segunda-feira, 24 de março de 2014

Brasil X IPCC -- Petrobrás despenca e agora governo pede arrego!



Depois de tanto blefar, o IPCC deveria apagar tudo



O governo brasileiro vai pedir ao IPCC (painel do clima da ONU) para apagar de seu novo relatório uma crítica à política do uso de biocombustíveis como forma de atenuar o aquecimento global.

Na introdução não técnica da parte do documento sobre impactos e adaptações ao aquecimento global, uma frase sugere que o cultivo de vegetais para álcool e biodiesel pode incentivar desmate (que por sua vez gera mais emissão de gases do efeito estufa).

O trecho contestado afirma que "aumentar o cultivo de plantações para bioenergia implica riscos para ecossistemas e para a biodiversidade, apesar de contribuições da energia de biomassa para a mitigação [do aquecimento global] reduzirem riscos relacionados ao clima."

A frase está no "sumário para formuladores de política" – resumo não técnico do documento – do relatório do grupo 2 do IPCC, que trata de impactos e adaptações à mudança climática. 

A delegação brasileira diz considerar injusto atacar os biocombustíveis sem que outras formas de energia tenham seus impactos relatados.

"Eles destacaram isso do nada" disse à Folha um representante do governo para a área de clima. Para ele, qualquer forma de energia tem algum impacto ambiental. "Naquela frase seria possível trocar biocombustíveis por produção de painéis solares, turbinas eólicas ou até o aumento das hidrelétricas".

O novo relatório do grupo 2 do IPCC deve ficar pronto no dia 30, após cinco dias de debate no encontro em Yokohama, no Japão. 

Os tópicos do sumário para formuladores de política tendem a ser disputados palavra a palavra, pois servem de base para negociações internacionais.

O documento subsidia a discussão sobre a criação de mecanismos de financiamento para países afetados pela mudança climática e o debate de um acordo global para cortes de emissões, que terá uma rodada crucial em 2015.


Fonte: Rafael Garcia/Folha de S. Paulo

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