terça-feira, 3 de junho de 2014

O mundo está esfriando...


Homem não controla o clima, diz professor


Esqueça tudo o que falaram sobre efeito estufa e aquecimento global, para o professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e pesquisador do Inpe, Luis Carlos Baldicero Molion, nada disso existe.

"Não existem mudanças climáticas atualmente, o homem não controla, absolutamente o clima global. Na verdade, vai haver um ligeiro esfriamento global nos próximos 15 anos", declarou Molion na manhã desta terça-feira (3), no segundo e último dia do Fórum de Sustentabilidade, promovido pela Folha.

Polêmico, o professor prega que os modelos climáticos usados pela maioria dos ambientalistas e climatologistas estão errados. Com isso, todas as projeções de aumento de temperatura "são fictícias", segundo Molion.

O professor usa o exemplo do gás carbônico, cuja emissão é criticada pela maioria dos ambientalistas. De acordo com Molion, o mundo natural – plantas, animais, o mar – jogam, por ano, 200 bilhões de toneladas de CO2 no ar; a ação humana, no entanto, é responsável por "apenas 7 bilhões" de toneladas.

"O gás carbônico não controla o clima global, não faz sentido essa discussão toda em cima da emissão de gás carbônico. Ele não é um vilão, não é tóxico, é o gás da vida. Se acabasse o gás carbônico, acabariam as plantas", fala Molion.

O professor mostrou que, apesar da emissão do gás ter aumentado, a temperatura tem se mantido nos continentes. Segundo dados de satélite, a temperatura dos trópicos tem oscilado entre 1,5 grau positivo e 1,5 negativo desde 1979; os números desta medição mostram, inclusive, que desde 2007 a temperatura média dos trópicos vem caindo, mesmo com o aumento da emissão dos gases.

Molion vai ainda mais além desta tese. "Quanto mais CO2 na atmosfera melhor. Alguns estudos mostram que se dobrar o gás carbônico, as plantas aumentarão de produtividade. Reduzir as emissões é gerar menos energia elétrica é aumentar miséria e desigualdade no planeta", diz o professor.

Para ele, o efeito estufa não existe e "é uma forma de neocolonialismo" dos países mais ricos, uma vez que há uma pressão para que os países em desenvolvimento diminuam a emissão do CO2. "O efeito estufa nunca foi provado cientificamente. 

O protocolo de Kyoto indica que os países precisam reduzir 5,8% das emissões de gases, o que significa 0,3 bilhão de toneladas, um número pequeno demais".

TERRA FRIA

Na contramão da opinião científica, o professor afirma que o planeta está esfriando e não esquentando. Segundo Molion, a Terra já passou por quatro períodos quentes, alternados com outros mais frios. "O mundo está resfriando, o sol tem ciclo de 100 anos, ele já está 'no mínimo' desde 2008, o que leva os oceanos a esfriar."

Dados apresentados pelo professor indicam que a temperatura do Pacífico oscila entre quente e fria e, desde 2010, passa por um esfriamento. Para ele, os cientistas não conseguem observar tais dados pois falta a eles modelos corretos de análise dos mares.

"A lua influencia as correntes marinhas, as placas tectônicas também, os modelos não levam isso em conta. Medir a maré é quase impossível".

Molion afirma que esse "esfriamento global" já aconteceu no século 20, entre 1943 e 1978, quando a temperatura do Pacífico esfriou como ele vê acontecendo agora. "Foi uma época ruim para São Paulo, as chuvas no Estado, e também onde fica o sistema Cantareira, foram reduzidas." 

Os números, no entanto, não batem com outros dados mostrados por Molion nesta mesma apresentação, quando mostrou que, entre 1941 e 1950, década que teve 78 "tempestades severas" notadas em São Paulo.

"Catástrofes sempre existiram, esteja o clima quente ou frio", sentencia. "O clima varia por causas naturais. Afinal, se soubéssemos com certeza para onde o clima vai, para que existem os climatologistas?", brinca Molion. Para ele, a teoria do aquecimento global já é tão enraizada entre os cientistas que é bem difícil um pesquisador procurar algo diferente.

De fato, Molion tem posições extremamente diferentes da comunidade científica. Segundo o professor, o degelo do Ártico e do Antártico "não está acontecendo". O Ártico, mostra Molion a partir de dados de satélite, tem uma variação na cobertura de gelo desde 1979. 

"Desde 1979 o gelo começou a cair, em 1995 atingiu o mínimo, se recuperou um pouco, em 2007 voltou a cair, mas atingiu a sua mínima em 2012. Os dados mostram que o gelo já está voltando a subir desde então".

Na Antártica a situação é mais otimista. De 1979 para cá, o gelo só tem aumentado. "A Antártica vem ganhando 60 bilhões de toneladas de massas de gelo por ano". Assim, a maré não está aumentando.


Mesmo com posições díspares do discurso ambientalista estabelecido, Molion não se diz contra a preservação do ambiente. "Não é porque acho que o homem não impacta na temperatura da terra que eu não defenda a conservação ambiental. Eu defendo a conservação, porque é de extrema importância para a humanidade." 

Portal Folha de São Paulo

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