terça-feira, 10 de julho de 2012

Em vez do porto de Mariel (Cuba)...



... cresce a fila de navios em Paranaguá



A fila de navios à espera para atracar no Porto de Paranaguá, comum nas últimas semanas, não para de crescer.

O congestionamento, provocado pela concentração das vendas antecipadas de grãos, deve continuar nos próximos meses. 

Apesar da ausência de chuvas, que possibilita o carregamento ininterrupto do final da safra de soja 2011/12 – a última vez que o Porto parou o embarque foi no dia 23 de junho –, o início da colheita de cana-de-açúcar e milho safrinha deve aumentar o ritmo de embarques pelo terminal paranaense.

De acordo com dados da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), entre janeiro e maio deste ano, passaram pelo terminal 743 mil toneladas do cereal, 73% a mais do que o mesmo período do ano passado – 430 mil.

Já os embarques de açúcar caíram 28% nos primeiros cinco meses do ano em relação ao mesmo período de 2011, a expectativa é que a exportação seja retomada de forma significativa a partir do próximo mês. 

“A safra começou em abril, mas choveu muito em maio e tivemos redução. Agora, com o bom tempo, estamos retomando”, aponta José Adriano da Silva Dias, superintendente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcoopar).

A entidade projeta colheita de 40,5 milhões de toneladas de cana de açúcar no estado. Até 16 de junho, 8,9 milhões de toneladas haviam sido colhidas. A produção de açúcar do Paraná deve chegar aos três milhões de toneladas, semelhante ao ano passado.

Congestionamento

Desde o dia 22 de junho, o terminal paranaense registra fila de navios ao largo – onde a embarcação espera para chegar ao cais – acima de uma centena. 

Ontem, o site da Appa contabilizava 115 embarcações ao largo, 37 esperadas para as próximas 48 horas e outras 17 atracadas. O tamanho da fila dobrou nos últimos dois meses. No dia 8 do mês de maio, Paranaguá tinha fila de 51 navios ao largo.

“Isso [a fila de navios] preocupa o setor sucroenergético. Cada dia parado gera multa que onera o produto e faz perder competitividade. A eficiência tem que ser melhor”, lamenta Dias.

Além do mau tempo da primeira quinzena do mês passado, que obrigou a paralisação das operações no cais por 14,5 dias (365 horas) nos últimos 60 dias, o aumento na exportação do complexo soja também contribuiu para o acúmulo de navios. 

Para atender a alta demanda internacional, segundo a Appa, 6,6 milhões toneladas do complexo soja (grãos, farelo e óleo) foram exportadas nos cinco primeiro meses do ano, aumento de 32% em relação ao mesmo período de 2011.

O crescimento do termi­nal acompanhou a média nacional. De acordo com o Ministério do De­­sen­­volvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as exportações brasileiras de soja em grão no primeiro semestre somaram 23,51 milhões de toneladas, 29% mais que os seis primeiros meses do ano passado. 

Em 2011, o volume total embarcado foi recorde: 32,98 milhões de toneladas. Porém, a estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove) é de que a exportação de soja fique na casa dos 30 milhões de toneladas.



Nenhum comentário: