sexta-feira, 23 de junho de 2017

Brasil venderá a Amazônia para Noruega e Alemanha por R$ 2,8 bilhões?



Brasil venderá a Amazônia para Noruega e Alemanha por R$ 2,8 bilhões?

O presidente do Brasil, Michel Temer, desembarca na Noruega onde prestará contas ao rei dos esforços de comando e controle do Brasil destinados a proteger a Amazônia dos brasileiros amazônidas

Depois da viagem oficial feita à Rússia, o presidente Michel Temer desembarcou hoje em Oslo, capital da Noruega, principal país financiador do Fundo Amazônia, com repasses de R$2,8 bilhões. 

A questão ambiental está entre os assuntos a serem tratados nas reuniões com as autoridades locais. Hoje (22), o presidente brasileiro se encontra com investidores noruegueses. Amanhã (23), Temer reúne-se com o Rei Harald V, com a primeira-ministra, Erna Solberg, e com o presidente do Parlamento, Olemic Thommessen.

Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente da Noruega, Vidar Helgesen, enviou uma carta a seu colega brasileiro, Sarneyzinho Filho, ameaçando cortar os repasses de petrodólares noruegueses ao Brasil se o Governo não tomasse medida que protejam a Amazônia dos brasileiros que vivem na região.

Segundo o norueguês, a ação do Brasil de proteger a Amazônia dos brasileiros “determinará o futuro de nossa parceria baseada em resultados”. Mais adiante no texto, ele expressa o temor de que os bilhões de reais doados pela Noruega e pela Alemanha em troca da preservação da Amazônia “tenham tido um impacto apenas temporário”.

Ao portal alemão Deutsche Welle, o ministro norueguês disse que os repasses da Noruega ao Brasil podem ser reduzidos. "Nosso programa de doação é baseadoem resultados. Isso significa que, se o desmatamento está subindo, haverá menos dinheiro".


Há duas semanas, a embaixadora da Noruega no Brasil, Aud Marit Wiig, também adotou tom crítico pouco usual na diplomacia, ao comentar a questão em entrevista ao jornal Valor Econômico. "A criação de áreas protegidas foi uma medida muito eficiente para manter a floresta. 

E quando se enfraquece esse instrumento, tememos que os resultados possam ser negativos. "Estamos preocupados. O serviço de redução de emissões de CO2 que o Brasil entrega é muito importante. O que vai acontecer, provavelmente, é uma redução no dinheiro (repassado ao Brasil)", disse ainda.

Na mesma entrevista, o embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, também manifestou descontentamento do governo alemão, outro financiador do Fundo Amazônia. "Vemos como problemáticos os sinais de redução na proteção da floresta. 

É claro que isso não tem impacto positivo no governo Merkel e também nos membros do Parlamento, que estão se perguntando o que se está fazendo com esse dinheiro público", disse Witschel.

Já para o embaixador do Brasil na Noruega, George Prata, como o Brasil tem um importante patrimônio natural, os noruegueses (que exportam burras de petróleo) ajudam a financiar parte da proteção a essa riqueza. "Nos últimos anos, a Noruega contribuiu com quase US$ 1 bilhão para programas de conservação e desenvolvimento sustentável na Amazônia", explica o embaixador genuflexo.

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A Noruega é um dos maiores produtores e exportadores e petróleo do planeta e o oitavo maior investidor estrangeiro no Brasil, com presença no setor de energia. 

Atualmente, há 89 projetos no âmbito do Fundo Amazônia boa parte deles financiando o aparato de repressão ambientalista de organizações governamentais e não governamentais. O Fundo é administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com o Palácio Planalto, Temer buscará, nesses encontros, ampliar o comércio entre o Brasil e a Noruega. Há também interesse em avançar nas negociações para um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), grupo integrado por Noruega, Islândia, Liechtenstein e Suíça. A viagem de retorno a Brasília está prevista para a noite desta sexta-feira.

Foto: Beto Barata/PR

Em tempo, por que a Noruega enviaria um Exército para invadir a Amazônia, queimar máquinas, embargar as terras dos brasileiros e expulsá-los de suas casas, se o país pode pagar para fazer isso com os agentes do Ibama, da nossa polícia federal e de ONGs?


Noruega financia repressão ambiental contra o povo brasileiro na Amazônia
Funcionário do Ibama em ação de repressão ambiental contra o povo da Amazônia

Dados repassados pelo Ibama ao jornal O Estado de São Paulo mostram que, entre janeiro de 2006 e junho de 2017, a região da BR-163, no sudeste do Pará, foi alvo de 2.662 autos de infração emitidos pelo órgão federal, um volume que só cresceu nos últimos anos, chegando a 435 multas liberadas apenas em 2015. As ações do Ibama são parcialmente financiadas pela Noruega por meio dos repasses ao Fundo Amazônia. Clique aqui e entenda.

Dos 2.662 autos na região, 298 foram emitidos ao colonos amazônidas que passaram a estar ilegais com a criação da Floresta Nacional do Jamanxim em 2006. O órgão público melhor estruturado na cidade de Novo Progresso, no Pará, é o escritório do Ibama. Não há ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência na cidade, mas o escritório do Ibama dispõe de um helicóptero.

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Em um encontro em Oslo, no final de outubro do ano passado, a pedido do Ministro do ½ ambiente, Sarneyzinho Filho, Noruega e Alemanha concordaram com o uso de recursos do Fundo Amazônia para o financiamento de ações de fiscalização na Amazônia. Originalmente o Fundo tinha o objetivo de financiar ações de incentivo econômico a proteção ambiental.

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A transformação da zona ocupada por pessoas da Floresta Nacional do Jamanxim em Área de Proteção Ambiental (APA), tornaria possível compatibilizar a proteção ambiental com as atividades produtivas. Mas os ambientalistas e o governo da Noruega são contra. Para eles, a zona ocupada deve permanecer como Floresta Nacional, o que levaria à expulsão dos colonos.


No início desta semana, antes de partir para a Noruega, um financiadores da repressão ambiental na Amazônia, o presidente Michel Temer vetou a Medida Provisória 756, que resolvia essa situação. Uma proposta semelhante deve ser enviada hoje ao Congresso, na tentativa de que a solução seja aprovada como projeto de lei em regime de urgência.

Foto: Felipe Werneck - Ascom/Ibama



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