sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

TERCEIRO MUNDO SEM O SEGUNDO


Por Jacinto Flecha


Jacinto cronicas
         Agencia Boa Imprensa
Desde que os amplos rasgões na apodrecida “Cortina de Ferro” permitiram ao mundo avaliar a real situação dos países comunistas, propagandeados pela mídia esquerdófila como segundo mundo, os que ocupávamos a humilhante categoria de terceiro mundoficamos como cachorro sem dono. 

Ou sem nome, pois já não podem classificar-nos como terceiro, se deixou de existir o segundo. Daí um desocupado juntou dois do segundo com dois do terceiro, resultando o acrograma BRIC, com cara de tijolo inglês. 

O tal desocupado parece considerá-lo elogioso, mas assim ficamos na companhia desagradável dos que se engalanavam (e enganavam os outros) como segundo mundo. Prefiro prosseguir como terceiro mundo, e aproveitar o tal tijolo para alvejar alguns recalcitrantes admiradores do segundo.

Você certamente conhece a expressão complexo de vira-latas, que um escritor patrício nos aplicou. Um tanto injustamente, é claro, embora esquerdófilos de Pindorama continuem obedecendo caninamente as ordens emanadas daquele mundo que deixou de ser o segundo. 

Acho até adequado o rótulo de vira-latas para esse grupo específico de patrícios, pelo comportamento que os caracteriza. Deles se poderia dizer: Quanto mais o mundo muda, mais eles continuam a mesma coisa.
Viraram fumaça muitas ilusões que o comunismo criou enquanto era praticado e enaltecido naquele grupo de países. Mas o que me espanta é a numerosa matilha de admiradores subservientes que ele ainda mantém por aqui, cuja submissa Fidel-idade à castrolândia vai ao ponto de sustentá-la com nosso dinheiro.
Com enormes reservas de petróleo comprovadas (estão entre as maiores do mundo), um país vizinho mora bem perto do maior consumidor mundial de petróleo. Juntando assim a fome com a vontade de comer, poderíamos concluir que não há risco de esse país se arrastar num humilhante subdesenvolvimento, basta-lhe aproveitar bem sua riqueza. 

Porém, como entraram em cena caudilhos bolivarianos, esse risco se tornou certeza. Incompetência, mais preconceitos ideológicos sem fundamento na natureza humana, transformaram um país rico em fracasso econômico e social.
Pelos resultados negativos dessa incompetência, seria natural uma revolta da população espoliada e sofredora do país vizinho, e a chusma de caudilhos seria então defenestrada com pompa e circunstância. Por que isso não acontece? Porque esses espertalhões redirecionam a reação popular para um bode expiatório, geralmente um inimigo externo. No caso bolivariano, esse caprino é o “consumidor voraz da nossa riqueza”, ou alguma outra formulação demagógica do discorsoantiamericano.
(Parece que Cuba e Venezuela são os assuntos de hoje).
Ora essa! Por que limitar-nos a esses dois, tão evidentes, quando há outros bem maiores por aí? No Cone Sul, um país que tem tudo para dar certo – e de fato já deu certo nas primeiras décadas do século XX, atingindo níveis recordistas de renda per capita – continua enrolado e se enrolando cada vez mais em compromissos não honrados, dívidas impagáveis, incompetências vexatórias. 

Não preciso mencionar o nome desse muy amigo vizinho, e deixarei também ao leitor o fácil trabalho de indicar tanto o responsável real quanto o bode expiatório dessas consequências desastrosas.
Outro país bem maior, situado ao norte do muy amigo, é dotado de riquezas cuja abundância os anjos estranharam durante a Criação do mundo, conforme a legenda conhecida. E só se tranquilizaram quando Deus Criador lhes contou a incompetência dos dirigentes esquerdistas que nos daria. 

Sobre os quais, aliás, falar em vira-latas é dizer pouco. Todos sentem na própria pele o resultado: inflação em alta incontrolável; PIB em queda vertiginosa; dívida externa e interna alarmantes; ociosidade industrial crescente; baixa competitividade persistente; corrupção galopante movida por líderes impunes. 

Mas o inexplicável otimismo opinativo de figurões governantes, sempre repetido e sempre desmentido pelos fatos, transfere a recuperação e retomada do progresso para futuro próximo ou remoto, atribuindo a culpa à atual crise econômica globalizada. Ou seja, o antiamericanismo caprino-expiatório de sempre.
Como entender essa obstinação no atraso, em países que têm tudo para um progresso exponencial? Por que permanecem subdesenvolvidos? Quem é o responsável pelo subdesenvolvimento?
Se você não atinar com as respostas, teremos que recomeçar do bê-a-bá.
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