quinta-feira, 9 de maio de 2013

LOAS À EMBRAPA pelos seus...



... 40 anos de sucesso


        O SR. LAEL VARELLA (DEM-MG. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, graças às pesquisas científicas que resultaram no domínio da tecnologia de produção agropecuária nos trópicos, o Brasil deixou de ser importador para ser protagonista na produção e exportação de alimentos, fibras, agroenergia e  produtos diferenciados, como flores, madeira, celulose e tantos outros. Isso se deveu, sobretudo, à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que em abril completou 40 anos de sua fundação.

        Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho da Silva, sob o título Embrapa, patrimônio do Brasil,  ressaltou que o Brasil alcançou a sua segurança alimentar com qualidade, preços competitivos e de modo sustentável, além de gerar constante excedente para exportação. De 1975 a 2011, o valor da cesta básica brasileira caiu mais de 50%. Outra informação muito boa é que no ciclo de um ano, o Brasil jáproduz comida para 1 bilhão de pessoas.

        Ramalho, em seu esclarecedor artigo, assinala:

        "Para ter ideia de como o produtor passou a fazer mais com menos, a área plantada dobrou, mas a produção de grãos cresceu cinco vezes nas últimas quatro décadas, rompendo a casa das 180 milhões de toneladas. Se  tivéssemos mantido a mesma produtividade, precisaríamos hoje de mais 100 milhões de hectares para produzir o que produzimos em apenas 50 milhões.

        Na proteína animal, o País ampliou em quatro vezes a produção de carne bovina, triplicou a de carne suína e se tornou o terceiro maior  produtor de carne de frango. Consolidou-se como o maior exportador de café, açúcar, suco de laranja, etanol e soja, e o terceiro em algodão, levando-nos a ficar atrás apenas dos EUA e da União Europeia no ranking mundial dos maiores exportadores de produtos agropecuários.

        Toda essa grandeza coincide com a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que completa 40 anos. Criada em 26 de abril de 1973, a instituição tornou-se o maior agente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para geração de tecnologia de ponta para o agro.    

São feitos da Embrapa o melhoramento genético, gerando cultivares específicos para cada região; a transformação das terras pobres do Cerrado em solos férteis; rotação de culturas, técnicas para recuperação  e manejo de pastagens e controle de pragas e doenças; novos processos de adubação, como a fixação biológica de nitrogênio; pesquisas em sanidade animal, reprodução, nutrição, entre outras inovações.

        Aumento populacional e maior longevidade, incremento de renda e consumo crescente são os vetores do avanço contínuo da demanda mundial por produtos agropecuários, num quadro em que a oferta não acompanha.

          Num cenário cada vez mais restritivo de produção, pautado por desafios financeiros, sociais, ambientais e institucionais, o agro terá de acentuar sua produção verticalmente (mais produtividade), tendo como chave de evolução a tecnologia e as suas mais diversas ferramentas, com destaque para a biotecnologia, a nanotecnologia e a genômica.

        Sr. Presidente, concluo esta parte ainda com as palavras de Ramalho. Para ele, o futuro está atrelado ao uso da ciência em favor do conhecimento e  novas tecnologias. Para, no mínimo, não perder o posto privilegiado que  conquistou, o agro do Brasil precisa de uma retaguarda estratégica ancorada em mais investimentos em ciências agrárias, o que passa neste momento pela blindagem e proteção do nosso maior patrimônio nessa área, a  Embrapa.

         Sr. Presidente, novo contributo imprescindível da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) consiste no relatório entregue à Casa Civil no qual demonstra que a maioria das ocupações de índios no Mato Grosso do Sul e outras partes do Brasil é recente. A FUNAI vem exigindo a criação de várias terras indígenas com base em laudos que atestando a ocupação antiga do território.
        
O documento é bombástico. Valendo-se de várias fontes e técnicas, incluindo imagens de  satélite, a Embrapa concluiu que a presença de índios nos locais que a FUNAI tenta demarcar como Terra Indígena é recente ou até inexistente. A presença mais antiga data de 1990, uma área chamada de Tekoha Porã, reúne índios vindos de Naviraí (MS) e constitui uma aldeia inserida na malha urbana de Guaíra. A maioria sobrevive com Bolsa Família e cesta básica.

        Nas demais áreas, os índios estão presentes a partir de 2007; em cinco delas só foi registrada a presença de índios a partir do ano passado, 2012, muitos deles vindos do Paraguai. Em quatro das 15 áreas avaliadas sequer há índios, constatou a Embrapa.

        Sr. Presidente, com tantas denuncias esperemos que a FUNAI extinga essa "fábrica de novos índios" que vem perturbando a produção, o trabalho e a  paz no campo.

        Tenho dito.

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