunca isso. São Francisco canta a beleza
da Criação, embora ela seja terrivelmente cruel. A Criação nos alimenta, mas
também nos mata. Ela contém todos os vírus que envenenam nossa vida. Eu não amo
esse espírito franciscano beato que celebra sem matizes a beleza do cosmos”,
concluiu o douto bispo.
Como que confirmando a prudente observação do arcebispo belga,
viralizou na internet a filmagem do ataque de dois tubarões brancos ao tricampeão
mundial de surfe, o australiano Mick Fanning, que estava disputando uma final
na África do Sul.
Na Austrália, o tubarão branco é bem conhecido como
especialmente assassino, a ponto do governo sistematizar sua caça em águas
territoriais. Porém, militantes ambientalistas do gênero utópico e irracional
de que falou Mons. Léonard promovem manifestações para ‘salvar’ esse feroz habitante
do mar.
Mick sobreviveu ao
ataque na praia de Jeffrey's Bay dando fortes pontapés no nariz dos
predadores assassinos que tentavam mordê-lo. Chegando lanchas de auxílio, os
tubarões fugiram sem fazer mal ao surfista, noticiou o jornal argentino Clarin.
http://www.clarin.com/sociedad/surfista-australiano-sobrevive-ataque-tiburon_0_1396660612.html.
A final foi suspensa e Mick comemorou o feito fazendo um
churrasco para amigos e participantes da competição.
Na falsa ideia da relação de São Francisco com a natureza, ao maltratar
os tubarões Mick agiu como inimigo da Criação.
Na ótica correta explicada por Mons. Léonard, o surfista agiu
em perfeita consonância com a ordem natural pregada por São Paulo e o grande
Santo de Assis. Inclusive quando contribuiu para ‘aquecer o planeta’ com um
merecido churrasco!
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