sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A FUNAI do PT e os "bons selvagens"...


Explode mais um confronto no Rio Grande do Sul: Indios queimam casas e espancam produtor rural. População se revolta.





A lentidão do processo de demarcação da Terra Indígena Rio dos Índios, em Vicente Dutra, no norte do Estado do Rio Grande do Sul, motivou um confronto que terminou em agressão, invasão de propriedade e incêndios.


Um grupo de cerca de 50 índios decidiu invadir na noite de quarta-feira um balneário de águas termais que fica localizado dentro da área demarcada como indígena pela Funai. Já o complexo turístico Termas Minerais Águas do Prado ocupa cerca de 25 hectares e possui 196 cabanas construídas, que recebem cerca de 20 mil visitantes por ano. Quando chegaram ao local, no entanto, os indígenas entraram em confronto com o vigia do estabelecimento.



O vigilante Altair dos Santos Bueno, 48 anos, conta que por volta das 19h um veículo dirigido por um índio em aparente estado de embriagues colidido com um carro estacionado em frente ao balneário, o que o motivou a deixar a guarita onde trabalhava. "Perguntei para eles o que estavam fazendo e eles disseram que era para eu sair, se não iria sobrar para mim. Em seguida, eu fui agredido com pedras, flechas e facão", relata o Altair Bueno. O vigilante também possuiu uma propriedade rural de 37 hectares dentro da área demarcada como indígena pela Funai, onde planta fumo, feijão e produz leite.

Um vizinho que viu o confronto chamou a Brigada Militar. Quando os policiais chegaram ao local, ele correu para se abrigar na viatura. Com isso, conforme a polícia, os índios depredaram o veículo do órgão, quebrando um dos vidros.

Bueno sofreu ferimentos graves na cabeça e foi encaminhado ao hospital de Caiçara, cidade vizinha a Vicente Dutra, onde recebeu os primeiros atendimentos. Pouco tempo depois, ele foi transferido para ao Hospital Divina Providência, em Frederico Westphalen, onde seguia internado até o final da tarde de ontem.

Incêndio

Após o confronto com o vigia, os indígenas atearam fogo ao escritório administrativo do balneário, onde também funciona um escritório de advocacia. Todos os documentos dos dois escritórios foram perdidos, além de móveis e aparelhos eletrônicos, como computadores. "Não temos mais como recuperar as ações que não estavam concluídas, aquelas que ainda não foram encaminhadas à Justiça. O que eu vou dizer às pessoas que estão com ações de aposentadoria, por exemplo? Que terão de esperar ainda mais porque os documentos delas foram queimados?", relata o advogado Osmar José da Silva Júnior, 33 anos.

Ele é filho de Osmar José da Silva, 66 anos, um dos proprietários do complexo turístico. "Perdemos os documentos dos 30 anos de funcionamento do balneário", lamenta.

O vice-cacique Salvador afirma que o incêndio foi um protesto para pressionar o governo a agilizar a regulamentação da área.

Revolta popular

Com pedaços de madeira e pedras nas mãos, populares resolveram, na noite de ontem, expulsar os índios da área invadida. Em menor número, os índios recuaram e retornaram à área onde vivem.

O ato teve apoio de comerciantes e de agricultores atingidos pelo processo de demarcação da área e reuniu mais de cem pessoas em frente ao complexo turístico. Conforme um dos administradores do local, Olinto da Silva, 53 anos, os donos das cabanas souberam que as casas estavam sendo invadidas e saqueadas, pois os alarmes começaram a tocar, e ficaram revoltados. "Fizemos uma reunião no final da tarde e resolvemos tomar as casas de volta", explica Silva.




O comerciante e dono de uma cabana próxima à entrada do balneário, Flávio Trennepohl, 43 anos, afirma que a porta da residência foi arrancada e que os eletrodomésticos foram roubados. "Levaram televisão, DVD, geladeira, e ainda quebraram os vidros. A polícia tem que nos ajudar a recuperar isso", afirma.

Conforme a administração do parque, oito famílias moravam no balneário, mas deixaram as casas após a invasão dos índios na noite de quarta-feira.

Para mediar o conflito a Funai resolveu marcar uma reunião para a sexta-feira. O encontro dos representantes do órgão com os índios deve ocorrer às 14h, no Ministério Público Federal de Passo Fundo.

Além dos conflitos já deflagrados pela Funai no Rio Grande do Sul com a tentativa de expropriar propriedades privadas demarcando-as como terras indígenas do Mato Preto e Passo Grande do Rio Forquilha, Rio dos Índios é mais um foco de tensão no estado.





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