sexta-feira, 4 de abril de 2008

“Haverá sangue em Roraima ...”

O governador de Roraima, Anchieta Júnior foi à sede do Ministério da Justiça, em Brasília, pedir a suspensão da operação de retirada dos arrozeiros da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Mas não obteve sucesso.

Deputados de Roraima enviaram ao presidente Lula um manifesto no qual pedem o esgotamento dos recursos judiciais antes de usar a força.

O produtor rural João Paulo Quartiero foi a Assembléia Legislativa pedir o apoio dos deputados e voltou a dizer que não pretende deixar a área pacificamente.

“Estamos irredutíveis”, afirmou Quartieiro. “Não vamos ceder à truculência da Polícia Federal, a esses brucutus enviados por Brasília. Não defendemos apenas nossas propriedades, mas também o Estado”.

Quartiero estava acompanhado pelo deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR), que apóia os arrozeiros. “Haverá sangue em Roraima se o governo Lula não intervier”, disse o deputado, numa referência ao clima de tensão na área.

Segundo Junqueira, a situação vai piorar. Ele disse que a PF, após enfrentar a reação dos arrozeiros, desembarcou em Boa Vista um blindado, semelhante ao caveirão, usado pela polícia fluminense para entrar nas favelas.

A PF continua desembarcando agentes na capital de Roraima e deverá compor uma força de 500 homens.

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Os números da área em litígio

– 100 mil hectares é o pedaço de terra reivindicado por arrozeiros.
– 160 mil toneladas de arroz são produzidas anualmente em Roraima.
– 1,747 milhões de hectares é o total da área da reserva Raposa Serra do Sol.

Comentário:

Tanto os números acima quanto o risco de derramamento de sangue em Roraima chamam-nos a atenção. Enquanto a Cuba de Raul Castro começa a devolver as terras confiscadas aos particulares, o Brasil faz menção de utilizar a força bruta para botar fora de suas terras produtivas os particulares...


Fonte: OESP, 04/04/2008.

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